PENSANDO EM ECLIPSES
CAĂADORES DE ECLIPSES - UMBRĂFILOS
English:
http://blogs.ngm.com/blog_central/2010/06/mooning-over-solar-eclipses.html
Eclipse-chasers -
http://eclipse-chasers.com/
Interessado em saber quando e onde observar um eclipse do Sol?
Eclipses totais do Sol ocorrem a cada 18 meses, mais ou menos, e sempre sĂŁo visĂveis por apenas alguns minutos. Mas, Ă medida que o conhecimento a respeito deles eliminou as superstiçÔes, legiĂ”es de entusiastas passaram a afluir Ă s poucas regiĂ”es da Terra que reĂșnem as melhores condiçÔes para se observar a Lua obscurecendo o Sol. A recompensa aos umbrĂłfilos, diz o professor de astronomia Jay Pasachoff, "Ă© o fenĂŽmeno natual mais dramĂĄtico que se pode ver. Somos tomados por um sentimento primordial".
Neste ano, Melita Thorpe, dona de uma agĂȘncia de viagens especializada em fenĂŽmenos astronĂŽmicos, vendeu centena de vagas (a 6.000 dĂłlares cada uma) para uma excursĂŁo, agora em julho, atĂ© o PacĂfico Sul. Dezenas de outros entusiastas reservaram lugar em uma excursĂŁo para acompanhar o mesmos eclipse na PatagĂŽnia. Em seus 27 anos de atividade, o maior grupo organizado pela agĂȘncia incluiu 700 pessoas em um cruzeiro para ver o eclipse de 1991 ao largo da costa da MazatlĂĄn, no MĂ©xico.
Para essas pessoas, nĂŁo basta uma Ășnica experiĂȘncia. Mas nĂŁo convĂ©m lhes pedir que escolham o eclipse predileto. Para Bill Kramer, o editor de um site sobre o assunto (http://eclipse-chasers.com/), "o eclipse mais importante Ă© o que vocĂȘ estĂĄ prestes a ver".
Jeremy Berlin - Fonte: National Geographic - Edição 124.
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BOLSA FAMĂLIA 2.0
Pesquisadores da Universidade Federal de SĂŁo Paulo (Unifesp) investigaram por que jovens se mantinham longe das drogas, apesar de cercados de traficantes por todos os lados. Compararam-se usuĂĄrios e nĂŁo usuĂĄrios das mesmas comunidades, todas marcadas pela violĂȘncia e pela pobreza. Resultado: a combinação de laços familiares sĂłlidos, informaçÔes sobre o risco da dependĂȘncia e religiĂŁo (qualquer crença) apareceu fortemente associada aos que nĂŁo se envolviam, ou pelo menos sem abusos, com drogas. Ă como se fosse uma vacina.
Um levantamento ainda em fase de elaboração, também pela mesma universidade, agora com jovens de classe média e alta, estå chegando a conclusÔes semelhantes. Pais que ajudam os filhos a desenvolver a autoestima e projetos de vida podem dormir menos intranquilos.
Na semana passada, uma pequena cidade chamada Cajuru, no interior de SĂŁo Paulo, ao se tornar uma das campeĂŁs brasileiras de qualidade de ensino mostrou como funciona essa vacina dentro das escolas.
O que estĂĄ por trĂĄs dos jovens que evitam drogas, bebidas e conseguem colocar uma pequena cidade no topo da educação brasileira Ă© a Bolsa FamĂlia 2.0. Vai muito alĂ©m do programa de distribuição de recursos, cuja autoria Ă© disputada pelos candidatos presidenciais.
Com apenas 20 mil habitantes, Cajuru desenvolve um esforço para envolver os pais na vida acadĂȘmica dos filhos, promovendo festas, sessĂ”es de cinema e teatro, alĂ©m de feiras pedagĂłgicas. HĂĄ funcionĂĄrios na prefeitura especialmente encarregados de acompanhar as faltas e as notas dos alunos. Visitam as famĂlias para encontrar soluçÔes. Se nĂŁo funcionam, aciona-se a Justiça.
Não é novidade o que acontece em Cajuru. Comunidades com boas redes de relacionamento geram um senso de pertencimento e responsabilidade coletiva, aliås, um dos efeitos das religiÔes, como mostrou a investigação da Unifesp, é produzir exatamente o sentido de pertencimento em contraposição à sensação de marginalidade. à o que se chama de capital social.
Em cidades menores, professores tĂȘm parentes ou filhos de seus amigos entre seus alunos. Frequentam os mesmos espaços da cidade. Ă o que se nota em pequenas cidades de Minas Gerais que tambĂ©m ficaram no topo da lista de qualidade de ensino, divulgada dias atrĂĄs.
Na semana passada, constatou-se o efeito Cajuru em SĂŁo Paulo. Uma escola (Rita Pinto de AraĂșjo) localizada numa regiĂŁo pobre e violenta atingiu o primeiro lugar entre os estabelecimentos da rede pĂșblica, ultrapassando muitas das escolas particulares. Ultrapassou, com larga distĂąncia, a Escola de Aplicação instalada dentro da USP. Novamente, o que se percebeu, alĂ©m, claro, de um bom trabalho em sala de aula, Ă© um excepcional envolvimento das famĂlias e da comunidade.
HĂĄ um consenso de que a Bolsa FamĂlia, cuja autoria Ă© tĂŁo disputada pelos candidatos JosĂ© Serra e Dilma Rousseff (ambos com uma parte da razĂŁo, diga-se), reduziu a misĂ©ria. Ă um investimento muito mais barato e eficiente do que os aumentos de salĂĄrio mĂnimo que geram contas bilionĂĄrias para os cofres pĂșblicos, devido Ă s despesas previdenciĂĄrias.
Mas tambĂ©m Ă© consenso que esses programas, se nĂŁo ajudarem a oferecer autonomia, serĂŁo sempre uma esmola oficial. DaĂ, mais um consenso, Ă© que a autonomia Ă© dependente de bom ensino.
O que nĂŁo Ă© consenso mas vai ser Ă© o efeito Cajuru. SĂŁo as açÔes coordenadas para fortalecer o capital social, a começar da famĂlia.
SerĂĄ consenso porque se espalham experiĂȘncias nas pobres regiĂ”es metropolitanas, sempre focadas na integração da escola com a famĂlia e comunidade, com o uso de recursos federais, estaduais e municipais.
Ă o caso do "bairro-educador" de HeliĂłpolis (a maior favela de SĂŁo Paulo). Em dez escolas da empobrecida zona leste paulistana, estĂŁo testando (e com sucesso) o coordenador de pais. O programa "Escola Integrada" nas ĂĄreas mais vulnerĂĄveis de Belo Horizonte nĂŁo sĂł melhorou as notas, mas a saĂșde dos alunos. LĂĄ, universitĂĄrios sĂŁo escolhidos para dar aulas em espaços pĂșblicos. Neste ano, esse tipo de articulação começou num dos bairros mais vulnerĂĄveis de Recife.
No Rio, a Cidade de Deus, junto com o policiamento comunitĂĄrio, realizou uma operação em torno da rede de ensino. Implantaram a profissĂŁo de professor e mĂŁe comunitĂĄria. O Ăndice de assassinato na Cidade de Deus despencou abruptamente. Ficaram 11 meses sem ter um Ășnico homicĂdio.
Uma das boas heranças da gestĂŁo Lula Ă© ter deixado um marco regulatĂłrio para esse tipo de polĂtica pĂșblica, a partir do programa "Mais Educação".
Na gestĂŁo Serra, aumentou-se a segurança em localidades com surtos de violĂȘncia, com mutirĂ”es batizados de Virada Social, integrando os mais diferentes serviços dos governos estadual e local. EstĂĄ em fase de implantação o programa de intermediação de conflitos em cada escola da rede estadual de SP.
O que se estĂĄ fazendo nas experiĂȘncias, ainda iniciantes e isoladas, apesar dos muitos erros e interrupçÔes, Ă© apenas articular programas jĂĄ existentes, mas dispersos, agora focados em torno das escolas e das famĂlias.
Ă justamente aĂ que estĂĄ a Bolsa FamĂlia do futuro.
PS- Coloquei no meu site (www.dimenstein.com.br) a pesquisa comparando usuĂĄrios e nĂŁo usuĂĄrios de drogas, realizada pela Unifesp. Mais uma daquelas leituras obrigatĂłrias para quem estĂĄ preocupado em reduzir a violĂȘncia e a marginalidade.
Gilberto Dimenstein (www.dimenstein.com.br) - Fonte: Folha de S.Paulo - 11/07/10.
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