CRIATIVIDADE NO MARKETING
PROPAGANDAS INTELIGENTES (FIAT 500)
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Escultura de Lorenzo Quinn chama a atenção em Londres...
A escultura "Vroom Vroom", do artista plástico Lorenzo Quinn, está chamando a atenção no Park Lane, em Londres, onde foi instalada.
Com quatro metros de altura, a peça mostra uma mão gigante de alumínio segurando um Fiat 500.
A obra faz parte do City of Sculpture Festival (festival cidade da escultura).
Antes, já havia sido exibida em Valência, na Espanha, e em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
O artista é filho do ator Anthony Quinn.
Fonte: Folha de S.Paulo - 25/01/11.
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PROFESSOR TOM COELHO
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Miopia e Astigmatismo Corporativos
*por Tom Coelho
“Há flores por todo canto. Para quem quiser enxergá-las”.
(Henri Matisse)
Profissionais e corporações necessitam visitar urgentemente um oftalmologista. Explico.
Há empresas que promovem campanhas nos meios universitários para recrutamento de estagiários e trainees. Mas impõem-lhes tantos pré-requisitos que acabam por não preencherem as vagas. Formação “sólida” e em instituição de ensino de “primeira linha”; fluência em, no mínimo, dois idiomas; domínio de microinformática, o que abrange processador de texto, planilha eletrônica, banco de dados, software de gestão, entre outros; e, a pior das exigências, experiência anterior “desejável”.
Estas mesmas empresas não observam no seio de seus próprios quadros a existência de uma legião de jovens que, relegados a cargos de auxiliar ou assistente, apresentam grande potencial, seja pelo espírito de liderança, pelo senso de iniciativa, pelas atitudes empreendedoras ou mesmo pela necessidade. Porém, permanecem como pedras brutas que precisam ser lapidadas – mas talvez nunca o sejam.
Estas companhias, por força de sua incapacidade de enxergar em seus jovens colaboradores um futuro promissor, sofrem de miopia.
Há empresas, por outro lado, que no embalo de modismos e recomendações de gurus, charlatões e aproveitadores de toda ordem, resolvem promover reformas, reestruturações, reengenharias e que tais. Neste processo, “descobrem” que certos colaboradores com idade superior a 40 anos estão velhos e ultrapassados, contribuindo para aquele estado de morbidez que assola os negócios – e que motivou a tal reformulação. Mais ainda, custam caro aos cofres, pois recebem remuneração equivalente à de dois ou três executivos em condições de tecnicamente exercer igual função. Decidem, então, aposentá-los, convidando-os a “enfrentar novos desafios para promover seu desenvolvimento pessoal”. Um bilhete azul, uma indenização, uns meses adicionais de seguro-saúde. E livram-se do que se lhes apresenta como um problema.
O que não se percebe é que o executivo demitido conhecia não apenas a empresa, mas seu mercado com maestria. Perfil dos consumidores, armadilhas da concorrência. Vivência, experiência, maturidade. Tudo jogado ao vento que, talvez, venha a polinizar os campos de seu maior rival.
Estas empresas, por força de seu pragmatismo inconseqüente ao esfacelar sua equipe, sofrem de astigmatismo.
Analogamente, há os profissionais que não se conscientizam da necessidade de investirem em suas carreiras, ampliando seus conhecimentos, repertório e rede de contatos. Apostam na manutenção do in statu quo ante e acreditam que não correm riscos de qualquer ordem. Sistemáticos, automatizados, fazem tudo do mesmo jeito há anos e continuam dando as mesmas velhas respostas mesmo para as novas perguntas. Velhas soluções para novos problemas. Por não terem visão de futuro, mas apenas visão de passado, sofrem de miopia.
Mas há também aqueles que nunca estão satisfeitos com seu ambiente de trabalho. Vivem em transição, buscando recorrentemente novas corporações não por conta de um desafio que irrompa triunfante, possibilitando-lhes colocar à prova toda expertise e habilidade acumuladas, mas tão somente por um punhado de moedas a mais. Não se comprometem, não se envolvem, não apostam na viabilidade do empreendimento que gerenciam. Não desenham trilhas, não deixam marcas, não registram um legado. Por conta disso, sofrem de astigmatismo.
Há, ainda, outras versões de miopia e astigmatismo corporativo. Afinal, o que dizer de empresas que continuam a ofertar produtos e serviços para os quais simplesmente não há mais mercado? Calcados em um passado de glórias, recusam-se a aceitar a ocorrência de novas tendências, novos hábitos de consumo, novos padrões de comportamento. São companhias demissionárias, posto que demitidas por seus próprios consumidores, que optaram por produtos substitutos, tecnologicamente mais avançados, ostentando maior praticidade, menor custo e eficiência superior. Derrotadas, buscam incansavelmente justificativas para seu retrocesso sem visualizar o elefante sentado na sala de reuniões. Derrotadas e vencidas.
O mesmo aplica-se a profissionais sem profissão, cujas atividades são objeto de estudo epistemológico de tão superadas pelo tempo. Kevin Kline, protagonizando o arquiteto George Monroe em “Tempo de Recomeçar”, retrata bem o estereótipo. Um exímio construtor de maquetes, edificando-as manualmente há vinte anos, vê sua atribuição sucumbir diante da agilidade tridimensional do computador. Perde o emprego e, com ele, seu único pilar de sustentação.
Empresas que não valorizam profissionais, sejam eles jovens ou maduros. Profissionais que não buscam o autodesenvolvimento ou que menosprezam os locais por onde passam. Companhias que não enxergam sua posição relativa no mercado, ignorando o ambiente, a demanda e demais aspectos. Pessoas que não vislumbram oportunidades ou ameaças ao seu ofício.
E, assim, a cegueira se instala no mundo corporativo.
30/11/2004 - Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 15 países. É autor de “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional”, pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro livros.
Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br.
Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.tomcoelho.com.br e comunicada sua utilização através do e-mail talento@tomcoelho.com.br
ADM. MARIZETE FURBINO
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Casar é Preciso!
Por Adm. Marizete Furbino
“O passado é lição para refletir, não para repetir”.
(Mário de Andrade)
A ascensão de uma empresa está ligada primordialmente aos Recursos Humanos nela existente, portanto aliar desenvolvimento organizacional com investimento em Recursos Humanos é fundamental.
Como cada ser humano é ÚNICO, com seus anseios, talentos e objetivos, tem muito a contribuir para com a organização. Os funcionários recebem novo título, o de colaborador e estes que de fato merecem jus a este nome, são comprometidos e envolvidos com a organização, são cada vez mais participativos da gestão organizacional, contribuindo sempre com suas idéias geniais e sendo verdadeiros empreendedores dentro da própria organização onde exerce suas funções.
Sabemos que hoje, a maior commodity de uma empresa chama-se conhecimento, e é através deste que as organizações conseguem galgar vôos e se tornarem sólidas neste mercado onde a competitividade é tão acirrada.
Portanto, hoje, as empresas devem pensar em investir e valorizar cada vez mais o ser humano, caso contrário estará fadada ao fracasso.
Podemos considerar o RH (Recursos Humanos), como o maior patrimônio de uma organização, portanto, o maior investimento que uma empresa pode-se fazer é nas pessoas. Acreditar e apostar nos talentos nela existente, no potencial e na capacidade de cada ser humano.
As organizações têm que procurar enxergar que cada ser humano possui talento, desde o porteiro até a diretoria, todos têm idéias, inteligência e são criativos, portanto, possuem atributos valiosos, por isso, devem ser valorizados, sem distinção.
Nos momentos de crise, devem ficar “antenados” quanto ao seu maior patrimônio “as pessoas” e não desfazerem destas. Lembrar sempre que, as pessoas são os pilares ou esteios que sustentam uma organização e que ao desfazerem destas, a tendência é submergir, contribuir para que a organizar chegue ao caos.
Em meio às constantes mudanças em que vivemos neste séc.XXI, o importante é saber selecionar, saber recrutar, saber investir, saber manter e saber reter as pessoas dentro de uma organização, uma vez que são consideradas esteios da mesma.
É de fundamental importância lembrar sempre que, quando o colaborador é valorizado, existe maior dedicação, envolvimento e comprometimento do mesmo para com a organização, porque passa a amar o que faz e isto faz todo um diferencial, contribuindo então, no alcance das metas propostas, tornando-se verdadeiros empreendedores, deixando de ser meros empregados, porque participam de fato de todo processo organizacional. E esta satisfação ao exercer as funções constitui um diferencial de competitividade para as organizações.
Neste processo organizacional, conhecer cada colaborador é essencial.
Enxergar o colaborador como maior ativo intangível em uma organização e saber relacionar adequadamente talentos existentes e áreas de atuação é primordial para que a empresa torne-se competitiva.
Um dos grandes desafios para as empresas do séc.XXI, além de proporcionar condições para que os colaboradores executem suas ações com eficiência e eficácia, é o de fazer com que toda a empresa reconheça e valoriza cada funcionário como de fato colaborador, gente que possui talentos valiosos e também o de procurar fazer com que todos os departamentos e pessoas executem suas ações de forma interagida e integrada, conscientes de seu papel e do rumo a seguir, perseguindo os mesmos objetivos. Portanto, todos dentro de uma organização devem falar uma mesma linguagem, garantindo e canalizando esforços no alcance das metas propostas.
As organizações devem de forma urgente e emergente adotar a Gestão por Competência, onde toda a organização segue uma lógica única, preocupando em investir na formação dos profissionais, cujo objetivo é atender às demandas de negócios com eficiência e eficácia, contribuindo assim, para agregar valor à empresa e fazer o diferencial no mercado.
É preciso descortinar o passado, retirar os velhos hábitos, que podem ser prejudiciais nesta nova era: a era do conhecimento. É necessário que toda organização se comprometa em adotar novos hábitos, novas posturas, novos comportamentos, diante dos fatos e processos organizacionais.
Na era do conhecimento, praticar endomarketing dentro da organização é hoje fator sine-qua-non de sucesso. O Endomarketing é uma ferramenta do marketing dirigida ao público interno das organizações, cujo objetivo é: atrair manter e reter o cliente interno, para se obter resultados favoráveis à empresa, atraindo, mantendo e retendo também os clientes externos, perseguindo e alcançando assim, qualidade significativa do produto ou do serviço prestado.
As ações de endomarketing buscam a satisfação do público interno e o seu comprometimento com os objetivos organizacionais, contribuindo assim, para que todos trabalhem em sintonia, em prol de um melhor atendimento ao cliente, buscando cada vez mais a excelência.
Para alcançar sucesso dentro da organização é preciso que transforme gerentes em grandes lideres, uma vez que estes além de comprometidos e envolvidos com toda organização, será sabedor da importância da delegação de tarefas, criando um vinculo de confiança entre todos os envolvidos no processo, e o resultado será um só: aumento de produtividade com qualidade.
O colaborador será consciente de sua importância dentro da organização, bem como da importância de estratégias utilizadas para atender com eficácia todos os clientes, exercendo suas funções com comprometimento, envolvimento, transparência e cooperação.
A valorização e reconhecimento dos clientes internos constituem-se fator essencial para que a organização não só sobreviva, mas para que permaneça perene, neste mercado onde a competitividade é tão acirrada, e em contrapartida os colaboradores deverão estar comprometidos com os resultados organizacionais esperados.
É preciso que a empresa valorize o funcionário, para que este torne a ser de fato um colaborador, mas também é preciso que o colaborador valorize a organização em que está inserido, para que o mesmo não apenas passe pela organização, mas, deixe a sua contribuição. Portanto, ambos deverão realizar um “casamento”, casamento este que impregne a harmonia, e que possam ser atendidas as necessidades e anseios de ambos (empregado e empregador).
Como em um casamento, é de suma importância que exista entre todos os colaboradores, o amor e o desejo de sempre continuar, alimentando o sentimento através de atitudes que expressam e contribuem para manter um relacionamento, tais como: respeito, confiança, carinho, admiração, fidelidade, criatividade, transparência nas ações, muito diálogo, comunicação, maturidade, e atuar em prol da conquista sempre. Caso contrário corre-se o risco de chegar à mesmice e desmoronar toda a relação, levando a organização a naufragar.
Assim é a vida organizacional, há que se ter, portanto, um casamento perfeito entre colaborador e organização, onde todos os objetivos estejam claros, definidos e perseguidos. Onde cada um sabe exatamente o que fazer para contribuir com o todo, se preocupando em alcançar sempre a eficiência e eficácia nas ações, em prol da qualidade, sabendo exatamente do caminho a percorrer e que estratégias utilizar.
Portanto, sentir amor pela organização em que está inserido, pela função/atribuição é imprescindível, pois, quando o amor é verdadeiro e forte, é possível superar obstáculos e seguir em frente.
04/08/2007 - Marizete Furbino, com formação em Pedagogia e Administração pela UNILESTE-MG, especialização em Empreendedorismo, Marketing e Finanças pelo UNILESTE-MG. É Administradora, Consultora de Empresa e Professora Universitária no Vale do Aço/MG.
Contatos através do e-mail: marizetefurbino@yahoo.com.br
Reprodução autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado a autora e o site www.marizetefurbino.com e comunicada sua utilização através do e-mail marizetefurbino@yahoo.com.br
PROFESSOR X
RISCOS E RECOMPENSAS EM 2011
As perspectivas para a economia mundial em 2011 envolvem, em parte, a persistência das tendências estabelecidas em 2010.
São: recuperação anêmica e em forma de U nas economias avançadas, enquanto empresas e domicílios continuam a consertar os estragos em seus balanços; e uma recuperação mais forte, em forma de V, nos países de mercado emergente.
Isso resultará em crescimento de cerca de 4% para a economia mundial, com cerca de 2% de crescimento nas economias avançadas e média de 6% para os emergentes.
Mas existem tanto riscos quanto possibilidades positivas nesse cenário. Um dos riscos mais importantes é que o contágio econômico se amplie na Europa, caso os problemas da zona do euro atinjam Portugal, Espanha e Bélgica.
Os Estados Unidos representam outro dos riscos. Em 2011, é provável que enfrentem um segundo mergulho no mercado de imóveis residenciais, desemprego elevado e problemas na criação de empregos, uma compressão de crédito persistente, rombos imensos nos orçamentos estaduais e municipais e custos de captação mais elevados.
Além do mais, o crescimento do crédito dos dois lados do Atlântico ficará restrito, já que as instituições financeiras vêm mantendo uma postura de aversão a riscos.
Na China e em outras economias de mercado emergentes, a demora para impor um aperto na política monetária pode alimentar uma alta na inflação que forçaria medidas mais duras posteriormente.
Também existe o risco de que os influxos de capital para os mercados emergentes sejam mal administrados, alimentando bolhas de crédito e de ativos.
Novos aumentos nos preços de petróleo, energia e commodities poderiam levar a termos desfavoráveis de comércio e a uma redução na renda real disponível nos países que são importadores líquidos de commodities, e ao aumento da pressão inflacionária nos emergentes.
Além disso, as tensões cambiais se manterão elevadas. Países com fortes deficit em conta-corrente precisam de depreciação nominal e real (para sustentar o crescimento via exportações líquidas ao mesmo tempo em que a redução de endividamento dos setores público e privado que está em curso mantém a demanda doméstica fraca).
Já os países superavitários (especialmente os de mercado emergente) utilizam intervenções cambiais para resistir a uma valorização nominal das taxas de câmbio e intervenções esterilizadas para combater a valorização real.
Isso está forçando os países deficitários a fazer ajustes na taxa real de câmbio por meio da deflação, o que torna mais pesada a carga de dívidas públicas e privadas e pode conduzir a calotes desordenados.
Mas também existem possibilidades de que as coisas se provem mais positivas. O setor empresarial americano está forte e vem demonstrando alta lucratividade, o que cria o escopo para investimentos de capital mais altos e novas contratações, que contribuiriam para crescimento mais robusto do PIB, acima da tendência para 2011.
De forma semelhante, a zona do euro, impelida pela Alemanha, pode avançar aos solavancos rumo a uma maior união econômica e política (alguma forma de união fiscal), o que ajudaria a conter os problemas em sua periferia.
A atenuação dos riscos e algumas surpresas agradáveis nos países desenvolvidos e emergentes poderiam levar a uma elevação maior na demanda por ativos de risco (ações e crédito), o que reforçaria a recuperação econômica.
A retroalimentação positiva do consumo a produção, renda e geração de empregos -tanto dentro dos países quanto entre diferentes nações, via canais comerciais- poderia acelerar ainda mais o ritmo do crescimento mundial.
Até o momento, os riscos e as possibilidades positivas parecem estar bem equilibrados. Mas, se políticas sólidas nos países avançados e nas grandes economias emergentes atenuarem os riscos mais presentes no primeiro semestre -relacionados a incertezas políticas e estruturais-, uma recuperação mundial mais persistente poderia surgir no segundo semestre e se estender até 2012.
NOURIEL ROUBINI é presidente da Roubini Global Economics (http://www.roubini.com/) e professor de economia na Escola Stern de Administração de Empresas (Universidade de Nova York). Este artigo foi distribuído pelo Project Syndicate.
Tradução de PAULO MIGLIACCI.
Fonte: Folha de S.Paulo - 23/01/11.
Escola Stern de Administração de Empresas (Universidade de Nova York) - http://www.stern.nyu.edu/AboutStern/index.htm
Project Syndicate - http://www.project-syndicate.org/
PROFESSORA PASQUALINA
A CIDADE E SUA BIBLIOTECA
No aniversário da cidade de São Paulo, a biblioteca Mário de Andrade reabre ao público, após obras de restauro e modernização.
O projeto dos arquitetos José Armênio Brito Cruz e Renata Semin introduziu um corredor transparente entre a entrada principal do edifício e a lateral da rua São Luís. A fachada austera ganhou predicado de leveza, que estimula o passante da Consolação a invejar o leitor interno, alheio à agitação da rua.
A biblioteca se apresenta em nova moldura: o projeto de paisagismo do arquiteto André Graziano renova a praça Dom José Gaspar.
Um cinturão verde abraça o edifício, o que permite o abrandamento da grade, diminuída e afastada do seu corpo. O busto de Mário de Andrade, da lavra de Bruno Giorgi, que ficou ao relento por 50 anos, foi convidado a entrar na sua casa.
Durante a obra, que custou à Prefeitura de São Paulo R$ 17 milhões, boa parte financiada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), algumas surpresas foram encontradas. Lambris, estantes e livros infestados de brocas e cupins, ausência de estrutura no piso da circulante, necessidade de refazer a rede elétrica e de implantar sistema de prevenção de incêndios.
Mas a inesperada novidade foi o desbaratamento de uma quadrilha que, de dentro da biblioteca, furtava obras raras do seu acervo e de outras instituições.
Ao assumir a prefeitura, José Serra priorizou, na cultura, a recuperação da Mário de Andrade. E convidou para a difícil tarefa o advogado Luís Francisco da Silva Carvalho Filho, que a dirigiu entre 2005 e 2007. Ele reviu o projeto herdado da administração anterior, que previa a escavação de três andares subterrâneos e a instalação de um restaurante no terraço, e reabilitou a revista da biblioteca, hoje certamente entre as melhores do gênero.
O acervo de 3 milhões de itens começou a ser enfrentado. Investimentos da prefeitura se somaram a recursos originários de premiações em editais da Petrobras e do BNDES, o que possibilitou um tratamento de choque numa coleção empoeirada. Nesse campo, assim como no da catalogação, praticamente tudo precisa ser feito.
A biblioteca da cidade não é apenas local, nem mesmo de alcance exclusivamente municipal; é a segunda do país e, portanto, uma biblioteca nacional. É principalmente uma biblioteca de pesquisa, com uma notável coleção de obras raras, composta de livros, periódicos, mapas, e de preciosa iconografia.
Sua missão é atender ao contingente e ao permanente, ao leitor esporádico e ao pesquisador exigente. Nos últimos anos, não cumpria bem nem uma nem outra de suas vocações. Estava paralisada.
Desde 1957, pouco mais de dez anos depois da inauguração, sua torre atingia a capacidade de armazenamento. O desafio passou a ser a construção da segunda torre. Um prédio cedido pelo governo do Estado à prefeitura, atualmente em obras na rua Bráulio Gomes, cumprirá essa função.
A obra que o prefeito Kassab inaugura amanhã promoveu o retorno da biblioteca circulante ao prédio principal. Aberta desde julho de 2010, a circulante já foi visitada por 90 mil leitores, que emprestaram 21 mil volumes. A obra liberou parte da torre da biblioteca, o que lhe permite voltar a respirar.
Abandonada pela cidade no processo de evasão do centro que se iniciou há 40 anos, a biblioteca Mário de Andrade revive.
Carlos Augusto Calil, 59, professor da ECA/USP, é secretário municipal de Cultura de São Paulo. - Fonte: Folha de S.Paulo - 24/01/11.
Mais detalhes:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bma/noticias/?p=8699
ECA/USP - www.eca.usp.br/
Não deixem de enviar suas mensagens através do “Fale Conosco” do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php