FM - Faculdade Mental

PENSE! - 15/08/2012

PENSANDO NA ÃGUA

TURBINA PRODUZ ÃGUA NO DESERTO
English:
http://edition.cnn.com/2012/04/29/world/eole-water-turbine/index.html
The site:
http://www.eolewater.com/
Aparelho criado por empresa francesa custa o equivalente a R$ 1,5 milhÃ£o, mas gera atÃ© mil litros por dia. Saiba como ele funciona:
1. O vento do deserto movimenta a turbina. Isso gera energia elÃ©trica para alimentar um compressor.
2. O compressor suga o ar do deserto para dentro da mÃ¡quina.
3. O ar Ã© comprimido. Com isso, a Ã¡gua que estava presente nele (na forma de vapor) se transforma em lÃquido.
Bruno Garattoni - Fonte: Super Interessante â€“ EdiÃ§Ã£o 306.
Mais detalhes:
http://edition.cnn.com/2012/04/29/world/eole-water-turbine/index.html
O site:
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BRASIL OLÃMPICO
O Brasil chega ao final da OlimpÃada de Londres com um resultado discreto. Ainda na dependÃªncia da definiÃ§Ã£o de alguns resultados, o paÃs jÃ¡ bateu seu recorde de medalhas.
O avanÃ§o, todavia, foi modesto diante do estÃ¡gio alcanÃ§ado hÃ¡ 16 anos, em Atlanta, quando a delegaÃ§Ã£o brasileira conquistou 15 medalhas, trÃªs delas de ouro -total que se repetiu em Pequim, em 2008.
O desempenho mostrou-se compatÃvel com a projeÃ§Ã£o do ComitÃª OlÃmpico Brasileiro (COB), mas aquÃ©m das 20 participaÃ§Ãµes em pÃ³dios esperadas pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo.
A quatro anos de patrocinar sua OlimpÃada, a primeira a ser realizada na AmÃ©rica do Sul, o Brasil melhora, mas nÃ£o figura entre os destaques do planeta. Por que avanÃ§amos tÃ£o devagar?
A clÃ¡ssica e genÃ©rica queixa nacional de que "falta investimento" nÃ£o Ã© a melhor resposta. Embora sempre seja possÃvel pedir mais, o fato Ã© que, depois de Pequim-2008, o governo federal destinou cerca de R$ 2 bilhÃµes ao esporte olÃmpico -sem contar as verbas, nÃ£o divulgadas, de estatais como Banco do Brasil e Caixa EconÃ´mica Federal, que patrocinam vÃ´lei e atletismo.
Por exemplo, de 2009 a 2011, foram repassados ao COB R$ 421 milhÃµes por intermÃ©dio da lei 10.264, a chamada Lei Piva, sancionada em 2001 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, que reserva 2% da arrecadaÃ§Ã£o bruta das loterias federais para o esporte.
Parte daqueles recursos da UniÃ£o bancou ainda o programa Bolsa Atleta e investiu na preparaÃ§Ã£o, na infraestrutura, na identificaÃ§Ã£o de talentos e na capacitaÃ§Ã£o de recursos humanos. JÃ¡ hÃ¡ uma verba de R$ 276 milhÃµes comprometida com a preparaÃ§Ã£o de esportistas e a melhoria de instalaÃ§Ãµes para a OlimpÃada do Rio.
Lembre-se ainda que alguns Estados possuem leis de incentivo ao esporte, semelhantes Ã federal, com base em renÃºncia tributÃ¡ria. Ã‰ o caso de SÃ£o Paulo, que em 2010 e 2011 distribuiu mais de R$ 91 milhÃµes para a capacitaÃ§Ã£o e o treinamento de atletas.
No quesito investimento, o calcanhar de aquiles Ã© o baixo volume proveniente do setor privado, mas Ã© certo que a realizaÃ§Ã£o dos Jogos no Rio atrairÃ¡ mais patrocÃnios. AlÃ©m disso, com vistas a 2016, o COB e o MinistÃ©rio do Esporte preparam novos programas e prometem reforÃ§ar o apoio financeiro.
NÃ£o obstante, prevalece a impressÃ£o de que o tempo Ã© curto e de que o Brasil poderÃ¡ desperdiÃ§ar a oportunidade Ãºnica de dar um salto no cenÃ¡rio internacional ao promover uma OlimpÃada, que custarÃ¡ ao paÃs no mÃnimo R$ 33,5 bilhÃµes (10% mais que Londres).
Com efeito, a atividade esportiva modernizou-se nos Ãºltimos anos, mas tem muito a avanÃ§ar em termos de gestÃ£o e eficiÃªncia. AlÃ©m disso, falta ao paÃs um instrumento bÃ¡sico, que Ã© uma polÃtica nacional de esporte. No primeiro caso, Ã© preciso superar o persistente personalismo, nÃ£o raro associado Ã ineficiÃªncia e a prÃ¡ticas condenÃ¡veis, que sobrevive na direÃ§Ã£o de entidades do setor.
Os britÃ¢nicos dÃ£o um bom exemplo nesse sentido. Depois de um fiasco em Atlanta-1996, recuperaram-se com uma reforma no financiamento e na organizaÃ§Ã£o de sua estrutura esportiva.
Diferentemente do Brasil, onde a distribuiÃ§Ã£o dos recursos das loterias Ã© mediada por dirigentes do COB e das confederaÃ§Ãµes, no Reino Unido, desde 1997, eles sÃ£o repassados por um Ã³rgÃ£o pÃºblico diretamente aos atletas.
Quanto Ã polÃtica de esportes, Ã© essencial envolver amplamente a populaÃ§Ã£o, em especial os mais jovens, de modo a tornar mais eficiente a identificaÃ§Ã£o de talentos.
O caminho Ã© um sistema nacional que abarque nÃ£o somente clubes, mas tambÃ©m escolas, universidades e outras entidades.
Urge, ainda, enfrentar diferenÃ§as regionais -basta dizer que o Sudeste, com 42% dos habitantes, Ã© a origem de 60% da equipe em Londres.
Tais iniciativas poderÃ£o auxiliar na necessÃ¡ria ampliaÃ§Ã£o do arco de modalidades nas quais o Brasil participa com chance de vitÃ³ria ou de medalha.
Sobre isso, o exemplo de Londres se mostra tambÃ©m enfÃ¡tico: o time brasileiro concentrou-se em esportes coletivos numa proporÃ§Ã£o que nÃ£o se observa em nenhuma das potÃªncias olÃmpicas. Dos 258 atletas nacionais, 38% disputaram apenas sete medalhas -no futebol, vÃ´lei, basquete e handebol.
Em contraste, paÃses com populaÃ§Ã£o menor que a do Brasil, mas voltados para esportes individuais, colhem melhores resultados.
Os brasileiros surpreenderam-se com a inÃ©dita conquista individual do ginasta Arthur Zanetti, medalha de ouro nas argolas. A pergunta Ã©: quantos possÃveis Zanettis vivem no paÃs sem que tenham tido -ou venham a ter- a chance de praticar ginÃ¡stica? Como identificÃ¡-los, atraÃ-los e formÃ¡-los?
Os desafios para a Rio-2016 nÃ£o sÃ£o triviais. HÃ¡ que planejar e correr para aproveitar a oportunidade de mudar de patamar olÃmpico.
Fonte: Folha de S.Paulo â€“ 12/08/12.