FM - Faculdade Mental

NOSSOS COLUNISTAS - 13/03/2007

Ã‰ NORMAL???

PROFESSOR X

OlÃ¡ pessoal. Lendo o texto de AndrÃ© Petry durante essa semana, nÃ£o pude deixar refletir sobre a atual anormalidade que passa o nosso paÃs. Convido vocÃªs tambÃ©m para essa reflexÃ£o.

EstÃ¡ tudo normal (AndrÃ© Petry)
Examinando-se o mundo oficial, em que as autoridades habitam, descobre-se que a crise brasileira se deve ao excesso de normalidade. Para as autoridades, como que descoladas da realidade, tudo soa normal, natural, admissÃvel. Pode parecer exagero, mas confira alguns fatos divulgados na semana passada:
â€¢ Noticiou-se o tamanho do descalabro nas escolas pÃºblicas de SÃ£o Paulo. Fora onze escolas tÃ©cnicas e uma instituiÃ§Ã£o ligada Ã Universidade de SÃ£o Paulo, todas as 621 escolas foram reprovadas no Exame Nacional do Ensino MÃ©dio. Em prova valendo 100 pontos, nenhuma escola, do centro ou da periferia, chegou aos 50. Um vexame. Em entrevista Ã Folha de S.Paulo, a coordenadora Maria Kuriki, da Secretaria de EducaÃ§Ã£o, revelou-se encantada com a uniformidade do resultado. "Ã‰ um ponto bastante positivo. Mostra que nÃ£o hÃ¡ discriminaÃ§Ã£o contra escolas de Ã¡reas perifÃ©ricas." Ou seja: um vexame normal, positivo. (Depois apareceu a secretÃ¡ria de EducaÃ§Ã£o, Maria Lucia Vasconcelos, para consertar e dizer que era tudo "alarmante, triste".)
â€¢ Ficou decidido que 800 desembargadores, distribuÃdos por quatro estados, estÃ£o autorizados a ganhar mais do que os 24.500 reais pagos aos ministros do Supremo Tribunal Federal. O rastilho da pÃ³lvora andou. Primeiro, os desembargadores podiam ganhar atÃ© 22.000 reais. Era o teto. Depois, decidiu-se que podiam embolsar o mesmo que os ministros do STF, os tais 24.500 reais. Agora, ficou estabelecido que podem ganhar ainda mais. Ã‰ a ciranda de sempre. Cria-se um teto, depois um fura-teto, que vira teto, que serÃ¡ furado em seguida, e assim por diante. Tudo normal. O presidente do Tribunal de JustiÃ§a paulista, Celso Limongi, comemorou: "Foi uma decisÃ£o razoÃ¡vel".
â€¢ Um levantamento publicado tambÃ©m pela Folha de S.Paulo mostra que 52 deputados empregam, juntos, pelo menos 68 parentes como assessores. Ganham salÃ¡rios que variam de 700 a 8.000 reais. Na maior parte dos casos, o contratado Ã© o filho, mas tem de tudo: mulher, irmÃ£o, sobrinho, cunhado. Isso tambÃ©m Ã© normal. Eis o que disse ao jornal o deputado Ãtila Lins, do PMDB do Amazonas, que emprega dois filhos. "Enquanto houver possibilidade, estou dando oportunidade a eles. Depois que for proibido, tudo bem." Nepotismo tambÃ©m Ã© normal.
â€¢ Diante da informaÃ§Ã£o de que os gastos pÃºblicos com a organizaÃ§Ã£o do Pan no Rio de Janeiro superaram em quase 700% as previsÃµes iniciais, num estouro financeiro tÃ£o fenomenal quanto suspeito, o presidente Lula disse o seguinte: "Se houve excesso, pode discutir, pode o Tribunal de Contas investigar, pode qualquer coisa". Nisso, Lula disse uma verdade. No mundo oficial, realmente "pode qualquer coisa".
â€¢ O pior de tudo, e o pior estÃ¡ acontecendo, Ã© o paÃs achar normal a imagem de Edna Ezequiel (no site), a mÃ£e que chora, numa impressionante simbiose de dor e revolta, a morte da filha de 12 anos, colhida por uma bala perdida no Morro dos Macacos, Vila Isabel, Rio de Janeiro, Brasil. Chora com uma bandeira do Brasil na pulseira. A foto Ã© de Marcos TristÃ£o, da AgÃªncia O Globo. Ã‰ inesquecÃvel. E normal. "NÃ£o existe bala perdida. A bala sÃ³ Ã© perdida quando nÃ£o acerta ninguÃ©m. Aquela bala fez o que ela foi feita para fazer". (Edna Ezequiel).
Fonte: Veja - EdiÃ§Ã£o 1.999.

ApÃ³s a leitura, vocÃªs acham que estÃ¡ tudo normal? Pensem nisso!

AtÃ© a prÃ³xima semana.

AbraÃ§os

Professor X

PROFESSORA PASQUALINA

ATENÃ‡ÃƒO: AULAS DE INGLÃŠS
O domÃnio da lÃngua inglesa deixou de ser um diferencial. Ã‰ fundamental para o exercÃcio de qualquer atividade profissional. Aulas de inglÃªs para pequenos grupos com a Professora Pasqualina e sua parceira Professora PatrÃcia. No Barreiro e no Eldorado. JÃ¡ foi formada a primeira turma.
Aos interessados: Enviem mensagens para o Faculdade Mental atravÃ©s do Fale Conosco de nosso site ou entrem em contato - 33889365.

Nesta ediÃ§Ã£o, terminamos os comentÃ¡rios referentes ao texto â€œPrevenÃ§Ã£oâ€, abordando o desenvolvimento da dissertaÃ§Ã£o.
Segundo o texto, o comportamento sexual dos jovens Ã© irresponsÃ¡vel e o uso que as meninas fazem da pÃlula do dia seguinte Ã© prova disso. O argumento Ã© bom, mas nÃ£o foi bem defendido, nÃ£o houve respaldo para tal afirmaÃ§Ã£o.
Ao mencionar a influÃªncia da mÃdia sobre a maneira de agir dos jovens, Ã© possÃvel que o autor quisesse se referir Ã televisÃ£o especificamente, mas Ã© preciso estar atento, pois mÃdia refere-se tambÃ©m a outros meios de comunicaÃ§Ã£o. Seria interessante ressaltar o papel positivo da mÃdia, jÃ¡ que Ã© comprovado o sucesso de campanhas como da AIDS.
A crÃtica ao uso indiscriminado da pÃlula do dia seguinte, baseou-se na sua incapacidade de proteger das DSTs (o que nÃ£o Ã© o objetivo do anticoncepcional) e na questÃ£o Ã©tica envolvida na escolha desse meio de evitar a gravidez (abordagem muito polÃªmica).
Teria sido interessante insistir na importÃ¢ncia do uso da camisinha e discutido os motivos que levam os jovens a negligenciÃ¡-lo.
Ã‰ muito importante analisar o tema a ser discutido com bastante cautela, a fim de que nÃ£o sejam criadas armadilhas pelo prÃ³prio autor do texto. Ã‰ preciso fazer uma abordagem profunda do aspecto a ser argumentado, nÃ£o Ã© possÃvel trabalhar vÃ¡rios segmentos de um mesmo tema em um sÃ³ texto.
Na semana que vem tem mais. Boa semana a todos.

Professora Pasqualina