O PODER DO MARKETING VII
PROPAGANDAS INTELIGENTES VII
Uma propaganda de uma agência de empregos em Berlim, Alemanha. Mostra pessoas trabalhando dentro de máquinas de auto atendimento, com a seguinte mensagem: "A vida é curta demais para se gastar no emprego errado."
(Colaboração: Hélio Bob Pai)
PROFESSOR X
Resposta do desafio do tijolo da semana passada: 3kilos. Em caso de dúvidas, mandem e-mail através do Fale Conosco que responderei. Parabéns mais uma vez aos que tentaram. Alguns acertaram! Eu respondi e enviei e-mails a todos que enviaram suas respostas (mesmo as certas), com os detalhes da solução do desafio.
Recebi e-mail de um leitor, solicitando informações sobre overbooking. Partindo do princípio que se trata da questão aérea, passo abaixo algumas informações.
OVERBOOKING
Até o início da década de 1990, com exceção do período da chamada alta estação, o aproveitamento médio dos vôos regulares, assim identificados aqueles que operam independentemente do número de passageiros reservados, era de aproximadamente 60% dos assentos oferecidos. Essa baixa ocupação permitia as empresas aéreas conviverem com os passageiros "no-show", ou sejam, os reservados que não se apresentam para embarque, sem aplicar penalidade e revalidando os respectivos bilhetes de passagem para outro vôo ou reembolsando o valor pago.
A partir dos anos 90, notadamente com a sedimentação da "deregulation" caracterizada pela diminuição da interferência governamental no controle da oferta e dos preços das passagens aéreas, a introdução de tarifas reduzidas, a globalização e, principalmente, maior liberdade na concorrência, resultou que em muitos segmentos do transporte aéreo a procura tornou-se maior que a oferta de lugares, significando que o "no-show", inviabilizando a confirmação de outro passageiro, representa efetivo prejuízo, visto que, ao fechar a porta da aeronave todos os assentos não ocupados transformam-se em mercadoria deteriorada.
Como solução para evitar ou compensar em parte o prejuízo causado pelo "no-show" a maioria das empresas aéreas adotam a prática de aceitar reservas em número superior aos assentos disponíveis, com base em uma previsão estimada dos "no-show". Entretanto, por tratar-se apenas de estimativa, com freqüência ocorre a apresentação para embarque de passageiros reservados em número superior aos assentos disponíveis, ficando os excedentes impedidos de embarcar e dando origem ao chamado passageiro "overbooking". Tendo presente o elevado número de "no-show" a prática do "overbooking" tornou-se medida imperiosa para viabilizar economicamente a operação de certas rotas; nos serviços de ponte aérea é comum o mesmo executivo confirmar reservas para diversos horários no mesmo dia. Como essa medida é unilateral por parte de um dos contratante do transporte aéreo(no caso o transportador) enseja perdas e danos à outra parte(o passageiro) cujo transporte contratado não foi honrado.
Ao depois da adoção com sucesso do "overbooking" como medida protetora contra o "no-show", muitas empresas aéreas passam a usar o "overbooking" também para otimizar o aproveitamento econômico da aeronave, não apenas em relação aos assentos ocupados mas igualmente para priorizar as passagens cuja tarifa contribui para gerar melhor lucratividade("yield"). Para a mesma classe são comercializados bilhetes de passagem com preços diferenciados(tarifa de excursão, de grupo, ponto a ponto e outras) e com regras específicas, as quais produzem variados resultados econômicos; dessa forma o bilhete que corresponde à melhor lucratividade tem prioridade sobre os outros que passam a ser mascarados de "overbooking".
Atualmente, em geral durante a alta estação mas para certos destinos durante o ano todo, o passageiro reservado na classe econômica, portador de bilhete de passagem emitido com tarifa reduzida, não tem garantido o embarque até que seja efetivamente aceito na ocasião do despacho("check-in") devido a comercialização de assentos em número superior aos disponíveis. Algumas empresas limitam a acomodação desse passageiro para depois dos portadores de bilhetes de tarifa normal, exigem que esse passageiro se apresente para o "check-in" no mínimo 4 horas antes da partida e somente aceita os primeiros atendidos até completar a lotação do vôo desde que não deixe de acomodar passageiro "full fare"; no caso de viagem em grupo ou excursão a organizadora retem a passagem para aplicar penalidade ao "no-show" ainda que sem previsão contratual. Essas e outras medidas são implementadas para proporcionar melhor produtividade.
Em resumo, o "overbooking" inicialmente usado apenas para compensar o "no-show" tornou-se uma ferramenta para assegurar melhor resultado econômico do vôo, priorizando os passageiros da chamada tarifa integral("full fare"). O "no-show" de tarifa reduzida é hoje em dia penalizado pelo valor da passagem pois a mesma tem validade restrita às reservas confirmadas, entretanto, os de tarifa integral continuam sem penalidade devido o valor dessa passagem compensar esse procedimento.
Saiba mais:
Revista Brasileira de Direito Aeroespacial
http://www.sbda.org.br/revista/Anterior/1605.htm
Outros sites para pesquisa:
S.O.S. CONSUMIDOR
http://www.sosconsumidor.org.br
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROCURADORES DO TRABALHO
http://www.anpt.org.br/biblio/ler_artigos.cfm?cod_conteudo=7969&descricao=artigos
Abraços
Professor X
PROFESSORA PASQUALINA
DIFICULDADES DA TRADUÇÃO
Em livro para iniciados, o autor italiano vê a arte de traduzir como "negociação" e defende a fidelidade ao idioma original.
Se, como dizia Freud, a melancolia, por oposição ao luto, é a dor pela perda de um objeto que não se conhece, então a atividade de tradução é mesmo uma das mais melancólicas possíveis. O tradutor se aventura permanentemente num território de completa alteridade e, mesmo quando chega a conhecer seu objeto, está condenado a perdê-lo no momento de traduzi-lo. Traduzir é necessariamente perder.
Se já é impossível traduzir o que se pensa para o que se diz, o que uma pessoa diz para o que outra pessoa entende, imagine-se então verter toda uma cultura, uma tradição, uma ambiência, uma visão de mundo para outra completamente diferente. Umberto Eco, em seu último livro, "Quase a Mesma Coisa", consola um pouco a tarefa do tradutor e reduz a idéia de "perda" para a idéia mais simpática de "negociação". Traduzir, para o autor, é negociar. Perde-se aqui, ganha-se acolá.
Se não podemos chegar à língua babélica ou adâmica, em que todos se compreendem magicamente, e se também não nos satisfazemos com a multiplicidade infinita de incompreensões (coisa que nenhum tradutor Altavista consegue resolver), a solução, para Eco, seria aprendermos sempre a lidar e a ajustar as nossas diferenças. Afinal, como ser fiel (conceito que Eco discute em profundidade) numa tradução do italiano para o português, se, por exemplo, as palavras "sobrinho", "sobrinha", "neto" e "neta", em italiano, são todas representadas por uma única palavra: "nipote"?
Restrições:
Por que, em português, que, assim como o italiano, também deriva do latim, resolveu-se desdobrar em quatro aquilo que na Itália restringiu-se a apenas um? Eco responde a esse abismo cultural, dizendo que a tradução se refere a "mundos possíveis", mundos que necessariamente implicam um contexto narrativo, sintático e temporal, e mundos relativos, não absolutos, sempre sujeitos a novas mudanças.
Se dizem que a palavra "saudade" só existe em português, será que os falantes de outras línguas não têm esse sentimento? Como traduzi-la: sentir falta, sentir a ausência, fazer falta? Como traduzir uma expressão como "Dá-lhe 70!" para outra língua qualquer, sem perder toda a brasilidade sintetizada nesta única expressão?
Exemplos:
Umberto Eco nos fala da substância da língua, de perdas e compensações, de fontes, sistemas, reversibilidades e efeitos, sempre exemplificando com suas próprias traduções e com traduções que outros fizeram de textos seus, para buscar alternativas para problemas aparentemente insolúveis.
Tantas considerações interessantes, entretanto, restringem-se, pela singularidade do campo semiótico, a um grupo reduzido de leitores especializados. A apresentação do livro e o próprio livro, como objeto, dão a entender que se trata de um panorama do processo de tradução bem mais abrangente do que aquilo que é realmente abordado em suas páginas. Mais um problema de tradução entre o conteúdo e a aparência.
QUASE A MESMA COISA
Autor: Umberto Eco
Tradução: Eliana Aguiar
Editora: Record
Quanto: R$ 50 (492 págs.)
Avaliação: bom
Noemi Jaffe - Fonte: Folha de S.Paulo - 29/09/07.
ATENÇÃO: AULAS DE INGLÊS. Aulas de inglês para pequenos grupos com a Professora Pasqualina e sua parceira Professora Patrícia. No Barreiro e no Eldorado. Contato - 33889365.
Não deixem de enviar suas mensagens através do “Fale Conosco” do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php