CRIATIVIDADE NO MARKETING XVII
PROPAGANDAS INTELIGENTES XVII - DIA DAS MÃES
Anúncio divulgado no Diário do Comércio em alusão ao Dia das Mães do ano de 1950: texto poético e apelo religioso na comparação da "mãezinha" a um "anjo bom".
Publicado na edição do Diário do Comércio de 18 de maio de 1950, traz um texto poético e de apelo religioso em que a "mãezinha" é comparada a um "anjo bom". A única referência ao consumo aparece na imagem que mostra três crianças segurando pacotes e um arranjo de flores.
Fonte: http://www.dcomercio.com.br
PROFESSOR X
ATÉ ENGENHARIA JÁ É ENSINADA À DISTÂNCIA
Inicialmente restrita aos cursos de formação de professores e administração, a educação à distância começa a ser oferecida no Brasil em áreas em que sua aplicação não é consensual, como engenharia, enfermagem, ciências aeronáuticas e até disciplinas de medicina.
A Universidade de Uberaba (MG), por exemplo, oferece graduação à distância para as engenharias civil, ambiental, de computação, elétrica e de produção, além de um curso de ciências aeronáuticas.
Em Santa Catarina, o centro universitário Leonardo da Vinci tem curso de engenharia de produção à distância. A PUC-RS já teve um de engenharia química e a Universidade Federal de São Carlos começou no ano passado sua engenharia ambiental nesse formato.
No caso dos cursos de enfermagem, ao menos duas instituições oferecem ele à distância: Uninove, de São Paulo, e Uniderp, de Mato Grosso do Sul. Licenciatura em educação física pode ser feita na Universidade Federal do Amazonas e na Universidade Fumec, de Minas Gerais.
Na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), os alunos de medicina podem fazer parte do curso de graduação na modalidade semipresencial. Parte do conteúdo da disciplina "Técnica Operatória e Cirúrgica Experimental", cursada pelos alunos do terceiro ano, é oferecida à distância.
Alerta: A maioria dos cursos realizados à distância ainda é dado nas áreas de educação e administração (73% deles estavam nesses dois grupos).
Sua expansão para áreas menos usuais, no entanto, põe em alerta algumas entidades.
No ano passado, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, em seu 6º Congresso Nacional, aprovou uma resolução de "não apoiar a graduação à distância para formação em qualquer nível".
Posição semelhante tem o Cofen (Conselho Federal de Enfermagem). "Os cursos da área de saúde exigem formação prática muito grande e não há como oferecê-los à distância. Nos preocupa muito a possibilidade de pessoas que serão formadas para cuidar de gente terem pouco contato com pacientes em sua formação. Não se aprende enfermagem cuidando de bonecos", diz Manoel Neri, presidente do órgão.
Especialistas em educação à distância defendem a modalidade. Para Vani Kenski, da USP, mesmo nos cursos que exigem mais conhecimento técnico, disciplinas podem ser planejadas para que haja uma parte em ambiente virtual.
Fredric Litto, da Associação Brasileira de Educação à Distância, conta que nos EUA as universidades oferecem graduação em cursos técnicos à distância há bastante tempo. "O curso é mais organizado."
Antônio Gois/Verena Fornetti - Fonte: Folha de S.Paulo - 03/05/08.
PROFESSORA PASQUALINA
FERNANDO PESSOA EXPÕE LISBOA DE "EXCESSOS"
Portugal é um país com vocação para o fado. Inevitável, dirão alguns: como é possível que um pequeno país europeu, dono do mundo no século 15, tenha sobrevivido à perda do Império com a cabeça limpa?
Resposta evidente: não sobreviveu. O Brasil, verdade seja dita, ainda animou as hostes a partir do século 16. Mas, quando Napoleão resolveu marchar para a Península Ibérica, o agudo sentido de decadência nunca mais abandonou os nativos.
Em 1807, o rei fazia as malas e fugia para o Brasil; o Brasil, poucos anos depois, declarava a independência; e as guerras civis em solo luso fizeram o resto. Ser português era sofrer: era lembrar a glória perdida e suspirar de tédio ou náusea. De Eça de Queirós a Oliveira Martins, não houve intelectual com pretensões que não tenha escrito sobre o "atraso" nacional.
Portugal era aquele sítio que dava vontade de morrer. Ou, então, dava vontade de matar.
Dito e feito: em 1908, o rei d. Carlos era assassinado a tiro.
Veio a República. E, com ela, veio um estado de violência revolucionária que durou até 1926, altura em que os militares acabaram com a festa e prepararam o caminho para Salazar.
O livro de Fernando Pessoa, "Lisboa - O que o Turista Deve Ver", um inédito escrito em 1925 (em inglês), não pode ser entendido sem a História. Não pode ser entendido sem o forte sentido de "descategorização civilizacional" que não poderia deixar de entristecer um "patriota cosmopolita" como Pessoa. Será esse sentimento que o levará a exaltar Lisboa para consumo estrangeiro.
A Lisboa que o leitor tem nas páginas do livro é sempre excesso: os funcionários são "competentes", "poliglotas", "afáveis"; todos os edifícios são "belos", ou "obras-primas", ou exemplares "sem paralelo na Europa".
Contornos: Confrontado com tais descrições, a primeira atitude é questionar se uma cidade assim tão perfeita existiu algum dia na Terra. Uma coisa é certa: para quem vive hoje em Lisboa, a cidade apresentada no livro ganha contornos fantasmagóricos. Sim, alguns elementos continuam no sítio: a belíssima Praça do Comércio continua a maravilhar os turistas e a albergar os serviços públicos; e, claro, os Jerónimos serão sempre os Jerónimos.
Mas, em contrapartida, onde está essa baixa pombalina que, em 1925, apresentava lojas "tão luxuosas como as suas congêneres européias"? Não está mais. E também não estão os hotéis do Rossio, que fugiram para a parte alta da cidade. Ou os cinemas da avenida da Liberdade, que hoje estão nos shoppings da periferia.
E se Pessoa, em 1925, se indignava com os lisboetas que não visitavam o frondoso Parque Eduardo VII, não sei o que diria ele hoje: "freqüentar o Parque Eduardo VII" é uma forma elegante para designar o negócio da prostituição na capital portuguesa.
Uma passagem, porém, despertou-me um sorriso irônico: ao passar pelo Chiado, em 1925, Pessoa prestava homenagem à estátua do poeta António do Espírito Santo. Quem diria que, em 2008, o poeta do Chiado seria outro. Neste caso, o próprio Fernando Pessoa, transformado em estátua e sentado à mesa de um café.
LISBOA - O QUE O TURISTA DEVE VER
Autor: Fernando Pessoa
Tradução: Maria Aurélia Santos Gomes
Editora: Companhia das Letras
Quanto: R$ 39 (192 págs.)
Avaliação: regular
João Pereira Coutinho - Fonte: Folha de S.Paulo - 03/05/08.
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