A VIDA É UM LIVRO ABERTO
PALAVRA DA SEMANA: VAIDADE
Excessivo orgulho por algo que uma pessoa enxerga nela mesma, mas que os demais não conseguem admirar com igual intensidade. A palavra vem do latim vanus, "vazio".
Ao se espremer uma pessoa com alto teor de vaidade, obtém-se um suco de nada.
(Max Gehringer)
Fonte: Época - Nr. 459.
PÉROLAS NACIONAIS
O Brasil é feito por nós. Só falta agora desatar os nós.
(Barão de Itararé)
Quando estamos fora, o Brasil dói na alma; quando estamos dentro, dói na pele.
(Stanislaw Ponte Preta)
O uÃsque é o melhor amigo do homem. Ele é o cachorro engarrafado.
(VinÃcius de Morais)
Os homens mentiriam muito menos se as mulheres fizessem menos perguntas.
(Max Nunes)
Brasil? Fraude explica.
(Carlito Maia)
Junta médica é uma reunião que os médicos fazem nos últimos momentos de nossa vida para dividir a culpa.
(Jô Soares)
Pior do que o fim do mundo, para mim é o fim do mês.
(Zeca Baleiro)
Quem se mata de trabalhar merece mesmo morrer.
(Millôr Fernandes)
Chega de debate de idéias. Onde já se viu um polÃtico brasileiro dotado de idéias?
(Diogo Mainardi)
Democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim.
(Millôr Fernandes)
No Brasil, quem tem ética parece anormal.
(Mário Covas)
O brasileiro não faz história, ele é um espectador.
(Raul Seixas)
Não é triste mudar de idéias; triste é não ter idéias para mudar.
(Barão de Itararé)
Ninguém morre, as pessoas despertam do sonho da vida.
(Raul Seixas)
Comecei uma dieta: cortei a bebida e as comidas pesadas e em quatorze dias perdi duas semanas!
(Tim Maia)
Era um menino tão mau que só se tornou radiologista para ver a caveira dos outros.
(Jô Soares)
A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso do nosso subdesenvolvimento.
(Stanislaw Ponte Preta)
A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca.
(Carlos Drummond de Andrade)
Esperanto é a lÃngua universal que não se fala em lugar nenhum.
(Stanislaw Ponte Preta)
O sol nasce para todos, a sombra pra quem é mais esperto.
(Stanislaw Ponte Preta)
O marido não deve ser o último a saber. Ele não deve saber nunca.
(Nelson Rodrigues)
O Brasil é um paÃs geométrico ..... tem problemas angulares, discutidos em mesas redondas, por um monte de bestas quadradas.
(Autor Desconhecido)
Quem mata o tempo não é assassino, é suicida!
(Millôr Fernandes)
Colaboração: Waldeyr.
SEM PPPs NÃO Hà CRESCIMENTO ECONÔMICO
27/02/07- Por Renato Pavan
Muito se fala sobre a necessidade de investimento em obras de infra-estrutura e da falta de recursos do Estado brasileiro. É um panorama que emperra o crescimento da economia e cuja saÃda mais factÃvel aponta para as Parcerias Público-Privadas (PPP). Ao explicitar as obras que o governo pretende implantar, o próprio PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), anunciado recentemente, é uma tentativa de buscar investimentos privados. Desde a entrada em vigor em dezembro de 2004 da Lei 11.079/04, que instituiu as PPPs no PaÃs, o ritmo de projetos está muito aquém das nossas necessidades. E essa é uma das causas do crescimento pÃfio que a economia vem apresentando nos últimos anos.
Lamentavelmente até agora há somente cinco projetos de PPPs em andamento: a linha 4 do Metrô de São Paulo; o sistema de saneamento básico do municÃpio paulista de Rio Claro; a ampliação da Estação de Tratamento de Ãgua e Esgoto de Taiaçupeba, da Sabesp; o emissário submarino de Salvador e a ampliação da rodovia MG-050.
Desses, apenas a linha 4 do Metrô já está com o contrato assinado (foi em 29 de novembro do ano passado). A assinatura da PPP de Rio Claro, a primeira parceria municipal de saneamento básico, está prevista para 15 de fevereiro. As licitações dos outros três projetos ainda estão longe de um desfecho.
Somados, esses projetos totalizam investimentos de R$ 1,5 bilhão por parte da iniciativa privada. Somente a ampliação do Metrô paulista é uma PPP com concessão patrocinada - em que o poder público coloca recursos. Todas as outras, chamadas administrativas, são financiadas integralmente pela iniciativa privada. No entanto, quando falamos em obras de infra-estrutura, são poucos os projetos que podem ser viabilizados sem a ajuda do Estado. Sob esse aspecto há um dado preocupante: o governo federal, que pretende ser o principal investidor em obras de infra-estrutura, ainda não abriu nenhuma licitação para PPP e nem definiu claramente no PAC quais investimentos pretende realizar em parceria com a iniciativa privada.
Para que essas parcerias de fato deslanchem, como vêm pregando sistematicamente governantes de diferentes partidos, entre eles o próprio presidente Lula, é importante que o governo amplie a discussão e coloque as cartas na mesa. Ou seja, defina os projetos prioritários de PPP, avance com as questões burocráticas e sinalize como se darão os investimentos. Sem isso, nada acontece. Um exemplo é o Ferroanel Norte, que deve ligar Itaquaquecetuba à região de Jundiaà e contornar a cidade de São Paulo.
Para que o projeto dessa importante obra ferroviária seja viável, o governo federal tem que investir um terço dos R$ 900 milhões referentes ao custo da obra. Mas o governo federal não dá o aval. Vários outros importantes projetos poderiam ser tirados do papel, mas a hesitação do governo federal em compartilhar os riscos e bancar parte da obra esbarra o avanço. Isso é o que acontece também com as concessões rodoviárias.
Outra questão que atrapalha o avanço das PPPs é que, de acordo com a legislação brasileira, a modelagem só pode ser feita por decisão do poder público. Isso impede que a iniciativa privada proponha projetos ao governo. Há também um sério entrave polÃtico: o calendário eleitoral brasileiro não é compatÃvel com projetos de longo prazo.
Uma área que se recente da falta de recursos é o saneamento básico. Alguns números: cerca de 15% da população brasileira ainda não possui serviço de água tratada, apenas 50% tem coleta de esgoto e só dois em cada dez brasileiros têm o privilégio do esgoto tratado. Para a universalização dos serviços, são necessários investimentos de R$ 10 bilhões anuais durante 20 anos. E o déficit é monumental: em 2006 foram investidos apenas R$ 3,6 bilhões. O PAC, por exemplo, destinou para essa área R$ 3 bilhões ao ano de investimentos com recursos do Orçamento Geral da União e R$ 5 bilhões por ano a tÃtulo de financiamento. No entanto, é sabido que nem Estados nem municÃpios dispõem dos recursos da contrapartida e muito menos do limite de endividamento exigido.
A PPP é uma alternativa viável para alavancar grande parte dos recursos que faltam para o saneamento. No entanto, as licitações devem obrigatoriamente ser feitas pelo poder concedente. E, nos casos municipais, também devidamente autorizados pelo Poder Legislativo. Quem, de fato e de direito, é o poder concedente nos municÃpios situados em regiões metropolitanas é uma pendência que ainda será decidida pelo Supremo Tribunal Federal. Mas a tendência é que a decisão seja favorável aos municÃpios. Isso obrigará as empresas estaduais a se tornarem prestadoras de serviço. As cidades, por outro lado, não têm recursos e nem condições de desenvolver sozinhas a modelagem de uma PPP - muito complexa e burocrática. E, para piorar, a nova lei do Saneamento Básico (lei 11.445/07) aumentou a burocracia.
A desinformação também é algo preocupante. O acidente na construção da infra-estrutura da linha 4 do metrô é prova disso. Mesmo tendo sido feita com outra legislação - o que pressupõe execução e fiscalização diferente - muitos associaram equivocadamente a tragédia às PPPs. Essa tentativa de macular a imagem das parcerias só leva à estagnação da economia. O Brasil necessita urgentemente de investimentos. Tanto públicos quanto privados.
Existe também a questão financeira. Os Fundos Garantidores dos investimentos privados são compostos por ativos com pouca liquidez, o que gera insegurança entre os investidores.
Como se vê, os empecilhos são muitos, mas as necessidades são maiores ainda. O exemplo positivo vem da PPP de Rio Claro, que levou, entre a formatação e o contrato, pouco mais de um ano. É um exemplo de que as dificuldades podem ser vencidas com criatividade. Mas só isso não basta. A legislação pode e deve ser aperfeiçoada. E os governantes, por sua vez, devem sair do discurso.
Renato Pavan, engenheiro civil, ex-presidente da Fepasa, especialista em logÃstica e atual diretor da Blue Water Management (BWM), consultoria especializada em Parcerias Público-Privadas (PPP)
Fonte: Valor Econômico
(Colaboração: Brazil & Modal)