LIVROS E EDUCAÇÃO, UMA COMBINAÇÃO PERFEITA...
E POR FALAR EM LIVRO...
O ladrão entra na livraria e berra para o vendedor:
– O dinheiro ou a vida!
– Pois, não. Qual a editora ou o nome do autor?
Fonte: Almanaque Brasil - Edição 102.
PROFESSORA PASQUALINA
DIA NACIONAL DO LIVRO
O dia 29 de outubro foi escolhido para ser o “Dia Nacional do Livro” por ser a data de aniversário da fundação da Biblioteca Nacional, que nasceu com a transferência da Real Biblioteca portuguesa para o Brasil.
Seu acervo de 60 mil peças, entre livros, manuscritos, mapas, moedas, medalhas, etc., ficava acomodado nas salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, no Rio de Janeiro.
A biblioteca foi transferida em 29 de outubro de 1810 e essa passou a ser a data oficial de sua fundação.
PERIODOS EDITORIAIS
No Brasil, ocorreram três fases relacionadas à edição de livros. A primeira começa com a chegada de Dom João VI, em 1808, que imediatamente criou a imprensa régia e conseqüentemente também um público leitor: de início, na Corte, e depois nas províncias.
Um público sedento de obras técnicas (direito, economia, medicina, botânica, filosofia...) e os romances e peças dramáticas, os textos populares etc. As tipografias se multiplicaram por todo o império, espelhando a demanda do mercado. E a partir da metade do século XIX, alguns europeus começaram a se instalar no Brasil e a fundar casas editoras.
A fase posterior ocorreu com a dificuldade de comunicação entre o Brasil e a Europa, no decorrer da (e também logo após a) Primeira Guerra Mundial. Nesse período, a indústria editorial brasileira se firmou, conseguindo se libertar das amarras do mercado europeu. O escritor de "Sítio do Pica-Pau Amarelo", Monteiro Lobato, traduz o espírito desse tempo, ao dizer: "um país se faz com homens e livros".
Já a terceira fase é quando todo o trabalho do filólogo Antônio Houaiss, a partir da década de 60, serve de ponte entre a editoração amadorística e a editoração profissional das casas editoras. A conseqüência lógica são os cursos de editoração gráfica que começam a surgir, nos anos 70, e permanecem até hoje.
E HOJE?
Vivendo na era da informática, nos perguntamos: qual será o futuro do livro na era ditigal? Alguns respondem que as publicações da forma como as conhecemos irão acabar, outros dizem que não, que tanto as edições impressas quanto as eletrônicas vão viver lado a lado, sendo apenas uma questão de escolha do leitor. Ainda é uma questão.
De qualquer forma, não há como negar a existência das editoras e livrarias online. Seus livros podem ser adquiridos - a pedido - no formato tradicional ou, em se tratando de obras de domínio público, como Dom Casmurro, de Machado de Assis, simplesmente serem lidas online, conectado à rede, ou offline, "baixando" o arquivo, para imprimir o livro e ler à hora que desejarmos.
Um avanço e uma comodidade, não? D. João VI, com toda a sua realeza, jamais poderia imaginar algo tão genial.
Pois é a própria internet, com sua comodidade, que nos dá a reposta para nossa pergunta inicial. Ela mesma nos fornece duas opções de leitura: online e offline.
Além do mais, são os próprios donos de editoras online que deixam claro o status que é para um escritor ver seu livro sair da versão online para a versão impressa.
Talvez a questão não seja tanto se o livro impresso vai deixar ou não de existir, mas de que valor será investido daqui a algum tempo. Maior ou menor?
COMO CUIDAR DOS LIVROS
Para quem curte ler, de forma online ou não, e que possui suas obras preferidas (aquelas de que não se desfaz nem morto!) separadas num espaço nobre de sua estante, é bom saber umas dicas de como conservar esses nossos amigos, os livros.
Aqui vão algumas:
evite tirar o livro da estante puxando pela borda superior da lombada. Isto danifica a encadernação. A forma correta de pegar é empurrando os volumes laterais, retirando o exemplar desejado pelo meio da lombada;
evite folhear livros com as mãos sujas;
evite fumar, beber ou comer nas bibliotecas ou mesmo em casa, enquanto lê uma obra;
contato permanente com a luz solar faz mal à saúde do livro;
evite largar os livros dentro do carro;
evite reproduzir livros frágeis ou muito antigos em copiadoras;
evite apoiar os cotovelos sobre eles.
Outra sugestão bacana é acessar a Câmara Brasileira do Livro - www.cbl.org.br.
Fonte: http://www1.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/livro/home.html
Abraços
Professora Pasqualina
ATENÇÃO: AULAS DE INGLÊS. Aulas de inglês para pequenos grupos com a Professora Pasqualina e sua parceira Professora Patrícia. No Barreiro e no Eldorado. Contato - 33889365.
PROFESSOR X
O QUE FUNCIONA NA EDUCAÇÃO
O que funciona na educação: as lições segundo a McKinsey. Para consultoria, escolas precisam obter os melhores professores, extrair o máximo dos docentes e intervir quando os alunos começam a ficar para trás. DA "ECONOMIST".
O governo britânico, diz Sir Michael Barber, antigo assessor do ex-primeiro ministro Tony Blair, mudou quase todos os aspectos da política educacional na Inglaterra e no País de Gales, e em muitos casos mais de uma vez. "As verbas das escolas, a gestão, os padrões curriculares, os sistemas de avaliação, o papel dos governos local e nacional, o alcance e a natureza das agências nacionais, a política de admissão escolar" -pode escolher: tudo isso foi mudado, e em certos casos posteriormente devolvido à forma original.
A única coisa que não mudou foram os resultados. De acordo com a Fundação Nacional de Pesquisa Educacional britânica, não houve (até recentemente) melhora mensurável nos padrões de alfabetização e de domínio da matemática nas escolas básicas -e isso ao longo dos últimos 50 anos.
A Inglaterra e o País de Gales não estão sozinhos. A Austrália quase triplicou seus gastos por aluno, de 1970 para cá. Nenhuma melhora. Nos Estados Unidos, os dispêndios quase dobraram depois de 1980, e os tamanhos das turmas são os menores de todos os tempos. Uma vez mais, resultado algum. Não importa o que se faça, aparentemente, os padrões se recusam a mudar. Parafraseando Woody Allen: quem não faz ensina; quem não consegue ensinar se torna diretor de escola. Certamente há quem deva imaginar por que tanto esforço. Nada parece fazer efeito. Mas é certo que algo deve funcionar.
Existem grandes variações nos padrões educacionais dos países. Elas foram avaliadas e reavaliadas pelo Pisa (Programa de Avaliação Internacional de Estudantes), da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), e isso serviu para estabelecer, primeiro, que os países de desempenho mais forte se saem muito melhor do que os piores e, segundo, que os mesmos países lideram essas avaliações, a cada vez que são realizadas: Canadá, Finlândia, Japão, Cingapura, Coréia do Sul.
Essas constatações provocam uma pergunta que deveria ser bastante frutífera: o que os países de maior sucesso têm em comum? Mas encontrar a resposta parece ser tarefa das mais complicadas. Não se trata de maior investimento: Cingapura gasta menos dinheiro por aluno do que a maioria dos demais países. Tampouco de períodos mais longos de estudo: os alunos finlandeses começam as aulas mais tarde, e estudam menos horas, do que os dos demais países ricos.
Outro olhar:
Agora, uma organização que vem de fora do setor de educação -a consultoria McKinsey, que assessora empresas e governos- decidiu que audaciosamente iria ao lugar que raros educadores ousaram visitar e faria recomendações estratégicas com base nas constatações do Pisa.
Segundo a empresa (em "How the world's best performing schools systems come out on top" [como os melhores sistemas escolares do mundo chegam ao topo]), as escolas precisam fazer três coisas: obter os melhores professores, extrair o máximo deles e intervir quando os alunos começam a ficar para trás. Isso talvez não pareça exatamente uma recomendação "sem precedentes" (a definição usada por Andreas Schleicher, diretor de pesquisa educacional da OCDE, para a abordagem da McKinsey): as escolas com certeza já devem agir dessa maneira. Mas a verdade é que não o fazem. Se essas idéias fossem realmente levadas a sério, seria possível mudar a educação radicalmente.
O primeiro passo é contratar os melhores. Não resta dúvida de que, como declarou um funcionário do governo sul-coreano, "a qualidade de um sistema educacional não pode superar a qualidade de seus professores".
Estudos feitos no Tennessee e em Dallas mostraram que, se alunos de capacitação média forem entregues a professores que estão entre os 20% mais competentes de sua profissão, terminam se posicionando entre os 10% de estudantes com melhor desempenho; caso os professores que os ensinam venham dos 20% menos competentes, os alunos terminam entre os 10% de pior desempenho.
A qualidade dos professores exerce a maior influência sobre o desempenho dos alunos.
Mas a maioria dos sistemas escolares não se esforça demais para selecionar os melhores. A Nova Comissão sobre a Capacitação da Força de Trabalho dos Estados Unidos, uma organização sem fins lucrativos, diz que as escolas norte-americanas tipicamente recrutam professores que estão no terço mais baixo de desempenho, entre os formandos das universidades.
A cidade de Washington recentemente contratou como diretora-geral de suas escolas públicas uma integrante da organização Teach for America, que identifica os melhores formandos e os contrata para lecionar por dois anos. Tanto a indicação da diretora quanto a organização que ela representa geraram grande controvérsia.
Falta de dinheiro:
A predisposição contra os mais capazes surge em parte pela falta de dinheiro (os governos temem que não terão verba para contratá-los) e em parte porque outros objetivos interferem. Quase todos os países ricos vêm tentando reduzir os tamanhos de suas turmas escolares, nos últimos anos. Mas, se não houver outras variações, turmas menores querem dizer mais professores a serem contratados com a mesma verba, o que reduz o salário médio e o status profissional da categoria.
Isso pode explicar o paradoxo de que, depois da educação básica, parece haver pouca ou nenhuma correlação entre o tamanho das turmas e as realizações educacionais.
A McKinsey argumenta que os sistemas de educação que apresentam melhor desempenho mesmo assim conseguem atrair os melhores profissionais. Na Finlândia, todos os novos professores precisam ter mestrado. A Coréia do Sul contrata professores de ensino básico entre os 5% de formandos com melhor desempenho, Cingapura e Hong Kong entre os 30% de melhor desempenho.
E esses países o fazem de maneira surpreendente. Seria possível imaginar que as escolas oferecem o máximo de dinheiro possível para tentar atrair um grande quadro de interessados em formação educacional, o que permitiria selecionar os melhores dentre eles.
Mas não é assim, segundo a McKinsey. Se o dinheiro fosse tão importante, então os países com os melhores salários para os professores -Alemanha, Espanha e Suíça- teriam presumivelmente sistemas de ensino posicionados entre os melhores. E isso não procede. Na prática, os países com melhor desempenho pagam salários não superiores à média.
E eles tampouco tentam atrair um grande quadro de interessados para selecionar entre eles os mais bem sucedidos. Quase que o contrário. Cingapura avalia os candidatos rigorosamente antes de admiti-los aos cursos de formação de professores e aceita apenas o número de candidatos suficiente para cobrir as vagas nos quadros da educação.
A Finlândia também limita a oferta de cursos de treinamento de professores à demanda. Em ambos os países, o ensino é uma profissão de status elevado (porque é altamente competitiva), e os fundos destinados a cada professor em treinamento são generosos (porque o número deles é baixo). A Coréia do Sul demonstra como os dois sistemas produzem resultados diferentes.
Seus professores de ensino básico têm de obter um diploma de graduação em uma de apenas 12 universidades. A admissão requer notas altas; o número de vagas é racionado de acordo com o número de postos de ensino em aberto. Em contraste, os professores de escolas secundárias podem obter seus diplomas em qualquer uma das 350 faculdades do país, e os critérios de seleção são mais frouxos. Isso gera um enorme excedente de professores secundários recentemente qualificados -cerca de 11 por vaga, de acordo com as mais recentes estatísticas. Como resultado, o ensino secundário é uma profissão com menos status na Coréia do Sul, onde todo mundo prefere trabalhar no ensino básico. A lição parece ser a de que a admissão aos sistemas de treinamento de professores precisa ser difícil, e não fácil.
Ensinando os professores:
Depois de selecionar pessoal de boa qualidade, a tentação é a de trancá-los nas classes e deixar que eduquem. Por motivos compreensíveis, os professores raramente recebem muito treinamento nas salas de aula em que lecionam (enquanto os médicos, em contraste, treinam muito nos hospitais). Mas os países de maior sucesso no ramo podem fazer muito para superar essa dificuldade.
Cingapura provê cem horas de treinamento aos seus professores a cada ano e aponta professores veteranos para supervisionar o desenvolvimento profissional em cada escola.
No Japão e na Finlândia, grupos de professores visitam as classes de colegas e planejam aulas juntos. Na Finlândia, professores têm uma tarde de folga semanal com esse objetivo.
Em Boston, cidade cujo sistema educacional demonstra um dos melhores ritmos de progresso nos EUA, os cronogramas de aulas são organizados de forma a permitir que os professores das mesmas disciplinas tenham períodos de folga coincidentes, para que possam planejar juntos. Isso ajuda a difundir as melhores idéias.
Como apontou um educador, "quando um professor norte-americano brilhante se aposenta, quase todos os planos de aula e práticas que ele desenvolveu também são aposentados. Quando um professor japonês se aposenta, deixa um legado".
Por fim, os países de maior sucesso são singulares não só no que tange às pessoas que contratam para que as coisas saiam bem mas também com relação àquilo que fazem quando as coisas vão mal.
Nos últimos anos, quase todos os países começaram a dedicar mais atenção aos processos de avaliação, a mais comum maneira de verificar se os padrões estão em queda. A pesquisa da McKinsey é neutra quanto à utilidade do método, apontando que, embora Boston teste todos os alunos anualmente, a Finlândia em larga medida abriu mão de exames nacionais.
De maneira semelhante, escolas na Nova Zelândia e na Inglaterra são testadas a cada três ou quatro anos, e os resultados são divulgados em público, enquanto a Finlândia, líder mundial na educação, não tem processo formal de revisão e mantém sigilo sobre os resultados de suas auditorias informais.
Mas existe um padrão quanto ao que os países fazem quando os alunos e as escolas começam a falhar. Os países de melhor desempenho não hesitam em intervir, e o mais cedo possível. A Finlândia dispõe de mais professores de educação especial encarregados de ensinar os alunos retardatários do que qualquer outro país -em certas escolas, chega a ser um professor em cada sete.
A cada dado ano, um terço dos alunos recebe educação suplementar em sessões individuais. Cingapura oferece aulas adicionais aos 20% de alunos com desempenho mais fraco, e existe a expectativa de que os professores fiquem na escola depois das aulas -ocasionalmente por horas- a fim de ajudar os alunos.
Nada disso é muito complexo. Mas são práticas que contrariam algumas das suposições silenciosas da política educacional. Quando professores, dirigentes de escolas ou até pais são convidados a se expressar sobre a questão, muitas vezes dizem que é impossível obter os melhores professores sem pagar salários altos; que os professores de Cingapura, digamos, têm status elevado devido aos valores confucianos; ou que os estudantes asiáticos são bem comportados e atentos por motivos culturais.
As conclusões da McKinsey parecem mais otimistas: obter bons professores depende de como você os seleciona e treina; lecionar pode se tornar uma carreira para os melhores formandos mesmo que não sejam oferecidos salários milionários; e, com as políticas corretas, as escolas e os alunos não estão condenados ao atraso.
Tradução de Paulo Migliacci. Fonte: Folha de S.Paulo - 28/10/07.
Abraços
Professor X
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