PENSANDO NOS GOLFINHOS
THE COVE (A ENSEADA)
English:
http://festival.sundance.org/2009/film_events/films/cove
Trailer:
http://www.thecovemovie.com/
Uma trégua na matança. Alertados por documentårio sobre a crueldade da caça aos golfinhos, japoneses libertam setenta animais capturados. Outros 20 000 serão mortos neste ano.
Todos os anos, em setembro, abre-se a temporada de caça ao golfinho no JapĂŁo. Durante seis meses, 20 000 sĂŁo mortos de maneira rudimentar e dolorosa na costa do paĂs. Os caçadores os encurralam com redes ou os atacam com arpĂ”es, formando uma imensa mancha vermelha no oceano. Os animais retirados da ĂĄgua ainda com vida recebem golpes fatais com facĂ”es e machados. A caça ao golfinho Ă© um costume no JapĂŁo hĂĄ quatro sĂ©culos, mas neste ano vem enfrentando inĂ©dita oposição. O motivo Ă© o documentĂĄrio americano The Cove (A Enseada, em portuguĂȘs), lançado no fim de julho nos Estados Unidos. O filme, que denuncia a matança dos golfinhos no JapĂŁo, ganhou mais de uma dĂșzia de prĂȘmios em festivais de cinema como o Sundance Film Festival. Mesmo sem ter exibição prevista nas salas de cinema japonesas, The Cove levantou um debate acerca do tema no JapĂŁo, onde, dizem os documentaristas, a maioria da população Ă© alheia Ă forma como esses animais sĂŁo mortos. Muitos japoneses assistiram a cenas do documentĂĄrio na internet e ficaram horrorizados com o que viram. Na semana passada, anunciou-se que, num gesto inĂ©dito, setenta golfinhos foram libertados por seus captores.
Aqueles que defendem a caça de golfinhos dizem que a atividade representa o sustento de diversas comunidades de pescadores. OrganizaçÔes de defesa dos direitos dos animais rebatem. Seu argumento Ă© que o massacre se destina a diminuir a população de golfinhos e, dessa forma, aumentar a dos peixes que lhes servem de alimento â mais rentĂĄveis para os pescadores. A carne de golfinho Ă© relativamente barata e nĂŁo Ă© considerada uma iguaria como a de baleia. Os mĂ©dicos advertem que ela tambĂ©m representa um perigo Ă saĂșde, pelo alto teor de mercĂșrio. "A maioria das pessoas nem sequer faz ideia de como Ă© arriscado consumi-la", diz Ric OâBarry, um dos autores do documentĂĄrio. OâBarry capturou e treinou os cinco golfinhos-nariz-de-garrafa que atuaram em Flipper, sĂ©rie de televisĂŁo da dĂ©cada de 60.
As 67 espĂ©cies de golfinho que existem nos oceanos se reproduzem muito lentamente. A gestação demora, em mĂ©dia, um ano. O filhote precisa de atenção integral da mĂŁe atĂ© cerca de 1 ano e meio de idade. Ă questĂŁo ambiental, somem-se razĂ”es de ordem emocional para a repulsa Ă matança dos golfinhos. "AlĂ©m de mamĂferos, como os homens, eles sĂŁo extremamente dĂłceis e sociĂĄveis", diz a biĂłloga paranaense Gislaine Filla, especialista no estudo desses animais. The Cove serĂĄ exibido no Festival Internacional de Cinema de TĂłquio, no mĂȘs que vem. Talvez o documentĂĄrio possa, pelo menos, colaborar para que os mĂ©todos de eliminação dos golfinhos se tornem menos cruĂ©is.
Paula Neiva - Fonte: Veja - Edição 2131.
Veja o vĂdeo/Trailer:
http://www.thecovemovie.com/
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(COLABORAĂĂO: PROFESSORA ADRIANA FILETO)
BOA AĂĂO â FUNDAĂĂO PĂS DESCALĂOS
A colombiana Shakira , 32, foi premiada, mas a recompensa nĂŁo tem nada a ver com mĂșsica. A seção alemĂŁ do Unicef (Fundo das NaçÔes Unidas para a InfĂąncia) premiou a cantora pelos seus projetos que promovem a educação infantil, como a fundação PĂ©s Descalços.
Fonte: Folha de S.Paulo â 22/09/09.
A Fundação - http://www.fundacionpiesdescalzos.com/joomla/
MORAR JUNTO ESTRAGA O CASAMENTO
Quer que o seu romance dure? Mantenha distĂąncia. Segundo um estudo feito nos EUA, casais que jĂĄ vivem juntos antes de oficializar sua uniĂŁo (e por isso tĂȘm as tĂpicas briguinhas de quem mora junto) correm atĂ© 90% mais risco de se divorciar do que os casais que sĂł passam a morar juntos apĂłs o matrimĂŽnio.
CiĂȘncia Maluca (http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/) - Fonte: Super Interessante - Edição 269.
QUANDO SE TEM 40 ANOS OU MAIS
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que jå vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Jå não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniÔes onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
JĂĄ nĂŁo tenho tempo para conversas interminĂĄveis, para discutir assuntos inĂșteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
JĂĄ nĂŁo tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronolĂłgica, sĂŁo imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretårio geral do coral.
Lembrei-me agora de MĂĄrio de Andrade que afirmou: 'As pessoas nĂŁo debatem conteĂșdos, apenas os rĂłtulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rĂłtulos, quero a essĂȘncia, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial.
(Colaboração: Emerson Campos)
DEVO PEDIR CHAMPANHE OU CIANURETO?
O grande Cole Porter tem uma letra de mĂșsica que diz: "QuestĂ”es conflitantes rondam minha cabeça/devo pedir cianureto ou champanha?"
Sinto-me assim, como articulista. Para que escrever? Nada adianta nada. Ando em crise, como vejo nos desenhos do excepcional Angeli, gĂȘnio da HQ. E como meu trabalho Ă© ver o mal do mundo, um dia a depressĂŁo bate. NĂŁo aguento mais ver a cara do Lula de bonĂ©, dançando xaxado pelo prĂ©-sal; nĂŁo aguento mais ver o Sarney mandando no paĂs, transformando-nos num grande "MaranhĂŁo", com o PT no bolso do jaquetĂŁo de teflon, enquanto comunistas, tucanistas e fascistas discutem para ver quem Ă© mais de "esquerda" ou de "direita", com o Estado loteado entre pelegos sem emprego e um governo regressista nos jogando de marcha a rĂ© para os anos 40; nĂŁo dĂĄ mais para ouvir quantos campos de futebol foram destruĂdos por mĂȘs na AmazĂŽnia, quando ninguĂ©m jamais consegue impedir as queimadas na regiĂŁo, enquanto ecochatos correm nus na Europa, fazendo ridĂculos protestos contra o efeito estufa; passo mal quando vejo a cara dos oportunistas do MST, com a bĂȘnção da Pastoral da Terra, liderando pobres diabos para a "revolução" contra o capitalismo; nĂŁo aguento secretĂĄrios de Segurança falando em "forças-tarefas" diante de presĂdios que nem conseguem bloquear celulares; nĂŁo suporto a polĂȘmica nacionalismo pelego X liberalismo tucano de hĂmen complacente; tenho enjoo com vagabundos inĂșteis falando em "utopias", bispos dizendo bobagens sobre economia, acadĂȘmicos rancorosos decepcionados, mas secretamente apaixonados pela velha esquerda.
Tremo ao ver a RepĂșblica tratada no passado, nostalgias de tortura, indenizaçÔes para moleques, heranças malditas, ossadas do Araguaia e nenhuma reforma no Estado paralĂtico e patrimonialista; nĂŁo tolero mais a falta de imaginação ideolĂłgica dos homens de bem, comparada com a imaginação dos canalhas, o que nos leva Ă retĂłrica de impossibilidades como nosso destino fatal, e vejo que a Ășnica coisa que acontece Ă© que nĂŁo acontece nada, apesar dos bilhĂ”es em propaganda para acharmos que algo acontece.
NĂŁo aturo essa dĂșvida ridĂcula que assola a reflexĂŁo polĂtica: paralisia X voluntarismo, processo X solução, continuidade X ruptura; deprimo quando vejo a militĂąncia dos ignorantes, a burrice com fome de sentido, tenho engulhos ao ver a mĂsera liberdade como produto de mercado, ĂȘxtases volĂșveis de "clubbers" e punks de butique, descolados dentro de um chiqueirinho de irrelevĂąncias, buscando ideais como a bunda perfeita, bundas ambiciosas, querendo subir na vida, bundas com vida prĂłpria, mais importantes que suas donas; odeio recordes sexuais, prĂłteses de silicone, pĂȘnis voadores, sucesso sem trabalho, a troca do mĂ©rito pela fama; nĂŁo suporto mais anĂșncio de cerveja com louras burras, detesto bingo, "pitbulls", balas perdidas, suspense sobre espetĂĄculo de crescimento que sĂł acontece na mĂdia; abomino mulheres divididas entre a piranhagem e a peruice. Onde estĂĄ a delicadeza do erotismo clĂĄssico, a poĂ©tica do ĂȘxtase?
Repugnam-me os sorrisos luminosos de celebridades bregas, passos-de-ganso de manequim, notĂcias sobre quem come quem; horroriza-me sermos um bando de patetas de consumo, crianças brincando num shopping, enquanto os homens-bomba explodem no oriente e ocidente, enquanto desovam cadĂĄveres na faixa de Gaza e em Ramos, com ĂŽnibus em fogo no Jacarezinho e HeliĂłpolis, museus superfaturados evocando retorcidos bombardeios em vez de hospitais e escolas, espaços culturais sem arte alguma para botar dentro, a nĂŁo ser sinistras instalaçÔes com sangue de porco ou latinhas de cocĂŽ de artistas picaretas vestidos de "contemporĂąneos".
NĂŁo aguento chuvas em SĂŁo Paulo e desabamentos no Rio, enquanto a Igreja Universal constrĂłi templos de mĂĄrmore com dinheiro arrancado dos pobres, e Sonia Hernandez, a perua de Cristo do Renascer, reza de mĂŁos dadas com Dilma Rousseff de olhos fechados, orando pelos ideais de ZĂ© Dirceu.
Enquanto isso, formigueiros de fiĂ©is bĂĄrbaros no IslĂŁ recitam o CorĂŁo com os rabos para cima antes de pilotar caminhĂ”es-bomba, xiitas sangrando, sunitas chorando, tudo no tĂŁo mal começado sĂ©culo XXI; nĂŁo aguento ver que a pior violĂȘncia Ă© nosso convĂvio cĂ©tico com a violĂȘncia, o mal banalizado e o bem como um charme burguĂȘs; nĂŁo quero mais ouvir falar de "globalização", enquanto meninos miserĂĄveis fazem malabarismo nos sinais de trĂąnsito, cariocas de porre falando de polĂtica e paulistas de porre falando de mercado, festas de celebridades com cascata de camarĂŁo, matĂ©ria paga com casais em bodas de prata.
Lula com outro bonĂ©, polĂticos se defendendo de roubalheira, falando em "honra ilibada", "conselho de Ă©tica arquivado", suplentes cabeludos e suplentes carecas ocultando os crimes, anĂșncios de celulares que fazem de tudo, atĂ© "boquete"; dĂĄ-me repulsa ver mulheres-bomba tirando foto com os filhinhos antes de explodir e subir aos cĂ©us dos imbecis; odeio o prazer suicida com que falamos sem agir sobre o derretimento das calotas polares, polĂȘmicas sobre casamento gay, racismo pedindo leis contra o racismo; odeio a pedofilia perdoada na Igreja, vomito ao ver aquele rato do IrĂŁ falando que nĂŁo houve Holocausto, sorrindo ao lado do ChĂĄvez, cercados pelas caras barbudas de boçal sabedoria de aiatolĂĄs; repugnam-me as bochechas da presidente Cristina Kirchner destruindo a Argentina, Maluf negando nossa existĂȘncia, Pimenta das Neves rebolando em cima dos buracos do CĂłdigo Penal; confrange-me o papa rezando contra a violĂȘncia com seus olhinhos violentos; nĂŁo suporto cĂșpulas do G-20 lamentando a misĂ©ria para nada; tenho medo de tudo, inclusive da minha renitente depressĂŁo; estou de saco cheio de mim mesmo, dessa minha esperançazinha dĂ©modĂ© e iluminista de articulista do "bem", impotente diante do cinismo vencedor de criminosos polĂticos.
DaĂ, faço minha a dĂșvida de Cole Porter: devo pedir ao garçom uma pĂlula de cianureto ou uma "flĂ»te" de champanhe rosĂ©?
Arnaldo Jabor (http://www.arnaldojabor.blogger.com.br/) - Fonte: O Tempo â 22/09/09.
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http://www.faculdademental.com.br/fale.php