CRIATIVIDADE NO MARKETING
PROPAGANDAS INTELIGENTES (BBC - HUMAN PLANET)
Video:
http://www.youtube.com:80/watch_popup?v=2HiUMlOz4UQ&vq=large
Soberbo clip da BBC... Impressionante... 3 minutos e 33 segundos de prazer para os olhos e para os ouvidos!...
Maravilhosas imagens...
Video: http://www.youtube.com:80/watch_popup?v=2HiUMlOz4UQ&vq=large.
(Colaboração: Waldeyr Estevão)
PROFESSOR TOM COELHO
www.tomcoelho.com.br www.setevidas.com.br. (Confira o logo do FM - http://www.tomcoelho.com.br/sites.asp?PN=3&intervalo=10&t=)
Reimagine!
*por Tom Coelho
"Se você não gosta de mudança,
vai gostar ainda menos de irrelevância."
(General Eric Shinseki)
Você pode ler as 352 páginas de “Reimagine! Excelência nos negócios numa era de desordem” (Futura, 2004) ou assistir aos 77 minutos do filme com igual título, distribuído no Brasil pela Siamar, para entender o porquê de Tom Peters ser considerado um dos nomes mais influentes da administração moderna.
O fato é que Peters aborda temas que por vezes não chegam a ser inovadores, mas sua forma de apresentá-los é única e surpreendente. Ilustra, exemplifica e utiliza cases de empresas para demonstrar que é possível fazer diferente, fazer a diferença.
Algumas sugestões que podem ser extraídas de sua obra acompanhadas de breves reflexões pessoais:
1. Abrace uma grande visão. Você ou sua empresa alcançarão o grau de crescimento e de exposição que postularem em seus planos. Pense pequeno e pisará a grama, pense médio e caminhará por entre arbustos, pense grande e habitará uma floresta. Se desejar ser a maior empresa de seu setor parecer utópico, experimente imaginar ser a melhor. Isso é sempre possível. E compartilhe esta visão.
2. Contrate grandes pessoas. Num mundo de produtos comoditizados, são as pessoas o grande diferencial. Aprenda a selecionar gente com vontade de trabalhar, com eletricidade no corpo e brilho nos olhos. Gente com atitude, mais do que habilidades, que podem ser ensinadas a qualquer tempo. Gente melhor do que você! E contrate devagar, buscando qualidade a partir da quantidade. Mas demita rápido, tão logo seja preciso.
3. Promova o envolvimento. Faça as pessoas trabalharem com você e não para você. Elas devem se sentir não apenas parte do processo, mas protagonistas das soluções. O envolver é entrelaçar, compartilhar e comprometer-se. Empenho que decorre do entusiasmo, determinado menos por questões financeiras e mais pelo orgulho de pertencer e pelo respeito aos propósitos da companhia e à liderança.
4. Treine o tempo todo. Prepare sua equipe treinando-os continuamente. A tarefa é desenvolver competências técnicas, comportamentais, relacionais e até valorativas. Esqueça a mensuração baseada em horas de treinamento anual por pessoa. Isso é balela estatística. A verdadeira régua está na qualidade do treinamento. Ajude-os a conhecer tudo sobre seus produtos e serviços, mas contribua também para que se tornem também pessoas melhores e não somente profissionais melhores.
5. Comunique constantemente. Mantenha a todos informados: colaboradores, clientes, acionistas. Faça a informação – de qualidade – circular. Use da transparência, evite eufemismos, diga a verdade. A mentira tem pernas curtas, vida longa e seu legado é devastador. Compartilhar resultados favoráveis é prazeroso e fácil, mas poucos fazem o mesmo com as más notícias, perdendo a oportunidade de captar grandes aliados para superá-las.
6. Desenvolva idéias e soluções inovadoras. Pense fora da caixa, do plano bidimensional. Faça propostas absurdas ao mesmo tempo em que reflete sobre o óbvio – assim surgiu a jornada flexível de trabalho. Atente para as perguntas e formule outras perguntas quando tiver obtido uma provável resposta – assim nasceu o carro bicombustível. Fique de olho nas conseqüências, inclusive aquelas que parecerem totalmente desfavoráveis – assim foi criado o medicamento para disfunção erétil. Hospitais não precisam ser tristes, aulas não carecem de ser chatas, políticos não necessitam ser corruptos.
7. Design é fundamental. Em termos de design, o que menos conta é a beleza, ainda que ela possa e deva ser contemplada. O que está em jogo é a funcionalidade, a praticidade, o tipo de material empregado. Falamos de leveza, de manuseio, de alternativas com custo inferior – e valor agregado superior. Continuo sem entender por que aqueles sachês de mostarda, maionese e ketchup são tão irritantemente difíceis de serem abertos. Ou por que as embalagens de sanduíches não são formatadas para funcionarem como guardanapo, evitando o contato das mãos com o alimento. Alguém se habilita?
8. Tecnologia para facilitar. Tecnologia que se propõe exclusivamente a transparecer uma imagem futurista apenas intimida e afasta clientes, além do risco de representar um caminhão de dinheiro jogado no lixo. O que se espera são instrumentos para agilizar processos, promover a integração, ampliar a comunicação, reduzir custos diretos ou indiretos. A mudança tecnológica deve ser evolucionária, e não revolucionária. Pequenos avanços hoje, grandes inovações amanhã.
9. Ofereça um atendimento extraordinário. Duvido que ainda haja neste mundo uma pessoa qualquer que não tenha sido flagrantemente destratada, negligenciada e até desrespeitada enquanto consumidora. São profissionais de telemarketing ativo que invadem nossa privacidade na calada da noite, muitas vezes para oferecer um produto do qual já somos seus usuários. São profissionais de telemarketing passivo, dos ordinários serviços de atendimento ao cliente, desprovidos de treinamento, autonomia e bom senso, que raramente resolvem uma demanda com iniciativa, interesse e rapidez. São profissionais em pontos de venda, que não procuram identificar nossas necessidades, mas apenas sugerir o que lhes convém, e raramente solícitos por ocasião de uma troca ou substituição. Estou farto deste desatendimento! Gente que não entende que venda se processa antes, durante e depois da compra. Gente que não aprende que vender e servir andam de mãos dadas. Gente que ainda não descobriu que a única coisa que cativa um cliente é uma experiência de atendimento inesquecível e extraordinária. E que isso é fácil de proporcionar: basta dar atenção.
10. Divirta-se! Quer colher comprometimento dos funcionários, fidelidade dos clientes e retorno sobre o investimento? Construa um ambiente que seja prazeroso para trabalhar e agradável para visitar. Um local onde quem trabalha aguarde ansiosamente pela segunda-feira para iniciar uma nova e produtiva semana. Um espaço onde quem consome sinta-se estimulado a permanecer por horas desfrutando de sua atmosfera e infra-estrutura. Livrarias com confortáveis poltronas onde se pode degustar a leitura de qualquer obra sem restrições, por exemplo, já aprenderam esta lição.
Reflita sobre estas propostas, celebre as conquistas e gerencie com paixão. Tenha menos foco em coisas, mais cuidado com pessoas. Reinvente. E reimagine!
25/08/2008 - Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 15 países. É autor de “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional”, pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro livros.
Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br.
PROFESSOR X
CHÃO DE ESTRELAS
O sol começava a se pôr em meio às arvores da floresta e fazia um jogo de luzes nos corpos dos bailarinos que dançavam num palco a céu aberto. Como o cenário eram as montanhas, a coreografia fazia parecer que os corpos estavam suspensos no ar. Em alguns instantes, era como se o voo dos pássaros e suas vozes se mesclassem com a música e com o movimento daqueles jovens, que, vindos de diferentes países, se encontravam pela primeira vez ali.
Nesse ambiente, descobri algo totalmente inusitado sobre como ensinar o prazer de aprender. A ideia não tem nada a ver com o palco em si, mas com o que eu vi naquele momento: pode-se aprender biologia, história, física ou matemática de um jeito diferente, usando não apenas a cabeça mas também o corpo.
Na semana passada, fui conhecer esse laboratório que integra dança e natureza, instalado numa fazenda chamada Jacob's Pillow (O Travesseiro de Jacó), numa região montanhosa de Massachusetts.
Por causa de suas experimentações desde o começo do século passado, o local atraiu os maiores nomes da dança, como Pina Bausch e Baryshnikov. O alemão Joseph Pilates, na década de 1940, quando ninguém sabia o que era Pilates, já desenvolvia experimentos ali.
São vários galpões, pequenos estúdios e palco espalhados pela fazenda onde grupos de dança do mundo se apresentam e ensaiam, sem distinção de estilo. Juntam-se desde os balés da Broadway até os balés clássicos da Europa, passando por grupos da África ou da Índia.
Nesse ambiente, pode-se encontrar, num dos galpões, um músico como Yo-Yo Ma inventando um arranjo para um balé ou alguém tentando reinventar os passos do samba. Neste ano, a fotógrafa-celebridade Annie Leibovitz expôs num dos galpões seu arquivo de décadas de registro de corpos em movimento.
Dessa vivência com a dança surgiu uma experiência em escolas públicas das redondezas, batizada de "currículo em movimento".
Eles se perguntavam o que poderiam fazer para ajudar os alunos a ter mais interesse pela aprendizagem. "Só sabemos dançar, mas não queríamos ensinar a dançar, isso seria repetitivo", conta J.R. Groover, responsável pelos projetos educativos do Jacob's Pillow, até então focados no grupo de jovens de todo o mundo selecionados todos os anos para passar ali o verão aprendendo com artistas e coreógrafos durante o Festival de Dança. Chega-se ao requinte de ensinar design de luz para produção de espetáculo. É o que vem aprendendo o único brasileiro selecionado, Henrique Fonseca, que, em Belo Horizonte, trabalha com o grupo Mimulus.
Mas esse pessoal vai embora depois do verão. Buscava-se algo na própria comunidade e que fosse, na sala de aula, tão inovador como o que se faz nos palcos.
Foi aí que veio a ideia de descer do palco e fazer do corpo um jeito de ajudar a compreender problemas complexos nos mais diferentes assuntos, como matemática, biologia, física, história ou geologia. "Mas não sabemos o suficiente dessas matérias", conta Glover.
Então, conversaram com os professores para entender o que se tenta ensinar numa aula de genética. Dos conceitos surgiam ideias de movimentos, construídos em conjunto com os alunos."O que sabemos é criar gestos com base em um conceito ou em uma história", diz. O jeito como as proteínas circulam comandando o corpo do piscar de olhos às emoções é fonte suficiente de inspiração. Numa aula de geologia, buscou-se criar o fluxo do óleo jorrando.
A música, por exemplo, segue a lógica matemática, traduzível nos gestos inventados pelos alunos.
Fica muito mais fácil entender a escravidão tentando traduzir no corpo o sofrimento dos escravos do que por meio de nomes ou datas -aliás, a fazenda onde hoje funciona o projeto de dança foi um refúgio de escravos. "A chave é o coreógrafo trabalhar em conjunto com o professor da matéria", afirma Glover.
Trabalha-se, assim, o sofisticado conceito de inteligências múltiplas, que virou de cabeça para baixo o conceito de QI. A relação espacial, o modo de trabalhar o corpo, expressa inteligência.
A experiência está completando dois anos e já há sinais interessantes. Os alunos submetidos ao aprendizado pela dança revelaram, nas provas de suas matérias, maior facilidade de apreensão dos conceitos.
Nesta época, em que se valoriza tanto a tela do computador e a "cabeça", é uma brisa num dia quente ver uma experiência que faz do movimento do corpo um jeito de aprender pela emoção e pela beleza.
PS- Neste ano, eles lançaram um projeto interativo pondo na internet imagens das apresentações, algumas das quais verdadeiras raridades que nunca tinham sido mostradas. Num dos debates, apresentou-se também um aplicativo para celular com coreografias. Esses projetos podem ser vistos no http://catracalivre.com.br/.
Dance Interactive. Clique aqui: http://danceinteractive.jacobspillow.org/.
Jacob’s Pillow. Clique aqui: http://www.jacobspillow.org/.
Vídeos. Clique aqui: http://www.justonemec.com/dances_iphone_videos.htm.
Gilberto Dimenstein (www.dimenstein.com.br) - Fonte: Folha de S.Paulo – 31/07/11.
PROFESSORA PASQUALINA
LIVREIRO DO ALEMÃO CRIA "BARRACOTECA" NA FAVELA
Otávio Júnior, 27, idealizou e construiu biblioteca em comunidade no Rio. Ele também escreveu seu primeiro livro enquanto os traficantes trocavam tiros com policiais e militares.
Enquanto traficantes do Comando Vermelho em fuga trocavam tiros com a polícia e soldados do Exército durante a ocupação dos complexos da Penha e do Alemão, em novembro de 2010, Otávio Júnior, 27, escrevia.
Sem poder sair de casa, finalizava "O Livreiro do Alemão" -seu ingresso no mundo dos escritores-e preparava-se para instalar a primeira biblioteca do conjunto de 13 favelas na zona norte do Rio com quase 400 mil pessoas.
"Quando os confrontos eram muito acirrados, eu produzia muito. Escrevia enquanto as balas "comiam" para cima e pra baixo."
Biblioteca? Na verdade, trata-se da "Barracoteca Hans Christian Andersen" -corrige Otávio. O nome é uma homenagem ao escritor dinamarquês autor de contos como "A Pequena Sereia" e "A Roupa Nova do Rei".
O local -um antigo salão de forró- no morro do Caracol, Complexo da Penha, funciona desde maio e será inaugurado oficialmente em 22 de agosto, dia do Folclore.
Parte dos livros é doação do Ministério da Cultura, o resto foi amealhado por Otávio durante os dez anos em que andou por todo o Complexo da Penha e do Alemão, com uma mala na mão, oferecendo livros emprestados aos moradores.
O investimento foi de R$ 7.000. Como não tinha nem a décima parte desse valor, a solução foi apelar a conhecidos e desconhecidos. "Passei o chapéu, mas passei o chapéu virtual", diz.
No blog Ler é 10 - Leia Favela (http://leredezleiafavela.blogspot.com/), o jovem anunciou a barracoteca. Em três meses reuniu a quantia necessária.
Filho de pedreiro, chamou o pai para reformar o local.
Otávio narra em "O Livreiro do Alemão" (Panda Books) como seu amor à literatura se deu quase por acaso. Aos oito anos, saía de casa todo dia para ver as peladas no campo de terra da comunidade.
"Naquele dia, passei em frente a um lixão e havia uma caixa com brinquedos velhos e um livro", conta. "À tarde faltou luz e como não podíamos assistir a televisão preto e branco, lembrei do livro."
IMPACTO
O "impacto da literatura" mudou a vida do menino. A paixão cresceu a ponto de, no ensino médio, desenvolver um hábito: matar aula, tomar um ônibus, andar 20 km e ir para a biblioteca do Museu da República, no centro. "Chegava a ler dez livros por dia."
Era então um tempo difícil. A família enfrentava o alcoolismo do pai de Otávio.
"Minha mãe ficou louca quando descobriu. Porém, sabia que eu matava aula mas estava bem acompanhado."
Emilio Sant'anna - Fonte: Folha de S.Paulo – 31/07/11.
O Livreiro do Alemão - http://www.recantodasletras.com.br/redacoes/2997327
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http://www.faculdademental.com.br/fale.php