FM - Faculdade Mental

PENSE! - 04/06/2009

PENSANDO NO AMBIENTE

05 DE JUNHO - DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE E DA ECOLOGIA
English:
http://www.unep.org/wed/2009/english/
http://www.unep.org/wed/2009/english/content/about.asp
â€œSeu planeta precisa de vocÃª: Unidos contra as mudanÃ§as climÃ¡ticasâ€.
O Dia Mundial do Meio Ambiente foi estabelecido pela AssemblÃ©ia Geral das NaÃ§Ãµes Unidas em 1972 marcando a abertura da ConferÃªncia de Estocolmo sobre Ambiente Humano.
Celebrado anualmente desde entÃ£o no dia 5 de Junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente cataliza a atenÃ§Ã£o e aÃ§Ã£o polÃtica de povos e paÃses para aumentar a conscientizaÃ§Ã£o e a preservaÃ§Ã£o ambiental.
Os principais objetivos das comemoraÃ§Ãµes sÃ£o:
1. Mostrar o lado humano das questÃµes ambientais;
2. Capacitar as pessoas a se tornarem agentes ativos do desenvolvimento sustentÃ¡vel;
3. Promover a compreensÃ£o de que Ã© fundamental que comunidades e indivÃduos mudem atitudes em relaÃ§Ã£o ao uso dos recursos e das questÃµes ambientais;
4. Advogar parcerias para garantir que todas as naÃ§Ãµes e povos desfrutem um futuro mais seguro e mais prÃ³spero.
O tema do Dia Mundial em 2009 Ã© â€œSeu planeta precisa de vocÃª: Unidos contra as mudanÃ§as climÃ¡ticasâ€. Ele reflete a urgÃªncia de que naÃ§Ãµes atuem de maneira harmÃ´nica para fazer frente Ã s mudanÃ§as climÃ¡ticas, para manejar adequadamente suas florestas e outros recursos naturais e para erradicar a pobreza.
Este ano, o MÃ©xico serÃ¡ a sede mundial das comemoraÃ§Ãµes do Dia Mundial do Meio Ambiente o que reflete o engajamento dos paÃses da AmÃ©rica Latina e Caribe na luta contra as mudanÃ§as climÃ¡ticas e na transiÃ§Ã£o para uma sociedade de baixo carbono.
Em linha com seu forte engajamento nas questÃµes ambientais, o MÃ©xico Ã© um dos paÃses que mais contribuiu com a campanha 7 BilhÃµes de Ãrvores, desenvolvida pelo PNUMA. http://www.unep.org/billiontreecampaign/portuguese
O presidente do MÃ©xico, Felipe CalderÃ³n, afirma que a celebraÃ§Ã£o do Dia Mundial do Meio Ambiente "irÃ¡ destacar a determinaÃ§Ã£o daquele paÃs em gerenciar adequadamente seus recursos naturais e lidar com o mais exigente desafio do sÃ©culo 21 - as mudanÃ§as climÃ¡ticas.
Fonte: http://www.unep.org/wed/2009/portuguese/

CUIDE DO SEU BOLSO E DO PLANETA JÃ!
FaÃ§a o download gratuito no site http://www.redetres.com/.
(COLABORAÃ‡ÃƒO: PROFESSORA ADRIANA FILETO)

VAMOS SALVAR O PLANETA SALVANDO OS FILHOS DO PLANETA
A pergunta abaixo foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentÃ¡vel.
"Todo mundo "pesando" em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando Ã© que "pensarÃ£o" em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"
Precisamos comeÃ§ar JÃ!
Uma crianÃ§a que aprende o respeito e a honra dentro de casa e recebe o exemplo vindo de seus pais, torna-se um adulto comprometido em todos os aspectos, inclusive em respeitar o planeta onde vive...
(ColaboraÃ§Ã£o: Sueli Olinto)

A TERRA, UM PLANETA ESPECIAL
O Museu de CiÃªncias da Terra Alexis Dorofeef, do Departamento de Solos da Universidade Federal de ViÃ§osa (UFV), inaugura em MuriaÃ© a exposiÃ§Ã£o itinerante "A Terra, um Planeta Especial". Montada na FundaÃ§Ã£o de Cultura e Arte de MuriaÃ© (Fundarte), no centro do municÃpio, a mostra faz parte das comemoraÃ§Ãµes do Ano Internacional do Planeta Terra. O projeto tambÃ©m inclui oficinas, debates e visitas monitoradas, para que o pÃºblico conheÃ§a mais sobre minerais, rochas, recursos minerais e solos.
Ã‰lder Martinho - Fonte: O Tempo - 03/06/09.
Detalhes -
http://www.cpd.ufv.br/raex/evento/LISTAEventosDivulgacao.asp?codigo=14021
https://phpsistemas.cpd.ufv.br/noticia/site/exibir_noticia.php?CodigoNoticia=1182
Departamento de Solos da UFV - http://www.dps.ufv.br/

SUSTENTÃVEL
Os empresÃ¡rios brasileiros estÃ£o divididos entre lucro e sustentabilidade, segundo pesquisa da Grant Thornton International com 7.200 empresas de 36 paÃses, que mostra que 43% dos brasileiros estÃ£o dispostos a diminuir rentabilidade dos negÃ³cios para preservar o ambiente.
Mercado Aberto - Guilherme Barros - Fonte: Folha de S.Paulo - 04/06/09.
Grant Thornton International - http://www.gti.org/

MEIO AMBIENTE
â€œTempo SustentÃ¡vel: a sua atitude hoje pode mudar o amanhÃ£â€.
Cuidar do Meio Ambiente Ã© responsabilidade de todos. As pequenas atitudes fazem uma enorme diferenÃ§a!
Escolha pelo menos uma das dicas abaixo e vocÃª estarÃ¡ contribuindo por um mundo sustentÃ¡vel.
>>> FaÃ§a sempre que possÃvel impressÃµes frente e verso.
>>> Desligue o monitor quando se ausentar por mais de 1 hora.
>>> Deixe seu carro em casa 2 vezes por semana e vocÃª deixarÃ¡ de emitir 700 quilos de poluentes por ano.
>>> NÃ£o deixe o bagageiro vazio em cima do carro. Qualquer peso extra no carro causa aumento no consumo de combustÃvel. Um bagageiro vazio gasta 10% a mais de combustÃvel, devido ao seu peso e aumento da resistÃªncia do ar.
>>> NÃ£o deixe crianÃ§as brincarem com Ã¡gua. Brincadeiras com Ã¡gua passam a equivocada idÃ©ia de que ela seja um recurso infinito, justamente para quem mais precisa de orientaÃ§Ã£o. Ensine as crianÃ§as o valor desse bem tÃ£o precioso.
>>> Regue as plantas Ã noite. Ao regar as plantas Ã noite ou de manhÃ£zinha, vocÃª impede que a Ã¡gua se perca na evaporaÃ§Ã£o e tambÃ©m evita choques tÃ©rmicos que podem agredir suas plantas.
>>> Cozinhe mais em panela de pressÃ£o. VocÃª pode cozinhar tudo em panela de pressÃ£o (feijÃ£o, arroz, carne, peixe, macarrÃ£o etc.), de forma rÃ¡pida e economizando 70% do gÃ¡s.
>>> Cozinhe em fogo mÃnimo. A comida nÃ£o cozinha mais rapidamente com fogo alto, pois a Ã¡gua nÃ£o ultrapassa 100ÂºC em uma panela comum.
(ColaboraÃ§Ã£o: Sueli Olinto)

O MEIO AMBIENTE ESTÃ EM DESVANTAGEM
SÃ³ com informaÃ§Ã£o vocÃª vai mudar essa histÃ³ria. No futuro, o meio ambiente vai precisar, cada vez mais, de pessoas com conhecimento. Pensando nesse futuro, o Senac desenvolveu um dos melhores portfÃ³lios de cursos voltados ao meio ambiente. Porque, sem informaÃ§Ã£o, nÃ£o hÃ¡ soluÃ§Ã£o.
>>> 644 Ã© o nÃºmero de espÃ©cies ameaÃ§adas pelo desmatamento da AmazÃ´nia, por enquanto...
>>> Menos de 10 por cento do esgoto brasileiro jogado no mar Ã© tratado...
>>> Todo ano, sÃ£o produzidos de 20 a 50 milhÃµes de toneladas mÃ©tricas de lixo tecnolÃ³gico no mundo...
>>> A Ã¡rea devastada da AmazÃ´nia em 5 anos equivale a quase uma Venezuela. Queimadas na AmazÃ´nia colocam o Brasil nas primeiras posiÃ§Ãµes no ranking dos maiores poluidores do mundo...
>>> SÃ³ no Brasil, 5,4 bilhÃµes de de litros de esgoto sem tratamento sÃ£o despejados diariamente no meio ambiente...
Nosso futuro estÃ¡ nas nossas aÃ§Ãµes de hoje.
Senac - http://www.senac.br/

COPA 2014 - META Ã‰ TER ARENAS ECOLÃ“GICAS
Preocupados com o desenvolvimento sustentÃ¡vel do paÃs, o time de arquitetos brasileiros para a Copa 2014, que se reuniu, pela primeira vez em SÃ£o Paulo, nÃ£o quer saber de estÃ¡dios comuns. Eles trabalham para a construÃ§Ã£o de eco-arenas. O objetivo Ã© transformar as praÃ§as esportivas em espaÃ§os ecologicamente corretos e que possam ser autossuficientes pÃ³s-Mundial.
Reaproveitamento das Ã¡guas da chuva, iluminaÃ§Ã£o natural e utilizaÃ§Ã£o de equipamentos com painÃ©is fotovoltÃ¡icos, que transformam os raios solares em energia elÃ©trica, sÃ£o alguns dos sistemas que os 12 estÃ¡dios da Copa, que serÃ£o construÃdos ou reformados, preveem em seus projetos. "SÃ£o conceitos novos, que estÃ£o comeÃ§ando a chegar ao mercado. SÃ£o muito caros, mas importantes para diminuir o impacto ambiental", ressaltou Leon Claudio Myssior, vice-presidente de arquitetura do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco) e coordenador do Time de Arquitetos da Copa.
Para ele, essa Ã© a oportunidade de o paÃs mostrar suas peculiaridades culturais de maneira consciente. "NÃ³s estudamos, pesquisamos, para interpretar os conceitos e aplicÃ¡-los no Brasil", afirmou Myssior.
MineirÃ£o. O projeto arquitetÃ´nico, assinado por Gustavo Penna, tambÃ©m utilizarÃ¡ novos sistemas ecologicamente corretos, o que contribuirÃ¡ para a revitalizaÃ§Ã£o da Pampulha.
Rio de Janeiro. Centro de imprensa. A capital fluminense quer ser a "casa da Fifa" na Copa do Mundo de 2014. Para isso, pretende erguer um grande centro para os Ã³rgÃ£os de comunicaÃ§Ã£o que estarÃ£o no paÃs durante o evento.
Na prÃ¡tica
Como os estÃ¡dios devem aproveitar os recursos tecnolÃ³gicos para reduzir o impacto ambiental;
PainÃ©is fotovoltÃ¡icos. A energia solar, convertida em elÃ©trica, nÃ£o Ã© armazenada. Ã‰ gerada e devolvida Ã concessionÃ¡ria como crÃ©dito;
Ãguas pluviais. A Ã¡gua das chuvas serÃ¡ captada e reutilizada na irrigaÃ§Ã£o do gramado e nos banheiros;
Calor e ventilaÃ§Ã£o. Sistemas mÃ³veis ou nÃ£o, projetados ou adaptados, que permitem a passagem do vento e protegem o espectador dos raios solares.
Thiago Nogueira - Fonte: O Tempo - 05/06/09.
Sinaenco - http://www.sinaenco.com.br/
Portal da Copa - http://www.copa2014.org.br/

LUZ NO AMBIENTE
O CÃ³digo Florestal data de 1965, quando os 4,2 milhÃµes de km2 da floresta amazÃ´nica brasileira se encontravam quase intactos. A maior diversidade biolÃ³gica do planeta ocupava nada menos que metade do paÃs. Hoje o bioma jÃ¡ perdeu mais de 17% de sua cobertura vegetal.
Como toda legislaÃ§Ã£o, o cÃ³digo precisa adaptar-se a novas realidades. Isso pode ocorrer por meio de alteraÃ§Ãµes pontuais, como atÃ© agora, ou por uma revisÃ£o que corporifique um novo consenso nacional sobre esse patrimÃ´nio natural sem par.
Como demonstra o caderno especial publicado pela Folha, a populaÃ§Ã£o brasileira atribui grande valor Ã preservaÃ§Ã£o das matas. Identifica em madeireiros e fazendeiros seus inimigos, visÃ£o que nÃ£o deixa de estar contaminada pelo maniqueÃsmo.
A dificuldade se soma ao fato de que prevalece hoje, no setor polÃtico e empresarial, o dissenso sobre o cÃ³digo. Representantes da agropecuÃ¡ria movem campanha contra seu mais controverso dispositivo, a exigÃªncia legal de preservar 80% da mata nativa nas propriedades localizadas na AmazÃ´nia, modificaÃ§Ã£o introduzida em 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso -antes bastavam 50%.
Alguns defendem voltar ao patamar anterior, que jÃ¡ seria o mais alto do paÃs (no cerrado a reserva Ã© de 35% e nos demais biomas, 20%). Outros, que a recomposiÃ§Ã£o da cobertura possa ser feita com espÃ©cies nÃ£o nativas da AmazÃ´nia, caso do dendÃª, cultivo de alto valor comercial.
Muitos produtores se preocupam, com razÃ£o, com os critÃ©rios para definir as Ã¡reas de preservaÃ§Ã£o permanente. As APPs sÃ£o partes da propriedade rural em que a manutenÃ§Ã£o da cobertura nativa Ã© exigida por lei, como margens de rios, encostas e topos de morro.
A definiÃ§Ã£o do que seja topo de morro Ã© das mais problemÃ¡ticas. Dependendo de como o fiscal do Ibama ou o MinistÃ©rio PÃºblico a interpretam, culturas inteiras podem parar na ilegalidade. Entre os casos mais citados estÃ£o cafezais, vinhedos e plantaÃ§Ãµes de maÃ§Ã£ em Ã¡reas montanhosas.
Essa inseguranÃ§a jurÃdica decerto nÃ£o favorece investimentos num setor de importÃ¢ncia crescente para a economia nacional. Seria, contudo, fÃ¡cil de eliminar. Bastaria legalizar Ã¡reas de cultivo tradicionais e consolidadas, pois seria um contrassenso colocÃ¡-las sob risco.
Esse espÃrito pragmÃ¡tico teve acolhida no prÃ³prio cÃ³digo, que admite reduÃ§Ã£o da reserva legal em Ã¡reas da AmazÃ´nia, desde que indicada no zoneamento ecolÃ³gico-econÃ´mico -um guia, elaborado em Ã¢mbito estadual, que disciplina os usos da terra. O Ã¢nimo para a cooperaÃ§Ã£o e o enfrentamento tÃ©cnico de desafios concretos tambÃ©m vigorava no grupo de trabalho formado pelas pastas da Agricultura, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento AgrÃ¡rio. AtÃ© desandar, no final de 2008, em polarizaÃ§Ã£o estÃ©ril.
Ou se retoma o caminho anterior, ou agricultores e ambientalistas continuarÃ£o travando uma batalha de panfletos. Ã‰ do interesse do paÃs que os dois lados cedam em parte de suas exigÃªncias.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 05/06/09.
CÃ³digo Florestal - http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/L4771.htm
Ibama - http://www.ibama.gov.br/
MinistÃ©rio da Agricultura - http://www.agricultura.gov.br/
MinistÃ©rio do Meio Ambiente - http://www.mma.gov.br/sitio/

UMA SEMANA NO CLIMA
No passado, dizÃamos que todo dia era dia de Ãndio. Toda semana tambÃ©m Ã© semana do meio ambiente. SÃ³ que, nesta, houve mais solenidades, mais discursos, livros e projetos.
No plano internacional, o grande momento serÃ¡ no princÃpio de dezembro, em Copenhague, onde se decide o futuro da aÃ§Ã£o mundial, pÃ³s-Protocolo de Kyoto. Aqui no Brasil, hÃ¡ um tÃmido projeto de polÃtica sobre mudanÃ§as climÃ¡ticas. Mas o clima Ã© muito mais "caliente" do que dezembro na Dinamarca.
O segundo ministro do Meio Ambiente do governo Lula enfrenta seu inferno astral. Os jornais estÃ£o cheios de frases: frases daqui, frases de lÃ¡. Tanto Copenhague em dezembro como nosso barraco verde estÃ£o cobertos por uma nova luz: a crise econÃ´mica mundial.
Os dois temas nÃ£o se separam. Sem ilusÃµes: a criaÃ§Ã£o de empregos verdes implica na destruiÃ§Ã£o de convencionais; a crise financeira nÃ£o se resolve com a produÃ§Ã£o de carros movidos a hidrogÃªnio.
SerÃ¡ preciso um enlace realista entre crise e clima para que se aceitem novas saÃdas. Aqui no Brasil a sucessÃ£o de ministros Ã© inevitÃ¡vel. A polÃtica ainda vÃª a ecologia como uma cereja no bolo. Cada um escolhe a atmosfera da despedida: fogos, choro, ranger de dentes, raiva. Como numa Ã³pera, cada intÃ©rprete leva ao papel seus traÃ§os pessoais.
Mas a histÃ³ria nÃ£o Ã© uma repetiÃ§Ã£o infinita. As condiÃ§Ãµes de um debate maduro e produtivo serÃ£o criadas. E o entrelaÃ§amento do tema com a economia vai levÃ¡-lo para o centro da cena.
As vezes, Ã© preciso ser ingÃªnuo como o pai de Fernando Sabino, que dizia: no final, tudo darÃ¡ certo: se nÃ£o deu certo ainda, Ã© porque nÃ£o chegou ao final.
Em termos climÃ¡ticos, Ã© uma frase temerÃ¡ria. Mas em Copenhague, de novo, a esperanÃ§a estarÃ¡ em nossos coraÃ§Ãµes.
Fernando Gabeira - Fonte: Folha de S.Paulo - 05/06/09.

ALARMISMO POUCO Ã‰ BOBAGEM
Existe em alguns endereÃ§os chiques do Brasil a percepÃ§Ã£o de que organizaÃ§Ãµes nÃ£o governamentais (ONGs) ambientalistas atrapalham o desenvolvimento do paÃs. Fariam isso, segundo esse ponto de vista, ao misturar alarmismo infundado, denuncismo vazio e sentimentalismo natureba a um debate que deveria ser objetivo e tÃ©cnico. Ã‰ uma visÃ£o parcial e, em grande medida, incorreta.
JÃ¡ se foi o tempo em que apenas hippies e ex-marxistas sem rumo se convertiam para a causa verde como utopia substituta. Isso pode ter sido vÃ¡lido para alguns dos pioneiros que combatiam romanticamente a poluiÃ§Ã£o das Ã¡guas no Rio Grande do Sul ou a construÃ§Ã£o de um aeroporto em Caucaia do Alto, na Grande SÃ£o Paulo. Hoje nÃ£o Ã© mais.
Desde pelo menos a fundaÃ§Ã£o da organizaÃ§Ã£o SOS Mata AtlÃ¢ntica, em 1986, o melhor do movimento ambientalista brasileiro busca um pacto firme e duradouro com a ciÃªncia. Os resultados estÃ£o aÃ, conhecidos e citados por todos.
Os primeiros dados confiÃ¡veis sobre a destruiÃ§Ã£o da floresta chuvosa que cobria a costa alcanÃ§ada pelos portugueses em 1500 nasceram, em 1989, da parceria entre a SOS e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Trata-se de um Ã³rgÃ£o de pesquisa ligado ao MinistÃ©rio da CiÃªncia e Tecnologia.
A parceria tinha por objeto usar imagens de satÃ©lite na composiÃ§Ã£o de um atlas dos remanescentes florestais, como se comeÃ§ava a aplicar na Ã©poca para a AmazÃ´nia. Assim se revelou que apenas 7% da mata atlÃ¢ntica sobreviveram. A Ãºnica floresta que a maioria dos brasileiros conheceu e conhece estÃ¡ desaparecendo.
Hoje o Inpe conduz o mais avanÃ§ado programa do mundo de monitoraÃ§Ã£o de florestas tropicais por sensoriamento remoto. HÃ¡ mais de duas dÃ©cadas apura e publica os dados anuais oficiais de desmatamento da AmazÃ´nia (sistema Prodes). Desde 2004 o Prodes Ã© coadjuvado por um acompanhamento mais Ã¡gil (Deter), quinzena a quinzena, para apoio da fiscalizaÃ§Ã£o do Ibama.
TambÃ©m foi liderado pelo Inpe, com inspiraÃ§Ã£o "ambientalista" ("ecolÃ³gica" seria o termo cientificamente correto), o engajamento brasileiro no Experimento de Grande Escala Atmosfera-Biosfera da AmazÃ´nia. Mais conhecido como LBA, o projeto internacional foi o maior programa cientÃfico do Brasil durante anos e produziu conhecimento bÃ¡sico fundamental para comeÃ§ar a entender o papel da floresta amazÃ´nica no clima regional e mundial.
InformaÃ§Ãµes de qualidade nÃ£o eram produzidas sÃ³ por militantes e investigadores do ambiente. Em paralelo, o Programa Povos IndÃgenas no Brasil, do Cedi (Centro EcumÃªnico de DocumentaÃ§Ã£o e InformaÃ§Ã£o), recolhia e mapeava dados para um catÃ¡logo cartogrÃ¡fico das etnias e terras indÃgenas do Brasil. Sempre foi uma fonte melhor, ao menos para jornalistas, que a chapa-branca Funai.
SOS e Cedi sÃ£o as principais organizaÃ§Ãµes que deram origem ao ISA (Instituto Socioambiental), que atÃ© hoje publica, a cada cinco anos, o indispensÃ¡vel volume "Povos IndÃgenas no Brasil". Toda a cartografia agora Ã© digital, o que habilita o ISA a fazer estudos detalhados inÃ©ditos, por exemplo sobre superposiÃ§Ã£o de terras indÃgenas e unidades de conservaÃ§Ã£o.
HÃ¡ exatos dez anos, o ISA atuou como coordenador de um histÃ³rico seminÃ¡rio em MacapÃ¡ para identificar Ã¡reas prioritÃ¡rias para conservaÃ§Ã£o na AmazÃ´nia brasileira. Foi um esforÃ§o sem precedentes, patrocinado pelo MinistÃ©rio do Meio Ambiente, para reunir o melhor conhecimento cientÃfico disponÃvel sobre espÃ©cies e sua localizaÃ§Ã£o na regiÃ£o.
Com maior ou menor sucesso e meticulosidade, a experiÃªncia se repetiu para os outros cinco grandes biomas nacionais (Caatinga, Cerrado, Mata AtlÃ¢ntica, Pampa e Pantanal). Uma dÃ©cada depois, esses trabalhos ainda orientam a criaÃ§Ã£o de unidades de conservaÃ§Ã£o no Brasil. Dos seminÃ¡rios participou uma penca de organizaÃ§Ãµes que ainda dariam o que falar.
No caso da AmazÃ´nia, sempre o bioma mais controverso, impuseram-se no debate pÃºblico ONGs como o Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da AmazÃ´nia) e o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da AmazÃ´nia). Ambas com sede em BelÃ©m, estÃ£o na vanguarda desse tipo inovador de ONG, dedicada a cavar, sistematizar e divulgar dados socioambientais que nem o governo detÃ©m.
NÃ£o faz muito tempo, quem precisasse de informaÃ§Ãµes sobre a situaÃ§Ã£o em torno da rodovia BR-163 (CuiabÃ¡-SantarÃ©m) faria melhor em procurar o Ipam. Se necessitado de dados sobre localizaÃ§Ã£o e produÃ§Ã£o de polos madeireiros na AmazÃ´nia, ou sobre a agropecuÃ¡ria da regiÃ£o, o canal era o Imazon.
Em 2000, Ipam e ISA lideraram a confecÃ§Ã£o de um relatÃ³rio de grande repercussÃ£o sobre o impacto do plano AvanÃ§a Brasil, do governo FHC. Previa que 180 mil km2 de floresta amazÃ´nica pereceriam como consequÃªncia, em trÃªs dÃ©cadas, no altar do desenvolvimentismo ambientalmente imprevidente. Foi manchete da Folha em 13 de marÃ§o daquele ano.
Pelos dados do Prodes, 167 mil km2 da AmazÃ´nia perderam a floresta de lÃ¡ para cÃ¡. Passaram-se sÃ³ 9 anos dos 30 projetados (6 deles sob Lula).
Diante disso se poderia afirmar, com objetividade e fundamento tÃ©cnico, que alarmismo pouco Ã© bobagem. Em especial diante de um governo que deita tanto carvÃ£o, gÃ¡s natural e petrÃ³leo na fogueira eleitoral para requentar o AvanÃ§a Brasil com o molho salgado do PAC.
Marcelo Leite - Fonte: Folha de S.Paulo - 05/06/09.
SOS Mata AtlÃ¢ntica - http://www.sosmatatlantica.org.br/
Inpe - http://www.inpe.br/
MinistÃ©rio da CiÃªncia e Tecnologia - http://www.mct.gov.br/
Prodes - http://www.dpi.inpe.br/prodesdigital/prodes.php
Experimento de Grande Escala Atmosfera-Biosfera da AmazÃ´nia - http://lba.inpa.gov.br/lba/
Funai - http://www.funai.gov.br/
ISA (Instituto Socioambiental) - http://www.socioambiental.org/
Ipam - http://www.ipam.org.br/web/index.php
Imazon - http://www.bio.psu.edu/People/Faculty/Uhl/IMAZON/