FM - Faculdade Mental

NOSSOS COLUNISTAS - 30/05/2015

CRIATIVIDADE NO MARKETING

PROPAGANDAS INTELIGENTES (CARLSBERG)

English:
http://www.theguardian.com/carlsberg
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http://fold7.com/blog/work/probably-the-best-poster-in-the-world
Carlsberg:
http://www.carlsberg.com/flash.html
https://www.facebook.com/pages/Carlsberg-Beer/205238672472
Fold 7:
http://fold7.com/
https://www.facebook.com/Fold7
Torneira que sai cerveja em Outdoor faz sucesso em Londresâ€¦
Imagina vocÃª andando pelas ruas de Londres e da de cara com um outdoor gigante te oferecendo cerveja de graÃ§a e na hora?
Foi essa a ideia bastante inusitada, que fez muito sucesso nessa semana.
Trata-se da Cervejaria Truman, em Shoreditch Londres, que teve a feliz criatividade de colocar um outdoor oferecendo cerveja grÃ¡tis pra quem passasse na rua.
A mensagem convidava os passantes a provar e avaliar a cerveja Carlsberg â€œa melhor cerveja do mundoâ€œ, direto de uma torneira que foi acoplada nele prÃ³prio.
O pessoal fez atÃ© fila pra filar uma cervejinha na faixa.
Muito boa a ideia nÃ£o?
Fonte: http://www.bebidaliberada.com.br/.
Mais detalhes:
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http://fold7.com/blog/work/probably-the-best-poster-in-the-world
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PLACA EM UMA LOJA...
Urgente... Precisa-se de clientes (nÃ£o Ã© necessÃ¡rio experiÃªncia)... Entrada imediata!!!
(ColaboraÃ§Ã£o: O Dono)

A PROPAGANDA Ã‰ A ALMA DO NEGÃ“CIO...
Uma velha piada recorrente nas rodas de profissionais da propaganda dÃ¡ conta do ovo de pata que Ã© um produto muito superior ao ovo de galinha. A diferenÃ§a Ã© que ao colocar o ovo a pata se cala ao contrÃ¡rio da galinha que apronta o maior escÃ¢ndalo...
(ColaboraÃ§Ã£o: MÃ¼ller)

ENQUANTO ISSO NO RESTAURANTE...
A loira chama o atendente:
- Oh, garÃ§om, esse frango tÃ¡ cru!
- Senhora, esse Ã© um restaurante chinÃªs.
- Nossa, desculpa... Esse flango tÃ¡ clu!!!
(ColaboraÃ§Ã£o: Rubia)

JAMES BOND
Num bar, James Bond senta-se ao lado de uma morena fenomenal. Ele lanÃ§a um olhar para ela e outro para o seu relÃ³gio.
Ela pergunta:
- A mulher que vocÃª estÃ¡ esperando estÃ¡ atrasada?
- NÃ£o - responde Bond - Ganhei este relÃ³gio high tech e o estou testando...
- Ah Ã©? - pergunta a morena - E o que este relÃ³gio tem de especial?
- Ele usa ondas alfa para se comunicar comigo - explica Bond.
- E o que ele estÃ¡ lhe dizendo agora? - pergunta a morena intrigada.
- Ele me disse que vocÃª estÃ¡ sem suas roupas Ãntimas.
A moÃ§a dÃ¡ uma risada e responde:
- Pois seu relÃ³gio nÃ£o funciona! Eu estou com minhas roupas Ãntimas.
James Bond mexe o relÃ³gio, dÃ¡ uns tapinhas nele e diz:
- Droga! EstÃ¡ adiantado uma hora!!!
(ColaboraÃ§Ã£o: James)

PROFESSOR X

PESQUISA DISSECA O UNIVERSO DAS PIADAS
Mestrando do IEL analisa anedotas regionais sobre gaÃºchos, mineiros, paulistas e cariocas... LUIZ SUGIMOTO.
O leitor pode conhecer aquela piada do gaÃºcho com o mineiro, mas dificilmente terÃ¡ refletido sobre as sutilezas empregadas na construÃ§Ã£o dessas pequenas peÃ§as literÃ¡rias para que elas o faÃ§am rir. â€œEste trabalho nasce de uma preocupaÃ§Ã£o banal e um tanto cÃ´mica: explicar piadas. E isso, no fundo, nÃ£o tem a menor graÃ§a. Textos curtos com graus variados de complexidade, as piadas podem deixar um analista bastante neurÃ³ticoâ€, afirma Gustavo Conde, bem humorado, na introduÃ§Ã£o da dissertaÃ§Ã£o de mestrado Piadas regionais: o caso dos gaÃºchos, defendida junto ao Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp. Apesar dos gaÃºchos no tÃtulo, o mestrando incluiu na pesquisa os mineiros, paulistas e cariocas, respeitando o ranking de preferÃªncias no anedotÃ¡rio nacional.
Conde alerta que nem todas as piadas selecionadas para o trabalho sÃ£o hilÃ¡rias, visto que a preocupaÃ§Ã£o de um lingÃ¼ista Ã© mostrar a estrutura semÃ¢ntica do humor, o emaranhado de detalhes cenogrÃ¡ficos, enunciados, ambigÃ¼idades lexicais, sintÃ¡ticas e fonolÃ³gicas, o â€œcarÃ¡terâ€ do interlocutor, o tom da narraÃ§Ã£o. Tecnicamente, trata-se de anÃ¡lise do discurso, sustentada em teÃ³ricos como Michel PÃªcheux e Dominique Maingueneau, sendo que a semÃ¢ntica e a pragmÃ¡tica tambÃ©m marcam presenÃ§a atravÃ©s dos trabalhos de Victor Raskin e Paul Grice. Freud, outro que procurou explicar a essÃªncia das piadas, contribui com Os chistes e sua relaÃ§Ã£o com o inconsciente, livro publicado hÃ¡ 100 anos. â€œFreud analisou uma relaÃ§Ã£o de â€˜chistesâ€™, sempre pensando no inconsciente como fator determinante para esse tipo de prazer. Para ele, o prazer psÃquico era proporcionado pela brevidade da piada, uma brevidade de tipo especialâ€, resume o mestrando.
Foco Ã© estrutura semÃ¢ntica do humor
O professor SÃrio Possenti, do IEL, Ã© o orientador da dissertaÃ§Ã£o. Autor de vÃ¡rias publicaÃ§Ãµes na mesma linha de pesquisa, Possenti vÃª a piada como um fenÃ´meno da linguagem dotado de tÃ©cnica e de forma, que opera fortemente com estereÃ³tipos, geralmente servindo como veÃculo de um discurso proibido. â€œPor isso, os temas mais recorrentes nas piadas sÃ£o sexo, racismo, corrupÃ§Ã£o, adultÃ©rio, tragÃ©dias, defeitos fÃsicos, etc, discursos que encontram barreiras para emergir no contexto social bem comportado e polido. Passam a ser um solo discursivo fÃ©rtil, na medida que sua forma Ã© menos comprometedora ideologicamente. Contar uma piada racista nÃ£o implica necessariamente um enunciador racista. No mÃ¡ximo, em alguÃ©m com senso de humor de mau gosto ou maldosoâ€, acrescenta Gustavo Conde.
O fenÃ´meno da piada Ã© universal e, mesmo as culturas indÃgenas, trazem esta tradiÃ§Ã£o de brincar com os sentidos da lÃngua. Quanto Ã s especificidades, sÃ£o construÃdas a partir da literatura, da historiografia, das diferenÃ§as culturais e geogrÃ¡ficas, do arquivo discursivo. Assim, o mexicano Ã© ridicularizado pelo norte-americano, o belga pelo francÃªs, o irlandÃªs pelo inglÃªs. Dentro de Portugal, os alentejanos Ã© que se vÃªem rebaixados a â€œburrosâ€. â€œNa literatura russa, encontramos o humor pesado, dramÃ¡tico e dolorido de Dostoievski. MillÃ´r Fernandes jÃ¡ afirmara, de fato, que o tipo de humor mais agudo â€˜Ã© aquele que dÃ³iâ€™. Isso lembra uma alfinetada bairrista do carioca Nelson Rodrigues, para quem â€˜a pior forma de solidÃ£o Ã© a companhia de um paulistaâ€™. Temos aÃ uma piada que pega na feridaâ€, ilustra o mestrando.
Segundo Gustavo Conde, uma particularidade das piadas brasileiras Ã© o regionalismo, a disputa entre culturas acirrada pelos diferentes sotaques de uma lÃngua estabelecida em todo o territÃ³rio. Mas as piadas podem ser classificadas conforme a tÃ©cnica (duplo sentido, deslocamento, condensaÃ§Ã£o) ou tema (loiras, negros, papagaios): a primeira classificaÃ§Ã£o concentraria seus critÃ©rios no material lingÃ¼Ãstico e a segunda no aspecto discursivo, possibilitando ter diferentes tÃ©cnicas para um mesmo tema e diferentes temas numa mesma tÃ©cnica. O russo Victor Raskin, que publicou talvez o mais canÃ´nico dos livros sobre estudos lingÃ¼Ãsticos do humor (Semantic Mechanisms of humor, 1985), afirma que sua teoria pretende formular as condiÃ§Ãµes necessÃ¡rias e suficientes, em termos â€œpuramente semÃ¢nticosâ€, para que um texto seja engraÃ§ado.
Regionalismo â€“ O paulista Ã© ironizado por Nelson Rodrigues por causa do estereÃ³tipo de trabalhador chato, esnobe, preconceituoso, tedioso, enquanto o carioca sustenta a fama de malandro, bom de lÃ¡bia, folgado, aproveitador, vida boa. â€œPor que a mulher do paulista nunca fica gripada? Porque sempre dorme com um xaropeâ€, emendaria o bonachÃ£o com anos de praia. â€œSÃ£o esses estereÃ³tipos, provavelmente, o que torna as piadas sobre paulistas e cariocas mais interdependentes. Para a piada funcionar, um tem que estar em contraposiÃ§Ã£o ao outro. Do ponto de vista da anÃ¡lise do discurso, os embates entre paulistas e cariocas sÃ£o exemplares para observar o funcionamento das piadas regionais como um todoâ€, avalia Conde.
A imagem consagrada do mineiro Ã© a de caipira tÃmido, desconfiado, pouco conversador, mas que possui o dom de ludibriar os outros e que sempre se dÃ¡ bem. A dissertaÃ§Ã£o traz uma definiÃ§Ã£o de Frei Betto sobre mineirice: â€œSer mineiro Ã© dormir no chÃ£o para nÃ£o cair da cama; sorrir sem mostrar os dentes. Desconfiar atÃ© do prÃ³prio pensamento (...) Mineiro Ã© isso, sÃ´! Come as sÃlabas para nÃ£o morrer pela boca. Fala manso para quebrar as resistÃªncias do interlocutor. Sonega letras para economizar palavras. De vossa mercÃª, passa para vossemecÃª, vossÃªncia, vosmecÃª, vocÃª, ocÃª, cÃª, e num demora muito, usarÃ¡ sÃ³ o acento circunflexo!â€. Segundo Conde, o mineiro das piadas Ã© dono de laconismo e lÃ³gica impassÃveis que o deixam sempre em posiÃ§Ã£o de superioridade. â€œÃ‰ uma espÃ©cie de caricatura da competÃªncia pragmÃ¡ticaâ€, complementa.
Quanto ao gaÃºcho, estÃ¡ no topo das ocorrÃªncias de piadas regionais. Na opiniÃ£o de Gustavo Conde, trata-se de personagem singular no imaginÃ¡rio do brasileiro, por causa de referÃªncias histÃ³ricas enaltecidas pela literatura, como a ligaÃ§Ã£o com a terra, a lida com o gado, suas guerras, o desejo separatista e a proximidade geogrÃ¡fica e cultural com Argentina e Uruguai. â€œSobre os gaÃºchos, a Internet privilegia a oposiÃ§Ã£o macho-bicha, enquanto as publicaÃ§Ãµes impressas elegem traÃ§os mais dispersos como a rudeza, o machismo, a â€˜corniceâ€™ e tambÃ©m a â€˜bichice mÃ¡sculaâ€™. O tema da â€˜bichiceâ€™ mexe diretamente com o orgulho do personagem gaÃºcho e seu discurso da tradiÃ§Ã£o, da defesa de honras herÃ³icas e da identidade viril. O gaÃºcho Ã© macho atÃ© na â€˜bichiceâ€™, mantÃ©m a faca entre os dentesâ€, compara o pesquisador.
Ao final do trabalho, Gustavo Conde jÃ¡ encarava a anÃ¡lise de piadas como uma tarefa perfeita para lingÃ¼istas. â€œÃ‰ a lÃngua em seu funcionamento mais vivo. Numa piada, por sua natureza breve, os personagens que nela atuam tÃªm de acionar de imediato a memÃ³ria do leitor. Personagens como loucos, bÃªbados, deficientes fÃsicos e fanhos sÃ£o caracterizaÃ§Ãµes psicolÃ³gicas e fÃsicas de forte apelo popular, verdadeira iconografia discursivaâ€, afirma. NÃ£o por acaso, o lingÃ¼ista jÃ¡ vÃª a entrada do estereÃ³tipo de um novo grupo social no ranking do anedotÃ¡rio nacional: â€œVocÃª sabe por que a espingarda do mineiro tem dois canos? Para matar dupla sertaneja de GoiÃ¡sâ€.
Fonte: http://www.unicamp.br/unicamp/.
Instituto de Estudos da Linguagem (IEL):
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