PENSANDO NA VIDA
QUANTAS PESSOAS PODEM VIVER NO PLANETA TERRA?
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http://wn.com/How_Many_People_Can_Live_on_Planet_Earth_part_1_of_6
O nosso planeta está a ficar pequeno para tanta gente. E pior: a cada dia que passa, os recursos naturais indispensáveis à sobrevivência de todos os seres humanos escasseiam. O documentário "How many people can live on planet earth?" (2009), do naturalista David Attenborough, reflecte sobre este tema.
Crise é a palavra mais ouvida dos últimos tempos. O Mundo vive um grave periodo de recessão económica que levou todos os governos a implantar severas medidas de contenção. Mas essas medidas deveriam também ter chegado aos problemas ambientais.
As estatísticas dizem que, hoje em dia, o número de nascimentos é inferior ao número de mortes em muitos países. O problema é que enquanto nuns essa verdade se traduz num aumento da esperança média de vida e na redução de número de filhos dos casais, noutros a população continua a crescer descontroladamente.
Somos aproximadamente sete biliões de habitantes na Terra. David Attenborough refere que, quando nasceu, a barreira não passava dos dois biliões. Este gigantesco aumento deve-se ao facto de que a cada segundo, duas pessoas nascem. E cada uma delas vai naturalmente precisar de comida, água, roupa e energia para viver. O naturalista já produziu vários filmes e documentários sobre a natureza e a importância da sua conservação. Sem ela, torna-se impossível fornecer a cada ser vivo estas mesmas condições.
Quantos de nós já não ouviram dizer que no tempo dos nossos avós é que a vida era boa? Pois bem, afinal isso não é verdade. Nos últimos 50 anos, as condições de vida registaram uma das mais significativas melhorias da história. O progresso da ciência, o acesso a novos equipamentos de saúde e a chegada de novas informações sobre cuidados de higiene resultaram numa redução de inúmeras doenças e, consequentemente, numa esperança média de vida alargada.
Ora, quanto mais pessoas vivem, mais procura de recursos existe. O problema é que, segundo Attenborough, essa procura está a atingir os limites do planeta. Se, por um lado, os países industrializados são responsáveis por um estilo de vida pouco recomendável, os países do terceiro mundo continuam a duplicar a sua população sem controlo. Se uns consomem mais do que necessitam, outros não têm o suficiente para abastecer a sua população.
A água e a sua (futura) escassez têm gerado várias discussões e planos de contenção. Cobre quase 70% da Terra, mas apenas uma pequena percentagem é viável para os humanos. Sem água, ninguém sobrevive. Sem água, não se cultiva. Sem água, não há agricultura, comida e roupa. Um dos funcionários da companhia de águas potáveis da capital mexicana, ao ser entrevistado para o documentário, adianta o que se espera nos próximos anos: uma batalha entre países e cidadãos pela posse de água. Afinal, esta vai mesmo ultrapassar a já actual luta por barris de petróleo.
Os seres "dominantes" do planeta usaram e abusaram dos seus sistemas naturais sem olhar a meios e efeitos a longo prazo no meio ambiente. A Natureza não resiste e as facturas têm vindo a ser cobradas. Perante esta situação, será que a Terra está em condições de continuar a sustentar-nos a todos?
Num mundo ideal, os recursos seriam igualmente distribuídos. Mas a realidade é bem diferente. A sustentabilidade é definida em função do que se gasta e consome. David explica que hoje precisamos de um planeta e meio para suportar o actual estilo de vida. Se vivêssemos como os britânicos, seria pior: só cá podíamos estar 2,5 biliões. E se todos fossemos como os americanos, seria a catástrofe: apenas 1,5 biliões. O autor afirma que a solução para estas questões passa pela mudança gradual da forma como nos comportamos ambientalmente e pela obrigação de as famílias terem menos filhos.
Elogia a política do filho único implantada na China em 1979. Se assim não fosse, a China continuaria a crescer sem limites, provocando ainda mais danos ao planeta. Sublinha também a conquistada condição da mulher de decidir como quer o seu futuro. Se casará ou não, se terá ou não filhos. Está provado que as mulheres mais instruídas estão mais informadas sobre a contracepção e tendem a constituir família segundo as suas possibilidades.
Fonte: Portal Obvious (http://obviousmag.org/) - (Colaboração: A.M.B.)
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SER FELIZ OU TER RAZÃO?
O TEXTO É BEM PEQUENININHO E INTERESSANTE PARA PENSAR A RESPEITO: SER FELIZ OU TER RAZÃO?
Oito da noite, numa avenida movimentada. O casal já está atrasado para jantar na casa de uns amigos. O endereço é novo e ela consultou no mapa antes de sair. Ele conduz o carro. Ela orienta e pede para que vire, na próxima rua, à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem.
Percebendo que além de atrasados, poderiam ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita e percebe, então, que estava errado.
Embora com dificuldade, admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno. Ela sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem alguns minutos atrasados. Mas ele ainda quer saber: - Se tinhas tanta certeza de que eu estava indo pelo caminho errado, devias ter insistido um pouco mais... E ela diz: - Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz.
Estávamos à beira de uma discussão, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite!
MORAL DA HISTÓRIA
Esta pequena história foi contada por uma empresária, durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independentemente, de tê-la ou não. Desde que ouvi esta história, tenho me perguntado com mais freqüência: 'Quero ser feliz ou ter razão?
Outro pensamento parecido, diz o seguinte: "Nunca se justifique; os amigos não precisam e os inimigos não acreditam".
Passe aos seus amigos, para ver se o mundo melhora...
Eu já decidi... EU QUERO SER FELIZ e você?
"Nunca se justifique. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam"
(Colaboração: Cleonysse)
HÁ A MISÉRIA DÓCIL E A MISÉRIA VIOLENTA - ENTRE A PIEDADE E O MEDO
Outro dia, atravessei dois eventos das ruas brasileiras: a piedade e o medo. Um carro encostou a meu lado e o motorista me apontou gentilmente o pneu de trás, que estaria furado. Se eu saltasse, estaria sob um revólver - percebi e me arranquei. Depois do terror, a pena. Mais adiante, uma mendiga me enviou seu filhinho magro e sujo em busca de esmola.
Eu preferia que ele não tivesse vindo. Se ao menos ele estivesse sozinho, seria suportável; devia ter uns 12 anos e no colo carregava um irmãozinho. Ou seja, um menino miserável de 12 anos leva o outro como uma triste isca para ganhar uma esmola. Na calçada, a mãe observava o efeito da "mise-en-scène", esperando o lucro dos tostões. Era como uma exibição de cinema ou peça de teatro. O menino maior se comportou como um bom ator - sua voz foi treinada com um
"tremolo" de desespero e ele olhou bem no fundo de meus olhos, que tentavam evitá-lo.
Foi um sucesso: fui tomado de funda emoção, coisa rara, porque tenho me esforçado para ser bem frio, nesses tempos duros. Mas, uma criança carregando custosamente outra (o frágil protegendo o frágil) foi irresistível. Quase chorei. O menino encostou na janela do meu carro, esperando a esmola. Por alguns segundos, fui grato ao menino, pois me deu a boa fortuna de uma emoção humanitária. Senti-me feliz e consolado por ser tão "bondoso", um sujeito sensível à dor dos outros. Meu primeiro impulso foi dar um dinheirão ao menino; mas me controlei para não ceder a uma misericórdia barata. Dei uma esmola de "mercado", sem olhar para o menino que, no entanto, me olhava sem parar. A mãe também me olhava de longe.
Por que essa divergência de olhares? A riqueza não olha a miséria, mas a miséria olha a riqueza. Não olho para não sentir culpa ou para não ferir meu universo estético, em que a miséria é um fator desarmônico. A miséria não é plástica. A miséria nos lembra que a desgraça existe e, portanto, a morte, também.
Assim que dou o dinheiro ao menino, sou tomado por um ódio súbito contra o estado das coisas, um tremor meio histérico contra a situação brasileira, contra os políticos, contra os ricos (os mais ricos que eu...). Acelerando o carro, sinto que a indignação me enobrece e me faz atacar vagos personagens que compõem a feia alegoria do mal, uma panóplia de latifundiários, milionários, carrascos egoístas, políticos feudais. Aos poucos, me acalmo e saio lucrando com a esmola, pois cumpri meu dever e me sinto legal, pois paguei um pedágio aos pobres por ter carro, comida e casa. A caridade me faz mais bem do que ao garoto. A miséria mantém o mundo funcionando, apesar de sujar a paisagem.
Depois disso, ainda traumatizado pelo medo do quase assalto, imagino o contrário: e se um cara maior, forte e bruto me metesse um revólver na cara, pela janela? Primeiro, o assalto inverteria a posição do caridoso sujeito que eu me considero, e passaria a ser a vítima e não mais o esmoler. A pobre pessoa seria eu e teria de soltar a grana para não morrer.
O assalto é a esmola ao contrário; você recebe a graça de viver se for humilde como os pobres. O assaltante é que dá a esmola. Além disso, o assalto desagrega nosso universo social. A pobreza perde a face milenar de doçura e submissão e mostra os dentes da vingança. Há um sabor de sacrilégio no assalto. Um travo, um "arrière gout" meio "revolucionário".
O assalto não te exclui, ele te inclui; você também é culpado de ter coisas, e não apenas aqueles ricos que você desprezava. Você é um deles, agora. No assalto, você é vítima e culpado. Pior ainda se você for amante dos "pobres e oprimidos", um comunista talvez. Nada mais triste que um comunista assaltado...
No assalto, se inicia um processo de incriminação em que você é peça de um complexo micro-macro de injustiças que se inicia no capitalismo de Wall Street e acaba ali no seu relógio que ele arrancou. Retraçando o mapa, descobre-se que o seu Rolex foi comprado com o dinheiro que seu pai deixou, herança da fazenda que seu avô pagou com dinheiro público em nome de um "laranja" e depois vendeu com preço subdeclarado; isso o inclui numa estirpe de malandros culpados pela desigualdade social...
Não há remissão no assalto. Além de levar a sua grana, a culpa é sua. Com o fim da caridade, todos ficam suspeitos, todos são incluídos no crime. Ficam visíveis relações finíssimas: no esgar da cara de um burguês nordestino, vê-se a seca desenhada como uma tatuagem; na barriga de um político ou num bigode pintado, percebem-se anos de corrupção e crueldade.
O fim da caridade até é útil porque acaba o mundo do escândalo farisaico e começa a bruta verdade da violência. E, através dos olhos furiosos dos marginais, passamos a ver a cara real do Brasil de hoje.
Mas a miséria armada nos faz esquecer da miséria indefesa. Com a onda de violência, estamos perdendo a compaixão pelos pobres. E, como ninguém sabe resolver o drama da miséria, criamos um vago rancor contra ela, um certo tédio, porque ela não some, teima em reaparecer.
Houve uma época em que a miséria fazia mais sucesso, até como tema para arte e literatura. A miséria dá ou deu lucro político. No Brasil, a miséria é uma indústria. Quanto lucro uma igreja de charlatães tem com os dízimos? Lamentar a miséria traz votos populistas.
Nos sonhos "revolucionários" dos pequenos burgueses como eu, a miséria era uma bandeira. Sofríamos com ela - a miséria dos outros era nosso problema "existencial". Hoje, esvaiu-se a "revolução" imaginária; isso gerou um desalento que aos poucos deu lugar ao cinismo, quase um alívio feliz. Mas a miséria é a ponta de um iceberg sujo e poluído no Brasil. Nós fazemos parte dela. Não existe um mundo limpo e outro sujo. Um infecciona o outro. A burocracia é miséria, nossa corrupção é miséria, a estupidez política é miséria.
A miséria não está em periferias e favelas - está no centro da vida brasileira. Somos uns miseráveis cercados de miseráveis por todos os lados.
Arnaldo Jabor - Fonte: O Tempo - 05/04/11.
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