FM - Faculdade Mental

PENSE! - 09/02/2012

PENSANDO NA MOTIVAÃ‡ÃƒO

SOLIDÃƒO AFETA EQUIPES DE TRABALHO

English:
http://www.nytimes.com/2012/01/29/jobs/building-a-bridge-to-a-lonely-colleague-workstation.html
Wharton School of the University of Pennsylvania - http://www.wharton.upenn.edu/
University of Canterbury - http://www.canterbury.ac.nz/
California State University - http://www.csus.edu/
American Psychological Association - http://www.apa.org/
Conversas ruidosas e pausas para o cafÃ© motivam profissionais e nÃ£o devem irritar gestores...
Ã‰ solitÃ¡rio estar no topo, pelo menos Ã© o que dizem. Na verdade, nÃ£o importa onde uma pessoa estÃ¡ na hierarquia: funcionÃ¡rios de todos os nÃveis se sentem solitÃ¡rios, mesmo quando hÃ¡ muitos trabalhadores ao redor.
Pesquisas sobre solidÃ£o geralmente concentram-se na vida privada e em grupos que podem ter alguma tendÃªncia, como os idosos.
Alguns pesquisadores, no entanto, fizeram estudos sobre esse sentimento no local de trabalho e descobriram que ele afeta nÃ£o somente os indivÃduos mas tambÃ©m as organizaÃ§Ãµes como um todo.
A solidÃ£o Ã© uma percepÃ§Ã£o de isolamento ou estranhamento em relaÃ§Ã£o aos outros, diz Sigal G. Barsade, professora de administraÃ§Ã£o na Escola Wharton da Universidade da PensilvÃ¢nia. Ela surge da "necessidade humana de fazer parte de algo".
SolidÃ£o nÃ£o Ã© a mesma coisa que estar sÃ³ -condiÃ§Ã£o que pode ser positiva e bem-vinda. TambÃ©m nÃ£o Ã© sinÃ´nimo de depressÃ£o, embora as duas possam estar correlacionadas, diz Sarah Wright, palestrante sobre lideranÃ§a organizacional na Universidade de Canterbury em Christchurch, na Nova ZelÃ¢ndia.
Com a solidÃ£o, hÃ¡ uma necessidade de livrar-se da tristeza, "integrando-se em novos relacionamentos", explica. "Com a depressÃ£o, hÃ¡ um impulso de entregar-se a ela."
CONTAGIOSA
Como faz parte da condiÃ§Ã£o humana, a solidÃ£o muitas vezes Ã© considerada problema pessoal. Mas administradores talvez devessem vÃª-la tambÃ©m como uma questÃ£o organizacional, segundo pesquisa da professora Barsade e de Hakan Ozcelik, professor de economia na Universidade Estadual da CalifÃ³rnia em Sacramento.
Em um estudo recente com mais de 650 trabalhadores, os dois pesquisadores descobriram que a solidÃ£o -relatada tanto pelo sofredor como por seus colegas de trabalho- reduz a produtividade. Isso se mostrou verdadeiro para tarefas individuais ou coletivas.
Basta olhar para o que ela pode fazer com uma pessoa e vocÃª verÃ¡ por quÃª.
"A solidÃ£o tende a distorcer a cogniÃ§Ã£o social e influencia o comportamento interpessoal de um indivÃduo, resultando em maior hostilidade, negatividade, humor depressivo, ansiedade, falta de controle e menor cooperaÃ§Ã£o", lista Wright.
Barsade estÃ¡ investigando se a solidÃ£o tambÃ©m pode ser "contagiosa". Ela jÃ¡ havia verificado que emoÃ§Ãµes como raiva e felicidade no local de trabalho sÃ£o transmissÃveis.
DEPOIS DA DEMISSÃƒO
O que fazer? Primeiro, perceba que "a solidÃ£o Ã© uma emoÃ§Ã£o e devemos escutÃ¡-la", afirma Ozcelik.
Os que tentam combatÃª-la devem lembrar que, "na verdade, [esse sentimento] tem a ver com a qualidade dos relacionamentos, e nÃ£o com a quantidade", diz Barsade.
Um Ãºnico relacionamento prÃ³ximo com um colega pode fazer grande diferenÃ§a.
A recente crise econÃ´mica pode ter sido um fator que fez aumentar o sentimento de solidÃ£o no local de trabalho, diz Nancy S. Molitor, coordenadora de educaÃ§Ã£o pÃºblica para a AssociaÃ§Ã£o Americana de Psicologia e psicÃ³loga em uma clÃnica particular.
Mesmo entre pessoas que mantiveram seus empregos, afirma ela, as demissÃµes podem significar a perda de contato com alguÃ©m "que nÃ£o era apenas um colega de trabalho, mas um amigo".
Para combater o isolamento, os empregadores nÃ£o precisam necessariamente organizar mais festas, diz Ozcelik.
"Ser solitÃ¡rio no meio de uma multidÃ£o pode ser exaustivo", afirma. "Criar mais distraÃ§Ãµes nÃ£o ajudarÃ¡ essas pessoas."
CONVERSA E CAFÃ‰
Auxiliar um colega ou vocÃª mesmo a sair da solidÃ£o pode envolver medidas simples, como tirar um tempo para conversar, pedir ajuda em um projeto ou fazer um convite para o almoÃ§o.
Talvez os gestores nÃ£o devam se sentir tÃ£o irritados por uma pausa ruidosa para o cafÃ© de vez em quando ou por uma conversa mais longa sobre o jogo ou o programa de TV da noite passada.
Esses tipos de encontro podem promover ligaÃ§Ãµes que fazem as pessoas trabalhar com mais Ã¢nimo.
Mas, Ã s vezes, a solidÃ£o pode estar embutida no tecido de uma organizaÃ§Ã£o. Uma atmosfera de desconfianÃ§a, suspeita e medo pode fazer com que os funcionÃ¡rios sintam-se estranhos entre si, descreve Wright.
Mesmo sem esses elementos, o modo como o trabalho Ã© estruturado pode inibir ou reforÃ§ar a sensaÃ§Ã£o de comunidade, diz Barsade.
"Os gerentes precisam ser atenciosos para garantir que as equipes e seus componentes estejam envolvidos uns com os outros e ligados entre si", explica ela. "Sabemos que Ã© um mecanismo por meio do qual se realiza um bom trabalho."
TraduÃ§Ã£o de Luiz Roberto GonÃ§alves - Fonte: Folha de S.Paulo - 05/02/12.
MatÃ©ria original em inglÃªs:
http://www.nytimes.com/2012/01/29/jobs/building-a-bridge-to-a-lonely-colleague-workstation.html
Escola Wharton da Universidade da PensilvÃ¢nia - http://www.wharton.upenn.edu/
Universidade de Canterbury - http://www.canterbury.ac.nz/
Universidade Estadual da CalifÃ³rnia - http://www.csus.edu/
AssociaÃ§Ã£o Americana de Psicologia - http://www.apa.org/

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O VALOR DA CIDADANIA E A VIOLÃŠNCIA URBANA
Vivemos uma realidade em constante mutaÃ§Ã£o. SÃ£o pequenos episÃ³dios fÃ¡ticos como aquecimento global, Copa do Mundo, reforma ministerial, crise mundial etc. Mas nenhum outro fato Ã© tÃ£o preocupante como a violÃªncia urbana. As grandes cidades servem de palco para todo tipo de agressividade.
A sociedade prossegue solitÃ¡ria e neurÃ³tica, amargurada pela misÃ©ria fÃsica, pela burocracia esmagadora, pela corrupÃ§Ã£o policial, pela delinquÃªncia juvenil, pelo consumo de Ã¡lcool e drogas, pela fragmentaÃ§Ã£o familiar, configurando um real estado de macrocefalias urbanas.
Recentemente, um jovem realizou um bÃ¡rbaro massacre em uma escola no Rio de Janeiro, atirando em vÃ¡rias crianÃ§as. Como se esquecer do caso do menino JoÃ£o HÃ©lio e de muitos outros que chocaram a sociedade?
Como jÃ¡ havia previsto Thomas Hobbes, o homem tornou-se o lobo do homem.
Nossos representantes, em vez de se concentrarem em seu trabalho, estÃ£o mais preocupados em utilizar a vetusta prÃ¡tica de destruir os candidatos rivais, desmoralizando-se mutuamente na conquista do eleitorado.
Se o Estado fosse realmente um gerador de serviÃ§os pÃºblicos, e se todo o seu pessoal fosse constituÃdo de servidores do pÃºblico e nÃ£o se servissem do pÃºblico, indiscutivelmente terÃamos mais instrumentos para combater a pobreza e os fatores da marginalizaÃ§Ã£o, promovendo a integraÃ§Ã£o social da parcela menos favorecida da populaÃ§Ã£o.
Frederico Machado de Vilhena - Especialista em direito civil - Fonte: O Tempo - 05/02/12.

O GARGALO DO ENSINO
Consenso existe. Ã‰ generalizada a convicÃ§Ã£o de que todo o resto que faz uma sociedade alcanÃ§ar altos nÃveis de desenvolvimento depende da educaÃ§Ã£o. Com frequÃªncia, sÃ£o citados os exemplos de paÃses que fizeram opÃ§Ã£o pela educaÃ§Ã£o e pularam, em poucos anos, vÃ¡rias etapas de desenvolvimento econÃ´mico e social.
Da mesma forma, Ã educaÃ§Ã£o ou Ã falta dela Ã© atribuÃda a principal causa de nossos males. Constitucionalmente, a educaÃ§Ã£o Ã© direito do cidadÃ£o e dever do Estado. No entanto, esses objetivos encontram muitas dificuldades para se completarem. O Ãºltimo balanÃ§o, da ONG Todos pela EducaÃ§Ã£o, o prova.
Mais de 3,8 milhÃµes de jovens entre 4 e 17 anos estÃ£o fora da escola no Brasil. Esse nÃºmero equivale Ã populaÃ§Ã£o do Uruguai. A universalizaÃ§Ã£o da educaÃ§Ã£o fundamental, apesar de oferecida, nÃ£o se concretizou. Nenhum Estado conseguiu que 80% de seus jovens atÃ© 8 anos estivessem alfabetizados em 2010.
Governos, educadores e famÃlias tentam superar os entraves a essa meta, realizando experiÃªncias e implantando programas que despertem o interesse dos alunos no aprendizado.
Uma dessas providÃªncias foi a aboliÃ§Ã£o da reprovaÃ§Ã£o, que colocava em xeque a competÃªncia da prÃ³pria escola em aprovar o aluno.
Verificou-se tambÃ©m que, quanto mais cedo o aluno frequenta a escola, menos ele se evade dos estudos. O gargalo estaria, entÃ£o, na prÃ©-escola. Cerca de 20% das crianÃ§as brasileiras entre 4 e 5 anos estÃ£o ainda fora da escola. Comparados os Ãºltimos censos, nÃ£o houve aumento de matrÃculas na prÃ©-escola.
O ensino mÃ©dio atende a 83% da populaÃ§Ã£o entre 15 e 17 anos. NÃ£o obstante, sÃ³ 50,2% concluem os estudos atÃ© os 19 anos. Os motivos alegados para a evasÃ£o sÃ£o a falta de interesse e a necessidade de trabalhar. Este Ã© frequentemente incontornÃ¡vel, mas o defeito do primeiro estÃ¡ na famÃlia, nos educadores e na escola.
Uma prova: de dezenas de professores que o leitor teve, quantos o ajudaram efetivamente na sua educaÃ§Ã£o?
Fonte: O Tempo - 09/02/12.

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