CRIATIVIDADE NO MARKETING
PROPAGANDAS INTELIGENTES (CARTAZES DE DIVULGAÇÃO DAS OLIMPÍADAS)
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Olimpíadas - Cartazes históricos dos jogos olímpicos. Confira alguns cartazes de Olimpíadas antigas que ficam expostos no Museu Olímpico de Lausanne, Suíça:
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Kátia Perin - Fonte: Veja - Edição 2223.
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PROFESSOR TOM COELHO
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Verdades e Mentiras
*por Tom Coelho
“Existem verdades que a gente só pode dizer
depois de ter conquistado o direito de dizê-las.”
(Jean Cocteau)
“Não existe mulher meio-grávida”.
Foi desta maneira que meu pai me ensinou que há situações nas quais inexiste o meio-termo. Ou é, ou não é.
Da mesma forma eduquei-me acreditando que a verdade também não admite interpretação dúbia. Como diria um provérbio iídiche, meia-verdade é uma mentira inteira.
Em tempos de crise de valores, quando a integridade, a idoneidade, a dignidade e tantas outras virtudes se despedem, tornando-se peças de museu, artigo raro seja na gestão pública, no mundo corporativo ou nas relações interpessoais, adotamos a verdade com vigor ainda maior. Primeiro, por princípio. E segundo, porque ela sempre vem à tona, cedo ou tarde.
Mas aí, como disse certa vez Luís Fernando Veríssimo, quando a gente acha que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.
Escrevi um artigo intitulado “A fragilidade da vida” no qual relato a experiência da descoberta de um câncer que acometeu meu pai. O fato nos foi revelado após exames para diagnosticar o que parecia ser um AVC (acidente vascular cerebral). E durante vários dias vivenciamos um dilema: os familiares sabiam que era um tumor maligno, enquanto meu pai imaginava tratar-se apenas de um breve coágulo no cérebro.
Quando penso em meu pai, sempre me vem à mente uma pessoa ativa, dinâmica, criativa e muito batalhadora. Com pouca instrução, teve a capacidade de promover grandes realizações em sua vida. Proporcionou estudo aos seus cinco filhos e jamais permitiu que algo nos faltasse. Domina a matemática de maneira invejável para muitos estudantes de nível superior. Porém, ao lado de tantos aspectos positivos, há um contraponto tenaz: um terrível hábito de cultivar o pessimismo em momentos de adversidade.
Este aspecto já nos distanciou algumas vezes. Chegamos a trabalhar juntos por alguns anos, mas a divergência entre nossas posturas era objeto constante de conflito. Perante uma vicissitude ou uma oportunidade, eu sempre acreditava que seria possível, que daria certo. Já meu pai partia do pressuposto de que o jogo estava perdido.
Conhecendo este padrão de comportamento eu sabia que o ideal seria omitir a verdade sobre sua doença. Afinal, a cabeça comanda o corpo, de modo que em seu período de maior debilidade física, o melhor seria fazê-lo acreditar que tudo era relativamente simples e passageiro.
Contudo, hospitais trabalham com protocolos médicos. E um deles determina que todo paciente deve ser esclarecido com franqueza sobre seu quadro clínico e o tratamento ao qual será submetido. Diante disso, o pneumologista sentenciou: “Ou vocês, familiares, contam a ele o que está se passando, ou contaremos nós”.
Minhas irmãs decidiram por consenso que esta tarefa caberia a mim. E dois dias depois lá estava a sós com meu pai, em seu quarto, ao lado de seu leito. Solicitei-lhe que se sentasse, por um instante, de frente para mim. Segurei-lhe as mãos e reproduzo a seguir um resumo do diálogo que sucedeu:
– Pai, você acredita em Deus?
– Sim, acredito!
– E confia em mim?
– Com toda certeza, meu filho.
– Pois então, seu problema é um pouco mais grave do que imaginávamos...
– Eu já sabia... Mas não me conte. Eu não quero ouvir! Não quero! (virando o rosto)
– Mas eu preciso lhe dizer, porque ou você ouve de mim, ou ouvirá dos médicos. Você está com um tumor no pulmão. É algo raro, ainda mais para quem, como você, nunca fumou. E o coágulo em seu cérebro é uma consequência deste tumor.
– Então estou liquidado...
– Pai, deixe de pensar assim! Há tratamento, há cura, e é por isso que você está aqui, num dos melhores hospitais do país e com ótimos especialistas.
– É verdade? Mas me diga uma coisa, meu filho: isso não é câncer não, certo?
– É pai. É câncer. Tumor e câncer são a mesma coisa. Pouco importa o nome que se dê, mas sim que a medicina está muito evoluída e que juntos vamos sair desta.
Após esta conversa, senti que sua aceitação foi muito positiva. As lágrimas que rolaram foram menos intensas do que se poderia esperar. Mas fundamentalmente notei que ele decidiu abraçar a luta pela vida, em vez de entregar-se à enfermidade.
Eu poderia ter lhe dito que o tumor é maligno. Que seu estágio é avançado, alcançando os dois pulmões e que o edema no cérebro é fruto de uma metástase, caracterizando a evolução da doença. Poderia ter lhe dito que os oncologistas trabalham com expectativa de vida e que a luta não é pela cura, mas pelo que chamam de sobrevida. Mas optei conscientemente pela omissão. E descobri que há circunstâncias em que, sim, cabem meias-verdades. Porque elas aliviam, em lugar de ferir. Porque elas não são um erro, nem tampouco um acerto, mas apenas o adequado. Porque elas podem confortar e promover a esperança. Uma verdade oculta não é uma mentira contumaz.
Nietzsche dizia: “Não pretendo ser feliz, mas verdadeiro”. Abro mão da verdade plena e da minha felicidade, para ver feliz quem amo.
14/08/2009 - Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 15 países. É autor de “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional”, pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro livros.
Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br.
Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.tomcoelho.com.br e comunicada sua utilização através do e-mail talento@tomcoelho.com.br.
PROFESSOR X
PROFESSORES DE QUALIDADE
Nos artigos anteriores, argumentei que uma boa gestão e políticas específicas para escolas e alunos com pior desempenho são elementos importantes de uma estratégia eficaz para melhorar a educação no Brasil.
O terceiro componente da estratégia é formar, selecionar e reter professores de qualidade.
No Brasil, somente 62% dos professores da educação básica possuem nível superior completo com licenciatura, que representa a formação adequada para lecionar nesse nível de ensino, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Além disso, existe um descompasso significativo entre a formação do professor e a disciplina que leciona, tanto nas séries finais do ensino fundamental quanto no médio.
Um primeiro passo para reverter esse quadro é estabelecer de forma clara o conjunto de competências que professores devem adquirir para que sejam atingidas as metas de aprendizagem dos alunos, e alinhá-lo com os programas de formação inicial e continuada de docentes.
Estudos recentes, como "Subjective and Objective Evaluations of Teacher Effectiveness", de Rockoff e Speroni, mostram que a combinação de informações objetivas e subjetivas sobre o desempenho dos professores pode ser eficaz para identificar docentes de qualidade.
Um indicador objetivo, que tem sido crescentemente utilizado em outros países, é o valor adicionado do professor, medido como sua contribuição para a elevação da nota do aluno em exames padronizados.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o governo federal fornece recursos para Estados que adotam medidas de valor adicionado como um elemento de seus sistemas de avaliação de professores.
O uso dessas medidas seria um componente importante de uma política de avaliação de professores no Brasil. Para isso, é necessário criar bases de dados que associem o desempenho dos alunos ao de seus professores.
Essas medidas objetivas devem ser complementadas por avaliações subjetivas por parte de diretores e examinadores externos.
Uma vez criada uma forma de avaliar a qualidade do professor, é preciso recompensar o professor com bom desempenho.
Alguns Estados, como São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais e, mais recentemente, Rio de Janeiro, criaram metas para cada escola pública e premiam os professores com base no grau de cumprimento dessas metas.
Em 2009, o governo de São Paulo criou um programa de progressão na carreira que depende do desempenho do professor em exames.
A avaliação dessas iniciativas será importante para que outros Estados e municípios possam escolher o modelo mais adequado.
Fernando Veloso, 44, é pesquisador do IBRE/FGV. Fonte: Folha de S.Paulo - 27/06/11.
IBRE/FGV - http://portalibre.fgv.br/
PROFESSORA PASQUALINA
À SOCAPA, QUER DIZER, NA MOITA
O debate político sobre o sigilo me lembrou uma locução adverbial antiguinha e romântica que, embora ainda apareça de vez em quando na língua viva, sobretudo quando se quer dar ao texto um sabor de época, anda injustamente esquecida: “à socapa”.
À socapa nasceu no século 16 e quer dizer às escondidas, sorrateiramente, de forma dissimulada ou sonsa, furtivamente, por baixo dos panos. Tem um sinônimo que talvez soe ainda mais antiquado – embora seja de fato mais recente, do século 18 – em “à sorrelfa”, de idêntico significado, e outro na atualíssima e informal expressão “na moita”.
O dado curioso é que socapa vem de “sob a capa”, o que basta para torná-la uma palavra datada: além de anacrônicos super-heróis, quem usa capa hoje em dia? Etimologicamente, isso basta para a socapa se sair melhor que a sorrelfa, que ninguém sabe de onde vem.
Às vezes a língua gosta de agir à socapa.
Kátia Perin - Fonte: Veja - Edição 2223.
Sobre Palavras -
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