LEIS E SABEDORIAS!
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(Colaboração: Markão)
A SABEDORIA DOS GRANDES EXECUTIVOS. ELA EXISTE?
Por Max Gonçalves
Em 1975, em torno de 200 livros foram publicados sobre formas de gerência e atuação de executivos. Em 1997, mais de 10 mil livros foram publicados oferecendo diferentes sistemas de gestão, criando novos princípios e parâmetros e todos eles tentando explicar o mistério do sucesso e porque muito poucos chegam lá – e a maioria continua apenas lendo livros e indo a seminários.
O conflito entre estas teorias é impressionante, elas chegam a ser tão opostas que colocam em dúvida a própria existência de qualquer teoria. Alguma coisa está faltando. Mesmo os cases de sucesso apresentados mundo afora priorizam o resultado e minimizam os meios, tendendo a criar figuras heróicas. “O executivo que salvou a empresa X”. “Como virei a mesa e ainda consegui continuar escrevendo". "Como transformei prejuízo em lucro em 10 meses". “Como demiti meus assistentes e produzi mais". Estes e muitos outros títulos sensacionalistas tornaram esta literatura e grande parte dos eventos para executivos verdadeiros circos de promoção pessoal, trazendo muito pouco de conteúdo e estudo real de soluções.
Fomos então buscar a resposta no campo e começamos a entrevistar grandes executivos de empresas de todos os tamanhos. O primeiro problema foi identificar quem eram, de fato, os melhores e começamos então pela mais fácil e mais óbvia pergunta: "Qual é o executivo de sua empresa que você gostaria de ser?". Apesar de se surpreenderem com a pergunta acabavam respondendo e, na média, conseguíamos o perfil do favorito.
Usamos também todas as informações disponíveis nos departamentos de RH e Avaliação, e estudamos carreiras longas na mesma empresa. Depois de muitas e muitas horas de entrevistas, comparando dados, conseguimos determinar alguns princípios comuns que acabavam por determinar a sabedoria comum a todos estes executivos de sucesso.
Gostaria de resumir começando por contar uma fábula por demais conhecida de todos: a fábula do sapo e do escorpião. Um escorpião precisava atravessar um rio e, como não podia, solicitou a um sapo que o levasse para o outro lado. O sapo respondeu que não faria isso – ele conhecia bem os escorpiões e sabia que eles iriam picá-lo e matá-lo antes de completarem a travessia. O escorpião respondeu que não faria isso por um simples motivo: se ele picasse o sapo ambos morreriam, pois ele se afogaria também. A lógica foi tão forte que o sapo aceitou a proposta e iniciou a travessia. No meio do lago o escorpião mordeu o sapo e, quando os dois estavam morrendo, o sapo perguntou espantado: “Porque você fez isso? Você está morrendo também?”. O escorpião respondeu: “Eu sei, mas esta é a minha natureza e eu não possa mudá-la”.
Os ensinos convencionais de administração e estratégias clássicas ensinam que você deve dar oportunidade a todos, e que todos, se bem treinados, podem realizar qualquer trabalho. Grandes executivos rejeitam esta tese. Como o sapo e o escorpião, você não pode mudar a natureza das pessoas, cada um tem limites e sempre se subordinarão às naturezas pessoais.
O fundamento de toda a sabedoria dos grandes executivos está ai: respeitam as pessoas como elas são, não tentam que elas façam nada contra a natureza de cada um e procuram, sim, respeitar a individualidade das pessoas e tentar desenvolvê-las de acordo com esta identidade. O conceito é revolucionário. Grandes executivos investem não no potencial de todos, mas sim nas limitações de cada um. Quanto mais você adequar uma pessoa às suas próprias limitações, melhores resultados você vai obter. Não force a natureza, tente entendê-la.
Max Gonçalves é bacharel em Direito pela PUC-RJ e tem títulos de MBA e OPM em Administração e Marketing pela Universidade de Harvard, em Massachusetts. É presidente da Fenasoft, considerada a maior feira de Tecnologia do Brasil.
Fonte: Revista Idéias & Pessoas
(Colaboração: A.M.B.)