PENSANDO NO PĂO NOSSO DE CADA DIA...
MĂQUINA FAZ PĂO DURAR DOIS MESES
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O aparelho, que foi criado pela Universidade do Texas e poderia ser usado em padarias, Ă© um forno de microondas que destrĂłi os fungos naturalmente presentes no pĂŁo â fazendo com que ele nĂŁo se decomponha e dure atĂ© 60 dias. O objetivo Ă© coibir o desperdĂcio (os EUA jogam fora cera de 40% da comida que compram).
Fonte: Super Interessante â Edição 314.
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LIBERDADE, IGUALDADE...
As divisas da revolução francesa ("liberté, égalité, fraternité!"), nascidas nos fins do século 18, estiveram presentes, ao menos em parte, no discurso do presidente Barak Obama, na abertura de seu segundo mandato.
Insistiu em consideraçÔes sobre a liberdade e a igualdade, certamente inspirado em Thomas Jefferson, principal redator da constituição norte-americana, cujo conhecimento da vida e da história francesa mostra os efeitos de cinco anos passados em missÔes na Europa.
Ă fĂĄcil repetir a mĂĄxima revolucionĂĄria, mais de dois sĂ©culos depois de seu enunciado. Coisa diversa Ă© aplicĂĄ-la hoje, tanto nas relaçÔes internas e externas de paĂses existentes no sĂ©culo 19 (em vĂĄrias latitudes das AmĂ©ricas, do norte ao sul), quanto os independentes na segunda metade do sĂ©culo 20 (asiĂĄticos e africanos, em maioria).
Embora Obama estivesse voltado para o povo estadunidense, conforme se vĂȘ nos textos destacados, que a Folha divulgou, Ă© possĂvel tirar ilaçÔes para o futuro, Ășteis independente de seu brilho oratĂłrio.
Tomemos a bandeira da liberdade com a amplitude abarcada pelo termo. Cada indivĂduo deve ter noção do que Ă© liberdade e do que Ă© ser livre. Liberdade absoluta, que assegure, a cada um o fazer o que melhor lhe pareça, desconsiderados os demais, Ă© inaceitĂĄvel.
A liberdade de um termina no começo da liberdade do prĂłximo. Ă exercĂvel nos termos da lei. Ou seja: no limite da norma votada democraticamente. AplicĂĄvel a todos. Reparadas ofensas ao direito individual, atravĂ©s do Poder JudiciĂĄrio.
A compensação das desigualdades Ă© garantida pela Carta Magna: todos sĂŁo iguais perante a lei, sem distinção. O raciocĂnio Ă© simples: a igualdade tem aplicação reforçada pelo enunciado no art. 5Âș, a garantir o tratamento nele definido, que a prĂłpria Carta define.
Sabe-se que a interpretação da norma constitucional vai alĂ©m da simples literalidade das palavras, o que, com frequĂȘncia, perturba sua compreensĂŁo. Ideal seria que todos alcançassem a plenitude da igualdade jurĂdica. Mas a igualdade integral, plena, nem sempre Ă© viĂĄvel.
Talvez por isso, a sabedoria popular é pitoresca. Não prejudica a avaliação e nem tira sua seriedade.
Diz o povo que homem rico e mulher bonita nunca sĂŁo julgados como os demais. No referente Ă s mulheres, Ă© imperdĂvel o poema de Olavo Bilac, dedicado ao julgamento de FrinĂ©ia.
O terceiro conceito, da fraternidade, nem Ă© estritamente jurĂdico, nem foi evocado por Obama, sempre que ressalvou os interesses diretos de seu paĂs. A fraternidade conceitual aceita aproximaçÔes daqueles que tĂȘm os mesmos gostos, iguais convicçÔes e ideias prĂłximas. Associam-se formal ou informalmente, por interesses ou benefĂcios, comuns ou assemelhadas, individuais ou coletivos.
A fraternidade, no sentido original, corresponde à união formal ou informal de pessoas, com a finalidade de dar harmonia aos seus objetivos, para o bem dos assemelhados. à espécie de irmanação voluntåria, visando um fim bom.
No mundo em que vivemos, marcado pela transformação das relaçÔes interpessoais, a fraternidade pode ser o mecanismo mais Ăștil para construir o futuro. Isso porque fraternidade Ă© mais do que o exercĂcio do direito. Ă antecipação da oferta de quem a pode e queira fazer.
Walter Ceneviva â Fonte: Folha de S.Paulo â 26/01/13.
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