A IMPORTĂNCIA DA BELEZA INTERIOR
BELEZA INTERIOR!
O mais importante na vida Ă© a beleza interior.
Veja a foto e pense nisso!!!
(Colaboração: Raul/Marlon/Ricardo Lobenwein)
PALAVRA DA SEMANA: PARASITA
Do grego parasitos, "aquele que come junto". O nome se aplicava a um andarilho ao qual uma famĂlia piedosa oferecia uma refeição gratuita. SĂ©culos depois, a ciĂȘncia passou a usar o termo para designar um organismo vivo que se alimenta de outro. No mundo corporativo, Ă© alguĂ©m que sĂł desfruta do trabalho alheio, sem contribuir nem retribuir.
Max Gehringer - Fonte: Ăpoca - nĂșmero 470.
MORANGOS
(Roberto Shinyashiki)
Talvez, ao me ouvir falar em felicidade, vocĂȘ se pergunte se eu nĂŁo tenho problemas, se tudo dĂĄ sempre certo para mim, se nunca passei por uma grande dificuldade que me tenha deixado marcas, como ocorre com a maioria das pessoas.
Ă claro que sim, sou como todo mundo. Tenho angĂșstias, fico estressado, as pessoas Ă s vezes me traem, mas eu procuro comer os morangos da vida.
Um sujeito estava caindo em um barranco e se agarrou Ă s raĂzes de uma ĂĄrvore. Em cima do barranco havia um urso imenso querendo devorĂĄ-lo. O urso rosnava, mostrava os dentes, babava de ansiedade pelo prato que tinha Ă sua frente. Embaixo, prontas para engoli-lo, quando caĂsse, estavam nada mais nada menos do que seis onças tremendamente famintas. Ele erguia a cabeça, olhava para cima e via o urso rosnando. Quando o urso dava uma folga, ouvia o urro das onças, prĂłximas do seu pĂ©. As onças embaixo querendo comĂȘ-lo e o urso em cima querendo devorĂĄ-lo. Em determinado momento, ele olhou para o lado esquerdo e viu um morango vermelho, lindo, com aquelas escamas douradas refletindo o sol. Num esforço supremo, apoiou seu corpo, sustentado apenas pela mĂŁo direita, e, com a esquerda, pegou o morango. Quando pĂŽde olhĂĄ-lo melhor, ficou inebriado com sua beleza. EntĂŁo, levou o morango Ă boca e se deliciou com o sabor doce e suculento. Foi um prazer supremo comer aquele morango tĂŁo gostoso. Deu para entender? Talvez vocĂȘ me pergunte: "Mas, e o urso?" Dane-se o urso e coma o morango!
E as onças? Azar das onças coma o morango! Se ele nĂŁo desistir, a onça ou o urso desistirĂŁo.... Ăs vezes, vocĂȘ estĂĄ em sua casa no final de semana, com seus filhos e amigos, comendo um churrasco. Percebendo seu mau humor, sua esposa lhe diz:
" Meu bem, relaxe e aproveite o Domingo! " . E vocĂȘ, chateado, responde: "Como posso curtir o Domingo se amanhĂŁ vai ter um monte de ursos querendo me pegar na empresa?" Relaxe e viva um dia por vez: coma o morango.
Problemas acontecem na vida de todos nĂłs, atĂ© o Ășltimo suspiro. Sempre existirĂŁo ursos querendo comer nossas cabeças e onças a arrancar nossos pĂ©s.
Isso faz parte da vida e Ă© importante que saibamos viver dentro desse cenĂĄrio. Mas nĂłs precisamos saber comer os morangos, sempre.
A gente nĂŁo pode deixar de comĂȘ-los sĂł porque existem ursos e onças.
VocĂȘ pode argumentar: "Eu tenho muitos problemas para resolver."
Problemas não impedem ninguém de ser feliz.
O fato de ter que conviver com chatos nĂŁo Ă© motivo para vocĂȘ deixar de gostar de seu trabalho. O fato de sua mulher estar com tensĂŁo prĂ©-menstrual nĂŁo os impede de tomar sorvete juntos. O fato de seu filho ir mal na escola nĂŁo Ă© razĂŁo para nĂŁo dar um passeio pelo campo. Coma o morango, nĂŁo deixe que ele escape. PoderĂĄ nĂŁo haver outra oportunidade de experimentar algo tĂŁo saboroso. Saboreie os bons momentos.
Sempre existirĂŁo ursos, onças e morangos. Eles fazem parte da vida. Mas o importante Ă© saber aproveitar o morango. Coma o morango quando ele aparecer. NĂŁo deixe para depois. O melhor momento para ser feliz Ă© agora. O futuro Ă© uma ilusĂŁo que sempre serĂĄ diferente do que imaginamos. As pessoas vĂȘem o sucesso como uma miragem. Como aquela histĂłria da cenoura pendurada na frente do burro que nunca a alcança. As pessoas visualizam metas e, quando as realizam, descobrem que elas nĂŁo trouxeram felicidade. EntĂŁo, continuam avançando e inventam outras metas que tambĂ©m nĂŁo as tornam felizes. Vivem esperando o dia em que alcançarĂŁo algo que as deixarĂĄ felizes. Elas esquecem que a felicidade Ă© construĂda todos os dias.
Lembre-se: a felicidade nĂŁo Ă© algo que vocĂȘ vai conquistar fora de vocĂȘ...
(Colaboração: Markão)
O DOM HUMANO DA FĂ
O movimento em torno da vinda do papa ao Brasil me lembrou da minha estrĂ©ia como monitora da disciplina de cultura religiosa na PUC-SP. Os alunos discutiam um texto que dizia que a fĂ© era adquirida por meio do batismo. Novata na filosofia, ignorante na teologia e, sobretudo, pretensiosa como Ă© comum ser aos 18 anos, contestei o dogma, afirmando que a fĂ© era uma possibilidade natural de todos os homens. Parecia-me, no mĂnimo, incongruente que sĂł os cristĂŁos tivessem a possibilidade da fĂ©.
Demorei para entender que o dom da fĂ© e o ato da fĂ© sĂŁo coisas distintas. Assim como nascemos com a possibilidade natural de falar, mas, para falarmos, Ă© preciso aprender uma lĂngua (ninguĂ©m simplesmente fala, mas fala portuguĂȘs, inglĂȘs, italiano...), o exercĂcio da fĂ© religiosa tambĂ©m implica o aprendizado e a introjeção de uma estrutura, que tem seus valores, suas regras e sua doutrina, alĂ©m de ser compartilhada por um povo ou por uma comunidade.
Ă isso que explica a existĂȘncia das diversas religiĂ”es, cada uma com suas interpretaçÔes e sua maneira especial de lidar com o sagrado.
Mas, existencialmente, a fĂ© Ă© esse dom humano de simplesmente crer em algo, que tanto pode ser um deus quanto a ciĂȘncia ou o fato de que alguĂ©m nos ama e de que realizaremos nossos objetivos...
Sem acreditar em alguma coisa, ficamos Ă s escuras e paralisados. As crenças nos fornecem os horizontes e os destinos dos nossos pensamentos, palavras e obras. Elas sĂŁo o alicerce de todo o nosso poder de criar mundo, vida, histĂłria. A fĂ© nĂŁo move sĂł montanhas mas tambĂ©m toda a nossa existĂȘncia.
Li, em algum lugar, que o medo é a fé no mal. E, quando temos fé no mal, ficamos como se estivéssemos aguardando que ele aconteça, isto é, nos preparamos para sofrer o mal. O mesmo acontece com todas as nossas emoçÔes e todas as nossas idéias, boas ou mås.
Elas nos pÔem de frente para o que pode acontecer e, de alguma maneira, nos empurram para que as coisas em que acreditamos, conscientemente ou não, aconteçam. A vida responde à nossa fé, às nossas crenças. E essa magia de fazer acontecer uma realidade começa com os nossos pensamentos e com as nossas palavras.
Lembro GuimarĂŁes Rosa, falando pela boca de Riobaldo: "...e como o que Ă© para ser sĂŁo as palavras...". Lembro tambĂ©m do GĂȘnesis: "No começo era o verbo..." e tambĂ©m "Deus disse, faça-se a luz, e a luz foi feita". Ă o poder de criar que começa pela palavra, mas se funda na crença de que algo, como a luz, pode ser feito.
[...] Sem acreditar em algo, ficamos às escuras; as crenças nos fornecem horizontes dos pensamentos, palavras e obras
DULCE CRITELLI, terapeuta e consultora existencial e professora de filosofia da PUC-SP, Ă© autora de "Educação e Dominação Cultural" e "AnalĂtica de Sentido" e coordenadora do Existentia -Centro de Orientação e Estudos da Condição Humana
Fonte: Folha de S.Paulo - 17/05/07
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