DEMOCRACIA É ISSO...
Já dizia Nelson Rodrigues: “toda a unanimidade é burra”.
No Faculdade Mental não é diferente. Respeitamos todas as opiniões, independente se concordamos ou não com elas, defenderemos sempre o direito de expressá-las.
O Editorial desta semana é muito explícito quanto a posição política nossa. Enquanto o Carinha e Canalha optam, defendem e acreditam na proposta do Sr. Geraldo Alckmin do PSDB, o Cara optou, acredita e defende a proposta do Sr. Luis Inácio Lula da Silva. Democracia é isso, não só o Dever de votar, mas principalmente o Direito de escolher o seu candidato.
Muitos podem estar se perguntando: como uma pessoa com nível universitário está na contra mão dos “com diplomas” e apoiando um semi-analfabeto (como dizem por aí)?
A questão não é dividir o país em com e sem diplomas, mesmo porque se essa fosse a problemática, não teríamos nenhum governante com formação acadêmica, pois a maioria do povo brasileiro não tem essa oportunidade e em uma eleição majoritária ganhariam sempre.
Por que acadêmicos não podem votar no Lula sem serem recriminados, e os menos favorecidos culturalmente podem votar no Alckmin?
Não podemos esquecer que durante 8 anos o Brasil foi governado por um Sociólogo (F.H.C) que não mediu esforços para beneficiar as minorias de banqueiros com o PROER, minorias de empresários com as obscuras privatizações das Teles e as vendas das empresas públicas com dinheiros “podres” e financiado pelo BNDES.
Nada contra privatizações, muito pelo contrário, mas nenhum empresário venderia suas empresas nestas condições, duvido, ou será que existe algum?
O problema não é só a corrupção denunciada na mídia, pois ela existe em qualquer parte do mundo. O problema é a truculência em não deixar se apurar as denúncias como no caso da “Pasta Rosa” e na compra de votos para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso.
Milhões foram gastos com os “mensalões” e “sanguessugas”, mas não podemos esquecer que eles já existiam no Governo anterior. Marcos Valério já aprontava das suas com o Eduardo Azeredo e as vendas de emendas das ambulâncias datam de 2001. Por que só apareceram agora? Será porque o Governo do PT é mais eficiente nas investigações ou o anterior é que não deixava investigar? Ou, será porque ciente de tudo que já acontecia, ficou mais fácil denunciar o mapa da mina que é inerente a qualquer Governo?
Quantos bilhões foram gastos “legalmente” com o PROER transferindo dinheiro público para a “falta de iniciativa privada”?
Um Governo não se mede pelos corruptos ou pelas corrupções apuradas, pois se assim o fosse todos seriam reprovados.
O que temos de debater são as propostas dos candidatos e a coragem para colocá-las em prática.
O que não podemos admitir é a insistente xenofobia a quem não tem diploma acadêmico, como se ele fosse a salvação pra tudo. Defendo que eles são importantes sim, mas muito mais importante é a competência de quem os detém, a dignidade, a ética, a moral e capacidade de liderança.
Se o Lula está na liderança das pesquisas, talvez não seja tanto pela sua capacidade de governar, mas principalmente pela incapacidade de seus adversários. Por que os defensores dos “canudos” não votam em massa em Cristovão Buarque? Por que o candidato mais culto (é médico né?) Alckmin não dispara nas pesquisas? Porque é fraco, não tem poder de liderança e carisma.
Talvez, antes de criticarmos os acadêmicos que votam no Lula, deveríamos criticar os intelectuais do PSDB que não sabem nem escolher um candidato. A culpa é deles, pois se o Aécio estivesse lá a coisa seria bem diferente.
Mais que a favor do Lula, sou contra o Alckmin. Independente dos vencedores, acho que todos nós sairemos perdedores pelas opções de candidatos. Só a Democracia vencerá, pois democracia é isso...
Boa eleição a todos.
Cara.
A CANOA (Paulo Freire)
Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro. Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora. Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:
- Companheiro, você entende de leis?
Não, respondeu o barqueiro.
E o advogado compadecido: É pena, você perdeu metade da vida.
A professora muito social, entra na conversa:
- Seu barqueiro, você sabe ler e escrever?
Também não, respondeu o barqueiro.
Que pena! Condói-se a mestra-Você perdeu metade de sua vida!
Nisso chega uma onda bastante forte e vira o barco. O barqueiro preocupado, pergunta:
- Vocês sabem nadar?
NÃO! Responderam eles rapidamente.
Então é uma pena- Conclui o barqueiro. Vocês perderam toda a vida.
Não há saber maior ou saber menor. Há saberes diferentes.
PAULO FREIRE
Pense nisso e valorize todas as pessoas com as quais tenha contato. Cada uma delas tem algo de diferente para ensinar..
(Colaboração: Viana)
O GERENTE E A GESTÃO DAS PESSOAS - Celso de Carvalho Vieira
(“Não espere da equipe aquilo que você não é”)
Exercer essa função nos dias atuais é, no mínimo, estressante. O grau de exigências e de conhecimentos quase o caracteriza como um super-homem. Senão, vejamos: deve saber administrar (planejar, organizar, liderar e controlar); ser eficaz (atingir as metas) e eficiente (saber usar os recursos para atingir as metas); excelente comunicador; hábil negociador; interagir com as pessoas; liderar grupos; delegar racionalmente; possuir boa dose de criatividade; ser coaching (treinador) de sua equipe de trabalho; conhecer as melhores ferramentas administrativas; ser gestor dos talentos humanos; estar sempre atualizado. Enfim, conhecer um pouco de várias ciências e saber aplicá-las diariamente. Agora, será que é isso que acontece no dia-a-dia das organizações? Provavelmente não!
Tenho conversado com gerentes de diversos ramos de atividades, seja de supermercados, banco, vídeo-locadora, restaurante, indústria, multinacionais, de shoppings e quase sempre ouço uma mesma afirmativa quando lhes pergunto: "qual a parte mais árdua do seu cargo?".
A resposta quase sempre se resume em: "administrar as pessoas".
Ao que parece o relacionamento humano está complicado no século da comunicação virtual, pois as pessoas parecem distantes, isoladas em seus próprios problemas. O individualismo impera nas interações e acaba não satisfazendo as necessidades pessoais dos indivíduos em todas as camadas da nossa sociedade.
Conseqüentemente, os gerentes fazem parte dessa realidade e certamente o mais difícil na execução de suas tarefas é a Gestão das Pessoas.
Portanto, sou adepto dos princípios de relacionamento interpessoais no ambiente de trabalho, por entender que algumas regras básicas de sucesso são necessárias para o trabalho em equipe tão exigido em nossos dias. São elas:
1o) O gerente deve sempre manter ou elevar a auto-estima dos colaboradores - As pessoas precisam ser elogiadas ou até mesmo criticadas pelo trabalho que executam. O importante é o foco no problema e não nas pessoas. Elogiar ou criticar o trabalho e não quem o executou. Isso mantém ou eleva a auto-estima das pessoas. Acima de tudo, deve prevalecer a sinceridade. Todos temos a exata noção de nossos pontos fortes e fracos. Quando o colaborador percebe não serem sinceros os elogios ou críticas, fica abalada a sua confiança no gerente, prejudicando a interação e comunicação.
2o) O gerente deve ouvir e responder com empatia - Saber ouvir é uma arte, e empatia é se colocar na situação do outro. Por isso, temos dois ouvidos e apenas uma boca, e isto já quer dizer algo a cada um de nós. É preciso exercer a arte de ouvir e não apenas escutar, procurando responder com sentimentos aos problemas colocados pelos colaboradores. Essa regra básica é fundamental, visto a grande individualidade e a falta de tempo, além do intenso uso dos recursos virtuais de comunicação que afastam o contato pessoal e dificultam os relacionamentos. Já não há paciência para ouvir, quanto mais se colocar no problema do outro. Porém, quando isso acontece, os resultados são impressionantes para o trabalho em equipe.
3o) O gerente deve pedir ajuda para solucionar o problema - Você já percebeu quanto retrabalho é feito; quanto refugo de produção existe; quanto desperdício em mão-de-obra e horas, causadas simplesmente pelas pessoas, ao tentarem resolver as coisas isoladamente e sem qualquer ajuda (o famoso "deixa comigo"), mesmo quando existem as dúvidas?
Para o trabalho em equipe ser vitorioso, é necessário ter a mente aberta para solicitar e desenvolver idéias geradas pelos integrantes do grupo. Isso provoca uma explosão de novas formas de executar as tarefas e enriquece a comunicação e interação da equipe. O gerente não deve demonstrar insegurança ao pedir ajuda, porém não deve tirar a sua responsabilidade diante da equipe. Deve ajudar no que é de sua competência para a solução dos problemas pela equipe.
Se observarmos essas regras básicas, você não verá nada de novo, porém são tão antigas no relacionamento entre os seres humanos e por isso mesmo, sempre esquecidas. Talvez por serem tão simples podem dar resultados expressivos no relacionamento entre as pessoas. Os gerentes deveriam aplicá-las e certamente farão a diferença. E quem sabe não deixaríamos de ouvir a famosa frase: "o mais difícil é lidar com as pessoas".
(Colaboração: Markão)
QUEM SERÁ O REI?
Era uma vez, uma floresta...
Um dia, o macaco, representante eleito dos animais, fez uma reunião com toda a bicharada da floresta e disse: - Nós sabemos que o leão é o rei dos animais. Mas há um problema: existem 3 leões fortes. Ora, a qual deles nós devemos prestar homenagem? Qual, dentre eles, deverá ser o nosso rei?
Os 3 leões comentaram entre si: - É verdade, uma floresta não pode ter 3 reis. Precisamos decidir qual de nós será o rei.
Mas como fazer? Essa era a grande questão: lutar entre si eles não queriam, pois eram muito amigos. O impasse estava formado.
- Bem, senhores leões, a solução está na Montanha Difícil. Decidimos que vocês 3 deverão escalar a montanha e aquele que atingir o pico primeiro, será consagrado rei.
A Montanha Difícil era a mais alta entre todas naquela imensa floresta. O desafio foi aceito. No dia combinado, milhares de animais cercaram a montanha para assistir a grande escalada.
O primeiro tentou: Não conseguiu. O segundo tentou: Não conseguiu. O terceiro tentou: Não conseguiu.
Os animais estavam curiosos e impacientes. Afinal, qual dos leões seria o rei, uma vez que os 3 foram derrotados? Foi nesse momento que uma águia, idosa e de grande sabedoria, pediu a palavra.
- Eu sei quem deve ser o rei!!! Voava sobre eles e escutei o que disseram para a montanha, ao se verem derrotados por ela.
O primeiro leão disse: - Montanha, você me venceu!
O segundo leão disse: - Montanha, você me venceu!
O terceiro leão também disse: - Montanha, você me venceu... por enquanto! Mas você, montanha, já atingiu seu tamanho final, eu ainda estou crescendo.
E a águia completou: A diferença é que o terceiro leão teve uma atitude de vencedor diante da derrota. E quem pensa assim é maior que seu problema. É rei de si mesmo, está preparado para ser rei dos demais.
Os animais aplaudiram entusiasticamente o terceiro leão, que foi coroado rei da floresta.
As “montanhas difíceis” sempre estarão em seu caminho, e sempre lhe parecerão intransponíveis. Uma postura positiva diante das dificuldades é a diferença que faz a diferença! Uma montanha não tem mente, alma, espírito. Você tem! Lembre-se: Uma montanha tem altitude. Você tem atitude.
Você é maior que todos os seus problemas! Acredite em você!
(Colaboração: Tadeu)
NADA ACONTECE POR ACASO...
No mês de agosto de 2.001, Moshê (nome fictício), um bem sucedido empresário judeu, viajou para Israel a negócios. Na quinta feira, dia nove, entre uma reunião e outra, o empresário aproveitou para ir fazer um lanche rápido em uma pizzaria na esquina das ruas Yafo e Mêlech George no centro de Jerusalém.
O estabelecimento estava superlotado. Logo ao entrar na pizzaria, Moshê percebeu que teria que esperar muito tempo numa enorme fila, se realmente desejasse comer alguma coisa - mas ele não dispunha de tanto tempo.
Indeciso e impaciente, pôs-se a ziguezaguear por perto do balcão de pedidos, esperando que alguma solução caísse do céu. Percebendo a angústia do estrangeiro, um israelense perguntou-lhe se ele aceitaria entrar na fila na sua frente. Mais do que agradecido, Moshê aceitou.
Fez seu pedido, comeu rapidamente e saiu em direção à sua próxima reunião. Menos de dois minutos após ter saído, ele ouviu um estrondo aterrorizador. Assustado, perguntou a um rapaz que vinha pelo mesmo caminho que ele acabara de percorrer o que acontecera. O jovem disse que um homem-bomba acabara de detonar uma bomba na pizzaria Sbarro`s.
Moshê ficou branco. Por apenas dois minutos ele escapara do atentado. Imediatamente lembrou do homem israelense que lhe oferecera o lugar na fila. Certamente ele ainda estava na pizzaria. Aquele sujeito salvara a sua vida e agora poderia estar morto. Atemorizado, correu para o local do atentado para verificar se aquele homem necessitava de ajuda. Mas encontrou uma situação caótica no local.
A Jihad Islâmica enchera a bomba do suicida com milhares de pregos para aumentar seu poder destrutivo. Além do terrorista, de vinte e três anos, outras dezoito pessoas morreram, sendo seis crianças. Cerca de outras noventa pessoas ficaram feridas, algumas em condições críticas. As cadeiras do restaurante estavam espalhadas pela calçada. Pessoas gritavam e acotovelavam-se na rua, algumas em pânico, outras tentando ajudar de alguma forma. Entre feridos e mortos estendidos pelo chão, vítimas ensangüentadas eram socorridas por policiais e voluntários. Uma mulher com um bebê coberto de sangue implorava por ajuda. Um dispositivo adicional já estava sendo desmontado pelo exército.
Moshê procurou seu "salvador" entre as sirenes sem fim, mas não conseguiu encontrá-lo. Ele decidiu que tentaria de todas as formas saber o que acontecera com o israelense que lhe salvara a vida. Moshê estava vivo por causa dele. Precisava saber o que acontecera, se ele precisava de alguma ajuda e, acima de tudo, agradecer-lhe por sua vida. O senso de gratidão fez com que esquecesse da importante reunião que o aguardava. Ele começou a percorrer os hospitais da região, para onde tinham sido levados os feridos no atentado. Finalmente encontrou o israelense num leito de um dos hospitais. Ele estava ferido, mas não corria risco de vida. Moshê conversou com o filho daquele homem, que já estava acompanhando seu pai, e contou tudo o que acontecera. Disse que faria tudo que fosse preciso por ele. Que estava extremamente grato àquele homem e que lhe devia sua vida. Depois de alguns momentos, Moshê se despediu do rapaz e deixou seu cartão com ele.
Caso seu pai necessitasse de qualquer tipo de ajuda, o jovem não deveria hesitar em comunicá-lo. Quase um mês depois, Moshê recebeu um telefonema em seu escritório em Nova Iorque daquele rapaz, contando que seu pai precisava de uma operação de emergência.
Segundo especialistas, o melhor hospital para fazer aquela delicada cirurgia fica em Boston, Massachussets. Moshê não hesitou. Arrumou tudo para que a cirurgia fosse realizada dentro de poucos dias. Além disso, fez questão de ir pessoalmente receber e acompanhar seu amigo em Boston, que fica a uma hora de avião de Nova Iorque. Talvez outra pessoa não tivesse feito tantos esforços apenas pelo senso de gratidão. Outra pessoa poderia ter dito "Afinal, ele não teve intenção de salvar a minha vida: apenas me ofereceu um lugar na fila ...". Mas não Moshê. Ele se sentia profundamente grato, mesmo um mês após o atentado. E ele sabia como retribuir um favor. Naquela manhã de terça-feira, Moshê foi pessoalmente acompanhar seu amigo e deixou de ir trabalhar.
Sendo assim, pouco antes das nove horas da manhã, naquele dia onze de setembro de 2001. Moshê não estava no seu escritório no 101º andar do World Trade Center Twin Towers.
"Relatado em palestra do Rabino Issocher Frand".
Tudo nesta vida – e inclusive a própria vida - depende do quanto nos deixamos mover pelos bons sentimentos.
(Colaboração: A.M.B.)