PENSANDO EM RESTAURANTES...
OS MELHORES DO MUNDO
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A revista britĂąnica "Restaurant Magazine" divulgou seu esperado ranking com os 50 melhores restaurantes do mundo. O paulistano D.O.M., de Alex Atala, aparece na lista em quarto lugar. Com este resultado, Atala sobe trĂȘs posiçÔes em relação ao ranking anterior. No ano passado, ele avançou 11 em comparação com a lista de 2010. O D.O.M. segue como o melhor endereço da AmĂ©rica do Sul. O dinamarquĂȘs Noma, de Rene Redzepi, fica na primeira posição pelo terceiro ano consecutivo.
Lupa - Fonte: O Tempo - 01/05/12.
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UNIVERSIDADES INTERNACIONAIS
Atualmente, Ă© consensual a visĂŁo de que a internacionalização Ă© o grande desafio da universidade brasileira. A conjunção entre a lĂngua portuguesa, pouco falada, e o isolamento geogrĂĄfico em relação aos grandes centros universitĂĄrios da Europa e dos EUA contribuĂram para a produção intelectual brasileira ser desconhecida no resto do mundo.
Quem frequenta congressos internacionais sabe que tal desconhecimento não tem necessariamente a ver com a qualidade de nossa produção, mas, principalmente, com a dificuldade de sua circulação.
Com a transformação do paĂs em ator importante da nova geopolĂtica mundial, Ă© natural que muitos paĂses comecem a se perguntar sobre o que as universidades daqui produzem, quais seus debates e correntes fundamentais, assim como se associar a tais debates.
à nesse contexto que as discussÔes sobre internacionalização das universidades se coloca. No entanto é triste ver que elas ocorrem de maneira irrefletida, parecendo guiar-se meramente por posiçÔes em rankings internacionais.
à impressionante como as universidades brasileiras não estão preparadas administrativamente para isso. Na USP, é comum um aluno esperar inacreditåvel um ano e meio para ver um pedido de cotutela de doutorado assinado. Uma proposta de acordo de cooperação internacional pode demorar mais tempo. Tudo porque não temos pessoal suficiente e simplicidade burocråtica.
Por outro lado, a verdadeira internacionalização se refere ao tripĂ©: pesquisa, formação e docĂȘncia. AtĂ© agora, enxergamos sĂł o segundo ponto, com bolsas de estudo para que nossos alunos passem temporadas no exterior.
Diga-se de passagem, o Ășltimo programa brasileiro de bolsas (CiĂȘncia sem Fronteiras) teve o disparate de ignorar as ĂĄreas de ciĂȘncias humanas na definição de suas prioridades, o que sĂł se justifica por uma ideia tosca de desenvolvimento social que nem sequer a ditadura militar teve coragem de implementar.
Mesmo no quesito "formação" seria fundamental que nossas universidades permitissem, de uma vez por todas, que estrangeiros prestassem concursos para professor universitĂĄrio, mesmo que nĂŁo tenham domĂnio do portuguĂȘs. Basta que eles se comprometam a aprender portuguĂȘs. Nossos alunos teriam uma formação mais sĂłlida e diversificada.
Por sua vez, nossa pesquisa deveria ser objeto sistemĂĄtico de difusĂŁo internacional. Os professores deveriam ter linhas de financiamento para a tradução de artigos e livros a serem publicados em outros paĂses.
O governo deveria investir na formação de redes internacionais de pesquisadores por intermĂ©dio de acordos acadĂȘmicos. Com um conjunto claro de açÔes, nossos resultados na internacionalização seriam muito mais visĂveis.
Vladimir Safatle - Fonte: Folha de S.Paulo - 01/05/12.
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