FM - Faculdade Mental

NOSSOS COLUNISTAS - 08/04/2011

CRIATIVIDADE NO MARKETING

PROPAGANDAS INTELIGENTES (MONDO PASTA)
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Geniale Werbung (AnÃºncio Engenhoso) IV
(ColaboraÃ§Ã£o: VÃ©ronique - FranÃ§a)
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PROFESSOR TOM COELHO
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EducaÃ§Ã£o sem Futuro
*por Tom Coelho

â€œTudo o que nÃ£o sei aprendi na escola.â€
(Ennio Flaiano)

Dezessete anos depois de realizar meu primeiro exame vestibular, tornei a vivenciar esta experiÃªncia ao prestar o concurso promovido pela Fuvest para seleÃ§Ã£o dos postulantes Ã s vagas oferecidas pela Universidade de SÃ£o Paulo.
Domingo ensolarado, dia de final de campeonato brasileiro de futebol, observo no local do exame uma legiÃ£o de candidatos, jovens em sua maioria, que estampam em seus semblantes um ar de apreensÃ£o, tensÃ£o e incÃ´modo, como se estivessem diante de uma decisÃ£o que impactarÃ¡ todo seu futuro.
Cinco horas de prova e cem questÃµes de mÃºltipla escolha para dizer-lhes se estarÃ£o aptos a transpor mais um ritual de passagem, chancelando o passaporte para a vida adulta, marcando o fim da adolescÃªncia. A aprovaÃ§Ã£o significarÃ¡ a certeza de um horizonte na vida profissional, a conquista de um novo padrÃ£o de liberdade e de um novo status de inclusÃ£o social.
ApÃ³s algumas instruÃ§Ãµes gerais e a preocupaÃ§Ã£o inequÃvoca do fiscal de prova com o risco de algum candidato aventurar-se a colar durante a realizaÃ§Ã£o dos testes, o caderno de questÃµes Ã© entregue. Folheio-o e uma profunda sensaÃ§Ã£o de decepÃ§Ã£o toma conta de meus pensamentos.
Nosso sistema educacional estÃ¡ falido. Inadequado, ultrapassado, anacrÃ´nico. Continuamos formando um exÃ©rcito de estudantes doutrinados a grafar uma letra â€œXâ€ em uma alternativa dentre cinco possÃveis. Estamos desperdiÃ§ando a oportunidade de ensinÃ¡-los a pensar, a raciocinar, a criar.
O exame vestibular considerado o mais bem preparado do Brasil sinaliza esta realidade com perfeiÃ§Ã£o. As questÃµes de fÃsica e quÃmica remetem todas ao uso de fÃ³rmulas e equaÃ§Ãµes que precisam ser decoradas pelo estudante para serem utilizadas na soluÃ§Ã£o de problemas absolutamente desconectados de nosso cotidiano. O sujeito aprende a mensurar a velocidade de arrasto de um peso ancorado em uma polia bem como fazer o cÃ¡lculo estequiomÃ©trico de uma reaÃ§Ã£o, mas nÃ£o sabe trocar o chuveiro de sua casa, compreender como o consumo de seus equipamentos eletroeletrÃ´nicos afeta sua conta de energia elÃ©trica e o porquÃª de a adiÃ§Ã£o de Ã¡lcool Ã gasolina reduzir a potÃªncia de seu carro.
Mais algumas regras memorizadas e se estÃ¡ habilitado a estimar a altura â€œhâ€ de um triÃ¢ngulo escaleno inserido em um poliedro ou a probabilidade de se extrair uma seqÃ¼Ãªncia de bolas coloridas mediante determinada combinaÃ§Ã£o prÃ©-estabelecida, mas nÃ£o se dispÃµe de instrumental suficiente para calcular os juros embutidos nas prestaÃ§Ãµes de um produto vendido â€œem ofertaâ€ por uma loja de departamentos.
Aprende-se a vital diferenÃ§a entre angiospermas e gimnospermas, sem nunca se ter visitado um jardim botÃ¢nico ou atravessado a rua atÃ© o parque ou praÃ§a mais prÃ³ximos. Aprende-se sobre como se dÃ¡ a fotossÃntese, mas evita-se falar em educaÃ§Ã£o ambiental. Gametas e zigotos sÃ£o explorados ao longo de todo um ano, mas educaÃ§Ã£o sexual deixa de ser discutida.
Ignoram-se a crise polÃtica no paÃs e os conflitos Ã©tnico-religiosos no mundo, para se falar sobre as caracterÃsticas do feudalismo. Questiona-se sobre as caracterÃsticas fÃsicas ou da personalidade do protagonista de um romance, mas nÃ£o se promove o prazer pela literatura atravÃ©s da leitura despretensiosa.
Vestibulares existem para alimentar uma rentÃ¡vel indÃºstria formada por cursinhos preparatÃ³rios e mesmo para justificar as altas mensalidades cobradas por muitas instituiÃ§Ãµes de ensino mÃ©dio que se notabilizam pelo elevado Ãndice de aprovaÃ§Ã£o de seus rebentos nestes concursos.
A verdade lastimÃ¡vel, preocupante e penosa Ã© que nossos jovens continuarÃ£o pagando elevados juros no cheque especial, cartÃµes de crÃ©dito e compras parceladas; permanecerÃ£o engordando os indicadores de gravidez precoce e doenÃ§as sexualmente transmissÃveis; seguirÃ£o destruindo o meio ambiente tomado por emprÃ©stimo dos filhos que ainda vÃ£o ter; persistirÃ£o elegendo maus governantes.
A EducaÃ§Ã£o Ã© o meio de se construir uma naÃ§Ã£o mais equÃ¢nime num futuro prÃ³ximo. Sinto que a argamassa nÃ£o estÃ¡ sendo elaborada com boa qualidade e que nossos alicerces estÃ£o cada vez mais frÃ¡geis...
13/12/2005 - Tom Coelho Ã© educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 15 paÃses. Ã‰ autor de â€œSete Vidas â€“ LiÃ§Ãµes para construir seu equilÃbrio pessoal e profissionalâ€, pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro livros.
Contatos atravÃ©s do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br.
ReproduÃ§Ã£o Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.tomcoelho.com.br e comunicada sua utilizaÃ§Ã£o atravÃ©s do e-mail talento@tomcoelho.com.br

PROFESSOR X

RANKING PARA QUÃŠ?
Um dos setores mais problemÃ¡ticos das avaliaÃ§Ãµes acadÃªmicas sÃ£o os rankings mundiais de universidades. Mesmo com critÃ©rios que muitas vezes beiram o absurdo, eles influenciam decisÃµes importantes ligadas Ã educaÃ§Ã£o superior. Por isso, uma discussÃ£o sobre como tais rankings sÃ£o feitos Ã© mais que urgente.
Primeiro, o que impressiona quando os comparamos entre si sÃ£o os disparates. Por exemplo, no ranking elaborado pela Universidade de Xangai, a Universidade de Paris 6 aparece em 39Âº lugar. JÃ¡ naquele feito pela Times Higher Education, a mesma universidade estÃ¡ na 140Âª posiÃ§Ã£o.
A canadense McGill University ocupa a 61Âª posiÃ§Ã£o no ranking da Universidade de Xangai e a 35Âª naquele da Times Higher Education. A USP aparece entre as 150 primeiras em um caso e sequer entre as 200 primeiras no outro. Esses sÃ£o dois dos rankings mundialmente mais influentes.
Podemos dizer que o problema estÃ¡ na diversidade de critÃ©rios usados de um ranking a outro. Mas o problema Ã© exatamente este: a ausÃªncia de um conjunto de critÃ©rios de fato representativo dos tipos de pesquisa e do real impacto da produÃ§Ã£o acadÃªmica.
Muitas vezes, os critÃ©rios sÃ£o arbitrÃ¡rios e sem racionalidade alguma. Um claro exemplo diz respeito Ã avaliaÃ§Ã£o da produÃ§Ã£o acadÃªmica. Em geral, tais rankings se propÃµem a avaliar a produÃ§Ã£o acadÃªmica a partir do total de artigos publicados em revistas indexadas ou a partir dos Ãndices de citaÃ§Ãµes a artigos e autores.
Note-se duas coisas impressionantes. Primeiro, tudo se passa como se nÃ£o existissem livros. Se vocÃª Ã© um pesquisador que produz um livro por ano, isso nÃ£o serÃ¡ relevante para a avaliaÃ§Ã£o da produtividade de sua universidade.
A razÃ£o Ã© simplesmente o fato da Ã¡rea de ciÃªncias exatas ter sua produÃ§Ã£o baseada em artigos e papers. Mas isso nÃ£o reflete a multiplicidade dos modos de produÃ§Ã£o acadÃªmica. AtÃ© segunda ordem, a cultura ocidental Ã© uma cultura do livro, construÃda e influenciada a partir de livros, e nÃ£o uma cultura do paper.
Por outro lado, os Ãndices de citaÃ§Ãµes expÃµem apenas a capacidade de circulaÃ§Ã£o de um artigo, nÃ£o sua qualidade. NÃ£o Ã© difÃcil perceber que um artigo escrito em inglÃªs sempre serÃ¡ mais citado que outro publicado em portuguÃªs, mesmo que o segundo seja melhor que o primeiro.
Mas, apesar disso, o fato de haver pesquisadores exÃ³ticos que ainda escrevem em portuguÃªs nÃ£o indica que eles sÃ£o inaptos a escrever em outra lÃngua. Indica apenas que querem ter impacto em seu paÃs, influenciar um pÃºblico que fala sua prÃ³pria lÃngua.
Ã‰ difÃcil entender por que critÃ©rios tÃ£o distorcidos sejam levados a sÃ©rio. EstÃ¡ na hora de estabelecermos um verdadeiro diÃ¡logo entre Ã¡reas a fim de chegarmos a algo menos tendencioso e irreal.
Vladimir Safatle - Fonte: Folha de S.Paulo - 05/04/11.

PROFESSORA PASQUALINA

PROJETOS DE LEITURA
HÃ¡ 13 anos incentivando a leitura para tornar o Brasil um paÃs de leitores.
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