FM - Faculdade Mental

NOSSOS COLUNISTAS - 21/04/2012

CRIATIVIDADE NO MARKETING

PROPAGANDAS INTELIGENTES (SÃƒO PAULO INDY 300)
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EmoÃ§Ã£o a 300 por hora. 29 de abril no sambÃ³dromo do Anhembi em SÃ£o Paulo.
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PROFESSOR TOM COELHO
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O trÃ¢nsito e as novas relaÃ§Ãµes de trabalho
* por Tom Coelho

"NÃ£o importa onde vocÃª trabalha, hÃ¡ mais de uma forma de criar um projeto, onde o entusiasmo Ã© palpÃ¡vel, onde algo que possa fazer a diferenÃ§a esteja ao virar a esquina." (Marcelo Costa)

Mobilidade. Este Ã© um dos maiores desafios de um mundo com sete bilhÃµes de pessoas. E nÃ£o apenas para as grandes cidades.
NÃ£o Ã© o direito, mas a capacidade de ir e vir que estÃ¡ comprometida. Dia destes, devido a uma chuva intensa e prolongada, levei quase duas horas para percorrer seis quilÃ´metros.
A questÃ£o ambiental estÃ¡ em voga. PorÃ©m, poucos percebem que um carro trafegando a uma velocidade mÃ©dia de pedestre consome mais pneus e pastilhas de freio, aumenta sua depreciaÃ§Ã£o e eleva o consumo de combustÃvel Ã s alturas, despejando mais gases de efeito estufa e poluindo ainda mais o ar.
A falta de transporte coletivo em quantidade e de qualidade impede a integraÃ§Ã£o do automÃ³vel com as redes de Ã´nibus, trem e metrÃ´. E mesmo as estaÃ§Ãµes inauguradas recentemente nÃ£o dispÃµem de edifÃcio-garagem para estimular o motorista a rodar menos com seu carro.
A mobilidade nÃ£o Ã© apenas um problema de infraestrutura viÃ¡ria, mas de saÃºde pÃºblica. Afora a perda material, hÃ¡ efeitos intangÃveis e de difÃcil mensuraÃ§Ã£o. Primeiro, o tempo das pessoas, que deixam de cumprir compromissos e realizar tarefas diversas porque estÃ£o presas no trÃ¢nsito. ReuniÃµes canceladas, clientes e pacientes nÃ£o atendidos, produÃ§Ã£o que deixa de ser gerada.
Segundo, o estresse. A paciÃªncia, a tolerÃ¢ncia e o equilÃbrio emocional sÃ£o colocados Ã prova ao extremo, trazendo Ã tona o que hÃ¡ de pior nas pessoas. Motoristas que nÃ£o dÃ£o passagem a pedestres e a outros veÃculos, motociclistas que trafegam irresponsavelmente em alta velocidade pelo corredor formado entre as faixas de rolagem, gente que ocupa assentos preferenciais no transporte coletivo e nÃ£o os cedem a quem de direito.
AliÃ¡s, sÃ£o os mais pobres os que mais sofrem. O desenvolvimento econÃ´mico empurrou os trabalhadores para a periferia das cidades, exigindo-lhes despertar no final da madrugada para se dirigirem ao trabalho, desperdiÃ§ando atÃ© seis horas diÃ¡rias para ir e voltar.
Nossa sociedade estÃ¡ privando as pessoas do convÃvio familiar e minando a saÃºde de seus trabalhadores. Aumentam os acidentes de trabalho, em decorrÃªncia do cansaÃ§o e da desatenÃ§Ã£o durante a atividade laboral, bem como os acidentes de trajeto. Crescem o absenteÃsmo, o presenteÃsmo, as doenÃ§as profissionais e psicossomÃ¡ticas.
Enquanto os governos nÃ£o fazem sua parte, mitigando os jÃ¡ mencionados problemas de infraestrutura, Ã© premente repensar as relaÃ§Ãµes de trabalho, incentivando o trabalho Ã distÃ¢ncia, mediante uma gestÃ£o por confianÃ§a capaz de prescindir da presenÃ§a fÃsica dos colaboradores na sede da empresa.
Precisamos avanÃ§ar na qualidade da conexÃ£o de banda larga para estimular as videoconferÃªncias. SÃ£o muitas as questÃµes que podem e devem ser resolvidas on-line ou por telefone. O trabalho SOHO (small office, home office) Ã© uma necessidade hoje e nÃ£o do futuro.
Ã‰ evidente que temos uma legiÃ£o de trabalhadores operacionais que jamais poderÃ£o ser incluÃdos neste sistema. Ainda nos anos de 1990 eu pretendia implantar uma jornada flexÃvel, mas era impraticÃ¡vel dentro de uma atividade industrial na qual o processo produtivo Ã© sequencial. Se o responsÃ¡vel pelo corte do aÃ§o decidisse chegar mais tarde, os soldadores nÃ£o teriam matÃ©ria-prima para trabalhar, comprometendo todo o sistema...
Por fim, cabe tambÃ©m um alerta aos profissionais. ConheÃ§o uma empresa que oferece cafÃ© e pÃ£o com manteiga Ã s oito horas da manhÃ£ aos seus vendedores apenas para exigir-lhes a presenÃ§a no escritÃ³rio antes de saÃrem Ã rua para as visitas agendadas, impedindo que alguns resolvam simplesmente dormir atÃ© depois das dez, expondo mais do que sua falta de profissionalismo, a ausÃªncia de comprometimento.
* Tom Coelho Ã© educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 paÃses. Ã‰ autor de "Somos Maus Amantes - ReflexÃµes sobre carreira, lideranÃ§a e comportamento" (Flor de Liz, 2011), "Sete Vidas - LiÃ§Ãµes para construir seu equilÃbrio pessoal e profissional" (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos atravÃ©s do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.br e www.setevidas.com.br.

PROFESSOR X

LIBERDADE INTELECTUAL NO STF
O requerimento entregue ao Senado pedindo o impeachment do ministro Marco AurÃ©lio por sua posiÃ§Ã£o no julgamento da interrupÃ§Ã£o de gravidez no caso da anencefalia representa, desde a redemocratizaÃ§Ã£o, um dos maiores atentados Ã independÃªncia do JudiciÃ¡rio.
Na luta em defesa da ConstituiÃ§Ã£o e pelos ideais republicanos, o STF Ã© exemplo Ã naÃ§Ã£o, atuando com coragem, dedicaÃ§Ã£o e seriedade, reafirmando a necessidade de os governantes honrarem as leis, acima de suas vontades.
PorÃ©m, para que isso permaneÃ§a, Ã© necessÃ¡ria uma JustiÃ§a efetiva, que sÃ³ se obtÃ©m com um JudiciÃ¡rio altivo, composto de homens e mulheres com liberdade intelectual.
Em um de seus mais inspirados momentos, Martin Luther King afirmou que "hÃ¡ um desejo interno por liberdade na alma de cada humano. Os homens percebem que a liberdade Ã© fundamental e que roubar a liberdade de um homem Ã© tirar-lhe a essÃªncia da humanidade".
O desejo interno por liberdade na alma do ser humano alcanÃ§a seu mais amplo significado na liberdade individual e intelectual de pensamento e de expressÃ£o.
Desaparecendo a liberdade, desaparecerÃ¡ o amplo debate de ideias, quebrando-se o respeito Ã soberania popular.
Uma naÃ§Ã£o livre se constrÃ³i com liberdade. Ela existirÃ¡ onde houver democracia, que nunca serÃ¡ sÃ³lida sem juÃzes independentes.
Na questÃ£o do feto anencÃ©falo, podemos ou nÃ£o concordar com o ministro Marco AurÃ©lio que "nÃ£o Ã© dado invocar o direito Ã vida dos anencÃ©falos". TambÃ©m podemos ou nÃ£o concordar com o ministro Lewandowski quando ele afirma que "uma decisÃ£o judicial isentando de sanÃ§Ã£o o aborto de fetos portadores de anencefalia abriria as portas para a interrupÃ§Ã£o da gestaÃ§Ã£o de inÃºmeros outros embriÃµes".
Mas jamais poderemos concordar com a tentativa de coaÃ§Ã£o da suprema garantia de liberdade intelectual dos membros da alta corte, pois isso equivale a censurar a liberdade de imprensa, a cercear a livre manifestaÃ§Ã£o de expressÃ£o -equivale a atentar contra a democracia.
Jamais os admiradores ou crÃticos de Marco AurÃ©lio poderÃ£o acusÃ¡-lo de subserviÃªncia, desonestidade intelectual, passividade e desinteresse por um Brasil melhor.
Com sua firmeza de carÃ¡ter e honestidade intelectual, o ministro honra o STF hÃ¡ mais de 20 anos, sendo modelo para o mundo jurÃdico.
NÃ£o raras vezes pretenderam suprimir a independÃªncia do juiz, cerceando sua liberdade intelectual. Mas nÃ£o serÃ¡ perante a "ConstituiÃ§Ã£o cidadÃ£" que, sob a falsa imputaÃ§Ã£o de crime de responsabilidade, serÃ¡ possÃvel restringir a autonomia do STF. SÃ³ excepcionalmente se prevÃª um abrandamento Ã vitaliciedade de seus membros, ao estabelecer em seu artigo 52 a competÃªncia do Senado para julgÃ¡-los.
Trata-se de norma de responsabilizaÃ§Ã£o por prÃ¡tica de infraÃ§Ãµes polÃtico-administrativas contra a ConstituiÃ§Ã£o. NÃ£o Ã© uma norma a ser utilizada para cercear a liberdade intelectual dos juÃzes.
Ao ministro Marco AurÃ©lio, que defende a vida, a dignidade da pessoa humana, a laicidade e a liberdade de crenÃ§a religiosa, aplica-se o SermÃ£o da Montanha: "Bem-aventurados os que tÃªm fome e sede de justiÃ§a, pois serÃ£o saciados".
Alexandre de Moraes, 43, advogado, Ã© professor da USP e da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Foi promotor, secretÃ¡rio da JustiÃ§a de SÃ£o Paulo e membro do Conselho Nacional de JustiÃ§a - Fonte: Folha de S.Paulo - 20/04/12.
USP - http://www5.usp.br/
Universidade Presbiteriana Mackenzie - http://www.mackenzie.br/

PROFESSORA PASQUALINA

PARA LEMBRAR JORGE AMADO
ExposiÃ§Ã£o em torno da obra do escritor inaugurada no Museu da LÃngua Portuguesa, em SÃ£o Paulo.
Dos autores brasileiros, Jorge Amado talvez seja o mais local, universal e internacional. Escrevia a partir da Bahia, sobre coisas da sua terra e sua gente, e seus livros encantavam leitores do mundo todo. Pelas contas da FundaÃ§Ã£o Casa de Jorge Amado, a obra do escritor baiano foi traduzida para 49 idiomas e premiada em lugares tÃ£o diversos quanto a ex-UniÃ£o SoviÃ©tica, a ItÃ¡lia e a FranÃ§a, sem contar o Brasil.
"Gabriela Cravo e Canela", "Tocaia Grande", "CapitÃ£es da Areia", "Dona Flor e Seus Dois Maridos", "Os SubterrÃ¢neos da Liberdade", "Bahia de Todos os Santos", "Mar Morto" e "NavegaÃ§Ã£o de Cabotagem" sÃ£o apenas alguns dos livros que escreveu em seus 89 anos de vida. Vida essa apresentada para o pÃºblico, na exposiÃ§Ã£o Jorge, Amado e Universal. Ela fica em cartaz atÃ© o dia 22 de julho no Museu da LÃngua Portuguesa, em SÃ£o Paulo, de onde segue para Salvador. Chega em 9 de agosto, um dia antes da festa do centenÃ¡rio de nascimento do escritor.
A ideia da organizaÃ§Ã£o Ã© que a mostra nÃ£o fique restrita a essas cidades, embora os R$ 3,2 milhÃµes captados pela Lei Rouanet devam ser usados exclusivamente nessas duas iniciativas. "JÃ¡ estÃ¡ quase certa uma temporada no Recife. Rio de Janeiro, BrasÃlia, Lisboa e no Porto tambÃ©m demonstraram interesse", conta William Naked, diretor-geral da exposiÃ§Ã£o, que sonha atÃ© com uma ida Ã Feira do Livro de Frankfurt em 2013, quando o Brasil serÃ¡ o paÃs homenageado e exposiÃ§Ãµes como essa serÃ£o bem-vindas.
DifÃcil serÃ¡ transportar a Bahia criada nos 420 metros quadrados do espaÃ§o do museu para esses outros lugares. SÃ£o 8.000 fitas do Nosso Senhor do Bonfim, 1.800 garrafas de dois litros de azeite de dendÃª, quatro sacas de cacau, mais de 600 imagens, 80 documentos originais, 110 livros, 243 placas de cronologia. Tudo para dar a dimensÃ£o de quem foi e o que produziu Jorge.
"Jorge Amado foi quem mais escreveu, mais foi traduzido, mais foi premiado. Se ele Ã© superlativo, entÃ£o a mostra tambÃ©m Ã©", explica a curadora Ana Helena Curti. Que o visitante nÃ£o espere um formato quadrado e cronolÃ³gico ou cenas de novelas e filmes, que tanto ajudaram a popularizar sua obra.
Para a curadora, nÃ£o faria sentido apresentar o que o pÃºblico jÃ¡ conhece e a ideia nÃ£o Ã© ser tÃ£o didÃ¡tico. "A maioria das pessoas jÃ¡ assistiu a alguma adaptaÃ§Ã£o audiovisual da obra de Jorge Amado, no cinema ou na televisÃ£o, atÃ© porque provavelmente ele Ã© o escritor brasileiro que mais foi adaptado para telenovelas, filmes e peÃ§as de teatro. O visitante trarÃ¡ tais impressÃµes consigo, mas esperamos que ele possa somar novas informaÃ§Ãµes e imagens a essas que jÃ¡ possui".
VÃdeos produzidos pela O2 Filmes, com depoimentos do prÃ³prio escritor, de estudiosos de sua obra, amigos e familiares ajudam a compor o universo do autor. Mas o visitante vai poder ver ainda manuscritos, fotos de viagens e de seu dia a dia, cartas recebidas de amigos ilustres, exemplares estrangeiros, livros de sua biblioteca particular e atÃ© sua coleÃ§Ã£o de camisas havaianas.
Logo na entrada, um mural de 9 m de comprimento por 4 m de altura, com azulejos brancos pintados com frases de Jorge Amado e imagens de objetos encontrados na Casa do Rio Vermelho, recebe o visitante.
Fonte: O Tempo - 16/04/12.
O centenÃ¡rio de Jorge Amado - http://jorgeamado.com.br/centenario.php
A exposiÃ§Ã£o - http://centenariojorgeamado.com.br/Agenda.aspx?publicacao=30