PENSANDO BEM...
TOMATINA ESPANHOLA
English:
http://abcnews.go.com/Travel/story?id=5669478&page=1
History of the party:
http://www.donquijote.org/culture/spain/fiestas/tomatina.asp
Participantes da Tomatina, "guerra do tomate" que acontece anualmente em Buñol, na Espanha; 40 mil pessoas, entre moradores e turistas, participaram, e os cerca de 120 mil quilos de tomate devem ser esmagados antes de serem atirados, segundo a regra.
Fonte: Folha de S.Paulo - 28/08/08.
Saiba mais sobre a Tomatina:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tomatina
POR QUE É TÃO COMUM PROTETORES DE ANIMAIS COMEREM CARNE?
Palestra proferida no 36º Congresso Vegetariano Mundial - Paula Brügger *
A história da nossa espécie - Homo sapiens -, sobre a Terra é marcada por uma progressiva ruptura entre nós e o entorno, como nos ensina Milton Santos. Essa afirmação, verdadeira sobretudo para as sociedades industriais, nos obriga a refletir, entre muitas outras questões, sobre o fato de estarmos nos distanciando cada vez mais dos processos produtivos que fabricam diversos itens e produtos que consumimos no nosso dia-a-dia. Isso significa que pouco sabemos sobre o custo ambiental, social, etc, da maior parte desses produtos. Por exemplo, para ter acesso à eletricidade basta tocar o interruptor, e para saborear um pedaço de carne, basta escolher um bom corte no supermercado. Mas o processo de produção de diversos produtos que consumimos quotidianamente pode ser bastante predatório em muitos sentidos.
Nossa dieta alimentar, por exemplo, pode ser geradora de grandes impactos sociais e ambientais, dependendo se ela é basicamente vegetariana ou carnívora (rica em proteína animal, em geral). As dietas essencialmente carnívoras provocam hoje gigantescos impactos sociais e ambientais como destruição de habitats e perdas de biodiversidade; consumo exacerbado de recursos naturais renováveis e não renováveis (como água, solo, petróleo); poluição; destruição de pequenas propriedades rurais e exclusão social; além de estar associada com o aumento de incidência de diversas doenças como as cardiovasculares, obesidade, câncer, etc. Todas essas razões seriam suficientes para abdicarmos de uma dieta rica em proteína animal, pois tal dieta é insustentável. Entretanto, a questão central deste grupo de trabalho é o sofrimento infligido aos animais que são criados e abatidos para consumo humano.
Por que é tão comum protetores de animais comerem carne?
A resposta, me parece, está pelo menos em parte ligada a essa ruptura entre nós e o entorno. Embora possamos prescindir de carne e outras formas de proteína animal para garantir uma boa saúde, muitos protetores de animais ainda comem carne unicamente porque, de um lado, não têm que matar o animal com suas próprias mãos, e de outro, desconhecem todos os sofrimentos por que passam tais animais antes de chegar às suas mesas. Em outras palavras, vale a velha máxima: "o que os olhos não vêem, o coração não sente".
A relação seres humanos-animais pode ser tratada sob inúmeros aspectos: tráfico de animais; alimentação rica em proteína animal; uso de animais em ensino e pesquisa; uso de animais em circos, rodeios, etc, animais de rua, e muitas outras. A questão dos animais de rua é sem dúvida um dos principais focos de atuação da maior parte das ONGS que têm como objetivo o amparo e a proteção dos animais, e é um problema muito mais visível, pois os animais abandonados estão sofrendo diante de nossos olhos. Esse problema é, entretanto, apenas a "ponta do iceberg", quando se trata da relação entre nós e os animais.
Além dos inúmeros problemas sociais e ambientais antes apontados, cada vez que nos sentamos à mesa estamos compactuando, ou não, com a exploração e sofrimento de milhares de animais. Embora esse sofrimento não esteja diante de nossos olhos, a verdade é que diversos outros seres sencientes, isto é - capazes de experimentar prazer, dor e outras sensações -, passam suas breves vidas confinados em condições deploráveis para depois serem abatidos e nos servir de alimento. Porcos, frangos, bezerros, perus e muitos outros animais são brutalmente mutilados antes de virar comida: seus rabos e bicos são cortados ou queimados para evitar o canibalismo e/ou para que não possam escolher parte de seu alimento; são castrados sem anestesia; são transportados para os matadouros sem água ou alimento suportando temperaturas extremas, etc. O sofrimento pode ser tanto que em muitos casos - como o dos bezerros criados para produzir vitela -, o abate, ou seja a morte, é quase que uma redenção, já que marca o fim de uma vida absolutamente miserável. Há ainda muitas outras formas de sofrimento impostas a animais que não são criados em cativeiro como a separação entre mães e filhotes, a separação de rebanhos, as marcas com ferro em brasa, e outros sacrifícios que não levam em consideração os interesses dos animais, como argumenta o filósofo Peter Singer.
Mas será correto submetermos seres sencientes a todo esse sofrimento para deles tomamos carne, ovos, leite ? Serão os animais nossos companheiros de jornada na Terra, ou meros recursos para nos servir e atender nossos desejos hedonistas ? A triste realidade é que em nossa sociedade os animais estabulados e de granja deixam de ser seres vivos e se tornam meros objetos, no caso, meros containers de proteína. É patético pensar, por exemplo, que a idade em que porquinhos são abatidos, é a mesma época em que, em outras condições, esses mamíferos inteligentes estariam brincando animadamente, tanto quanto nossos cães e outros animais de estimação. De fato, o mesmo tratamento considerado "normal" ou "aceitável" para muitos animais que nos servem de alimento, é considerado cruel e suficiente para dar voz de prisão, quando aplicado aos nossos animais de estimação. O Decreto Lei 24.645/34, por exemplo, que estabelece medidas de Proteção aos animais, prevê como crime uma série de situações de sofrimento que ocorrem corriqueiramente com animais submetidos a processos de produção industrial, mas isso jamais impediu que tais sofrimentos fossem impostos aos animais.
Se tratamos cães e gatos com carinho e amor, mas não nos sensibilizamos com o sofrimento de outros animais, estamos sendo injustos. Não somos mais caçadores-coletores e temos à nossa disposição uma ampla variedade de fontes de proteína que nos garantem uma alimentação balanceada. Portanto, pelo menos no que diz respeito à maior parte da população urbana do mundo, a carne e outras formas de proteína animal podem ser consideradas um luxo já que é possível prescindir de seu consumo. O tratamento diferente que damos a cães e porcos, por exemplo, fere o princípio ético da igualdade, entendida como igual consideração de interesses. Ser passível de sofrimento é a característica que diferencia os seres que têm interesses - os quais deveríamos considerar -, dos que não os têm. Enfim, a condição de "senciente" é suficiente para que um ser vivo seja considerado dentro da esfera da igual consideração de interesses.
* Bióloga, Especialista em Hidroecologia, Mestre em Educação e Doutora em Ciências Sociais, Professora do Deptº de Ecologia e Zoologia da UFSC, Coordena o projeto de educação ambiental "Amigo Animal". É ativa na defesa dos animais como voluntária da ONG "Sociedade Animal". Foi, durante quatro anos membro do "Comissão de Ética no Uso de Animais" - (CEUA).
Fonte: http://www.ecoterrabrasil.com.br/home/index.php?pg=temas&cd=1333
"Sou extremista porque quem é moderado na proclamação da verdade, proclama somente a metade da verdade e deixa a outra metade velada por medo do que o mundo dirá." (Gibran)
"Ser vegetariano é discordar: discordar do curso que as coisas tomaram hoje: fome, crueldade, desperdício, guerras - precisamos nos posicionar contra essas coisas. O VEGETARIANISMO É A MINHA FONTE DE ME POSICIONAR." - Issac Bashevis Singer
Simple Zé - São Paulo
http://br.groups.yahoo.com/group/libertacaoanimal/
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"Tudo o que vive quer viver." São Francisco de Assis
"O destino dos animais é muito mais importante para mim do que o medo de parecer ridículo." - Émile Zola
"Eu temo pela minha espécie quando penso que Deus é justo." - Thomas Jefferson
(Colaboração: Shirley - Caraguatatuba)
O NECESSÁRIO
Uns queriam um outro emprego outros, só um emprego.
Uns queriam uma refeição mais farta; outros, só uma refeição.
Uns queriam uma vida mais amena; outros, apenas viver.
Uns queriam pais mais esclarecidos; outros, ter pais.
Uns queriam ter olhos claros; outros, enxergar.
Uns queriam ter voz bonita; outros, falar.
Uns queriam silêncio; outros, ouvir.
Uns queriam sapato novo; outros, ter pés.
Uns queriam um carro; outros, andar.
Uns queriam o supérfluo; outros, apenas o necessário.
(Colaboração: Tadeu - Curitiba)
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