PENSANDO EM FOTOGRAFIA
SIGHT UNSEEN
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http://www.cmp.ucr.edu/exhibitions/sightunseen/
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http://www.bbc.co.uk/portuguese/cultura/2009/06/090609_sightgaleriaml.shtml
Mostra "Sight Unseen", em cartaz nos Estados Unidos, reúne mais de cem imagens feitas por fotógrafos cegos.
Fonte: Folha Online - 09/06/09.
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O site:
http://www.cmp.ucr.edu/exhibitions/sightunseen/
FRASE DA SEMANA
Frase de para-choque de caminhão: "O bom da vida é ter amigos, o ruim é precisar deles".
Paulo Navarro (http://www.pnc.com.br/) - Fonte: O Tempo - 08/06/09.
RESPONSABILIDADE CULTURAL
TV Cultura - 40 anos - 1969/2009.
Você pode exercer a responsabilidade culturar, promover a transformação e contribuir para uma sociedade mais completa.
Saiba como: http://www.responsabilidadecultural.com.br/
VIRTUDE NO MEIO
A marcação cerrada dos ambientalistas tem criado barreira para a destruição do meio ambiente em nome do progresso. Por outro lado, pressionados pelos desenvolvimentistas, o Ministério do Meio Ambiente está acelerando os processos de licenciamento ambiental e fazendo concessões para desatar os nós que, em nome da natureza, vêm dificultando obras de infraestrutura e o agronegócio. Esse duelo em ritmo de bolero, embora com acordes dramáticos de vez em quando, tem sido altamente positivo e indutor de equilíbrio: o país sai ganhando com ele. Como dizem os chineses, a virtude está no meio.
Raquel Faria - Fonte: O Tempo - 07/06/09.
"SACAÇÕES..."
"As pessoas nunca mentem tanto quanto depois de uma caçada, durante uma guerra ou antes de uma eleição." (Otto Von Bismark)
"Devia existir uma lei que obrigasse político e família de político a só estudar em escola pública e só se tratar em hospital público. Eu não dava um ano pra estar tudo uma maravilha." (Taxista Anônimo)
"Político honesto é aquele que, depois de comprado, permanece comprado." (Simon Cameron)
"Políticos e fraldas têm uma coisa em comum. Precisam ser trocados regularmetne e pela mesma razão." (Anônimo)
"O contribuinte é o único cidadão que trabalha pro governo sem ter de prestar concurso." (Ronald Reagan)
"Amar o povo é fácil. O difícil é amar o próximo." (Henry Ford)
"Se me virem dançando com uma mulher feia é porque a campanha já começou." (Juscelino Kubitschek)
(Colaboração: Shirley - Caraguatatuba)
TERAPIA DO ELOGIO
Arthur Nogueira (Psicólogo)
Renomados terapeutas que trabalham com famílias, divulgaram uma recente pesquisa, onde nota-se que os membros das famílias brasileiras estão cada vez mais frios, não existe mais carinho, não valorizam mais as qualidades, só se ouvem críticas. As pessoas estão cada vez mais intolerantes e se desgastam, valorizando os defeitos dos outros. Por isso, os relacionamentos de hoje não duram.
A ausência de elogio está cada vez mais presente nas famílias de média e alta renda. Não vemos mais homens elogiando suas mulheres ou vice-versa, não vemos chefes elogiando o trabalho de seus subordinados, não vemos mais pais e filhos se elogiando, amigos, etc.
Só vemos pessoas fúteis, valorizando artistas, cantores, pessoas que usam a imagem pra ganhar dinheiro, e que, por conseqüência, são pessoas que têm a obrigação de cuidar do corpo, do rosto.
Essa ausência de elogio tem afetado muito as famílias. A falta de diálogo em seus lares, o excesso de orgulho, impede que as pessoas digam o que sentem, e levam essa carência pra dentro dos consultórios. Acabam com seus casamentos, acabam procurando, em outras pessoas, o que não conseguem dentro de casa.
Vamos começar a valorizar nossas famílias, amigos, subordinados. Vamos elogiar o bom profissional, a boa atitude, a ética, a beleza de nossos parceiros ou nossas parceiras, o comportamento de nossos filhos.
Vamos observar o que as pessoas gostam. O bom profissional gosta de ser reconhecido, o bom filho gosta de ser reconhecido, o bom pai ou a boa mãe gostam de ser reconhecidos, o bom amigo, a boa dona de casa, a mulher que se cuida, o homem que se cuida, enfim, vivemos numa sociedade em que um precisa do outro, é impossível um homem viver sozinho, e os elogios são a motivação na vida de qualquer pessoa.
Quantas pessoas você poderá fazer feliz hoje, elogiando de alguma forma?
Pense nisso!
(Colaboração: Cleide - SP)
PM NELES
O governador José Serra e seus sábios tucanos, bem como a reitora da USP, Suely Vilela, deveriam conversar com o professor Aloisio Teixeira, reitor da UFRJ. Ele recebeu uma universidade conflagrada, pacificou professores e estudantes e deixou a polícia de fora.
Serra e a doutora Suely fazem o caminho oposto. Militarizam a controvérsia e jogam os moderados no colo dos aparelhos.
Pode ser que haja na USP garotos (e professores) convencidos de que a democracia representativa é uma "máscara para acobertar a submissão do Brasil ao imperialismo". É besteira, mas é besteira velha, dita em 1963 pelo governador que acionou a PM, quando assumiu a presidência da UNE.
Elio Gaspari (http://www.submarino.com.br/portal/Artista/80141/+elio+gaspari) - Fonte: Folha de S.Paulo - 14/06/09.
ENSINO MEDÍOCRE
O ensino médio no Brasil está numa encruzilhada. O processo de universalização desse nível de escolaridade, qualificação indispensável para a correta inserção do país na economia do conhecimento, estagnou-se após um crescimento contínuo na década de 1990. Estão na escola 98% das crianças de 7 a 14 anos, a faixa etária do ensino fundamental, mas só 82% dos jovens de 15 a 17, a mesma parcela desde 2001.
A comparação com os poucos avanços no ensino fundamental é desfavorável ao nível médio em vários aspectos. Apenas a taxa de reprovação é similar (12,1% e 12,7%, respectivamente), mas o dado de 2007 -destacado na Folha de ontem com base em relatório da Unicef, órgão das Nações Unidas para a infância- dobrou, no caso dos adolescentes, em relação aos 6,3% verificados em 1998.
Mostra-se ainda preocupante a taxa de abandono do ensino médio. Embora tenha caído um pouco entre 2006 e 2007, é quase três vezes maior (13,2%) que no fundamental. Resumo da crise: poucos jovens chegam ao secundário, muitos não conseguem passar de ano e boa parte deixa a escola para trabalhar ou por simples desalento. Não espanta que o país tenha desempenho medíocre nos exames internacionais de avaliação.
Existe algum consenso sobre os fatores concorrentes para tal desastre. Absenteísmo e falta de qualificação de professores, equipamentos inadequados ou inexistentes, estudantes desmotivados com aulas que nem preparam para o vestibular nem para o trabalho, necessidade de obter um emprego -não faltam razões para afugentar jovens.
Diante desse quadro, não bastam medidas tímidas ou experimentos pedagógicos como a mudança curricular proposta pelo Ministério da Educação. É urgente ir muito mais fundo.
Recursos, em princípio, não faltam, agora que o fundo nacional de educação abrange também o ensino médio e viu sua dotação federal saltar de R$ 2 bilhões para R$ 4,5 bilhões em dois anos. Falta é uma medida ousada, como estender a obrigatoriedade para todo o ensino básico, até a terceira série do nível médio. Nada menos que um compromisso nacional nessa direção dará conta da tarefa.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 11/06/09.
A CULTURA DO MELHOR E AS PEQUENAS ALEGRIAS
A cultura oferece-nos uma lógica, um feixe de sentidos e significados que tornam possíveis e compreensíveis as condutas sociais e as realidades que nos cercam. Vemos as pessoas agirem e entendemos porque assim o fazem, quando navegamos na mesma cultura. Alguém estende-nos a mão, captamos logo que deseja cumprimentar-nos e que não nos prepara nenhum golpe desconhecido.
Ela tece-nos um pano de fundo, normalmente não bem explicitado, que nos dispensa de dar maiores explicações de nossas ações. Ela se constrói lentamente com gestos e imagens que vemos, com palavras que ouvimos, com comportamentos que observamos. Tudo se torna tão simples, direto, natural. Raramente voltamos um olhar crítico para ela.
A cultura atual incorporou um traço que merece breve reflexão. A cultura do melhor. Parece algo inocente e até estimulante.
Chega alguém a Belo Horizonte e logo lhe dizem que vão levá-lo a comer a melhor feijoada, ou a beber a melhor cachaça, ou a frequentar o melhor point.
As propagandas vivem desse superlativo. As escolas estimulam o aluno para apresentar o melhor desempenho.
O Enem, criado pelo MEC para avaliar os colégios, lança na grande publicidade os melhores do país. Enfim, importa na atual cultura ser o melhor. A ideologia vale de instituições e de pessoas.
Armam-se os juízos a partir dos critérios de otimização escolhidos pelas instituições avaliadoras. Que ideologia se oculta por detrás desse jogo? Ela se esconde precisamente sob a veste das normas avaliatórias que terminam sendo dominadas por verdadeiras ditaduras.
Haja vista as revistas de moda, os códigos de beleza dos concursos, as seleções dos candidatos de algum setor.
Quando se trata de pessoas, a competição pelo melhor provoca reações desastrosas nos dois extremos da escala. As do topo se enchem de fama, arrogância, prestígio em detrimento de condutas humanas simples e diretas. As que se distanciam da medida superior, afundam-se em complexo de inferioridade. Em alguns lugares, onde a concorrência se faz virulenta, não raro acontecem suicídios entre os derrotados.
Tal cultura afunila a experiência humana, empobrece-a. Não estar em nenhum ponto alto não desdiz nada de alguém. Há qualidades médias extremamente humanas.
A diversidade de talentos, a pluralidade de gostos, a gama de ofertas diferenciadas permitem maior naturalidade e simplicidade de vida. "In medio stat virtus" - a virtude está no meio -, diziam os latinos. Esconde-se em tal axioma uma sabedoria que a cultura do melhor não conhece.
A vida está mais próxima de tal equilíbrio que dos píncaros perigosos da glória, do poder.
Os fracassos neste mundo conduzem à morte. Passa-se facilmente do mais alto para o mais baixo. E não se saboreiam as pequenas alegrias da vida.
João Batista Libânio (http://www.jblibanio.com.br/) - Fonte: O Tempo - 07/06/09.
UNIVERSIDADE NÃO É CASO DE POLÍCIA
As cenas de batalha campal que vimos na USP ficarão na memória daqueles que dedicam sua vida a essa instituição. Vários professores, como eu, que nunca participaram de movimento sindical, que nem sequer foram alguma vez a uma assembleia, veem com estarrecimento a disseminação da crença de que conflitos trabalhistas devem ser resolvidos apelando sistematicamente à polícia.
Diz-se que a polícia era necessária para evitar piquetes e degradações. No entanto, tudo o que ela conseguiu foi acirrar os ânimos e aumentar exponencialmente os dois.
Vale a pena lembrar que, por mais que sejam práticas problemáticas que precisam certamente ser revistas, os piquetes estão longe de se configurarem como ações criminosas. A história das sociedades democráticas demonstra como eles foram, em muitos casos, peças necessárias de um processo de ampliação de direitos. Cabe a nós provar que esse tempo passou e que, devido à capacidade de diálogo, tais práticas não têm mais lugar.
No entanto, quando se tenta reduzir manifestantes que procuram melhorias em suas condições de trabalho a tresloucados patológicos que nada têm a dizer, que não têm nenhuma racionalidade em suas demandas, dificilmente alguma forma de diálogo conseguirá se impor.
Melhor seria começar explicando qual racionalidade justifica que a universidade mais importante do país, responsável por parte significativa da pesquisa nacional, tenha salários menores que os de uma universidade federal em qualquer Estado brasileiro.
Por outro lado, há algo incompreensível na crença de que a polícia possa ser chamada para mediar conflitos com alunos e funcionários públicos. Muitos acreditam que ligarão para o 190 e receberão uma espécie de "polícia inglesa" capaz de agir de maneira minimamente adequada diante de cidadãos que se manifestam.
Contudo, o que vimos até agora foi uma polícia que entrou pela primeira vez no campus armada com metralhadoras, quando a ação padrão deveria ser, nessas situações, agir desarmada. Quem tem uma metralhadora nas mãos imagina que porventura poderá usá-la. Mas contra quem? Contra nossos alunos? E quem decidirá o momento de usá-la?
Como se isso não bastasse, uma polícia bem preparada não responde a provocações de gritos e latas com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha usadas na frente da Escola de Aplicação e de uma faculdade em que, normalmente, há crianças e adolescentes. O que aconteceria se uma bala de borracha atingisse uma criança, ampliando um pouco mais o enorme contingente de balas perdidas disparadas pela polícia?
Antes de ligar para a Polícia Militar, valeria a pena levar em conta seu despreparo manifesto em intervenções em conflitos sociais, histórico catastrófico mundialmente criticado por órgãos internacionais.
Nenhum leitor terá dificuldade de se lembrar de situações de conflito social nas quais policiais que se sentiram acuados reagiram de maneira descontrolada, provocando tragédias.
Por fim, contrariamente a certa ideia que um anti-intelectualismo militante gosta de veicular nestes momentos, vários alunos alvos de balas de borracha são extremamente dedicados em seus cursos, participam sistematicamente de colóquios e programas de pesquisa, apresentam "papers" em congressos e podem ser constantemente encontrados em nossas bibliotecas.
Sendo certo que vêm de todas as faculdades de nossa universidade (e não apenas da área de humanas, como alguns querem fazer acreditar), é inaceitável tratá-los como delinquentes potenciais. Dentre os 2.000 estudantes que se manifestaram nesta semana estão alguns de nossos melhores alunos.
Em vez de estigmatizá-los, talvez seja o caso de se perguntar contra o que eles se manifestam, já que, é sempre bom lembrar, antes da entrada da polícia, nem professores nem alunos estavam em greve. A greve restringia-se a funcionários.
Há um mês, em uma pequena cidade francesa, a polícia recebeu um chamado de possível furto. Em uma atuação "exemplar", ela estava em alguns minutos no local do crime. No entanto, o local era uma escola, o objeto furtado, uma bicicleta, e o possível ladrão, uma criança de dez anos. Sem pestanejar, a polícia retirou a criança da escola na frente de seus colegas, levou-a à delegacia, colheu seu depoimento e a fichou.
Possivelmente, foi contra esse modelo social baseado na incapacidade de resolver conflitos sem apelar à mais crassa brutalidade securitária que hoje nossos alunos se manifestam. Cabe a nós mostrar a eles que a história da USP é outra.
Vladimir Safatle, 36, é professor do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (http://www.fflch.usp.br/df/site/). Fonte: Folha de S.Paulo - 12/06/09.
SENADO SECRETO
Em qualquer instituição, pública ou privada, seria uma anomalia a existência de um esquema subterrâneo para a tomada decisões que redundam em novas despesas, movimentação de pessoal e criação e extinção de cargos e benefícios. É escandalosa quando se trata do Senado Federal.
Investigação interna, sob encomenda da Primeira Secretaria, descobriu, acumulados desde 1995, pelo menos 280 atos secretos -medidas administrativas de cuja validade só os interessados diretos tomavam ciência. Essa acintosa e prolongada distorção foi revelada na quarta, em reportagem de "O Estado de S. Paulo".
A tímida, para dizer o menos, reação dos senadores diante da notícia tem explicação: como no caso da farra com as passagens aéreas na Câmara, estamos diante de mais um escândalo "democrático", que atinge congressistas de diversas filiações, além de estender-se ao corpo de servidores do Senado.
Esse aparelho clandestino escorou-se num jogo de conveniências mútuas. Publicar a decisão de pagar benefícios retroativos a um grupo seleto de servidores poderia chamar a atenção da imprensa e da opinião pública; optou-se então pelo caminho das sombras. O mesmo vale para contratar e demitir parentes e apaniguados. Um neto do presidente do Senado, José Sarney, foi exonerado do gabinete do senador Epitácio Cafeteira, petebista do Maranhão, por meio de um ato secreto em outubro do ano passado.
Acostumados com a troca de favores à boca miúda, senadores pelo visto calcularam mal um dos riscos clássicos desse tipo de organização paralela. Os servidores responsáveis pela execução das tarefas em surdina acumulam informações delicadas sobre seus beneficiários. Se aqueles porventura tiverem interesses contrariados, estes estarão em maus lençóis.
As quedas, sob a acusação de esconder patrimônio do fisco, de um funcionário que durante 14 anos capitaneou a Direção Geral do Senado e de outro, que cuidava dos recursos humanos, coincidem com a safra de denúncias contra senadores. Fala por si o fato de apenas 4 dos 81 senadores terem comparecido à sessão que inquiriu os dois ex-diretores, cujos nomes têm sido associados a irregularidades graves.
Some-se a isso o silêncio da maioria dos senadores a respeito dos malfeitos, ora revelados, da "Mesa secreta". O resultado é que se amplia, no país, o contraste entre o desassombro interessado de representantes, e a estupefação dos representados.
Atos secretos do poder público são uma contradição nos próprios termos. Podem ser admitidos em situações excepcionalíssimas -caso dos serviços de inteligência, e mesmo assim sob controle de representantes da população. Jamais no cotidiano do Senado.
A Casa mais solene do Legislativo deveria ser exemplo de prestação de contas e moderação nas despesas. Que muitos de seus integrantes deem de ombros para essa necessidade não é mais segredo de ninguém.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 13/06/09.
OS TENEBROSOS ATOS SECRETOS E A IMORALIDADE EXPLÍCITA
Como pode a alta Câmara do Parlamento brasileiro – que publica atos secretos para acobertar negociatas, feitas longe da luz do dia, à margem da legislação e da moral – conquistar a confiança da população?
A nomeação de indicados, a concessão de viagens internacionais e o pagamento desregrado de horas extras por meio de ofícios sigilosos transgridem dispositivos estabelecidos em regulamentos, contratos e leis.
A fraude em si já caracteriza o escândalo, mas, dessa forma, na surdina, ficam explicitados os requintes de crueldade.
Se os atos secretos não existiram, como teimam em insistir alguns senadores, significa apenas que o esquema funcionava de outra maneira. Impossível negar a contratação de parentes ou a farra paga com os cofres públicos. Mas se, então, os atos secretos existiram, trata-se de um caso de contravenção qualificada.
O Senado está banalizando o escândalo. A sociedade brasileira parece anestesiada, ou já habituada com as práticas perniciosas e com os nocivos desmandos.
O eleitor, as entidades civis organizadas, o Judiciário e os próprios parlamentares não podem apenas aguardar o andamentos dos fatos. Uma atitude urgente e terminante faz-se necessária. Se houve crime, tem que haver punição. Se de fato os cofres públicos foram violados, devem ser ressarcidos.
A institucionalização da baderna ocorrida no Senado tem fortes indícios de improbidade administrativa de uns e de quebra de decoro de outros.
O episódio expõe as vísceras do medieval sistema político brasileiro, tão carente de reforma. Os atos tenebrosos, feitos na calada da noite, eram secretos. Já a imoralidade é explícita.
Aparte - Fonte: O Tempo - 13/06/09.
Leia: http://brasildacorrupcao.blogspot.com/
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