FM - Faculdade Mental

NOSSOS COLUNISTAS - 03/08/2013

CRIATIVIDADE NO MARKETING

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PROFESSOR TOM COELHO
www.tomcoelho.com.br
LiÃ§Ãµes do Corinthians para o mundo corporativo
* por Tom Coelho

â€œAtrÃ¡s desse cara ponderado, tem um cara intenso no que faz, apaixonado atÃ© demais.â€ (Adenor Leonardo Bacchi, o Tite)

HÃ¡ cinco importantes liÃ§Ãµes que a equipe de futebol do Corinthians tem a legar ao mundo corporativo: efetividade, lideranÃ§a, trabalho em equipe, marketing e paixÃ£o.

1. Efetividade
O mundo corporativo Ã© muito preocupado com eficiÃªncia e eficÃ¡cia. A eficiÃªncia pode ser definida como â€œfazer certo as coisasâ€ e estÃ¡ associada ao respeito Ã s normas e padrÃµes, ao preenchimento de relatÃ³rios, Ã reduÃ§Ã£o de custos sem comprometer a qualidade. JÃ¡ a eficÃ¡cia significa â€œfazer a coisa certaâ€, com foco exclusivo no objetivo, muitas vezes sem a devida atenÃ§Ã£o para com os processos. Assim, um vendedor pode visitar uma dezena de clientes em um dia, mostrando-se muito eficiente. PorÃ©m, se nÃ£o fechar negÃ³cio algum, terÃ¡ sido ineficaz. A efetividade Ã© a uniÃ£o de ambos. A eficiÃªncia procura otimizar recursos, a eficÃ¡cia busca atingir metas e a efetividade objetiva o resultado.
A equipe do Corinthians, sob o comando do tÃ©cnico Tite, exemplifica bem esta tese. Em 188 jogos, teve um aproveitamento de 62% dos pontos disputados. NÃ£o Ã© um nÃºmero excepcional, mas o suficiente para levar a equipe Ã conquista de diversos torneios. Em 118 partidas (63% do total), o time venceu ou foi derrotado por apenas um gol de diferenÃ§a ou empatou sem gols ou pelo placar mÃnimo. Desta forma, tornou-se um time difÃcil de ser batido, que marca muito bem, vende caro a derrota ou faz o mÃnimo necessÃ¡rio para vencer. NÃ£o joga bonito, mas levanta o trofÃ©u. Fazendo uma analogia, a seleÃ§Ã£o brasileira dirigida por TelÃª Santana nas Copas de 1982 e 1986 praticava o futebol-arte, mas como legado deixou apenas saudade...
Por isso, lembre-se: sua empresa pode ser bonita, bem organizada, com produtos e serviÃ§os excepcionais, um clima organizacional edificante e uma sÃ©rie de outros predicados. PorÃ©m, se a Ãºltima linha do balanÃ§o nÃ£o for de um azul reluzente, sua existÃªncia estarÃ¡ ameaÃ§ada.

2. LideranÃ§a
A vexatÃ³ria eliminaÃ§Ã£o do Corinthians para o colombiano Tolima, na prÃ©-Libertadores de 2011, poderia ter marcado o fim de um perÃodo glorioso que estava por se iniciar. Naquela ocasiÃ£o, a diretoria decidiu manter o tÃ©cnico, contrariando a praxe de dispensar o treinador â€“ algo similar a demitir o lÃder no mundo corporativo quando os resultados nÃ£o aparecem no curto prazo.
AlÃ©m disso, Ã© funÃ§Ã£o das lideranÃ§as combater a vaidade â€“ iniciando pela prÃ³pria. O lÃder deve ser um guia, um condutor e um mentor. Mas tambÃ©m deve ser enÃ©rgico, tomando decisÃµes difÃceis e atÃ© impopulares, afastando alguÃ©m do elenco ou mesmo punindo quando necessÃ¡rio. O lÃder deve ser exemplar â€“ mas tambÃ©m inspirador.

3. Trabalho em equipe
O sucesso empresarial assemelha-se aos esportes coletivos na busca pela consagraÃ§Ã£o. O Ãªxito nÃ£o Ã© resultado de um indivÃduo â€“ o dono, o presidente, o diretor, o melhor vendedor â€“ mas de todo o grupo. A maior rentabilidade, a reduÃ§Ã£o dos Ãndices de desperdÃcio, o zero acidente, um elevado share of mind, tudo decorre do trabalho em equipe.
Da atual equipe do Corinthians, nenhum atleta integra o elenco da seleÃ§Ã£o brasileira. E praticamente nÃ£o hÃ¡ titulares absolutos: a luta por um espaÃ§o no time Ã© travada diuturnamente, a cada treino, a cada jogo.
Acrescente-se, ainda, que Ã© necessÃ¡rio dar-se â€œtempo ao tempoâ€. Uma equipe nÃ£o Ã© simplesmente constituÃda, mas desenvolvida. Assim, a derrota para o Santos na final do campeonato paulista de 2011, foi parte do processo que culminaria com o tÃtulo invicto da Libertadores 2012 e o Mundial Interclubes.

4. Marketing
O rebaixamento para a sÃ©rie B, em 2009, poderia configurar um perÃodo nefasto para os negÃ³cios do clube. PorÃ©m, foi o inÃcio de um processo de construÃ§Ã£o de marca que redundaria em recordes de pÃºblico nos estÃ¡dios, contratos milionÃ¡rios com a TV, novos patrocinadores, vendas de camisas e outros produtos via licenciamento, alÃ©m de iniciativas inovadoras como patrocÃnios pontuais para jogos em finais de torneios e a venda de espaÃ§o publicitÃ¡rio nas axilas da camisa para o desodorante AvanÃ§o, elevando o faturamento atÃ© tornar-se o mais elevado entre todos os clubes do paÃs.
E vocÃª, como tem cuidado do marketing de sua empresa? Lembre-se de Henry Ford: â€œSe eu tivesse um Ãºnico dÃ³lar, investiria em propagandaâ€.

5. PaixÃ£o
Da Democracia Corintiana de 1982, passando pela campanha na sÃ©rie B atÃ© a InvasÃ£o do JapÃ£o em 2012, um ingrediente sempre esteve presente: a devoÃ§Ã£o do torcedor ao time. Como um casamento, nos bons e nos maus momentos, o â€œfielâ€ torcedor , reunido em um "bando de loucos", sempre esteve presente, numa paixÃ£o que transcende os campos de futebol, invade as ruas no Carnaval, veste uniformes e canta hinos.
Seus colaboradores sÃ£o igualmente apaixonados por sua companhia? Consomem seu produto, indicam seu serviÃ§o e defendem com afinco sua empresa? E seus consumidores, sÃ£o os maiores propagadores de sua marca?
Alcance esta grau de satisfaÃ§Ã£o e reconhecimento para conquistar seu maior tÃtulo: a lideranÃ§a em seu mercado.
PS: Este articulista nÃ£o Ã© torcedor do Corinthians, mas respeita e admira sua recente trajetÃ³ria. E aproveita para agradecer publicamente ao amigo corintiano Jorge Ifraim, que contribuiu com informaÃ§Ãµes para este artigo.

* Tom Coelho Ã© educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 paÃses. Ã‰ autor de â€œSomos Maus Amantes â€“ ReflexÃµes sobre carreira, lideranÃ§a e comportamentoâ€ (Flor de Liz, 2011), â€œSete Vidas â€“ LiÃ§Ãµes para construir seu equilÃbrio pessoal e profissionalâ€ (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos atravÃ©s do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.

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