PENSANDO NAS ATITUDES
CERTAS COISAS NĂO TEM PREĂO...
English:
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/04/04/AR2007040401721.html
Joshua Bell:
http://www.joshuabell.com/
A nota Ă© internacional e diz, mais ou menos assim: Aquela poderia ser mais uma manhĂŁ como outra qualquer.
Eis que o sujeito desce na estação do metrÎ de Nova York, vestindo jeans, camiseta e boné.
Encosta-se próximo à entrada. Tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal.
Mesmo assim, durante os 45 minutos em que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes.
NinguĂ©m sabia, mas o mĂșsico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas, num instrumento rarĂssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhĂ”es de dĂłlares.
Alguns dias antes, Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custaram a bagatela de mil dĂłlares.
A experiĂȘncia no metrĂŽ, gravada em vĂdeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de cafĂ© na mĂŁo, celular no ouvido, crachĂĄ balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino.
A iniciativa, realizada pelo jornal The Washington Post, era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.
A conclusĂŁo Ă© de que estamos acostumados a dar valor Ă s coisas, quando estĂŁo num contexto.
Bell, no metrĂŽ, era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife.
Esse Ă© mais um exemplo daquelas tantas situaçÔes que acontecem em nossas vidas, que sĂŁo Ășnicas, singulares e a que nĂŁo damos importĂąncia, porque nĂŁo vĂȘm com a etiqueta de preço.
Afinal, o que tem valor real para nós, independentemente de marcas, preços e grifes?
Ă o que o mercado diz que podemos ter, sentir, vestir ou ser?
SerĂĄ que os nossos sentimentos e a nossa apreciação de beleza sĂŁo manipulados pelo mercado, pela mĂdia e pelas instituiçÔes que detĂȘm o poder financeiro?
Serå que estamos valorizando somente aquilo que estå com etiqueta de preço?
Uma empresa de cartÔes de crédito vem investindo, hå algum tempo, em propaganda onde, depois de mostrar vårios itens, com seus respectivos preços, apresenta uma cena de afeto, de alegria e informa: Não tem preço.
E é isso que precisamos aprender a valorizar. Aquilo que não tem preço, porque não se compra.
Não se compra a amizade, o amor, a afeição. Não se compra carinho, dedicação, abraços e beijos.
NĂŁo se compra raio de sol, nem gotas de chuva.
A canção do vento que passa sibilando pelo tronco oco de uma årvore é gråtis.
A criança que corre, espontùnea, ao nosso encontro e se pendura em nosso pescoço, não tem preço.
O colar que ela faz, contornando-nos o pescoço com os braços não estå à venda em nenhuma joalheria. E o calor que transmite dura o quanto durar a nossa lembrança.
* * *
O ar que respiramos, a brisa que embaraça nossos cabelos, o verde das årvores e o colorido das flores é nos dado por Deus, gratuitamente.
Pensemos nisso e aproveitemos mais tudo que estå ao nosso alcance, sem preço, sem patente registrada, sem etiqueta de grife.
Usufruamos dos momentos de ternura que os amores nos ofertam, intensamente, entendendo que sempre a manifestação do afeto Ă© Ășnica, extraordinĂĄria, especial.
Fiquemos mais atentos ao que nos cerca, sejamos gratos pelo que nos é ofertado e sejamos felizes, desde hoje, enquanto o dia nos sorri e o sol despeja luz em nosso coração apaixonado pela vida.
Redação do Momento EspĂrita (http://www.momento.com.br/), a partir de comentĂĄrio de Willian Hazlitt, que circula pela Internet. Em 22.09.2009.
(Colaboração: Emerson Gão)
VĂdeos:
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/04/04/AR2007040401721.html
Leia mais:
http://mais.uol.com.br/view/r71k1ntkdfex/sem-etiqueta--sem-preco-04029B3868D0B15326?types=A&
Joshua Bell:
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A INDEPENDĂNCIA ESTĂ EM JOGO
Aficionados por videogames, jovens que moram em Recife aprenderam uma sĂ©rie de truques capazes de manter crianças e adolescentes concentrados por horas na frente do computador entretidos com jogos. Nos Ășltimos anos, montaram empresas e jĂĄ exportam esses jogos para vĂĄrios paĂses. Agora, eles se juntaram numa experiĂȘncia que drena essa mesma capacidade de concentração dos jogadores de videogame para assuntos que, Ă primeira vista aborrecidos e desinteressantes, nĂŁo costumam despertar nem um minuto de atenção. Assim nasceu uma olimpĂada de jogos digitais.
Com o mesmo ritmo e emoção dos videogames que atraem milhĂ”es a LAN houses, os jogos da olimpĂada inovam porque obrigam os usuĂĄrios a pesquisar informaçÔes de quĂmica, fĂsica, biologia e matemĂĄtica.
Esse tipo de experiĂȘncia traz um novo conceito de independĂȘncia, bem distante das paradas militares.
Esse novo conceito Ă© que alimenta a iniciativa de combinar a comemoração do bicentenĂĄrio da independĂȘncia (2022) com as metas educacionais. Afinal, na ignorĂąncia, ninguĂ©m Ă© independente.
Uma das consequĂȘncias desse movimento Ă© que, na semana passada, em BrasĂlia, lideranças empresariais, acadĂȘmicas, sindicais e sociais criaram um documento, a ser entregue a todos os candidatos, pedindo melhor qualidade de ensino.
Ă possĂvel que 2010 seja visto no futuro como o ano em que se explicitou o consenso em torno do ensino pĂșblico como indispensĂĄvel para uma nação civilizada. NĂŁo vi nada mais relevante no debate eleitoral.
Se hå consenso nas metas, o que divide as opiniÔes é como chegar lå. Exatamente aà entra a experimentação dos jovens de Recife.
As lideranças que pensam o futuro do paĂs -inclusive os educadores- sĂŁo da era analĂłgica, mas os jovens sĂŁo nutridos, desde o berço, pela dimensĂŁo digital. SĂŁo de uma geração que vive num ritmo hiperativo em tempo real e acredita que o entretenimento deve fazer parte do dia a dia, tanto na escola como no trabalho. NĂŁo Ă© por outro motivo que, em pesquisas, o Google aparece como a empresa dos sonhos dos jovens.
Ainda não sabemos muito sobre o impacto da tecnologia na absorção do conhecimento, mas jå hå neurocientistas que pesquisam as alteraçÔes que as tecnologias impÔem ao funcionamento do cérebro, modificando os padrÔes de aprendizagem.
A experiĂȘncia de Recife, nascida no parque tecnolĂłgico Porto Digital, Ă© desenvolvida por jovens que ainda estĂŁo na fronteira da adolescĂȘncia, mas que se dispuseram a ser educadores. Eles montaram um consĂłrcio chamado Joy Street e tiveram de aprender a usar os conhecimentos requeridos em testes escolares (como o Enem) para construir os jogos.
Isso viabiliza que se transforme uma LAN house numa extensão da escola. A geração analógica de educadores estå perdendo a chance de agregar esse tipo de ambiente, onde, efetivamente, estão os jovens.
A olimpĂada começa na escola, mas as redes sociais fazem que a disputa nĂŁo tenha grade de horĂĄrio e ocorra em qualquer lugar. Demora cinco meses, leva os jogadores a criar redes sociais pela internet e, em certos casos, a percorrer presencialmente espaços da cidade -museus, por exemplo- para resolver enigmas.
Promovida pelos governos estaduais, a olimpĂada começou com alunos de Pernambuco e se expandiu neste ano para o Rio. Antes de se disseminar pelo resto do paĂs, ainda vamos ter de ver seu impacto no desempenho dos alunos.
O que mais me chamou a atenção nessa olimpĂada foi a retomada da tradição clĂĄssica do professor, visto nĂŁo como um propagador de conteĂșdo, mas como um mestre, um gerenciador de curiosidades.
A olimpĂada foi montada de modo que o professor das escolas fosse um consultor permanente, orientando os alunos, que aprendem em qualquer lugar e a qualquer hora, exatamente como os empregados de empresas inovadoras, obrigados a nunca parar de absorver novos conhecimentos.
Afinal, o que estĂĄ em jogo na nossa independĂȘncia Ă© sermos autĂŽnomos. Para isso, nada Ă© mais importante do que um bom professor. O resto Ă© a escravidĂŁo da ignorĂąncia.
Nesse conceito de independĂȘncia, nĂŁo temos uma parada militar. Quem puxa os desfiles sĂŁo os professores, e a arma Ă© o conhecimento.
PS- Coloquei em meu site (www.dimenstein.com.br) mais detalhes sobre a experiĂȘncia das olimpĂadas.
Gilberto Dimenstein - Fonte: Folha de S.Paulo - 05/09/10.
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