PENSANDO NO CĂREBRO HUMANO
âO JOYSTICK DA NATUREZAâ
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Nytimes.com/brain-as-a-control-pad/
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http://www.wired.com/gadgetlab/2013/04/code-in-google-glass-features/
Technologyreview.com/your-brain/
Project BrainGate â
News.brown.edu/braingate2
NeuroSky â
http://www.neurosky.com/
http://www.facebook.com/NeuroSkyBCI
Emotiv â
http://www.emotiv.com/
http://www.facebook.com/emotiv?ref=ts
Muse â
http://interaxon.ca/
http://www.facebook.com/interaxon
Engenheiros que estudavam o cĂłdigo de programação do Google Glass encontraram exemplos ocultos de como as pessoas podem interagir com computadores "vestĂveis" (conhecidos em inglĂȘs como "wearables") sem precisar dizer uma palavra. Um meneio de cabeça poderia ligar ou desligar os Ăłculos. Uma piscadela poderia tirar uma foto.
Mas mesmo esses gestos podem nĂŁo ser necessĂĄrios por muito tempo.
Em breve, iremos interagir com nossos smartphones e computadores simplesmente com a mente. Em um par de anos, poderemos ligar as luzes de casa sĂł com um pensamento ou enviar um e-mail sem nem tirar o smartphone do bolso. Mais para frente, seu assistente robĂŽ vai aparecer ao seu lado com um copo de limonada simplesmente por saber que vocĂȘ estĂĄ com sede.
Pesquisadores do Laboratório de Tecnologia Emergente da Samsung estão testando tablets capazes de serem controlados pelo cérebro por um usuårio usando um gorro cravejado de eletrodos de monitoramento, informou em abril a publicação "MIT Technology Review".
Essa tecnologia, frequentemente chamada de interface cĂ©rebro-computador, foi concebida para permitir que pessoas com paralisias e outras deficiĂȘncias interajam com computadores ou controlem braços robĂłticos, bastando para isso pensar nessas açÔes. Ă possĂvel que em breve essas tecnologias estejam tambĂ©m em produtos eletrĂŽnicos comuns.
Alguns produtos rudimentares de leitura cerebral jĂĄ existem, permitindo que as pessoas joguem games fĂĄceis ou movimentem um mouse numa tela.
A empresa NeuroSky, de San Jose (na Califórnia), recentemente lançou um fone de ouvido equipado com Bluetooth que é capaz de monitorar ligeiras alteraçÔes em ondas cerebrais e permitir que o usuårio jogue, em computadores e smartphones, jogos que dependem de concentração, tendo a mente como joystick.
Outra empresa, a Emotiv, vende um fone capaz de ler ondas cerebrais associadas a pensamentos, sensaçÔes e expressÔes. O dispositivo pode ser usado em jogos tipo Tetris ou para fazer buscas em fotos do Flickr pensando em uma emoção -como feliz, ou animado. O Muse, uma bandana leve e sem fio, pode se conectar a um aplicativo que "exercita o cérebro", forçando as pessoas a se concentrarem em determinados aspectos de uma tela, o que é quase como levar sua mente para a academia.
Fabricantes de automĂłveis estĂŁo explorando tecnologias que detectam quando o motorista dorme, chacoalhando o volante para acordĂĄ-lo.
"As atuais tecnologias cerebrais sĂŁo como tentar escutar uma conversa num estĂĄdio de futebol a partir de um dirigĂvel", disse o neurocientista John Donoghue, diretor do Instituto Brown para a CiĂȘncia Cerebral, em Providence (em Rhode Island).
"Para ser realmente capaz de entender o que estĂĄ acontecendo com o cĂ©rebro hoje, vocĂȘ precisa implantar cirurgicamente um conjunto de sensores no cĂ©rebro", afirmou ele.
No ano passado, um projeto chamado BrainGate, desenvolvido por Donoghue, permitiu que duas pessoas com paralisia total usassem um braço robótico com um computador reagindo à atividade cerebral. Uma mulher, que hå 15 anos não usava os braços, conseguiu segurar uma garrafa de café e se servir, imaginando para isso os movimentos do braço robótico.
Mas esse chip dentro da cabeça também pode sumir em breve. Uma iniciativa deste ano do governo dos EUA, chamada Mapa da Atividade Cerebral, visa criar um mapa abrangente do cérebro.
A biĂłloga molecular Miyoung Chun, vice-presidente de programas cientĂficos da Fundação Kavli, estĂĄ trabalhando no projeto. Embora ela tenha dito que o mapa do cĂ©rebro deverĂĄ levar uma dĂ©cada para ficar pronto, dentro de dois anos as empresas jĂĄ poderĂŁo desenvolver novos produtos com a interface cĂ©rebro-computador.
"O Mapa da Atividade Cerebral darĂĄ Ă s empresas de hardware novas ferramentas que mudarĂŁo a forma como usamos smartphones e tablets", disse Chun. "Ele irĂĄ revolucionar tudo, dos implantes robĂłticos e prĂłteses neurais aos controles remotos, que poderĂŁo virar histĂłria num futuro prĂłximo, quando vocĂȘ puder mudar o canal da sua televisĂŁo sĂł pensando nisso."
Hå algumas preocupaçÔes a serem resolvidas. No site do Muse, um trecho é dedicado a convencer os consumidores de que o aparelho não pode transmitir os pensamentos das pessoas.
Donoghue disse que, mesmo quando os avanços na tecnologia de leitura cerebral se acelerarem, haverå novos desafios.
Disse: "NĂŁo Ă© sĂł porque eu estou pensando num bife ligeiramente mal passado em um restaurante que isso significa que eu realmente o queira para o jantar".
Nick Bilton â Fonte: Folha de S.Paulo â 06/05/13.
Reportagem original em inglĂȘs do âThe New York Timesâ:
Nytimes.com/brain-as-a-control-pad/
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