CRIATIVIDADE NO MARKETING
PROPAGANDAS INTELIGENTES (CURIOSITY)
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O game mais curioso do mundo...
Dois milhões de pessoas estão tentando descobrir o que tem dentro deste cubo. Mas só uma irá conseguir.
Na sua frente aparece um cubo. Qualquer pessoa do mundo pode clicar nele. A cada clique, um pedacinho do cubo some. Até que o cubo vai desaparecer e revelar uma surpresa. Essa é a premissa de “Curiosityâ€, uma mistura de game com experiência sociológica que foi criada pelo inglês Peter Molyneux. Ele é um dos designers de games mais importantes do mundo, conhecido por seu viés experimental (é o criador da série “Black & Whiteâ€, no qual o jogador assume o papel de Deus).
“Curiosity†é um game para smartphones – há versões para Android e iOS, que podem ser baixadas na srespectivas lojas de aplicativos -, e atraiu 2 milhões de jogadores apenas no primeiro mês. Todas atiçadas pela curiosidade e seduzidas por uma promessa: segundo Molyneux, o segredo que está dentro do cubo “vai mudar a vida†de quem o descobrir. E somente uma pessoa terá acesso a esse segredo. Quando o último pedaço do cubo for retirado, e o mistério for revelado, o game se autodestruirá. Mais do que um jogo, é uma experiência para avaliar o comportamento humano. Molyneux quer saber, por exemplo, o quanto as pessoas estão dispostas a trabalhar em nome de um projeto coletivo – especialmente nas primeiras fases do jogo, quando elas sabem que ainda não têm chance de descobrir o segredo. “Acho que muitos vão apenas ficar observando, como voyeursâ€, avalia.
O game deu origem a uma rede de blogs mantidos por fãs, que acompanham em tempo real o andamento dos trabalhos e comemoram quando uma nova camada do cubo é retirada (foram 29 no primeiro mês). Outros tentam calcular, com fórmulas matemáticas, quando o cubo finalmente será destruÃdo – em agosto de 2013, acredita-se. Quando isso acontecer, o jogador que der o último clique receberá o segredo. “Será que a pessoa guardará só para ela ou divulgará nas redes sociais?â€, pergunta Molyneux. E o mais importante: será que os outros jogadores vão acreditar nela?
Marcos Ricardo dos Santos – Fonte: Super Interessante – Edição 314.
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PROFESSOR TOM COELHO
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Lei Muda
* por Tom Coelho
“Algumas iniciativas são recomendáveis;
outras, necessárias.â€
(Tom Coelho)
Reflita por um instante: você já ou quase se envolveu em um acidente de trânsito porque o condutor falava ao telefone enquanto dirigia? Ou era você o motorista a colocar em risco sua própria integridade e a de outras pessoas utilizando o celular enquanto saÃa de sua garagem, manobrava seu veÃculo ou fazia uma conversão ou mera mudança de pista?
Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), atingimos a impressionante marca anual de 42 mil óbitos em acidentes de trânsito, uma autêntica guerra civil em nosso paÃs!
As causas são muitas, passando inclusive pelo crescimento da frota, mas invariavelmente incluem o excesso de velocidade, o desrespeito à sinalização e às normas de segurança, o despreparo dos condutores, o consumo de álcool e, também, a desatenção, não raro provocada pelo uso do telefone celular.
A chamada “Lei Secaâ€, publicada em junho de 2008, trouxe benefÃcios imediatos, com redução do Ãndice de acidentes, fatais ou não. E seu endurecimento em fins de 2012 certamente implicará ganhos no médio e longo prazo. Mas é preciso agir de forma ainda mais enérgica, atacando outras fontes de risco.
Por isso, seria muito salutar se algum vereador, em lugar de legislar de forma tola propondo projetos para alteração de nomes de ruas, criação de datas comemorativas, concessão de tÃtulos e homenagens a personalidades ou anônimos (no primeiro semestre de 2012, 80% dos projetos aprovados na Câmara Municipal de São Paulo tinham estas caracterÃsticas) dispusesse-se a debater uma “Lei Mudaâ€, proibindo cabalmente o uso do telefone celular pelo motorista em trânsito.
Pode-se alegar que este seria um zelo excessivo, pois as pessoas ouvem músicas e notÃcias, cantarolam e dialogam enquanto dirigem. Contudo, nenhuma destas ações compromete tanto a atenção quanto falar ao celular ou mesmo fumar quando se está guiando um veÃculo. E o uso de um sistema de bluetooth, embora amenize os riscos, não pode ser fiscalizado amplamente.
A exemplo do que foi a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança, instituÃda pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) apenas em 1997, é natural uma resistência inicial por parte da população. Porém, não podemos mais aquiescer com vidas abreviadas e famÃlias fragmentadas. Assim, a solução passa pelo órgão mais sensÃvel do corpo humano, atingido por meio de leis e multas: o bolso.
* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 paÃses. É autor de “Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento†(Flor de Liz, 2011), “Sete Vidas – Lições para construir seu equilÃbrio pessoal e profissional†(Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.
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