FM - Faculdade Mental

CRIATIVIDADE NO MARKETING

PROPAGANDAS INTELIGENTES (THE JOY OF PEPSI)
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O anÃºncio que enfureceu a Coca-Colaâ€¦
(ColaboraÃ§Ã£o: Waldeyr E. de Paula Junior)
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PROFESSOR X

QUALIDADE DO ENSINO: ALTERNATIVAS
Duas linhas do pensamento do brasileiro sobre o ensino universitÃ¡rio separam posiÃ§Ãµes distintas. De um lado estÃ£o os que desejam a abertura de acesso para acolhimento de todos os segmentos sociais, e de outro os que privilegiam o predomÃnio da qualidade cultural, intelectual, tÃ©cnica e pessoal do alunado, distinguido pela competÃªncia, cultura e dignidade para quem chegar ao fim do curso. Ã‰ evidente que o acesso hÃ¡ de ser aberto a todos, mas sem que a capacitaÃ§Ã£o seja facilitada atÃ© o ponto de sacrificar a qualidade, com efeito danoso para toda a cidadania.
A questÃ£o das cotas escolares Ã© um bom passo intermediÃ¡rio que tem aprovado bons alunos, com capacidade cultural e interesse no estudo. Tem, contudo, dois defeitos a serem corrigidos: cria uma forma suplementar de privilÃ©gio, ainda quando atribuÃda Ã parcela substancial do povo brasileiro. De outro modo, pelo menos no nÃvel federal, tem permitido distorÃ§Ãµes, mesmo entre os beneficiados, depois do ingresso no alunado do nÃvel superior.
Elementos estranhos aos prÃ³prios alunos contribuÃram para a maior dificuldade. O Brasil percorreu, nos Ãºltimos decÃªnios, intenso processo de quantificaÃ§Ã£o de caminhos universitÃ¡rios, em transformaÃ§Ã£o radical de numerosas instituiÃ§Ãµes particulares. Em algumas delas a insuficiÃªncia Ã© marcante, por exemplo, quanto ao idioma e sua literatura. Ã‰ comum saber-se de alunos cujo nÃvel de leitura se resolve em resumos plastificados de obras, que nÃ£o sÃ£o lidas.
Para tudo, em matÃ©ria de quantidade, serve de exemplo mais um exame da Ordem dos Advogados do Brasil. A grande quantidade de candidatos e de reprovados -contados Ã s dezenas de milhares- faz desse certame o mais criticado. Mas Ã© certo que o Ãndice das reprovaÃ§Ãµes Ã© filho do mau ensino recebido.
O obstÃ¡culo da chegada Ã universidade tem mais dois aspectos desapontadores. O primeiro deles Ã© o da fraude, no conhecimento prÃ©vio das questÃµes a serem propostas. O segundo exemplo estÃ¡ nas cotas para ingresso na universidade, com reserva privilegiada pela cor. As cotas tambÃ©m se ligam Ã polÃtica adotada nos Ãºltimos cinquenta anos, quando se passou a defender a ideia de que quanto mais ampla for a base quantitativa da pirÃ¢mide do ensino, mais se garantirÃ¡ a qualidade dos que chegarem ao topo da mesma pirÃ¢mide. A prÃ¡tica nÃ£o parece ter confirmado a garantia de qualidade proporcional expandida.
Efetivamente, a se julgar pela educaÃ§Ã£o superior no Brasil, o nÃºmero de doutores em todas as carreiras cresceu em proporÃ§Ã£o, mas a simples quantificaÃ§Ã£o nÃ£o resolve, atÃ© mesmo no sistema de cotas - compreensÃvel por perÃodo breve, mas nÃ£o a tÃtulo permanente.
Com olhos para a ConstituiÃ§Ã£o e para os nÃºmeros, o nÃvel de participaÃ§Ã£o nas camadas em preparo para qualquer ramo da atividade profissional dos formandos ainda nÃ£o foi avaliado de modo merecedor da confianÃ§a de todos. Ã‰ objetivo a ser perseguido, para o "pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercÃcio da cidadania e sua qualificaÃ§Ã£o para o trabalho" (ConstituiÃ§Ã£o, art. 205). Deve ser o centro da preocupaÃ§Ã£o maior de todos nÃ³s, para que a sÃºmula clara da Carta Magna nÃ£o seja sacrificada, com grave prejuÃzo para o futuro da educaÃ§Ã£o neste paÃs.
Walter Ceneviva -Fonte: Folha de S.Paulo â€“ 14/07/12.

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