PENSANDO EM PURIFICAĂĂO
ROUPA QUE PURIFICA
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http://www.catalytic-clothing.org/home.html
Que tal uma calça que promete limpar o ar em volta? A designer Helen Storey e o quĂmico Tony Ryan, ambos professores universitĂĄrios na Inglaterra, juntaram talentos para desenvolver um tecido com fotocatalisadores, que ajudam a eliminar a poluição do ar. Abastecida por luz, a tecnologia usa elĂ©trons que reagem com as molĂ©culas de ĂĄgua dispersas na atmosfera. Isso gera radicais que, por sua vez, quebram gases como CO2 e criam molĂ©culas inofensivas para a saĂșde. No entanto, as roupas catalisadoras ainda nĂŁo estĂŁo disponĂveis para a venda.
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Fonte: Super Interessante - Edição 294.
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PACIENTE CORPORATIVO
No topo da lista das doenças que mais abalam os executivos brasileiros estĂĄ a rinite, que atinge cerca de 28% dos profissionais analisados em levantamento da operadora de saĂșde Omint.
Também são graves as dores no pescoço e nos ombros (20,5%), causadas por må postura e tensÔes musculares devido a estresse.
Os que sofrem de obesidade sĂŁo 18,5%. Cerca de 17% tĂȘm sintomas de ansiedade.
Entre os fatores de risco para doenças cardiovasculares, o colesterol é o mais comum, atinge 11,6% deles.
Muitos casos podem ser tratados com prevenção.
"Para as empresas, Ă© bom investir em prevenção, pois, alĂ©m de motivar o colaborador, permite melhor gestĂŁo do custo com saĂșde", diz AndrĂ© Coutinho, diretor-geral da Omint no paĂs.
O estudo abordou 15 mil executivos de alta gerĂȘncia e direção das empresas da carteira da Omint.
Mercado Aberto - Maria Cristina Frias - Fonte: Folha de S.Paulo - 26/08/11.
Omint - http://www.omint.com.br/dnnomint/Home/aomint.aspx
A OTAN, A LĂBIA, E A ESPERTEZA DOS TOLOS
por Mauro Santayana
O dia 11 de novembro de 1630 foi decisivo para a histĂłria da França e da Europa. Nesse dia, em Versailles, um jovem rei, LuĂs 13, rompeu com a mĂŁe, a Rainha Maria de MĂ©dicis, e entregou todo o poder polĂtico da França a seu ministro, o Cardeal de Richelieu. Richelieu amanhecera deposto pela Rainha, mas um de seus conselheiros o convenceu a ir atĂ© o monarca, e expor-lhe suas razĂ”es. Foi uma conversa sem testemunhas. O fato Ă© que Luis 13 teve a atitude que correspondia ao filho de Henrique IV: âentre minha mĂŁe e o Estado, fico com o Estadoâ.
Ao tomar conhecimento da reviravolta, quando os inimigos do Cardeal festejavam sua derrota, o poeta Guillaume Bautru, futuro Conde de Serrant â um dos fundadores da Academia Francesa, libertino, sedutor, e homem de frases curtas e fortes â resumiu os fatos, ao ridicularizar os açodados: âcâest la journĂ©e des dupesâ. Em nossa boa lĂngua pĂĄtria, âo dia dos tolosâ. Ao mesmo tempo em que se vingava da princesa italiana, que o humilhara, Richelieu iniciava uma fase de grandeza da monarquia de seu paĂs que sĂł se encerraria 162 anos depois, com a decapitação de LuĂs 16.
A histĂłria Ă© cheia de jornadas semelhantes. Os planos, por mais bem elaborados sejam, nunca se cumprem exatamente e, na maioria das vezes, se frustram, diante dos caprichosos deuses do inesperado. O caso da LĂbia, se o examinarmos com cuidado, estĂĄ prometendo ser uma operação âdes dupesâ. NĂŁo vai, nesta anĂĄlise, qualquer juĂzo moral sobre Khadafi. Ă certo que se trata de um megalĂŽmano, que, tendo chegado ao poder aos 27 anos, provavelmente nĂŁo estivesse preparado para administrar o ĂȘxito que coroou a sua participação na revolta contra outro dĂ©spota, o rei Idris. Mas Khadafi nĂŁo teria sido quem foi, durante 42 anos, se a Europa e os Estados Unidos nĂŁo tivessem tido atitude sinuosa e incoerente para com o seu regime. Reagan chegou a determinar o ataque aĂ©reo a TrĂpoli e Bengazi, em 1986, quando uma residĂȘncia de Khadafi foi atingida e uma sua filha adotiva morreu. Esses ataques, longe de enfraquecer o governante, fortaleceram-no, e desestimularam os poucos inimigos tribais internos.
Os interesses econĂŽmicos da Europa, que fazia bons negĂłcios com o dirigente do velho espaço dos beduĂnos, berberes e tuaregues, ditaram as oscilaçÔes da diplomacia diante de TrĂpoli. A bolsa, sempre pejada e generosa, de Khadafi, favorecia seus entendimentos e os de seus filhos com altos funcionĂĄrios das chancelarias europĂ©ias e financiavam festas suntuosas a que eram convidadas as grandes celebridades do show business e dos cĂrculos ociosos da grĂŁ-finagem internacional. Enfim, Khadafi fazia o que quase todos fazem. NĂŁo Ă© por acaso que Berlusconi sempre o teve como um de seus mais devotados amigos, atĂ© que, coerente com seu carĂĄter, somou-se Ă cruzada contra TrĂpoli.
Khadafi, por mais insano tenha sido â e todos podiam identificar os sinais de sua mente vacilante â fez um governo de bem-estar social, como nenhum outro da regiĂŁo. Contando com os recursos do petrĂłleo, criou sistema de assistĂȘncia Ă saĂșde que, mesmo restrito aos centros urbanos, tem sido exemplar. Reduziu drasticamente os nĂveis de mortalidade infantil, possibilitou o tratamento gratuito de toda a população, universalizou a educação, estimulou a agricultura nas raras terras cultivĂĄveis, e fixou salĂĄrios dignos para os trabalhadores. Ă certo que se enriqueceu e enriqueceu seus familiares e favoritos, mas os lĂbios nĂŁo tinham por que queixar-se de sua polĂtica social. Em contrapartida, nĂŁo admitia qualquer tipo de oposição.
Monsieur Sarkozy, que anda fazendo apostas perigosas com a posteridade, e Cameron, da GrĂŁ Bretanha, foram os grandes animadores da intervenção maciça da Otan contra a LĂbia. A ocasiĂŁo era propĂcia. A Europa se encontra combalida com a crise econĂŽmica e o avanço da corrupção estĂĄ erodindo a coesĂŁo de seus povos. O tema Ă© de particular intimidade da França, detentora, na HistĂłria, dos mais espetaculares escĂąndalos, entre eles o da frustrada construção do Canal do PanamĂĄ por uma companhia francesa: a empresa obtivera, mediante propinas a muitos parlamentares, a concessĂŁo de uma loteria especial para o financiamento da obra, recolhera investimentos pesados dos homens de negĂłcios europeus e dos poupadores modestos, e quebrou espetacularmente poucos meses depois. Durante muito tempo, âpanamĂĄâ passou a ser sinĂŽnimo, em todas as lĂnguas, de negĂłcios escusos e da corrupção polĂtica. Talvez com a Ășnica exceção dos tempos de De Gaulle, nunca houve governo na França imune a denĂșncias de sujeiras semelhantes. A corrupção foi uma das causas da Revolução Francesa.
Quase todos estĂŁo saudando a vitĂłria contra Khadafi, mas isso nĂŁo significa que tenham conquistado a LĂbia. SĂŁo grupos internos de interesses diferentes que se uniram, para livrar-se de um inimigo comum, com o apoio das potĂȘncias estrangeiras, que bombardearam sistematicamente a população civil â o que, convenhamos, Ă© terrorismo puro. Mas, sempre que as armas se calam, novo e mais complicado conflito se inicia. Quem assumirĂĄ o poder? IrĂŁo as tribos do deserto, que se relacionam entre elas mediante complexa malha de fidelidade, fundada no parentesco e nas alianças bĂ©licas seculares, unir-se sob um protetorado estrangeiro? Ă duvidoso.
HĂĄ uma questĂŁo de fundo, que Sarkozy e Cameron, em seu açodamento, desprezaram. Londres e Paris, pressurosos em aproveitar os episĂłdios dos paĂses ĂĄrabes, a fim de reocuparem seu domĂnio colonial, tomando o lugar da ItĂĄlia na influĂȘncia sobre a LĂbia, esqueceram-se de Israel. Mubarak, do Egito, o principal aliado de Tel-Aviv, e fiel vassalo de Washington, perdeu o poder e corre o risco de perder tambĂ©m a cabeça. Israel tomou a iniciativa de provocar as novas autoridades do Egito ao cometer o ataque fronteiriço, que causou a morte de oficiais daquele paĂs, na pressĂŁo para que se feche novamente a passagem aos palestinos. Nada indica que os governos que eventualmente sucedam aos dĂ©spotas destituĂdos no Egito e na TunĂsia, e os que possam vir a ser derrubados nas vizinhanças, sejam mais condescendentes com Israel. AtĂ© mesmo a SĂria Ă© uma incĂłgnita, no caso em que Assad perca o mando. A ItĂĄlia, acossada pela crise econĂŽmica e pela desmoralização de Berlusconi, em lugar da neutralidade, somou-se, na undĂ©cima hora, aos agressores.
Os fundamentalistas se somam aos que saĂșdam os movimentos de rebeldia nos paĂses ĂĄrabes. A Palestina, por intermĂ©dio do Hamas, aplaude o fim de Khadafi. TerĂĄ suas razĂ”es para isso. E a rede Al Jazeera jĂĄ estĂĄ emitindo de TrĂpoli. Como se queixou Khadafi, a Al-Qaeda nĂŁo o apoiava.
Enfim, para lembrar o burlador Conde de Serrant, Ă© bem provĂĄvel que este ano de 2011 fique na histĂłria como o ano dos tolos.
Fonte: Blog de Paulo Henrique Amorim â Conversa Afiada (Colaboração: A. M. Borges)
Santayana - http://www.jb.com.br/mauro-santayana/
Blog de Paulo Henrique Amorim â Conversa Afiada - http://www.conversaafiada.com.br/
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