NA BOCA DA URNA
PROFESSOR X
Pessoal! Na reta final das eleições 2006, pesquisei um pouco da histórias das eleições no Brasil. Vejam abaixo.
HISTÓRIA DO VOTO NO BRASIL COMEÇOU EM JANEIRO DE 1532
A história do voto no Brasil começou 32 anos após Cabral ter desembarcado no País. Foi no dia 23 de janeiro de 1532 que os moradores da primeira vila fundada na colônia portuguesa - São Vicente, em São Paulo - foram às urnas para eleger o Conselho Municipal. A votação foi indireta: o povo elegeu seis representantes, que, em seguida, escolheram os oficiais do Conselho. Já naquela época, era proibida a presença de autoridades do Reino nos locais de votação, para evitar que os eleitores fossem intimidados. As eleições eram orientadas por uma legislação de Portugal - o Livro das Ordenações, elaborado em 1603. Somente em 1821 as pessoas deixaram de votar apenas em âmbito municipal. Na falta de uma lei eleitoral nacional, foram observados os dispositivos da Constituição Espanhola para eleger 72 representantes junto à corte portuguesa. Os eleitores eram os homens livres e, diferentemente de outras épocas da história do Brasil, os analfabetos também podiam votar. Os partidos políticos não existiam e o voto não era secreto. Com a independência do Brasil, foi elaborada a primeira legislação eleitoral brasileira, por ordem de Dom Pedro I. Essa lei seria utilizada na eleição da Assembléia Geral Constituinte de 1824. Os períodos colonial e imperial foram marcados pelo chamado voto censitário e por episódios freqüentes de fraudes eleitorais. Havia, por exemplo, o voto por procuração, no qual o eleitor transferia seu direito de voto para outra pessoa. Também não existia título de eleitor e as pessoas eram identificadas pelos integrantes da Mesa Apuradora e por testemunhas. Assim, as votações contabilizavam nomes de pessoas mortas, crianças e moradores de outros municípios. Somente em 1842 foi proibido o voto por procuração. Em 1855, o voto distrital também foi vetado, mas essa lei acabou revogada diante da reação negativa da classe política. Outra lei estabeleceu que as autoridades deveriam deixar seus cargos seis meses antes do pleito e que deveriam ser eleitos três deputados por distrito eleitoral. Em mais uma medida moralizadora, o título de eleitor foi instituído em 1881, por meio da chamada Lei Saraiva. Mas o novo documento não adiantou muito: os casos de fraude continuaram a acontecer porque o título não possuía a foto do eleitor. A juíza do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, Ana Maria Amarante, afirma que, mesmo com esses problemas, é interessante perceber que já naquela época havia consciência da importância do voto. "As leis já refletiam a preocupação de que realmente se apurasse a vontade daqueles poucos que integravam o universo dos eleitores. Mas, sem dúvida alguma, era um processo eleitoral direcionado, que não revelava um nível sequer razoável de exercício de democracia", afirma. Depois da Proclamação da República, em 1889, o voto ainda não era direito de todos. Menores de 21 anos, mulheres, analfabetos, mendigos, soldados rasos, indígenas e integrantes do clero estavam impedidos de votar. O voto direto para presidente e vice-presidente apareceu pela primeira vez na Constituição Republicana de 1891. Prudente de Morais foi o primeiro a ser eleito dessa forma. Foi após esse período que se instalou a chamada política do café-com-leite, em que o Governo era ocupado alternadamente por representantes de São Paulo e Minas Gerais. O período da República Velha, que vai do final do Império até a Revolução de 1930, foi marcado por eleições ilegítimas. As fraudes e o voto de cabresto eram muito comuns, com os detentores do poder econômico e político manipulando os resultados das urnas. Em uma eleição desse período, ocorrida no Rio de Janeiro, tantos eleitores votaram duas vezes que foi preciso empossar dois governadores e duas Assembléias Legislativas. Para o cientista político Jairo Nicolau, autor de um livro sobre a história do voto, a República representou um retrocesso em relação ao Império, em razão da prática do voto de cabresto. "As eleições deixaram de ter relevância para a população, eram simplesmente uma forma de legitimar as elites políticas estaduais. Elas passaram a ser fraudadas descaradamente, de uma maneira muito mais intensa do que no Império. Dessa época vêm as famosas eleições a bico de pena: um dia antes da eleição, o presidente da Mesa preenchia a ata dizendo quantas pessoas a tinham assinado, fraudando a assinatura das pessoas que compareciam", narra. Informações da Agência Câmara.
Fonte: http://jbonline.terra.com.br/destaques/2004/eleicoes2004/temporeal/x03108140.html
CRONOLOGIA
1824 Pela Constituição de 1824, podem votar homens maiores de 25 anos (21 anos, se casados ou oficiais militares, e independentemente da idade, se clérigo ou bacharel). Mulheres e escravos não votam. É exigida renda mínima de 100 mil réis para ser votante e 200 mil réis para ser eleitor. Primeira lei eleitoral do Brasil independente.
1842 O alistamento de eleitores passa a ser feito antes do dia das eleições.
1846 Os valores de renda para ser eleitor são atualizados: 200 mil réis para ser votante e 400 mil réis para ser eleitor.
1875 Criado o primeiro título de eleitor.
1881 As eleições para Câmara dos Depurados, Senado e Assembléias Provinciais passam a ser diretas.
1882 Exigência de alfabetização para alistamento de novos eleitores.
1889 Fim da exigência de renda para ser eleitor. Redução, para 21 anos, da idade para ser eleitor. Exigência de se saber ler e escrever para ser eleitor.
1932 O Código Eleitoral concede o direito de voto às mulheres; cria a Justiça Eleitoral; introduz um sistema misto (parte majoritário, parte proporcional) nas eleições para Câmara dos Deputados.
1933 Utilização do envelope oficial (onde o eleitor devia inserir a cédula eleitoral) na eleição.
1934 Redução, para 18 anos, da idade para ser eleitor. Alistamento e voto passam a ser obrigatorios.
1937-1945 Suspensão das eleições.
1945 Adoção da representação proporcional nas eleições para Câmara de Deputados, assembléias legislativas e câmaras de vereadores. Primeiras eleições nas quais mais de 10% da população comparece para votar. Eleições multipartidárias para presidente e Congresso.
1947 0 Partido Comunista Brasileiro (PCB) perde o registro e deixa de participar das eleições.
1955 A cédula oficial é utilizada pela primeira vez nas e1eições para a presidência.
1956-57 Recadastramento eleitoral.
1962 A cédula oficial é usada pela primeira vez nas eleições para Câmara dos Deputados.
1965 Suspensão das eleições para presidente e fechamento dos antigos partidos.
1966 Suspensão das eleições para governador e prefeito de capitais.
1966-78 Eleições bipartidárias para Câmara dos Deputados, Senado, câmaras municipais e parte das prefeituras.
1980 Fundação de novos partidos.
1982 Volta das eleições diretas para governador.
1985 Concessão, pela primeira vez na história republicana, de direito de voto aos analfabetos. Registro de novos partidos, entre eles os comunistas. Pela primeira vez, todos os prefeitos de capital, estâncias hidrominerais e municípios considerados áreas de segurança nacional são eleitos diretamente.
1986 Recadastramento eleitoral, com informatização do cadastro de eleitores.
1988 Voto facultativo para jovens de 16 e 17 anos.
1989 Volta das eleições diretas para presidente. Primeira eleição para o Executivo que utiliza a regra dos dois turnos.
1996 A urna eletrônica é usada em 57 municípios.
1998 Primeira eleição em que o chefe do Executivo pode se recandidatar.
2000 Primeira eleição em que todos os eleitores votam na urna eletrônica.
Fonte: www.direitoshumanos.rj.gov.br/docs/dh_brasil/cronologia.htm
Boa eleição à todos e até a próxima semana! Não esqueça: Vote consciente!
Abraços
Professor X
PROFESSORA PASQUALINA
Em decorrência das eleições, vamos deixar para justificar as frases e os textos da edição anterior, na edição 93.
Boas eleições a todos e votem conscientemente!
Deixo para vocês uma frase para reflexão nesse momento tão importante:
"O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante do idiota que quer bancar o inteligente"
(Confúcio, pensador chinês que viveu entre 551 a.C. e 479 a.C. Suas idéias falam sobre o comportamento e a moral do homem e formam a base da filosofia chinesa)
Até a próxima semana.
Abraços
Professora Pasqualina