PENSANDO NA UNIVERSIDADE ABERTA
1 MINUTO PARA FICAR GĂNIO
English:
http://www.huffingtonpost.com/2011/11/26/60-second-adventures-in-thought-david-mitchell-open-university_n_1113993.html
http://www.open.edu/openlearn/history-the-arts/culture/philosophy/60-second-adventures-thought-0
Videos: http://www.youtube.com/playlist?list=PL73A886F2DD959FF1
A teoria da Relatividade, o gato de Schrödinger, o quarto chinĂȘs. Nessa sĂ©rie de vĂdeos animados, a Open University (uma espĂ©cie de universidade livre e de graça da internet - vale uma fuçada) explica os raciocĂnios mais complicados da filosofia e da ciĂȘncia em 60 segundos pra qualquer um entender.
Fonte: Super Interessante - Edição 301.
Mais detalhes:
http://www.open.edu/openlearn/history-the-arts/culture/philosophy/60-second-adventures-thought-0
http://www.huffingtonpost.com/2011/11/26/60-second-adventures-in-thought-david-mitchell-open-university_n_1113993.html
VĂdeos: http://www.youtube.com/playlist?list=PL73A886F2DD959FF1
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REGRESSĂO NO ENSINO
Uma professora da rede estadual procurou a reportagem para relatar que tinha dificuldade de lecionar para 52 alunos de uma sala numa escola de Santa Luzia, municĂpio da regiĂŁo metropolitana de Belo Horizonte. Imagine-se a dificuldade de os alunos absorverem algum conhecimento nas mesmas circunstĂąncias.
A professora demonstrou coragem, para nĂŁo dizer consciĂȘncia Ă©tica, ao denunciar a situação. Mesmo que esse nĂŁo seja um problema generalizado no ensino pĂșblico, o fato de existir um sĂł jĂĄ expĂ”e uma anomalia ou algo que nĂŁo poderia existir. Pior se ele se repetir em outras unidades de ensino, como parece ocorrer.
A escola tem salas disponĂveis em suas instalaçÔes fĂsicas. Mas, por uma determinação do governo, sĂł pode abrir novas turmas de uma mesma sĂ©rie se o nĂșmero de alunos ultrapassar 35 mais 50%. A resolução sĂł estĂĄ sendo cumprida porque alunos excedentes foram transferidos para o turno da noite.
Informalmente, a alegação que circula Ă© que, dividindo a turma, teriam de aumentar a carga horĂĄria dos professores. Mais correto seria que aumentassem o nĂșmero de professores. EntĂŁo, o governo estaria fazendo o que propaga, tratando educação como investimento, como ensinam os paĂses sĂ©rios.
Mais de 30 alunos numa turma, sobretudo se adolescentes, como Ă© o caso, configura uma regressĂŁo insuportĂĄvel. Isso ocorre porque o governo, no afĂŁ de cumprir o dispositivo constitucional, retornou a uma prĂĄtica de 30 anos atrĂĄs, que Ă© juntar numa mesma turma alunos de idades e escolaridades diferentes.
AlĂ©m da superlotação, a multisseriação instalou a confusĂŁo no processo pedagĂłgico, com programas e conteĂșdos diferentes, ministrados por um sĂł professor. Ora, isso nĂŁo pode dar certo, a nĂŁo ser estatisticamente. Ă nesses primeiros anos que se forma o conjunto de habilidades para o aluno prosseguir nos estudos e na vida.
As principais vĂtimas desse modelo sĂŁo quem precisa da escola pĂșblica: os estudantes pobres.
Fonte: O Tempo - 28/02/12.
GOVERNO, EMPRESAS E SOCIEDADE NA GESTĂO DO MEIO AMBIENTE
A gestĂŁo ambiental tripartite por intermĂ©dio de negociaçÔes transparentes e permanentes entre os trĂȘs segmentos sociais - governo, empresas e sociedade civil organizada - continua sendo o melhor caminho na gestĂŁo dos conflitos entre a atividade econĂŽmica e o meio ambiente, consolidando um caminho de estabilidade democrĂĄtica. No ComitĂȘ de Bacia HidrogrĂĄfica do Rio das Velhas, tentamos implementar esse sistema legal (Lei Federal nÂș 9.433/97 e Lei Estadual nÂș 13.199/99) para garantir o carĂĄter locacional na apreciação dos licenciamentos no Estado e a qualidade das ĂĄguas, enquanto referĂȘncia de todos os ecossistemas. Infelizmente, essa proposta estĂĄ sendo abandonada em benefĂcio de decisĂ”es verticalizadas e factuais.
Ă retrocesso ignorar o legĂtimo direito daqueles trĂȘs segmentos na gestĂŁo dos conflitos socioambientais. Tanto se equivocam aqueles que querem excluir empresĂĄrios e governos dessas discussĂ”es, o que Ă© mais raro, quanto empresĂĄrios e governos que costumeiramente querem excluir delas a sociedade civil, instabilizando a democracia, a economia e o meio ambiente.
As prĂĄticas coloniais da mineração precisam ser erradicadas. Os royalties e o ICMS precisam ser anĂĄlogos aos cobrados do petrĂłleo e em outros paĂses, agregando valor, gerando empregos, conservando o ambiente e defendendo os interesses da sociedade.
Em Conceição de Mato Dentro, na regiĂŁo Central do Estado de Minas Gerais, estĂĄ a se produzir um megadesarranjo socioambiental com a invasĂŁo da cidade por um empreendimento maldiscutido e empurrado goela abaixo da população. Recebi a denĂșncia de uma autoridade geotĂ©cnica sobre os impactos do mineroduto Minas-Rio, que corta um mar de morros. Uma tragĂ©dia geotĂ©cnica e ambiental. HĂĄ negligĂȘncia da fiscalização oficial. A obra estĂĄ comprometendo os rios com a lama que faz desprender sem cuidados geolĂłgicos e de engenharia. Rompe as estruturas das montanhas com terraplanagem nas encostas como se fossem estradas e sem arcar com as consequĂȘncias. Duvidam? Façam o sobrevoo. A Anglo American estĂĄ em dificuldades financeiras e tem pressa de obter retorno. Licenciando velozmente o empreendimento, a MMX o vendeu Ă Anglo, mas conservou mais de 40% das açÔes. Sabemos das dificuldades do gestor do Estado em meio a tantas contradiçÔes. Esses empreendimentos geram emprego e riqueza. O secretĂĄrio de Estado do Meio Ambiente, Adriano MagalhĂŁes, tem competĂȘncia administrativa. Oferecemos a ele nossa experiĂȘncia ambiental na forma de uma proposta assinada por ONGs e uma moção para integrar a gestĂŁo ambiental por bacias. NĂŁo houve acordo. Mas hĂĄ uma concordĂąncia: Ă© preciso rever a situação atual da polĂtica ambiental. NĂŁo adianta o equilĂbrio no varejo, com concessĂ”es a grupos. Meio ambiente Ă© dever, nĂŁo Ă© favor. Por exemplo, a Meta 2014 para o rio das Velhas precisa ser assumida com vigor.
Nem o Estado pode prestigiar a venda de indulgĂȘncias que premiam como sustentĂĄveis grupos que pagam bem a marqueteiros. A opiniĂŁo pĂșblica, mobilizada pelo meio ambiente, nĂŁo Ă© estĂșpida e percebe que fazer o dever de casa Ă© o que importa. NĂŁo resolve criar factoides, aparentando defender o ambiente aqui e ali, mas sem visĂŁo sistĂȘmica integrada. Os acontecimentos entre dezembro e janeiro, com inundaçÔes, deslizamentos de terra, estradas interrompidas e mortes, indicam a falĂȘncia da gestĂŁo ambiental em Minas e no Brasil, sem falar dos rios transformados em esgotos. A ĂĄgua da chuva foi somente a gota dâĂĄgua. NĂŁo adianta culpar os deuses nem a meteorologia.
Apolo Heringer Lisboa - MĂ©dico e ambientalista - Fonte: O Tempo - 25/02/12.
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