CRIATIVIDADE NO MARKETING XV
PROPAGANDAS INTELIGENTES XV
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Campanha premiada criada pela AMV BBDO para a Choice FM do Reino Unido. As imagens dizem tudo, com efeitos de uma bala em câmera lenta atravessando vários objetos. Ao final: “Pare as balas, mate as armas - Escolha paz nas ruas”.
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(Colaboração: A.M.B.)
PROFESSOR X
VERDADES RELATIVAS
Na semana passada, quando dava uma aula sobre o sistema astronômico do alexandrino Ptolomeu, que viveu em torno de 150 d. C., uma estudante perguntou: "Professor, esse sistema de epiciclos está todo errado, não?" A resposta imediata -e incorreta- é: "Claro, todo mundo sabe que esses círculos imaginários não existem nos céus". A resposta correta é bem mais sutil. Nas ciências naturais, certo, errado, verdadeiro ou falso são condições que muitas vezes devem ser interpretadas no contexto em que foram determinadas. Coisas que nos parecem erradas hoje eram consideradas certas no passado.
Para quem não estava na minha aula, Ptolomeu é famoso por ter proposto um modelo completo dos movimentos celestes, capaz de prever as posições futuras do Sol, da Lua e dos seis planetas conhecidos então com uma precisão aproximada de duas luas cheias, um feito muito acima de qualquer outro modelo celeste da Antigüidade. Se alguém queria saber, por exemplo, onde Marte estaria em dois meses, ou dois anos, bastava usar o modelo de Ptolomeu para calcular a sua posição futura.
Para os astrólogos, precisão era sinônimo de sucesso: quanto mais preciso o modelo, melhores seriam as previsões astrológicas derivadas dele.
O modelo ptolomaico, com a Terra no centro (ou quase), era tão eficiente que sobreviveu, com pequenas alterações feitas por astrônomos árabes, até meados de 1500, quando entram em cena Copérnico e Ticho Brahe.
Portanto, para um astrônomo do século 6 ou 12, o modelo de Ptolomeu era a verdade. Não que as pessoas imaginassem que os planetas estavam presos a círculos que, por sua vez, estavam presos a outros círculos que giravam nos céus. O objetivo de Ptolomeu não era explicar as causas dos movimentos celestes, como seria o caso com Kepler e Newton no século 17, quando foi proposta a força da gravidade. Na época de Ptolomeu, não existia essa preocupação com causas.
A pergunta "mas o que causa os movimentos celestes?" não fazia parte do discurso científico. Bastavam modelos capazes de prever as posições planetárias com precisão, mesmo sendo compostos de círculos imaginários.
Com Kepler e Newton, ficou claro que as órbitas planetárias em torno do Sol eram resultado de uma atração invisível. Em 1609, Kepler propôs que essa atração era de origem magnética.
E, de quebra, que as órbitas não eram circulares, mas elípticas. Em 1686, Newton mostrou que a força era a gravitacional, a mesma que faz uma maçã cair no chão. O enorme sucesso e a enorme precisão da teoria newtoniana rapidamente tornaram-na a verdade sobre o cosmo. Objetos com massa exercem uma força mútua que cai com o quadrado da distância entre eles. Essa foi a "verdade" até 1916.
Naquele ano, Einstein propôs uma nova teoria da gravidade, na qual a atração entre dois corpos era conseqüência da curvatura do espaço entre eles. A massa deforma o espaço e a aceleração atribuída à força gravitacional vem do movimento nesse espaço curvo. Essa é a nossa "verdade".
Mas sabemos, ou ao menos deveríamos saber, que essa história não tem fim. Excluindo as verdades matemáticas do tipo 2 + 2 = 4, o conhecimento científico é cumulativo, dependente do desenvolvimento de novas tecnologias e idéias. Nossas verdades sobre a natureza permanecem verdadeiras até que alguém demonstre que elas são aproximações incompletas. No mínimo, essa perspectiva deveria nos ensinar a defender nossas verdades temporárias com a humildade de quem aprende com o passado.
Marcelo Gleiser é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA) e autor do livro "A Harmonia do Mundo".
Fonte: Folha de S.Paulo - 13/04/08.
Sites relacionados ao texto:
Ptolomeu (c. II d.C.): http://plato.if.usp.br/1-2003/fmt0405d/apostila/helen8/node17.html
Copérnico: http://astro.if.ufrgs.br/cop/index.htm
Tycho Brahe/Kepler: http://astro.if.ufrgs.br/bib/bibkepler.htm
Newton: http://astro.if.ufrgs.br/bib/newton.htm
Einstein: http://www.albert.einstein.nom.br/
O livro "A Harmonia do Mundo" no Submarino:
http://www.submarino.com.br/books_productdetails.asp?Query=ProductPage&ProdTypeId=1&ProdId=1643045&ST=SF6506
PROFESSORA PASQUALINA
LIVROS PARA SE LER
Título: Dom Casmurro
Autor: Machado de Assis
Categoria: Literatura
Idioma: Português
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1888
(Colaboração: A.M.B.)
OBRA ADULTA DE LOBATO VOLTA COM SUCESSO
"Urupês", livro de contos que introduziu o Jeca Tatu, já está na 4ª reimpressão. Fim de briga judicial entre a família do autor e editora permite reedição de títulos.
Ninguém duvidava que as edições infantis de Monteiro Lobato voltariam a vender -e muito- com o relançamento de suas obras completas. Mas a grande procura pela sua obra adulta, restrita aos sebos há anos, é a maior surpresa no atual relançamento dos livros do criador do Sítio do Picapau Amarelo. Em outras palavras, Jeca Tatu está ameaçando o lugar de Emília.
A extensa produção ensaística, crítica e ficcional de Lobato -incluindo as histórias infantis que preencheram o imaginário de várias gerações- está voltando às livrarias após dez anos de brigas judiciais.
O imbróglio editorial ligado ao autor se arrastava desde 1998, quando os herdeiros do escritor -que morreu há 60 anos- entraram na Justiça para retirar sua obra da editora Brasiliense.
Por causa de um curioso contrato "ad infinitum" assinado três anos antes de morrer com Caio Prado Jr. (1907-1990), dono da Brasiliense, todos os livros do escritor estavam sob a guarda da editora. O contrato garantia a ela o direito de publicação da obra sem fixar prazos, na prática impedindo o controle dos herdeiros de Lobato.
A relação entre a família e a Brasiliense foi boa até 1992, quando o diretor editorial Caio Graco Prado (filho de Caio Prado Jr.) morreu. E azedou de vez em 1998, quando a família tentou impedir o relançamento de "Reinações de Narizinho", acusando a Brasiliense de quebrar cláusulas contratuais e de não dar a devida atenção editorial à obra. A contenda prejudicou as reedições dos infantis e praticamente tirou de catálogo a obra adulta do autor. A briga judicial teve capítulo final em agosto de 2007, com um acordo entre as partes, abrindo espaço para a mudança de casa.
A editora Globo assinou logo na seqüência um contrato com os herdeiros e começou já em setembro de 2007 a relançar as obras completas (um total de 56 livros, entre infantis e adultos, além de adaptações em quadrinhos). Os últimos títulos chegarão às livrarias em 2009.
"Urupês": Iniciada a republicação, a grande surpresa foi a venda da obra adulta de Lobato. Lucia Machado, diretora de negócios infantis da Globo e responsável pelo lançamento, diz que "não sabia que o mercado estava tão carente [de títulos adultos]". "Isso nos surpreendeu."
"Urupês", por exemplo, a coletânea de contos que introduziu o Jeca Tatu há 90 anos, já está na quarta reimpressão (15 mil exemplares vendidos). Nada mal para um texto de 1918 que capricha no vernáculo e abusa do léxico (Lobato se gabava de ter lido o dicionário Caldas Aulete de "A" a "Z"), passeando por temas como a indolência do caipira ou a condenação das queimadas.
Se o papel de renovador da literatura infantil brasileira e de editor (foi um dos fundadores do mercado editorial brasileiro) são incontestes, os novos tempos pedem uma reavaliação do jornalista, crítico de arte, ensaísta e polemista -Lobato é o autor do famoso artigo "Paranóia ou Mistificação", em que atacou a pintora Anita Malfatti, e também foi pioneiro na defesa da nacionalização do petróleo, entre outras causas.
Marisa Lajolo, professora responsável pelo acervo do escritor abrigado na Unicamp, acredita que o relançamento esteja vindo em um momento de reabilitação. "As luzes sobre o modernismo paulistano jogaram Lobato no limbo. Ele virou o vilão. Nos últimos anos há uma revisão disso", diz a professora.
Além disso, para a pesquisadora, o escritor "é um excelente contista, divertido, violento em relação à crítica social, despojado em termos de linguagem".
Vladimir Sacchetta, um dos autores da biografia "Monteiro Lobato - Furacão na Botocundia" (ed. Senac-SP) e consultor da reedição das obras, junto com Marcia Camargos, cita também "Um Jeca nos Vernissages" (Edusp), de Tadeu Chiarelli, que em 1995 iniciou um processo de revisão da produção crítica de Lobato.
O relançamento da obra completa, porém, também provoca críticas por algumas escolhas editoriais, como mostram os textos na página ao lado.
Sacchetta defende o trabalho de relançamento. Ele diz que as edições voltaram a respeitar as publicações originais como se lia nas décadas de 10 e 20.
Lucia Machado diz que a urgência de recolocar os títulos no mercado determinou muitas opções. Além disso, aponta a dificuldade de atualização. "São decisões difíceis ao "traduzir" para os dias de hoje. A sensação é que estávamos invadindo uma grande obra", diz.
Ela afirma que a proposta é quadrinizar o máximo possível da produção infantil do autor, começando pelas adaptações (como "Dom Quixote das Crianças"). Vários desenhistas estão sendo chamados. Saem as famosas ilustrações de Belmonte, entram versões modernizadas.
Isso é bom? Segundo ela, foram feitos testes com crianças, que rejeitaram imagens que são ícones do mercado editorial. "A idéia é trazer para um visual que as crianças conhecem hoje. O que enxergam como do passado elas não lêem", diz.
As reedições seguem por contrato até 2018, quando a obra do autor cairá em domínio público.
Marcos Strecker - Fonte: Folha de S.Paulo - 17/04/08.
Confira "Urupês" no Submarino:
http://www.submarino.com.br/rares_productdetails.asp?Query=ProductPage&ProdTypeId=8&ProdId=905525&ST=SR&franq=184664
Sites relacionados:
http://editoraglobo.globo.com/
http://www.unicamp.br/
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