PENSANDO EM CORAGEM
WORLD PRESS PHOTO OF THE YEAR 2009
World Press Photo:
http://www.worldpressphoto.org/
Foto: Mulher num terraço de Teerã grita em protesto contra a reeleição supostamente fraudulenta do conservador Ahmadinejad.
O fotógrafo italiano Pietro Masturzo, 29, gastou as magras economias para ir ao Irã por conta própria com a ideia de registrar o agitado clima social que antecedeu a eleição presidencial de 12 de junho. Não bastasse a falta de recursos e estrutura, Masturzo passou três dias na cadeia por fotografar marchas oposicionistas. Temendo ser novamente preso, passou a trabalhar escondido.
Uma das imagens lhe rendeu ontem o principal prêmio internacional de fotografia. A World Press Photo, ONG com sede em Amsterdã, Holanda, atribuiu o principal prêmio de 2009 a uma imagem que captura a coragem de uma mulher no terraço de um prédio residencial de Teerã gritando "Allah Akbar" (Deus é o maior) -frase que se tornou símbolo da revolta contra a reeleição supostamente fraudulenta do conservador Mahmoud Ahmadinejad. Há duas outras mulheres no terraço, nenhuma delas identificada. As três aparentam ser jovens e usam véus escuros.
A foto foi tirada na madrugada de 24 de junho, após mais um dia de repressão policial aos protestos oposicionistas. Masturzo estava hospedado na casa de amigos quando começou a ouvir os gritos. Pediu que traduzissem o que a mulher dizia, pegou a câmara e flagrou a cena, que não foi reproduzida por nenhum grande jornal. Segundo o júri, a imagem registrada, "além de ser bela, capta a tensão e a emoção do momento em que os protestos começaram a intensificar-se".
O fotógrafo italiano se disse surpreso por ter levado a melhor sobre colegas das grandes agências de fotografia. "Nunca pensei que fosse possível um freelancer ganhar o prêmio máximo", disse Masturzo à agência Associated Press. "Espero agora poder viver do meu trabalho."
O italiano, que venceu também na categoria "Pessoas nas Notícias - Reportagem" com uma série de imagens sobre as eleições no Irã, receberá o prêmio de 10 mil em cerimônia em Amsterdã no dia 2 de maio. O júri da World Press Photo, que passou duas semanas analisando 101.960 imagens captadas por 5.847 profissionais de 128 países, distinguiu este ano 63 fotógrafos de 23 países.
Entre os vencedores está o brasileiro Daniel Kfouri, terceiro colocado na categoria Esportes graças à foto do skatista brasileiro Bob Burnquist, que foi feita em setembro, no Anhembi em São Paulo.
Fonte: Folha de S.Paulo - 13/02/10.
World Press Photo:
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(COLABORAÇÃO: PROFESSORA ADRIANA FILETO)
PARA REFLETIR...
"Perguntaram a um coronel do BOPE (Polícia de Elite do RJ), se ele perdoaria os traficantes que derrubaram o helicóptero da PM, matando 3 policiais.
A resposta:
"Eu creio que a tarefa de perdoá-los cabe a DEUS. A nossa tarefa é de simplesmente PROMOVER o ENCONTRO"
(Colaboração: Markão)
REPENSAR O FUTURO
A "Economist" destacou na manchete on-line que o "Big Oil", as grandes companhias de petróleo, "está sendo forçado a repensar seu futuro". A Shell divulgou ontem resultados desastrosos em 2009. Sem "reservas sustentáveis", já havia anunciado no dia anterior o investimento bilionário no "etanol de cana-de-açúcar" do Brasil. Outras buscam alternativas em gás. Em suma, no título, "Para além daquela coisa preta", o petróleo.
Toda Mídia (http://www.todamidia.folha.blog.uol.com.br ) - Nelson de Sá - Fonte: Folha de S.Paulo - 05/02/10.
Matéria original em inglês:
http://www.economist.com/businessfinance/displayStory.cfm?story_id=15473681&source=features_box_main
TROTE PODE SER TRADICIONAL OU AÇÃO SOLIDÁRIA
Se a lista de aprovados no vestibular trouxe uma boa notícia, agora é hora de separar a blusa mais velhinha, a calça jeans mais surrada e se preparar para a maratona de brincadeiras que esperam bixos e bixetes. O trote está aí.
Nesta semana, calouros de universidades como USP, Insper, Unicamp, Mackenzie e PUC-SP vão, de alguma forma, passar por esse momento.
No Mackenzie, o trote será solidário. Hoje, haverá doações de água e biscoito para as vítimas das enchentes, doação de sangue e cadastro para ser doador de medula óssea. No Insper, a semana tem palestras, gincana e aula magna. Na PUC, em paralelo à programação elaborada pela universidade, os veteranos promovem fora dos campi as brincadeiras mais tradicionais do trote (leia mais sobre o trote solidário na pág. 4).
Por tradicional, entende-se calouros pintados pedindo dinheiro no sinal, cabeças raspadas, festa e brincadeiras.
É isso o que espera os calouros de USP e Unicamp hoje. Veteranos dessas universidades costumam se antecipar ao início das aulas e recebem os novos colegas com trote já na matrícula, que começou ontem.
Bruno Cesar Burin, 20, diz que está ansioso. A brincadeira já começou. No dia em que soube que tinha passado para engenharia química na USP, correu para comemorar no cursinho onde estudou. Lá foi pintado e teve a cabeça parcialmente raspada. "Já está faltando metade do cabelo."
A ansiedade, conta Bruno, tem motivo. Ele fez três anos de pré-vestibular, chegou a passar para o mesmo curso na UFSCar (federal de São Carlos), estudou lá durante um mês e desistiu para correr atrás de seu sonho, a Poli. "Vou adorar voltar para casa de ônibus, sujo de tinta. Os vizinhos vão ver que todo o meu esforço valeu a pena."
O momento pelo qual Bruno vai passar é único e socialmente importante, afirma Antônio Zuin, professor do departamento de educação da UFSCar e autor do livro "O Trote na Universidade: Passagens de um Rito de Iniciação". "Ele [o momento] marca a passagem da fase da constituição da adolescência para a fase adulta", diz.
Mas, para quem não tem a disposição de Bruno, Oswaldo Crivello Júnior, coordenador do grupo pró-calouro da USP, deixa o recado: ninguém é obrigado a participar e, caso sinta que está sofrendo algum abuso, deve procurar a universidade. O número do disque-trote da USP é 0800-0121090, e o serviço já está funcionando.
"Venham sem medo e aproveitem este momento de festa", diz Crivello Júnior.
Patrícia Gomes - Fonte: Folha de S.Paulo - 09/02/10.
ARTISTAS PROTEGEM CALOUROS DE EXCESSO NA PUC
Quanto vale um bixo em dia de trote? Na PUC-SP, calouros em apuros valem uma mágica, uma poesia, um truque de ilusionismo.
Como anjos da guarda, um grupo de dez artistas formado por palhaços, músicos, bailarinos e ilusionistas se infiltram entre os alunos durante o trote, identificam calouros em potenciais situações de risco e, na base da brincadeira, ajudam o aluno a escapar de seu veterano.
"A gente perguntou: "Se eu fizer uma mágica e você gostar, você me dá o seu bixo?'", conta o mágico Ricardo Malerbi, sobre a forma como conseguiu liberar um calouro visivelmente embriagado cercado por veteranos no trote do ano passado.
Malerbi participou da primeira edição da brincadeira, há dois anos. "O objetivo era reduzir os danos do trote violento. A universidade podia usar a força da polícia, mas achou por bem que essa intervenção fosse de forma lúdica", diz.
Para alunos que parecem ter bebido além da conta, os artistas propõem trocar uma latinha de cerveja por um copo d'água. Oferecem ainda barrinha de cereal e doce.
"Os alunos ficam em situação deplorável. Beberam em excesso, passaram o dia sem comer, debaixo do sol, no farol. Nós vamos lá ajudar", diz Anelise Mayumi, que faz parte da coordenação da ação deste ano. Para esta edição, a PUC contratou dez artistas, incluindo Anelise.
Infiltrados entre calouros e veteranos e devidamente paramentados como artistas -roupas, adereços, maquiagem-, eles seguem em busca de quem precisa de ajuda. O alvo principal são pequenas aglomerações. Nelas, os calouros podem estar em situação de desvantagem. "Quando estão de um para um, eles [os calouros] têm mais facilidade de se defender. Identificada a roda, os artistas partem para a ação.", diz Anelise
É nessa hora que o trabalho deles vira moeda de troca.
No ano passado, até na orientação do trânsito eles ajudaram. "A rua da PUC fica tomada por jovens, mas os carros continuam passando", conta Mayumi. Então, para evitar acidentes, os palhaços, cantando e dançando, ajudavam a abrir caminhos no meio da multidão.
Já é o terceiro ano que a PUC usa essa estratégia.
Fonte: Folha de S.Paulo - 09/02/10.
BOAS-VINDAS - FACULDADES PROPÔEM TROCAR O TROTE PELA RECEPÇÃO A CALOUROS
Em vez de litros de tinta guache, quilos de alimento não perecível; no lugar de um churrasco regado a cerveja, uma palestra com alguém renomado no mercado; melhor do que um dia inteiro pedindo dinheiro no sinal para organizar uma festa, uma arrecadação para uma entidade de apoio social.
Para tentar coibir a prática de trotes violentos na chegada dos novos alunos, as universidades institucionalizaram a recepção dos calouros, organizando as atividades de boas-vindas e oferecendo, além de palestras sobre a instituição, a oportunidade de alunos participarem de campanhas sociais.
A Fundação Educar DPaschoal confere o prêmio Trote da Cidadania às melhores iniciativas e dá ideias de como organizar um evento de recepção solidária no site www.troteda cidadania.org.br. Nesse espírito, a Fiap promove uma arrecadação de alimentos, que vai beneficiar 12 instituições beneficentes. Apenas no primeiro dia, foram reunidos 872 quilos de mantimentos.
A estratégia da ESPM-SP para desestimular o trote é combinar brincadeiras, como futebol de sabão e campeonato de truco, com ações solidárias, como a entrega de material didático à Fundação Gol de Letra.
Apesar da preocupação da ESPM, um incidente envolvendo dois calouros na semana passada foi registrado nas imediações da escola -um deles ficou ferido depois de uma briga e foi parar no hospital. A instituição afastou o agressor das atividades acadêmicas e levou o caso ao seu Conselho Acadêmico, que apura os fatos.
Em São Paulo, uma lei de 1999 proíbe o trote violento e obriga instituições a tomarem as medidas cabíveis quando isso ocorrer. A lei surgiu após a morte de Edson Hsueh, calouro de medicina da USP, que se afogou na piscina numa festa.
Segundo Antonio Zuin, professor da UFSCar que estudou o trote e publicou um livro a respeito, o ocorrido marca um divisor de águas na forma como a instituição lida com o trote.
Na USP, a partir de 1999 as denúncias de agressão podem ser feitas pelo disque-trote, um serviço que fica disponível ao aluno das 9h às 21h por quatro semanas. Segundo Oswaldo Crivello Júnior, coordenador do grupo pró-calouro da USP, o número de queixas tem diminuído ao longo dos anos. "No início, não havia a organização da instituição. Só os veteranos cuidavam disso [de receber os alunos novos]", diz o professor.
Fonte: Folha de S.Paulo - 09/02/10.
ERRAR É PARTE DA BUSCA PELA VERDADE
Muitos analistas de política americana vêm condenando o governo de Barack Obama, que completou um ano, a um prematuro e retumbante fracasso. Este não é o espaço para discutir a procedência de tais vaticínios.
Mas Obama merece crédito ao menos por ter adotado atitude rara em pessoas públicas, políticos e jornalistas em particular: a capacidade de admitir seus próprios erros.
Em pelo menos três ocasiões, duas delas em entrevistas a veículos de comunicação, disse, com poucos rodeios, que ou ele ou sua administração (por cujo comportamento assume responsabilidade final, outro comportamento cada vez mais incomum entre governantes) cometeram equívocos.
Para efeito de comparação com um de seus predecessores, Richard Nixon só aceitou em público inúmeros e trágicos desacertos anos após ter deixado o poder, e por conta do magnífico trabalho de um jornalista, registrado no filme indicado ao fim deste texto.
Nestes quase dois anos no exercício da função de ombudsman, observo a enorme relutância por parte de muitos colegas em aceitar que erraram, mesmo quando é impossível negá-lo. A Folha historicamente tem sido o veículo de renome brasileiro mais aberto a publicar correções. A seção "Erramos", em sua forma atual, completa 19 anos no próximo dia 17.
Uma tese de mestrado em comunicação foi escrita sobre ela em 1998 por Mirna Feitoza Pereira. A conclusão é que "o erro faz parte da busca pela verdade. É só a partir de sua descoberta que é possível elaborar uma representação mais fiel e completa do objeto. Verdade e erro constituem-se em representações complementares, capazes de diminuir a fenda que há entre a realidade e a sua representação".
Esta é uma das razões por que é tão importante reconhecer os erros num jornal. Proceder assim diminui a possibilidade de repeti-los, ajuda-o a aperfeiçoar o trabalho futuro, oferece ao leitor uma visão mais aproximada dos fatos relatados e da maneira como seu relato é construído.
Além disso, como ressalta o "Manual da Redação", essa disposição de reforçar seus próprios erros revela o esforço institucional de ser transparente com o leitor, essencial para o estabelecimento de vínculo de confiança.
É uma pena que com frequência a determinação do "Manual" ("A Folha retifica, sem eufemismos, os erros que comete; a retificação deve ser publicada assim que a falha for constatada") não seja cumprida.
As atribulações do cotidiano de produção do jornal diário, muito bem descritas no livro abaixo recomendado, explicam não só por que tantos erros ocorrem, mas também por que as correções às vezes atrasam. Mas não justificam nem uma coisa nem outra.
É indispensável empenho cada vez maior para diminuir o número de erros e para registrá-los para o leitor de modo límpido e rápido quando não forem evitados.
Carlos Eduardo Lins da Silva - Fonte: Folha de S.Paulo - 07/02/10.
Não deixem de enviar suas mensagens através do “Fale Conosco” do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php