CRIATIVIDADE NO MARKETING XII
PROPAGANDAS INTELIGENTES XII
English:
http://www.guardian.co.uk/media/2008/mar/12/asa.advertising
Mesmo criativa e inteligente, a publicidade pode ser proibida. A autoridade de padrão publicitário do Reino Unido (ASA, da sigla em inglês) proibiu um anúncio de shampoo que usava temas eróticos misturados com símbolos e posturas religiosas. Segundo o órgão, o comercial, veiculado na TV, poderia causar sérias ofensas, principalmente aos cristãos. No anúncio da fabricante de cosméticos ghd, que usa o slogan "uma nova religião para cabelos", são mostradas mulheres de lingerie em poses sensuais e que simulam o ato de rezar. No filme, elas também estão cercadas por símbolos cristãos, como rosários e velas.
Leia mais:
http://br.invertia.com/noticias/noticia.aspx?idNoticia=200803141529_RTR_71183755
Fonte: Terra - 14/03/08.
VOCÊ É A PROPAGANDA
Agências de publicidade utilizam redes sociais, blogs e vídeos para que você transmita, espontaneamente, as mensagens que elas querem passar.
Você está prestes a ser infectado por um vírus que faz com que você passe adiante mensagens e vídeos, simplesmente porque gostou do conteúdo deles. Mas, por trás da iniciativa, estão agências de publicidade, que investem em uma estratégia chamada marketing viral.
Divulgadas em blogs, fóruns e redes sociais, como o Orkut, as campanhas têm como objetivo espalhar um conteúdo boca a boca -nesse caso, link a link.
"As pessoas não acreditam mais em propagandas. Elas acreditam em outras pessoas", afirma Marcelo Coutinho, diretor de análise de mercado do Ibope Inteligência.
Apesar de amplamente utilizadas, somente 15% das campanhas de marketing viral atingiram seus objetivos, segundo estudo da Jupiter Research publicado em outubro último.
As empresas ainda estão aprendendo a utilizar esse tipo de mídia, avalia Marcos Telles, coordenador geral de cursos da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil). Ari Meneghini, diretor-executivo do IAB (Interactive Advertising Bureau Brasil) acredita que é preciso melhorar. "Tem muito publicitário achando que qualquer videozinho no YouTube vai ser viral."
Pela culatra: Há duas semanas, um funcionário da agência Riot enviou uma sugestão de pauta para o blog Futepoca (www.futepoca.com.br) sobre a recuperação do jogador Ronaldo. Havia indicações de como o post deveria ser escrito e insinuações sobre uma possível parceria se ele fosse publicado.
A equipe do Futepoca condenou a prática. "Se a blogosfera quiser ser tratada como uma mídia responsável, deve se preocupar e discutir sua relação com a publicidade", escreveu Glauco Faria no blog.
"O Futepoca agiu corretamente ao publicar o e-mail, e o funcionário em questão não trabalha mais conosco", diz Pedro Ivo Resende, diretor da Riot.
Camila Rodrigues/Daniela Arrais - Fonte: Folha de S.Paulo - 26/03/08.
PUBLICIDADE FAZ CONGRESSO EM BUSCA DE NOVAS REGRAS
Pela primeira vez, setor será medido pelo IBGE.
Nas três vezes em que foi realizado, desde 1957, o Congresso Brasileiro de Publicidade marcou viradas importantes do setor. No primeiro, foram criadas as bases da legislação que regulamenta a propaganda brasileira. Do último, que aconteceu 30 anos atrás, nasceu o Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária) http://www.conar.org.br/.
Organizados pela Abap (Associação Brasileira de Agências de Propaganda) http://www.abp.com.br/; http://www.abap.com.br/legislacao.htm, os publicitários convocam todo o setor de comunicação para o 4º Congresso Brasileiro de Propaganda, que acontecerá em julho, em São Paulo. Espera-se, nessa edição, a constituição de mais um marco: o das regras que fundamentarão o modelo de negócios da área para os próximos anos.
"Não existe capitalismo sem regras nem proteção", disse Nizan Guanaes, presidente do grupo ABC, que coordenará uma das comissões do evento. "Não queremos privilégios, mas direitos claros como os do agricultor francês ou da siderurgia nacional. Somos um setor importante da economia e queremos ser tratados como empresários, não apenas como criativos."
Isso porque a matemática do setor, hoje, não fecha. Até poucos anos atrás, o lucro das agências vinha do chamado bônus por veiculação. A prática consiste em concentrar a veiculação do maior número possível de anúncios em determinada rede de TV, rádio, revista ou jornal. Em troca da fidelidade, o meio de comunicação devolve à agência parte da quantia paga.
Com o surgimento de novas mídias, como marketing direto, promocional, de ponto-de-venda e internet, por exemplo, a verba foi pulverizada e o bônus, reduzido drasticamente. As agências partiram para competições agressivas, e os percentuais cobrados sobre as verbas publicitárias despencaram.
"Só que agora os publicitários estão unidos", disse Sérgio Amado, presidente da Ogilvy Brasil. "Agências grandes, pequenas, nacionais e múltis perceberam que não podemos passar pela situação de outros países, onde o setor foi esvaziado."
Em lugares como Espanha, Argentina e México, o modelo de birô de comunicação, no qual a compra de espaço publicitário não passa pelas agências, resultou no encolhimento do mercado. "O efeito foi de terra arrasada, tanto que há empresas de outros países vindo contratar a criatividade brasileira", disse Amado.
Por aqui, as agências começam a testar novos modelos de remuneração, como bônus por sucesso das campanhas, usado pela Ogilvy. Guanaes, por sua vez, planeja ser remunerado com ações dos clientes em troca de seus serviços.
Atrações: É para discutir esse tipo de alternativa, entre outros assuntos, que 25 entidades participarão do congresso. Uma das atrações do evento será o ex-presidente da ONU (Organização das Nações Unidas) e prêmio Nobel da Paz Kofi Annan, que falará sobre liberdade.
Outra será a divulgação de dados oficiais do setor, medidos pela primeira vez pelo IBGE. Baseados em números apresentados pelas próprias agências, as estatísticas do setor existentes até então não são um reflexo fiel do mercado. Isso porque dados como os descontos de bônus por veiculação ou mesmo as novas mídias não entravam na contabilidade.
"Sempre tivemos dificuldades em ter números reais do mercado", disse Dalton Pastore, presidente da Abap. "Esse primeiro levantamento feito pelo IBGE foi o mais difícil, mas daqui para a frente teremos dados precisos do setor."
Alguns números prévios divulgados mostraram que o mercado é bem maior do que alguns imaginavam. O IBGE analisou dados de 2004 e 2005, que mostraram que havia mais de 23 mil agências de propaganda e serviços especializados e 200 mil alunos de comunicação no país. "Achávamos que havia 4.000 agências e 150 mil alunos", disse Pastore.
Cristiane Barbieri - Fonte: Folha de S.Paulo - 26/03/08.
PROFESSOR X
O NOVO MARCO REGULATÓRIO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
A função realmente capaz de garantir que os cursos satisfaçam a razão pela qual foram autorizados é a avaliação de qualidade.
O Ministério da Educação vem operando profunda reformulação do marco regulatório da educação superior.
Nas palavras do ministro Fernando Haddad, passa-se do paradigma de que "o Estado avalia e o mercado regula" para uma noção mais afinada com o comando contido no artigo 209 da Constituição Federal, de que "o Estado avalia e o Estado regula".
Para isso, definiram-se claramente três atribuições do MEC em relação à educação superior: regulação, avaliação e supervisão.
No passado recente, o ministério concentrava atenção na regulação, nos aspectos formais da abertura de instituições e cursos. A autorização dava-se principalmente com base em papéis, considerando que o projeto é apenas uma promessa.
A função realmente capaz de garantir que os cursos satisfaçam a razão pela qual foram autorizados é a avaliação de qualidade, renovável periodicamente, conforme dispõe a LDB. A avaliação ganhou muito em profundidade com a instituição do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), pela lei nº 10.861/2004, que criou o Exame Nacional de Estudantes (Enade), visando aferir o desempenho efetivo dos alunos, complementado com a avaliação de cursos e instituições.
A última função que compõe o tripé é a supervisão, que permite ao MEC, a qualquer tempo, pedir informações e determinar as providências necessárias para saneamento das deficiências eventualmente detectadas em instituições e cursos.
O decreto nº 5.773/2006 passou a relacionar regulação e avaliação, prevendo que as avaliações do Sinaes gerem conseqüências. Resultados insatisfatórios poderão impedir o recredenciamento de instituição ou renovação de reconhecimento de curso.
O MEC passa a desempenhar ativamente sua parcela de responsabilidade pela fiscalização da educação superior, voltando sua atenção à realidade acadêmica dos estudantes e do funcionamento concreto dos cursos.
O MEC desencadeou, em outubro passado, a supervisão dos cursos de direito com avaliações insatisfatórias no Enade, motivado por manifestações da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entre outras.
Os 89 cursos de direito com resultados abaixo do mínimo foram convocados a explicar as razões disso e propor medidas para o saneamento das deficiências. Foi constituída uma comissão de especialistas, que assessorou a Secretaria de Educação Superior (SESu) a analisar a consistência das medidas propostas, confrontando-as com informações colhidas em visitas in "loco".
Algumas instituições já assinaram termo de compromisso com o MEC, com prazo máximo de um ano, ao final do qual receberão nova visita para verificar o cumprimento das providências. Estas, diga-se, muito concretas, incluem diminuição do número de vagas (cerca de 6.300 até o momento), contratação de professores com titulação e ampliação de acervo bibliográfico, entre outras, de modo que resultem em melhoria rápida e consistente do ensino.
Ao final do prazo, se não obtido o saneamento, o MEC instaurará processo administrativo, que poderá resultar no fechamento do curso, garantidos, evidentemente, o contraditório e a ampla defesa.
Essas iniciativas de supervisão representam o que há de mais inovador em relação às práticas anteriores, na medida em que servem, mais do que a aplicar medidas sancionatórias de fechamento de cursos (o que alguns segmentos da sociedade sugerem), para induzir a melhoria efetiva de sua qualidade e, conseqüentemente, da formação de pessoal de nível superior, tão necessária para o desenvolvimento do país.
Por fim, cumpre noticiar que esse conjunto de iniciativas vem passando pelo teste realmente decisivo em relação a qualquer marco regulatório, que é o do Poder Judiciário.
Emblemática é a afirmação da juíza da 13ª Vara Federal: "É legítimo o procedimento instaurado pela SESu/MEC, nos limites do poder de polícia a ela por lei conferido, tendente à apuração de possíveis deficiências nos cursos jurídicos", decisão confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região: "Detectado o problema em uma área específica, tem a administração que atuar".
Maria Paula Dollari Bucci, 44, mestre e doutora em direito pela USP, é consultora jurídica do Ministério da Educação.
Ronaldo Mota, 52, doutor em física pela University of British Columbia e pela University of Utah, professor titular da Universidade Federal de Santa Maria (RS), é o secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação.
Fonte: Folha de S.Paulo - 24/03/08.
PROFESSORA PASQUALINA
O DIREITO DE APRENDER
EM 1940, apenas 21% dos brasileiros em idade escolar estavam na escola, segundo o IBGE. Em 1960, foi atingida a marca, ainda muito baixa, de 31% de crianças e adolescentes na escola. Em 1998, alcançamos 86% e, oito anos depois, chegamos próximos da universalização do acesso, com 98% das crianças de sete a 14 anos na escola. Como o país avançou nessa área!
No entanto, a cada passo, novos desafios se apresentam. Não podemos cruzar os braços diante das 660 mil crianças brasileiras ainda fora da escola -essa é a tradução em números absolutos dos 2% que parecem tão pouco. Não podemos também fechar os olhos para os milhões de alunos e alunas das escolas públicas submetidos à lógica perversa da repetência, da evasão e do abandono.
A quase universalização do acesso colocou na pauta a qualidade da educação. Não é suficiente apenas abrir vagas e garantir matrícula para as crianças e adolescentes. Uma vez na escola, cada um deles tem o direito de permanecer estudando, de se desenvolver, de aprender e de concluir toda a educação básica na idade certa.
Nós do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) escolhemos o "aprender" como tema central para nossa atuação no Brasil em 2008. O entendimento da aprendizagem como direito está presente na pauta das mais importantes articulações e mobilizações em torno da educação e cada vez mais direciona as políticas públicas nos três níveis de governo.
Como contribuição para esse esforço, o Unicef, a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), o Ministério da Educação e o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) lançam hoje os resultados de um estudo que buscou identificar boas práticas desenvolvidas por 37 redes municipais de ensino no país.
A publicação "Redes de Aprendizagem" dirige o foco do nosso olhar para o compromisso essencial e estratégico de todas as redes escolares deste país: garantir o direito de aprender de cada um dos seus meninos e meninas.
Localizadas em todas as regiões do país, em municípios de diferentes tamanhos, as redes públicas estudadas têm em comum tanto a inserção em contextos de vulnerabilidade social quanto os resultados no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) acima da média nacional. Isso significa que, em contextos que não facilitam a aprendizagem de alunos e alunas, essas redes conseguiram resultados acima da média na aprendizagem de leitura e matemática, aliados a bons índices de aprovação.
Quais as diretrizes, quais as práticas, que tipo de atitudes inspiram e mobilizam os atores educacionais dessas redes para chegar a tais resultados? São as respostas e reflexões sobre essas questões que apresentamos na publicação.
O estudo aponta dez aspectos considerados responsáveis pela boa aprendizagem pelos atores educacionais entrevistados -gestores municipais, diretores e coordenadores, professores, funcionários, famílias, comunidade e, em especial, alunas e alunos. Destacam-se a valorização do planejamento realizado de maneira coletiva e solidária, a importância da avaliação contínua e cuidadosa e a valorização criativa da leitura como pedra fundamental do aprender. Nenhuma das práticas identificadas é por essência inédita ou inovadora. O que as fortalece é o fato de terem um objetivo comum e indispensável: a garantia do direito de aprender.
É possível ter educação de qualidade na escola pública? O estudo "Redes de Aprendizagem" mostra que sim. E aponta um conjunto de iniciativas que, implementadas de maneira articulada, participativa e mobilizadora, transformou escolas, redes e suas comunidades em espaços privilegiados e estratégicos de aprendizagens.
São essas ações que queremos disseminar, abrindo espaços para que novas e boas práticas sejam apresentadas. E que essa reflexão e mobilização se façam sempre com o olhar voltado para o direito de aprender daqueles que são os sujeitos de direito desse processo: as crianças e os adolescentes no Brasil.
Marie-Pierre Poirier, 47, graduada em relações internacionais pela Sorbonne e mestre em economia pela Universidade de Paris 2, é representante do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no Brasil.
Fonte: Folha de S.Paulo - 25/03/08.
Leia mais:
http://www.unicef.org.br/
http://www.undime.org.br/htdocs/index.php
http://www.inep.gov.br/
http://www.listas.unicamp.br/pipermail/ead-l/2006-February/008227.html
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http://www.faculdademental.com.br/fale.php