CRIATIVIDADE NO MARKETING
PROPAGANDAS INTELIGENTES (GoldieBlox)
English:
http://bits.blogs.nytimes.com/2013/11/20/a-viral-video-encourages-girls-to-become-engineers/
Video:
http://www.nytimes.com/video-girls
GoldieBlox â
http://www.goldieblox.com/
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Bartle Bogle Hegarty â
http://www.bartleboglehegarty.com/
https://www.facebook.com/bartleboglehegarty
National Center for Women and Information Technology â
http://www.ncwit.org/
http://www.ncwit.org/.pdf
https://www.facebook.com/ncwit
AnĂșncio faz sucesso ao desafiar convençÔes de gĂȘnero.
Quem disse que as meninas querem se vestir de rosa e brincar de boneca, especialmente quando, em vez disso, podem fabricar mĂĄquinas complexas?
Essa Ă© a mensagem de um vĂdeo que foi visto mais de 6 milhĂ”es de vezes desde que foi postado no YouTube, em 18 de novembro -um anĂșncio da GoldieBlox, start-up que vende jogos e livros que estimulam as meninas a se tornarem engenheiras.
Na propaganda, trĂȘs meninas estĂŁo entediadas, vendo princesas vestidas de rosa na TV. AĂ elas pegam um kit de ferramentas, Ăłculos de proteção e capacetes e pĂ”em-se a fabricar uma geringonça que faz xĂcaras de chĂĄ e bonecas saĂrem voando pela casa.
O anĂșncio gerou polĂȘmica nas redes sociais, motivando discussĂ”es sobre a escassez de mulheres nos campos de engenharia e de tecnologia, onde apenas um quarto dos empregos tĂ©cnicos Ă© ocupado por mulheres. "Isso mostra que essa lacuna nĂŁo acontece porque as meninas nĂŁo estĂŁo interessadas, mas Ă© o resultado de 'vocĂȘ nĂŁo pode ser o que nĂŁo pode ver'", disse Rachel Sklar, que milita pela inclusĂŁo das mulheres no campo da tecnologia.
Cindy Gallop, da agĂȘncia britĂąnica de publicidade Bartle Bogle Hegarty, disse que o anĂșncio tambĂ©m ilustra como a publicidade criada por e para mulheres e meninas Ă© poderosa. No entanto, as agĂȘncias de publicidade ainda sĂŁo predominantemente masculinas, segundo ela, e os homens nos anĂșncios sĂŁo geralmente heroicos, enquanto as mulheres sĂŁo coadjuvantes. "Eu digo aos marqueteiros e ao setor publicitĂĄrio: 'Se querem que um vĂdeo se torne viral, Ă© isso que devem fazer: falar com mulheres e meninas e falar com elas do jeito certo."
No inĂcio, o anĂșncio recebeu como trilha a canção "Girls", dos Beastie Boys, balada decididamente antifeminista, com uma letra que os criadores do anĂșncio reescreveram. Os Beastie Boys cantavam: "Garotas para lavar a louça/ Garotas para limpar o meu quarto/ Garotas para lavar a roupa / Garotas, e no banheiro / Garotas, Ă© sĂł isso que eu realmente quero, garotas".
No comercial, uma das meninas cantava: "Garotas constroem uma nave espacial / Garotas codificam o novo aplicativo / Garotas que crescem sabendo / Que elas podem criar / Garotas, a gente sĂł precisa de garotas".
Em 25 de novembro, os Beastie Boys divulgaram uma carta aberta Ă empresa dizendo que a banda nĂŁo autoriza o uso das suas mĂșsicas em propagandas. Dois dias depois, a GoldieBlox retirou a canção do vĂdeo, substituindo-a por uma mĂșsica de fundo.
"Pensei na minha infĂąncia com princesas e pĂŽneis e me perguntei por que brinquedos de construção e kits de matemĂĄtica e ciĂȘncia sĂŁo para meninos", disse Debbie Sterling, fundadora da GoldieBlox.
Em 2010, as mulheres nos EUA receberam apenas 18% dos diplomas em ciĂȘncias da computação, frente a 37% em 1985, segundo o Centro Nacional para as Mulheres e a Tecnologia da Informação. Analistas dizem que os nĂșmeros reduzidos se devem em parte ao fato de as meninas nĂŁo serem encorajadas com a mesma frequĂȘncia que os meninos a seguir carreiras cientĂficas.
"Tudo bem ser princesa", disse Sterling. "Só achamos que as meninas também podem construir seus próprios castelos."
Por Claire Cain Miller â Fonte: Folha de S.Paulo â 10/12/13.
Reportagem original em inglĂȘs do âThe New York Timesâ:
http://bits.blogs.nytimes.com/2013/11/20/a-viral-video-encourages-girls-to-become-engineers/
VĂdeo:
http://www.nytimes.com/video-girls
GoldieBlox â
http://www.goldieblox.com/
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Bartle Bogle Hegarty â
http://www.bartleboglehegarty.com/
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Centro Nacional para as Mulheres e a Tecnologia da Informação â
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PROFESSOR TOM COELHO
www.tomcoelho.com.br
O resgate da inocĂȘncia
* por Tom Coelho
âCrianças, ao contrĂĄrio dos adultos, sabem aproveitar o presente.â (Jean de la BruyĂšre)
Tive o prazer de desfrutar de uma experiĂȘncia singular: a primeira apresentação de balĂ© de minha filha de quatro anos.
O evento, idealizado e organizado com carinho e competĂȘncia por Patricia FamĂĄ, reuniu mais de 50 alunos de sua escola distribuĂdos em quatorze performances temĂĄticas. Mas um detalhe em especial levou-me a uma reflexĂŁo que gostaria de compartilhar: a diferença entre as apresentaçÔes infantis e juvenis.
As exibiçÔes das crianças, com faixa etĂĄria de quatro a doze anos, mas notadamente daquelas com atĂ© sete ou oito anos de idade, foram marcadas por caracterĂsticas similares. As pequenas bailarinas entravam no palco com um sorriso contagiante no rosto. Reunidas em grupos de trĂȘs a sete participantes, era comum observĂĄ-las se entreolhando, perguntando umas Ă s outras sobre o enredo esquecido, e buscando guarida na professora, que escondida por detrĂĄs da cortina, estava sempre a postos para caprichosamente orientĂĄ-las.
Durante o espetĂĄculo, era possĂvel notar o desenvolvimento da tĂ©cnica e o aprendizado pelo qual cada aluna passou. Mas, em virtude da tenra idade, era natural que nĂŁo houvesse uma sincronia nos movimentos. Para os convidados, isso pouco importava. Claro que ali estavam pais, mĂŁes, irmĂŁos e avĂłs prontos para aplaudir a qualquer cena. Mas o fato primordial era a alegria daquelas crianças por estarem ali maquiadas, vestidas com um figurino especial, entre amigas e diante de seus familiares.
JĂĄ as exibiçÔes dos adolescentes tinham outras nuances. A preocupação primordial era a tĂ©cnica, a obediĂȘncia Ă coreografia, a perfeita sincronia. Era perceptĂvel o preparo, o treinamento, a entrega daqueles jovens. Analogamente, a plateia tambĂ©m assistia com outros olhos, pois o que presenciava eram futuros profissionais da dança.
Todavia, aquele sorriso espontĂąneo, eventualmente atĂ© permeado por um diĂĄlogo aberto entre duas pequenas amigas em pleno palco, era substituĂdo por feiçÔes mais contidas nos adolescentes. Certamente havia alegria em seus coraçÔes, mas os semblantes transmitiam, sobretudo, responsabilidade e atĂ© mesmo a dor fĂsica do esforço da dança.
Entre as crianças, um erro na coreografia era imediatamente acolhido pelas demais que procuravam ajudar Ă colega. E o pĂșblico se divertia, sentindo a leveza daquele tratamento, como que aprendendo uma nova maneira de lidar com as vicissitudes, dando-lhes importĂąncia na medida exata de sua adequação. JĂĄ entre os adolescentes, um equĂvoco era recebido com olhar de censura ou pedido de atenção. E novamente o pĂșblico se identificava, possivelmente reconhecendo ali um padrĂŁo de comportamento adotado nos palcos da vida.
Isso nos faz refletir sobre como a vida adulta se torna chata na medida em que nossas pernas crescem. Compromissos, deveres e responsabilidades depositam tamanha carga sobre nossos ombros que substituĂmos a espontaneidade pela artificialidade, a emoção pela razĂŁo, o prazer pela obrigação.
Precisamos resgatar, com brevidade, um pouco da inocĂȘncia perdida, inspirando-nos na pureza das crianças.
* Tom Coelho Ă© educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 paĂses. Ă autor de âSomos Maus Amantes â ReflexĂ”es sobre carreira, liderança e comportamentoâ (Flor de Liz, 2011), âSete Vidas â LiçÔes para construir seu equilĂbrio pessoal e profissionalâ (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos atravĂ©s do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.
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