CRIATIVIDADE NO MARKETING XLII
PROPAGANDAS INTELIGENTES XLII (FEIRA ESCANDINAVA 2008)
São Paulo vai ser invadida. 29 e 30 de outubro no Esporte Clube Pinheiros.
Saiba mais:
http://www.feiraescandinava.com.br/
PROFESSOR X
OS PROFESSORES E A REGRA DE TRÊS
Ato I. Oitocentos professores no auditório. Peço que levantem a mão aqueles que aprenderam a ensinar "regra de três" na faculdade de educação. Surpresa! Nem uma só mão levantada. Ou seja, não aprenderam como ensinar a mais útil das ferramentas matemáticas.
Ato II. Três mil professores no auditório. Falo com eles sobre a importância de receberem material didático bem detalhado, de forma a melhorar suas aulas e facilitar sua vida. Sou aplaudido de pé. Choram de decepção, ou de raiva, os fundamentalistas antilivros presentes ao evento. Para eles, o professor precisa inventar sua aula em vez de usar o bom material existente.
Ato III. Eu em conversa com algumas professoras. Como elas não aprenderam na faculdade a dar aula, admitem que seus alunos servem de cobaias, enquanto elas aprendem – processo que pode durar até cinco anos. É como se num curso de cirurgia os alunos estudassem apenas a psicogênese do ato cirúrgico. Ao se formarem, teriam de inventar maneiras de operar seus pacientes, já que não as haviam aprendido no curso. Pouco a pouco, aumentaria o número de sobreviventes entre seus pacientes.
Os exemplos acima não têm foros de evidência científica. Contudo, refletem a direção tomada pelos cursos que formam nossos professores. Alguns diretores de escolas públicas falam com nostalgia do velho curso Normal, no qual se aprendia a dar aula. Foi substituído por faculdades de Educação, para formar orientadores nas escolas, e pelos Institutos Normais Superiores, para formar os professores de sala de aula. Mas essas últimas instituições não eram do agrado dos gurus da nossa pedagogia. Usando seus potentes decibéis, conseguiram o seu bloqueio pelo MEC.
O resultado é trágico. Hoje são formados nas faculdades de Educação não apenas os orientadores, mas a esmagadora maioria dos que vão ser professores de sala de aula. Nessas faculdades eles ouvem falar dos livros de muitos autores, vivos e defuntos, nenhum dos quais ensina a dar aula. Em compensação, estudam as mais exaltadas teorias, tais como a luta de classes, a exploração do homem pelo homem, o imperialismo cultural, os intelectuais orgânicos e a psicogênese do conhecimento. É como se a inclusão de algum fragmento de sapiência fosse condicionada a não ter nenhuma aplicabilidade na sala de aula. Piaget não ensina a alfabetizar. Portanto, isso não se aprende nessas faculdades. Resultado: os professores se sentem perdidos diante dos seus alunos.
O educador chileno Ernesto Schiefelbein diz que um médico pode abrir um livro de cirurgia e ficar sabendo dos procedimentos aconselhados para uma apendectomia. Um educador deveria ter também um livro que pudesse consultar quando quisesse saber como ensinar a regra de três. Só que há resistência a livros tão específicos. Para nossos gurus, é errado explicitar como se ensinam tais detalhes, embora haja ampla pesquisa mostrando que isso dá bons resultados.
Entalado na controvérsia está o construtivismo, uma formulação teórica acerca da epistemologia do aprendizado. Aceitemos ou não as suas formulações, elas nada dizem sobre como os livros devem ser nem como usá-los. A subsecretária de Educação da cidade de Nova York é construtivista ferrenha e confessa. E insiste nos materiais escritos que especificam, nos mínimos detalhes, como conduzir a sala de aula. No Brasil, dizem-se construtivistas os gurus furiosos contra livros detalhados. Ou seja, o uso do livro nada tem a ver com o construtivismo. Mas tem muito a ver com o bom aprendizado. A receita é simples, precisamos de livros detalhados, em mãos de professores que aprenderam a usá-los e a dar aula. Assim se faz no mundo inteiro.
O resultado de não preparar professores para dar aula e fazer campanha contra livros é que nem a metade dos alunos da 4ª série é funcionalmente alfabetizada (todos deveriam saber ler ao final da 1ª série). O Pisa (uma prova internacional de aproveitamento escolar) nos mostrou que 23% dos nossos alunos nem sequer atingem o nível 1, o mais baixo. No total, 86% estão abaixo do mínimo esperado. A lógica é inapelável: como os professores não aprenderam a ensinar, os alunos não aprendem o que deveriam aprender.
Claudio de Moura Castro - Fonte: Veja - Edição 2083.
PROFESSORA PASQUALINA
LIVROS PARA SE LER (BAIXAR DA INTERNET)
Título: O Alienista
Autor: Machado de Assis
Categoria: Literatura
Idioma: Português
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2027
(Colaboração: A.M.B.)
FORMAÇÃO DE PROFESSORES É PONTO CRÍTICO
A rede pública de ensino tem, é claro, diversas deficiências de infra-estrutura e de gestão, mas o ponto crítico nos municípios com os piores resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é a má formação dos professores, como informa a Folha, levando em consideração relatórios de técnicos do Ministério da Educação. Em Araci, no interior da Bahia, a secretaria de Educação diz que “falta desejar fazer um trabalho diferente na sala de aula”, mas o próprio município não exige nem sequer curso superior para o concurso de professor.
Fonte: O Filtro (www.ofiltro.com.br) - 22/10/08.
FOCO NO PROFESSOR
Relatório do Ministério da Educação aponta que a formação precária de professores é crítica nos municípios com os piores indicadores educacionais do país. Para os educadores, esse problema é mais importante do que deficiências de infra-estrutura e de gestão nas cidades com baixo desempenho.
Registre-se, entretanto, que a presença de professores sem qualificação específica, ou com cursos concluídos em área diferente daquela em que lecionam, ocorre também em regiões mais desenvolvidas, como o Estado de São Paulo.
Um novo programa do MEC prevê recursos de até R$ 1 bilhão em 2009 para financiar a graduação e a especialização de professores da educação básica. Parte do dinheiro seria destinada a instituições superiores federais, estaduais e municipais, para custear a abertura de novas vagas. Parte se destinaria ao pagamento de bolsas para que docentes do ensino básico se especializem.
Entre as modalidades em estudo pelo programa federal está o ensino a distância, com a utilização da UAB (Universidade Aberta do Brasil), que articula na esfera federal programas em instituições públicas. Nesse particular, vai ao encontro de outra iniciativa, na esfera paulista. Trata-se da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), que prevê oferecer 6.600 vagas para ampliar a formação de professores em 2009, com o concurso das universidades estaduais.
Bem-vindas, tais iniciativas no entanto não produzirão resultado imediato. Resta esperar que consigam ser financiadas num ambiente menos promissor para as contas públicas. O caráter estratégico desses projetos justifica o corte de verbas em outras áreas, a fim de que possam ser acomodados nos orçamentos.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 25/10/08.
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