PENSANDO NA ADVERSIDADE
A UNIÃO DOS POBRES
English:
http://www.economist.com/world/international/displaystory.cfm?story_id=13610801
"Os pobres se unem na adversidade", diz a "Economist" (http://www.economist.com/world/international/displaystory.cfm?story_id=13610801), em reportagem mostrando que, enquanto os "ricos se angustiam" se o capitalismo anglo-saxão deve dar lugar à versão francesa, "os emergentes avançam sem angústia".
O pouco que debatem é quanto à demanda interna ou externa na qual basear a economia. Não questionam o capitalismo nem abraçam os pedidos de "renacionalização", como no caso da Embraer. Brasil, Índia e China são dados como governos que, em relação a EUA e Europa, hoje, pouco duvidam do mercado. Em parte, porque já vinham mais contidos na liberalização. "Mais importante, os maiores emergentes já começam a ver pistas de recuperação."
Toda Mídia - Nelson de Sá - Fonte: Folha de S.Paulo - 08/05/09.
PAULO COELHO
"Never Give up on Your Dreams, Follow the Signs" (Não desista dos seus sonhos, siga os sinais)
Natália D'ornellas - Fonte: O Tempo - 03/05/09.
SÓ DE PASSAGEM
Conta-se que no século passado, um turista americano foi à cidade do
Cairo no Egito, com o objetivo de visitar um famoso sábio.
O turista ficou surpreso ao ver que o sábio morava num quartinho muito
simples e cheio de livros.
As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa e um banco.
- Onde estão seus móveis? Perguntou o turista.
E o sábio, bem depressa olhou ao seu redor e perguntou também:
- E onde estão os seus...?
- Os meus?! Surpreendeu-se o turista.
- Mas estou aqui só de passagem!
- Eu também... - concluiu o sábio.
"A vida na Terra é somente uma passagem... No entanto, alguns vivem como se fossem ficar aqui eternamente, e se esquecem de ser felizes."
"NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL... SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA..."
(Colaboração: Shirley - Caraguatatuba/SP)
JOIO E TRIGO
Metade dos deputados não fez nenhuma viagem internacional à custa do erário público. Na metade que viajou com passagens da Câmara dos Deputados, há casos muito diferentes: um parlamentar foi 40 vezes a Miami com a família e outro esteve em Bangladesh participando de um fórum parlamentar sobre combate à fome. Não dá para generalizar e atribuir os abusos a toda classe política. É preciso coibir irregularidades e punir malfeitores, sim, mas fazendo justiça aos bons parlamentares e preservando a instituição do Congresso.
Raquel Faria - Fonte: O Tempo - 04/05/09.
PRÓSTATA
Assunto sério e tratado aqui de forma objetiva e esclarecedora para despertar a atenção daqueles resistentes à prevenção.
Clique aqui: http://www.slideshare.net/cab3032/prstata2.
(Colaboração: A.M.B.)
RHVIDA - http://www.rhvida.com.br/
APRENDIZ 6 - UNIVERSITÁRIO
O desafio do jovem universitário.
http://aprendiz6.rederecord.com.br/
CONFERÊNCIA CONTRA O RACISMO
A Conferência de Revisão de Durban aconteceu em Genebra e o mundo não parou de girar, como os detratores da conferência queriam que pensássemos que aconteceria.
De fato, é possível que o mundo tenha se tornado um lugar melhor, agora que a conferência adotou por consenso um documento que se inspira no compromisso, assumido em Durban (África do Sul) há oito anos, de combater a discriminação racial e a intolerância em todo o mundo.
Apesar de décadas de mobilização, dos esforços de muitos grupos e de muitas nações e das inúmeras provas de suas terríveis consequências, a verdade é que o racismo persiste. Nenhuma sociedade, grande ou pequena, rica ou pobre, está imune.
A conferência de Genebra (Suíça) foi uma oportunidade para os países chegarem a um acordo sobre um documento comum que consagrasse uma aspiração comum: a de rejeitar o racismo em todas as suas manifestações e trabalhar para eliminá-lo.
No entanto, durante mais de um ano, algumas vozes apelaram ao boicote da conferência. Essa oposição se baseava, em grande medida, no receio de que o encontro desencadeasse a repetição das virulentas atividades antissemitas que algumas ONGs levaram a cabo em 2001, à margem da conferência em Durban.
Os atos deploráveis de uns quantos mancharam a reputação de todo o processo, desde 2001 até este ano. Dez Estados-membros da ONU, incluindo Canadá, Israel, EUA, Austrália e Nova Zelândia, e 5 dos 27 países da União Europeia decidiram não participar do encontro de Genebra, que foi convocado pela Assembleia Geral da ONU para analisar a aplicação da Declaração e Programa de Ação de Durban, o documento final da conferência de 2001.
A ausência desses países revelou-se preocupante quando, no primeiro dia da conferência, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pronunciou um discurso em que atacava Israel, os EUA e outros Estados ocidentais, utilizando o fórum da ONU para uma retórica política facciosa.
Contudo, essa atitude foi rotundamente rejeitada no dia seguinte com a adoção, por consenso, de um documento que constitui a última palavra da conferência. Os Estados demonstraram determinação, espírito de compromisso e respeito pela diversidade ao se mobilizarem, unidos, em prol de uma causa comum e urgente.
Esperamos que o acordo gere efeitos benéficos duradouros para as inúmeras vítimas do racismo, da discriminação e da intolerância. No documento, os Estados se comprometeram a impedir manifestações de racismo, discriminação racial e xenofobia, sobretudo em relação a migrantes, refugiados e requerentes de asilo. Eles também acordaram em promover maior participação e oportunidades para as pessoas de origem africana e asiática, os povos indígenas e os indivíduos pertencentes a minorias étnicas, religiosas e linguísticas.
Comprometeram-se a assegurar que a discriminação não afete aberta ou dissimuladamente o acesso a emprego, serviços sociais, cuidados de saúde e participação em outras esferas. O documento reafirma a importância fundamental da liberdade de expressão e sublinha sua compatibilidade com a legislação internacional em vigor que proíbe a incitação ao ódio.
Isso deveria ajudar a superar a divisão artificial em torno de certos assuntos sensíveis relacionados com a religião, que, à força de ser tão falada, poderia tornar-se uma realidade, desencadeando um conflito de civilizações. Além disso, o documento final representa o importante reconhecimento das injustiças e atrocidades do passado e propõe medidas para evitar que voltem a acontecer. Entre elas figura o compromisso de proibir atividades violentas, racistas e xenófobas de grupos que adiram a ideologias baseadas na supremacia.
A conferência proporcionou uma plataforma para um novo começo. Os poucos Estados que decidiram manter-se à margem deveriam avaliar agora o documento final em razão do seu mérito e conteúdo. Muitos desses Estados participaram da sua elaboração e fizeram parte do consenso que foi se estabelecendo até a véspera da conferência. É por isso que tenho esperança de que se associarão aos esforços internacionais para combater o racismo e a intolerância formulados nesse importante documento.
Não devemos ceder espaço àqueles que pretendem alimentar uma controvérsia que contribui para a intolerância. É mais importante para não permitir que nos façam esquecer nosso objetivo principal: fomentar sociedades em que não haja discriminação e um mundo em que haja igualdade de tratamento e de oportunidades para todos nós ou, pelo menos, para nossos filhos e os filhos dos nossos filhos.
Navi Pillay, mestre e doutora em direito pela Universidade Harvard, é a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Foi a primeira mulher não branca a atuar na Suprema Corte da África do Sul. Fonte: Folha de S.Paulo - 03/05/09.
Navi Pillay - http://www.un.org/sg/senstaff_details.asp?smgID=139
Harvard - http://www.harvard.edu/
OS CHEFES AGEM COMO MACACOS
O seu chefe às vezes parece um animal? Ele só está seguindo o próprio instinto. Após estudar o comportamento de executivos durante 15 anos, psicólogos australianos constataram que tanto chefes quanto macacos dominantes andam mais eretos, são mais barulhentos, fazem menos tarefas e se exibem mais.
Ciência Maluca (http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/) - Fonte: Super Interessante - Edição 254 - Maio 2009.
KAFKA E BECKETT PREVIRAM O FUTURO
A ideia de "totalidade" que animou a "razão humana" por milênios acaba de falecer. Acabou de morrer com o socialismo. O homem pensa como um organismo, deseja que a vida seja um corpo funcional. Tudo aspirava a ser "um". Toda razão sempre aspirou à totalidade.
Agora só há fragmentos. Os pensadores ainda fingem gostar do fragmentario, do caótico, do incontrolável. Mentira. Cada fragmento se reerige em totalidade. De onde falamos, quando pedimos o bem? Falamos de uma "harmonia perdida", como se ela fosse ainda possível, ou tivesse algum dia existido.
Só a ficção previu a ilógica do mundo atual. Kafka e Beckett previram o mundo de hoje muito mais claramente que os cientistas políticos. Disseram para Brecht: "Kafka foi o primeiro autor bolchevista". Brecht observou: "E eu sou o último escritor católico".
Por que praticar o bem se ele não é mais possível? O mal virou uma necessidade social. Não dá mais para viver sem praticar o mal. Não dá para estragar a nossa felicidade cada vez que olhamos para crianças famintas. O mal é um mecanismo de defesa. O mal é sempre o "outro". Nunca somos "nós". Hitler nos absolveu a todos. Stalin nos fez santos.
Achamos que a "tarefa democrática" seria um subproduto do capitalismo, como se ele almejasse a diferença, a contemplação das diversidades. É ilusão achar que o capitalismo almeja o heterogêneo. Vejam a obviedade da crise financeira, gerada pelos vícios da voracidade e do egoísmo. Sempre houve um grande "auê" com as injustiças da ditadura. Mas, e o mal dos democratas? Estamos na era do erro inextrincável. Do crime "sem criminosos".
Nem bem nem mal. São as coisas que estão controlando os homens. É o CO2 que controla os governos e não o contrário. As coisas tomaram o poder. Cito Heiner Muller: "A máquina odeia o homem, pois para todo sistema de ordem ele apresenta um fator de perturbação. O homem faz sujeiras, não funciona. Logo, é preciso que ele se vá, o capitalismo deseja a perfeição do sistema estrutural da máquina".
Os fiascos de hoje são defeitos de fabricação. Ou o lixo que o lixo do capitalismo gera. A gripe suína nasce de onde? Deste grande pesadelo poluído e sem controle. No Brasil, muitas catástrofes são "fora do lugar". A evolução técnica convive com o ambiente de miséria e dá no "mal functioning". Explodem pela soma de novas tecnologias com o excesso de atraso: traficantes no morro com supermetralhadoras.
Todos sabíamos que a bolha poderia explodir. Explodiu. Esse malogro traz uma nova era? Terrível ou não, alguma verdade vem aí. Que nova verdade será essa? A prudência, a parcimônia?
Nossa catástrofe maior é a impotência política, Há também o naufrágio da insensibilidade crescente diante do horror. Os fatos estão além da piedade. Há o tédio crescente pela catástrofe, quando a alma vira uma grande pele de rinoceronte.
Mas, há ainda um grande amor brasileiro pelo fracasso, pela falência de propósitos. Quando o fracasso acontece, é um alívio. A fracasso é bom porque nos tira a ansiedade da luta. Já perdemos, para que lutar?
O mal do Brasil não está no assassino serial, está nos pequenos psicopatas que nos roem a vida. Não está na infinda crueza da burguesia nordestina (pior que a do Sul e Sudeste); está muito mais no seu riso, na sua cordialidade. O mal não está na máfia das passagens aéreas no Congresso, nas roubalheiras, mas nos simpáticos jaquetões dos nossos parlamentares, em suas gargalhadas soltas.
Ao denunciar o mal, vivemos dele. Vivemos da denúncia e com ela lucramos. Eu lucro sendo um cara "legal" que denuncia o mal e, assim, escapo da fome, comendo a comida de quem lamento.
Como quase nada acontece no Brasil, a não ser o desatino, o erro da tentativa, o tiro pela culatra, a incompetência arrogante, quando um desastre ou escândalo acontecem, a plateia fica calma. Nossa vida fica mais real e podemos então, aliviados, botar a culpa em alguém.
E dizemos: "Viram? Nada dá certo aqui… a culpa é deles…" Eles quem?
Há uma tradição de que nossa vida é um conto-do-vigário em que caímos. Somos sempre vítimas de alguém. Nunca somos nós mesmos. Ninguém se sente vigarista.
Há os fiascos em preparação, como as reformas do Estado que o Congresso não deixa fazer; há as catástrofes da lentidão dos processos jurídicos; há os eternos denunciadores do fim, fotógrafos, escritores, jornalistas (eu?), gente que denuncia o mal do mundo para o mundo, denúncias que são um pleonasmo maldito para nada.
A vitória é burguesa. "Seja marginal, seja herói." O fracasso é legal, a vitória é careta. A vitória dá culpa; o fracasso é um alívio.
A crise, a catástrofe, o bode preto têm um sabor de "revolução". É como se a explosão "revelasse" algo, uma tempestade de merda purificadora. Além disso, para os carbonários, depois de tudo arrasado, a pureza renasceria do zero.
O Brasil é visto como um grande "bode" sem solução - paraíso da esquerda pessimista, dos militantes imaginários. Quem quiser positividade é traidor. A Academia cultiva o "insolúvel" como uma flor. Quanto mais improvável um objetivo, mais "nobre" continuar tentando. O masoquista se obstina com fé no impossível.
A falência nos enobrece. O culto português à impossibilidade é famoso. Numa sociedade patrimonialista como Portugal do século XVI, onde só o Estado-rei valia, a sociedade era uma massa sem vida. Suas derrotas eram vistas com bons olhos, pois legitimavam a dependência ao rei. Fomos educados para a desgraça. Até hoje somos assim; só nos resta xingar e desejar o mal do país.
Vejam como o Brasil se animou com a crise. Assim como o atraso sempre foi uma escolha consciente no século XIX, o abismo para nós é um desejo secreto. Há a esperança de que no fundo do caos surja uma solução divina.
"Qual a solução para o Brasil ?", perguntamos. Mas, a própria ideia de "solução" é um culto ao fracasso. Não nos ocorre que a vida seja um processo, vicioso ou virtuoso e que só a morte é solução. Para o bem ou para o mal.
Arnaldo Jabor - Fonte: O Tempo - 05/05/09.
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