CRIATIVIDADE NO MARKETING
PROPAGANDAS INTELIGENTES (HOTEL SUBAQUÁTICO EM DUBAI)
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O estaleiro Drydocks World, que há um mês correu risco de insolvência sob o peso de uma dívida de US$ 2,2 bilhões, selou acordo com a BIG InvestConsult, da Suíça, para a construção em Dubai de um hotel subaquático – duas estruturas conectadas, uma dentro da água e outra na superfície. O projeto está orçado em US$ 120 milhões.
Antonio Carlos Prado e Laura Daudén - Fonte: Isto É - Edição 2217.
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PROFESSOR TOM COELHO
www.tomcoelho.com.br www.setevidas.com.br. (Confira o logo do FM - http://www.tomcoelho.com.br/sites.asp?PN=3&intervalo=10&t=)
Apesar de vocês
* por Tom Coelho
"Quem tem um porquê suporta qualquer como." (Viktor Frankl)
Emmanuelle Garrido tem formação em Direito e ocupa cargo de chefia. Apesar de ser deficiente visual desde os seis meses de idade.
Monique Romano é gerente comercial e conseguiu superar uma grave crise financeira em sua empresa. Apesar da queda expressiva nas vendas ocorrida em determinado período.
Giselle Dellatorre trabalha para melhorar a qualidade de vida de crianças com doenças reumáticas. Apesar da falta de incentivo governamental.
Rodney Santos celebra todos os anos sua maior conquista pessoal: a vitória pela vida, após superar um câncer. Apesar do pessimismo de muitos, anos atrás.
Todos os nomes mencionados são de leitores, hoje amigos, com os quais me correspondo. Não são celebridades, participantes de reality shows ou receberam heranças ou facilidades. São pessoas diferentes porque decidiram enfrentar a mediocridade, o pessimismo, a negligência.
É comum nos abatermos diante das dificuldades. E superdimensioná-las. Nossos problemas são sempre mais relevantes do que os dos outros. Contratempos revestem-se de tragédias. Sentimo-nos incapazes, impotentes, injustiçados.
A frase que introduz este texto é do psiquiatra e psicólogo austríaco Viktor Frankl, criador da logoterapia, segundo a qual o desejo de encontrar um significado para a vida é a motivação básica do comportamento de um indivíduo. Estabelecer e perseguir um objetivo trilhando o próprio destino é aspecto mais relevante do que satisfazer instintos e aliviar tensões, como sustenta a psicanálise convencional.
Frankl pertencia à corrente judaica socialista marxista, a classe de judeus mais odiados por Hitler. Passando por quatro campos de concentração entre 1942 e 1945, perdeu os pais, a esposa e um irmão, sofrendo com os maus tratos e a fome. Mas sobreviveu, por seus princípios e por seus propósitos.
Teorizando a partir de suas observações e sua própria experiência, Frankl observou que um indivíduo pode encontrar um sentido para sua vida a partir de três vias (com base nos escritos do filósofo Rubem Queiroz Cobra):
1. Criando um trabalho, realizando um feito notável ou sentindo-se responsável por terminar um trabalho que depende fundamentalmente de seus conhecimentos ou de sua ação. Aqui poderíamos relacionar as contribuições de personalidades como Pasteur, Einstein e Bohr, entre outros.
2. Experimentando um valor, algo novo, ou estabelecendo um novo relacionamento pessoal. Esse é o caso de uma pessoa que está consciente da responsabilidade que tem em relação a alguém que a ama e espera por ela. O amor incondicional de uma mãe por um filho exemplifica essa tese.
3. Pelo sofrimento, suportando as amarguras inevitáveis diante da consciência de que a vida ainda espera muito de sua contribuição em relação às demais pessoas, como aconteceu com o próprio Frankl.
Nestes três casos, a resposta do indivíduo deixa de ser a perda de tempo em conversas e meditação, e se torna a ação correta e a conduta moral objetiva.
Tenho visto empresas que produzem e geram empregos, apesar dos juros elevados, da carga tributária indecente, da carestia das linhas de crédito.
Tenho visto profissionais que são promovidos, apesar de uma formação acadêmica deficitária, da ausência de um MBA ou da fluência em outro idioma.
Tenho visto pessoas que praticam ações filantrópicas, levando consigo o carinho do olhar, o calor do abraço e o conforto da palavra, apesar de pessoalmente não necessitarem disso.
Tenho visto casais que se reconciliam e amantes que se saciam, apesar das divergências e da eventual discórdia.
Aprecio muito o conceito de resiliência, a capacidade de superar adversidades. E meu amigo Roberto Ambrósio presenteou-me com uma metáfora sobre o boxe, um esporte duro e violento que nos lega de forma muito especial o conceito de assimilação.
Um boxeador toma um direto de direita e assimila, bem ou mal, o choque sofrido. Assimilar é tornar-se semelhante a. Como se o golpe passasse a ser uma parte da própria pessoa, modificando-a externa e internamente. O boxeador sofre, baqueia, devolve a energia potencial em forma de persistência (permanecer em pé), ou em forma de contragolpes defensivos, mas acima de tudo aprende enquanto assimila. Aprende que a guarda deveria estar mais alta, que a esquiva deveria ocorrer um décimo de segundo antes. Aprende com a dor e aprende sozinho.
Também tenho aprendido a oferecer menos resistência aos sacrifícios impostos, a suportar melhor as dificuldades, a ser mais tolerante. E a encontrar um sentido para a vida. Apesar dos que a tudo isso se opõem.
* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de "Somos Maus Amantes - Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento" (Flor de Liz, 2011), "Sete Vidas - Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional" (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.br e www.setevidas.com.br.
PROFESSOR X
COTA: EM QUANTAS PARTES?
A palavra cota – ou quota, numa grafia alternativa e de emprego minoritário – transformou-se, movida por uma legítima tendência da língua à concisão, na senha que identifica a política de reserva racial para estudantes de origem negra nas universidades brasileiras, que o Supremo Tribunal Federal aprovou por unanimidade.
Como se sabe, tal metonímia tem origem no fato de que uma cota (ou seja, fração, parte, parcela) do total de vagas nos exames de acesso a instituições de ensino superior – 20% no caso da Universidade de Brasília, que motivou a ação julgada agora – é reservada a candidatos que se declararem negros e assim forem confirmados por uma comissão.
A curiosidade pouco sabida é que o substantivo cota, tão identificado com uma das políticas abrigadas sob o guarda-chuva da chamada “ação afirmativa”, teve origem numa expressão interrogativa do latim. Quot queria dizer “quantos”. Hora quota est?, por exemplo, era “que horas são?”. Nosso substantivo cota, uma palavra do século 16, veio da interrogação quota pars?, isto é, “em que número de partes?”.
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/ - 28/04/12.
PROFESSORA PASQUALINA
COMO SER DESONESTO COM AS PALAVRAS
Há muitas formas de ser desonesto com as palavras. Uma parte substancial delas envolve a tentativa de engambelar ou intimidar o interlocutor dando-lhe a impressão de que não alcança aquilo que dizemos quando, na verdade, aquilo que não dizemos é tudo o que queremos dizer. Trata-se de um truque especialmente caro à alma brasileira, e existem três caminhos básicos para lográ-lo: por meio do vocabulário preciosista, do raciocínio tortuoso ou de ambos.
Vocabulário: “Uma precipitação pluviométrica potencial dá mostras de se abrigar nos alvéolos plúmbeos daqueles cúmulos-nimbos a boreste”. Tradução: “Vai chover”.
Raciocínio: “A manifestação da aparência nos acena com um vazio de bom tempo onde, a rigor, o que está sendo gerado é uma plenitude de tempo ruim”. Tradução: “Vai chover”.
O hermetismo de vocabulário é mais popular nos meios jurídicos, enquanto o de raciocínio faz muito sucesso em círculos acadêmicos. Quando o vocabulário preciosista se une ao raciocínio tortuoso, temos o juridiquês terminal ou o academiquês cascudo, ambos de efeitos devastadores para a inteligência. Em respeito à sacrossanta paz de espírito do domingo, o leitor será poupado de exemplos.
Nem sempre, porém, a desonestidade com as palavras consiste em fazê-las passar por cima da cabeça do outro. Não é menos desonesto o expediente de baratear a mensagem, vendê-la no saldão demagógico da ignorância. Graciliano Ramos acusava certos escritores modernistas de cometer tal crime ao agredir propositalmente a língua para afetar, de forma paternalista, uma origem popular que não era a deles, fazendo jus a um estranho elogio: “Como eles sabem escrever mal!”.
Entre a altitude rarefeita e o fundo do poço, entre o hermetismo e a liquidação, a sintonia fina da honestidade com as palavras deve ser buscada. Não é tarefa fácil, mas de seu sucesso talvez dependa mais que uma virtude moral: há quem diga que o próprio futuro da civilização está em jogo. E o pior é que nem todos os perigos residem aí. Há casos em que a desonestidade com as palavras, expressa em português claro, é só desonestidade mesmo:
“Nunca vi essa mulher mais gorda. Essa mancha é do seu batom, querida. Não, esta cueca não é minha. Nem do meu tamanho é, repare. Eu já disse que não sabia de nada!”
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/ - 29/04/12.
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