PENSANDO EM 2016
NĂO HĂ SONHO DE 2016 NAS FAVELAS
English:
http://www.nytimes.com/2012/03/05/world/americas/brazil-faces-obstacles-in-preparations-for-rio-olympics.html?_r=1
Preparando-se para a OlimpĂada de 2016, as autoridades do Rio celebraram o projeto de um "Parque OlĂmpico" futurista, com vilas para os atletas e ĂĄreas verdes Ă beira de uma lagoa.
Só havia um problema: as 4.000 pessoas que jå moram lå, numa ocupação ilegal que existe hå décadas, e que a prefeitura deseja extinguir.
Elas se recusam a sair e levaram sua luta à Justiça e às ruas, tornando-se uma grande pedra no sapato do governo.
"As autoridades acham que progresso Ă© demolir a nossa comunidade sĂł para eles poderem receber a OlimpĂada durante algumas semanas", disse Cenira dos Santos, 44, dona de uma casa na favela, conhecida como Vila AutĂłdromo.
"Mas eles se surpreenderam por resistirmos."
Para muitos brasileiros, realizar a Copa de 2014 e a OlimpĂada de 2016 Ă© a expressĂŁo mĂĄxima da elevação do paĂs no cenĂĄrio mundial, um sĂmbolo do poderio econĂŽmico e da presença internacional recĂ©m-obtidos pelo Brasil no cenĂĄrio global.
Mas alguns dos trunfos que levaram Ă democrĂĄtica ascensĂŁo do Brasil como potĂȘncia regional -a vigorosa expansĂŁo da sua classe mĂ©dia, a sua imprensa independente e as crescentes expectativas da sua população- estĂŁo atormentando os preparativos para ambos os eventos.
"Esses eventos deveriam celebrar as realizaçÔes do Brasil, mas estå acontecendo o contrårio", disse Christopher Gaffney, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF).
"Estamos vendo um padrĂŁo insidioso de pisotear os direitos dos pobres e de estouros nos gastos que sĂŁo um pesadelo."
Os moradores de algumas favelas estĂŁo se unindo para resistir, da melhor forma que encontram.
Eles usam cĂąmeras de vĂdeo e as redes sociais para transmitir seu recado. E Ă s vezes conseguem a ajuda da vibrante e engajada imprensa brasileira.
Uma rede de ativistas em 12 cidades estima que atĂ© 170 mil pessoas poderĂŁo ser desalojadas por causa da Copa e da OlimpĂada.
"Ninguém é reassentado se não for por uma razão muito importante", disse Jorge Bittar, secretårio municipal de Habitação do Rio.
Muitas das comunidades ameaçadas de despejo estĂŁo na zona oeste do Rio, onde as favelas persistem em meio a vastos shoppings e condomĂnios ladeados por palmeiras.
"A lei brasileira estå se adaptando à realização dos Jogos, ao invés de os Jogos se adaptarem à lei", disse Alex Magalhães, professor de direito da UFF.
Uma das disputas mais acirradas envolve a desocupação da Vila AutĂłdromo para dar lugar ao Parque OlĂmpico.
"A Vila AutĂłdromo nĂŁo tem infraestrutura absolutamente nenhuma", disse Bittar. "As ruas sĂŁo de terra, a rede de esgoto dĂĄ direto na lagoa."
Muitos na Vila AutĂłdromo discordam. Alguns tĂȘm casas espaçosas construĂdas por eles prĂłprios. Goiabeiras fazem sombra nos quintais. VĂĄrias garagens tĂȘm carros estacionados.
Os moradores levaram sua luta Ă internet, postando on-line vĂĄrios vĂdeos de acaloradas discussĂ”es com as autoridades.
Eles começaram a trabalhar com promotores para solicitarem liminares contra a desocupação, mas dias atrås sofreram uma derrota judicial.
Os jornalistas entraram na briga, noticiando que a prefeitura carioca pagou R$ 19,9 milhÔes a duas empresas por terrenos onde moradores da Vila Autódromo seriam reassentados; as duas empresas fizeram doaçÔes eleitorais para o prefeito Eduardo Paes, que negou qualquer irregularidade, mas imediatamente cancelou a compra.
Ainda assim, as autoridades dizem que pretendem remover a comunidade para dar espaço a ruas ao redor do Parque OlĂmpico, deixando os moradores Ă procura de uma nova estratĂ©gia para resistir Ă retirada.
"Somos vĂtimas de um evento que nĂŁo queremos", disse Inalva Mendes Brito, professora na Vila AutĂłdromo.
"Mas talvez, se o Brasil aprender a respeitar a nossa opção de ficarmos nas nossas casas, a OlimpĂada afinal serĂĄ algo para comemorar."
Simon Romero - The New York Times - Fonte: Folha de S.Paulo - 26/03/12.
Reportagem original em inglĂȘs:
http://www.nytimes.com/2012/03/05/world/americas/brazil-faces-obstacles-in-preparations-for-rio-olympics.html?_r=1
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CASAMENTO Ă PARTILHA
O senhor idoso pediu um hambĂșrguer, batatas fritas e um refrigerante.
Ele desembrulhou o hambĂșrguer e cuidadosamente cortou-o pela metade, colocando uma metade em frente Ă sua esposa.
Depois, ele cuidadosamente contou as batatas fritas, dividindo-as em duas partes, colocando uma parte em frente Ă sua esposa.
Ele tomou um gole do refrigerante, sua esposa tomou um gole e colocou o copo entre eles. Quando o homem começou a comer seus pequenos bocados de hambĂșrguer, as pessoas Ă volta do casal ficaram olhando e cochichando. barbara.
Eles estavam certamente pensando, "Pobre casal - tudo o que eles tĂȘm condiçÔes de comprar Ă© apenas uma refeição para os dois".
Quando o homem começou a comer suas batatas fritas, um jovem veio até a mesa e educadamente ofereceu-se para comprar outra refeição para o casal. O senhor idoso agradeceu e disse que eles estavam acostumados a dividir tudo.
As pessoas mais prĂłximas Ă mesa notaram que a pequena senhora idosa nĂŁo havia comido nada. Ela estava sentada, observando o marido comer e, de vez em quando, tomava um gole do refrigerante, dividindo com ele.
Novamente, o jovem voltou e implorou-lhes que o deixassem comprar outra refeição. Desta vez, a senhora disse "Não, obrigada, nós estamos acostumados a dividir tudo".
Finalmente, quando o senhor terminou e estava limpando cuidadosamente a boca com o guardanapo, o jovem voltou e disse Ă senhora, que ainda nĂŁo havia comido nenhum pedaço do sanduĂche, "O que a senhora estĂĄ esperando?"
Ela respondeu: "A DENTADURA".
(Colaboração: Waldeyr E. de Paula Junior)
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