PENSANDO NO ESPAĂO
COLAR ESPACIAL
English:
http://www.nasa.gov/mission_pages/hubble/science/necklace-nebula.html
http://www.sciencedaily.com/releases/2011/08/110812094921.htm
A Nasa (agĂȘncia espacial norte-americana) divulgou a imagem tirada pelo TelescĂłpio Espacial Hubble de uma nebulosa em forma de colar (Necklace, em inglĂȘs). A nebulosa foi recentemente descoberta e parece ser os restos remanescentes de um objeto que foi semelhante ao Sol no passado. Ela estĂĄ localizada a 15 mil anos-luz e se encontra na constelação da Fecha (ou Sagitta).
Interessa - Etc - Fonte: O Tempo - 13/08/11.
Mais detalhes:
http://www.nasa.gov/mission_pages/hubble/science/necklace-nebula.html
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âQuando vocĂȘ perceber que, para produzir, precisa obter autorização de quem nĂŁo produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia nĂŁo com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influĂȘncia, mais que pelo trabalho, e que as leis nĂŁo nos protegem deles, mas, pelo contrĂĄrio sĂŁo eles que estĂŁo protegidos de vocĂȘ; quando perceber que a corrupção Ă© recompensada, e a honestidade se converte em autossacrifĂcio; entĂŁo poderĂĄ afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade estĂĄ condenada.â
Ayn Rand, filĂłsofa americana.
Fonte: Seishim Camey (Colaboração: A. M. Borges)
TV AFEGĂ ZOMBA DA CORRUPĂĂO
Nos decrĂ©pitos edifĂcios que abrigam os ministĂ©rios afegĂŁos, um gabinete estĂĄ sempre novo: o do ministro. Ă tambĂ©m lĂĄ que, com frequĂȘncia, sĂŁo fechados negĂłcios escusos, a incompetĂȘncia reina, e o clientelismo Ă© a moeda corrente.
Um gabinete desses serve de cenĂĄrio para um novo programa de TV, "O MinistĂ©rio", que parodia o nepotismo, os subornos e a incompetĂȘncia que sĂŁo comuns no governo afegĂŁo.
O MinistĂ©rio dos ResĂduos de HechlĂąndia, um paĂs imaginĂĄrio cujo nome significa "terra do nada", Ă© ocupado por um ministro fraco e por uma equipe simplesmente lamentĂĄvel.
O programa estreou neste mĂȘs na TV Tolo, a maior do paĂs. Ele Ă©, segundo os produtores, um tipo de atração nova na televisĂŁo local, um "falso documentĂĄrio". Seu objetivo Ă© fazer os afegĂŁos sorrirem, nĂŁo sĂł por ser engraçado mas tambĂ©m por ser familiar, ainda que com certo distanciamento artĂstico.
"Trabalho no governo afegĂŁo hĂĄ 42 anos, entĂŁo jĂĄ enfrentei muitos problemas", disse Ghulam Yahya Monis que interpreta o diretor administrativo do ministĂ©rio e que, como muitos dos atores, acumula vĂĄrios empregos para sobreviver. "Os papĂ©is que interpretamos estĂŁo muito prĂłximos das experiĂȘncias das pessoas", disse.
Os personagens são pessoas que a maioria dos afegãos é capaz de reconhecer facilmente: o ministro da coleta de lixo, do tipo "reaja primeiro e pense depois", seu cunhado bajulador e não exatamente brilhante, que é o diretor administrativo, a secretåria jovem e bonita, o mordomo que serve o chå, o ambicioso assessor do ministério e seu guarda-costas, chegado num autoelogio, mas não lå muito eficiente.
Nas cenas finais de um episĂłdio gravado recentemente, homens armados invadem o gabinete do ministro e parecem prestes a matĂĄ-lo.
Só que os pistoleiros estão enfurecidos não com o ministro, mas com o guarda-costas, primo deles, que os deixou para trås ao ascender a um emprego lucrativo. Então, naturalmente, os homens querem vingança.
O nepotismo Ă© um tema importante em "O MinistĂ©rio" e Ă© algo bem compreendido por todos os afegĂŁos. A famĂlia, quase sempre, fala mais alto do que o mĂ©rito.
As pessoas resmungam contra isso, mas raramente se sentem capazes de questionar a prĂĄtica publicamente, pois contratar um parente Ă© uma forma de lealdade, a qual Ă© respeitada, e ninguĂ©m quer ser rejeitado pela prĂłpria famĂlia. Apesar disso, conforme o paĂs se moderniza, fica cada vez mais claro que ele nĂŁo pode mais arcar com tais ineficiĂȘncias.
A corrupção e as fraudes tambĂ©m sĂŁo assuntos habituais no programa. AbordĂĄ-las com humor Ă© parte da pauta polĂtica nem tĂŁo secreta dos produtores, que querem incentivar o questionamento dos afegĂŁos sobre a forma como o governo funciona.
"O ator Ă© a cĂąmera da sociedade, observando a sociedade com uma lente diferente", disse Farouk Abdul Qadir, 65, que interpreta o ministro. "[O programa] serve para fazer as pessoas sorrirem, mas tambĂ©m para fornecer conhecimentos polĂticos a elas."
A televisĂŁo tem um papel especialmente importante para desempenhar no AfeganistĂŁo, jĂĄ que poucas pessoas sabem ler, segundo Farouk. "Precisamos do cinema e do teatro para ensinĂĄ-las", afirmou.
O programa foi criado por Saad Mohseni, presidente do grupo Moby, dono da Tolo, que trabalhou brevemente num ministério antes de o seu conglomerado televisivo decolar, nos primeiros dias depois de o Taleban ser expulso do poder.
Apesar de todo o seu humor, até com um jeito pastelão, o programa tem um lado sombrio, mostrando as dificuldades que os afegãos precisam enfrentar diariamente.
Ainda asim, ele nĂŁo Ă© nem de longe tĂŁo deprimente quanto alguns gabinetes reais do governo evidenciam ser.
Recentemente, na sede de um dos menos importantes ministĂ©rios em Cabul, o vice-ministro de 30 anos, cheio de energia para fazer as coisas funcionarem, estava chateado. Ăs 16h, ele era praticamente a Ășnica pessoa no edifĂcio.
"Nós temos mil pessoas que trabalham uma hora por dia", disse ele. "Como podemos fazer planos ou ter uma estratégia?"
Por Alissa J. Rubin - Fonte: Folha de S.Paulo â 15/08/11.
Reportagem original em inglĂȘs:
http://www.nytimes.com/2011/08/04/world/asia/04satire.html?pagewanted=1&_r=1
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