PENSANDO EM FONĂMENOS III
FENĂMENOS POUCO CONHECIDOS III (CĂRCULOS DE GELO)
English:
http://www.timesonline.co.uk/tol/news/uk/article5510022.ece
http://www.dailymail.co.uk/news/article-1114071/Ice-Walker-discovers-10ft-wide-spinning-frozen-arctic-circle-British-waters-time.html
http://www.mondovista.com/mysticise/
CĂrculos de gelo.
Enquanto muitos acreditem que estes cĂrculos perfeitos sejam obra de alguma teoria da conspiração, os cientistas geralmente aceitam que eles sĂŁo formados por turbilhĂ”es dÂŽĂĄgua que giram em um considerĂĄvel pedaço de gelo, em um movimento circular. Como resultado desta rotação, outros pedaços de gelo e objetos gerados pelo desgaste uniforme nas bordas do gelo vĂŁo lentamente formando um cĂrculo.
(Colaboração: Tadeu - Curitiba)
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EDUCANADĂ
O Centro de Educação Canadense vai promover, em setembro, o evento de intercĂąmbio estudantil EduCanadĂĄ, em SĂŁo Paulo, BrasĂlia e Recife. O CanadĂĄ vai investir 18 milhĂ”es de dĂłlares canadenses em um novo programa de bolsas para estudantes estrangeiros. O programa Futuros LĂderes nas AmĂ©ricas terĂĄ 1.600 novas bolsas para estudantes da AmĂ©rica Latina e do Caribe.
Mercado Aberto â Guilherme Barros â Fonte: Folha de S.Paulo â 15/08/09.
Centro de Educação Canadense - http://www.studycanada.ca/brazil/
Mais Detalhes â http://www.educanada.com.br/
CONVIVĂNCIA NO MUNDO CORPORATIVO
Penso que uma das coisas mais difĂceis nesta nossa breve permanĂȘncia aqui, neste estado o qual chamamos vida, Ă© a convivĂȘncia. Convivemos com as pessoas que amamos, mas ao mesmo tempo temos de conviver com aquelas que nĂŁo amamos, ou muitas vezes pensamos, odiamos. Convivemos com aquilo que desejamos e desejamos outras convivĂȘncias que Ă s vezes procuramos incansavelmente, enquanto simplesmente convivemos. Temos, porque neste mundo nĂŁo se pode viver sozinho. NĂŁo que nĂŁo seja permitido, mas em geral as consequĂȘncias sĂŁo desagradĂĄveis jĂĄ que plena solidĂŁo nĂŁo costuma trazer benefĂcios.
Para pessoas que jĂĄ se encontram no mundo corporativo, este mundo dentro do outro mundo em que vivemos, o exercĂcio da convivĂȘncia Ă© um esforço diĂĄrio que traz todas as consequĂȘncias possĂveis. SĂŁo interessantes, intrigantes, felizes, engraçadas, tristes, prazerosas, extremamente excitantes, entre outras tantas que poderiam ser enumeradas num comprido rol, se tomĂĄssemos comentĂĄrios de algumas pessoas deste meio. Aprendemos muito, alĂ©m de ensinarmos tambĂ©m. Deparamo-nos com seres totalmente diferentes de nĂłs e reciclamos modos e alguns conhecimentos, aprendendo ao mesmo tempo a descartar outros, pois nĂŁo sĂł no mundo corporativo, mas fora dele aprendemos e ouvimos, nĂŁo exatamente nesta ordem, muitas coisas que para nada servem. Aprendemos a sermos gentis com a estupidez de muitos, enquanto ensinamos outros com a nossa prĂłpria. Sim, mesmo porque ninguĂ©m Ă© perfeito. O Ășnico que era, infelizmente nĂŁo conseguiu ficar muito tempo entre nĂłs, e eu aqui em meus pensamentos, preces e consideraçÔes fico me perguntando, por quĂȘ. Aprendemos a ter paciĂȘncia com a impaciĂȘncia de muitos que pela posição, pressĂŁo ou falta de oportunidade de aprender, ou ainda oportunidade demais no momento errado, começou por um nĂvel que somente deveria ser adquirido naquele entĂŁo em que a maturidade lhe desse bagagem suficiente para gerir a posição e o poder. Poder... No mundo corporativo, provavelmente depois do crĂ©dito no final do mĂȘs, que pode vir via banco (on-line), cheque, envelope ou mesmo dinheiro colocado assim digamos, diretamente no bolso, este talvez seja um dos mais almejados resultados ou metas. Ă claro que vemos muitos que, uma vez com o poder na mĂŁo e/ou o dinheiro no bolso, perdem completamente ou esquecem tudo aquilo que foi aprendido e serviria para melhorar sensivelmente a convivĂȘncia. Bom senso cabe em qualquer lugar. AtĂ© na cabeça de um imbecil, ainda que ele tenha adquirido este estado de espĂrito por conta da sua posição, fortuna ou simplesmente classificação, ainda que equivocada.
No mundo corporativo cabe, embora muita gente ache que nĂŁo, termos como, âpor favorâ, âobrigadoâ, âpois nĂŁoâ, e outros nĂŁo menos interessantes como âbom-diaâ, âboa-tardeâ e âatĂ© logoâ ou âtchauâ. Mesmo que a convivĂȘncia seja quase plena, numa jornada de oito, dez ou doze horas, eles ainda devem fazer parte do colĂłquio nestas pequenas comunidades corporativas que chamamos de empresa.
SĂŁo tantos os aprendizados e as necessidades de reciclagem que fatalmente as dificuldades, surpresas e decepçÔes virĂŁo, mas conforme foi comentado no inĂcio conviver Ă©, em minha opiniĂŁo uma das coisas mais difĂceis entre as que nos deparamos na vida. Muitas vezes levamos toda a nossa vida profissional e toda ou parte da nossa pessoal tentando conviver pacificamente com talvez uma das mais verdadeiras ânon gratiâ atitudes que conhecemos: A falsidade. No mundo corporativo Ă© comum dizer que ela faz parte, embora devesse ser desprezĂvel. Fora, ela quase sempre nĂŁo Ă© estimada. Quase.
Por: Eribaldo Bezerra dos Santos
SĂŁo Paulo, 29 de Julho de 2009
A GENTE VAI LEVANDO
O socorro financeiro do governo Lula, via BNDES, Ă s faculdades particulares Ă© umas daquelas histĂłrias tĂpicas do "vai levando" brasileiro, em que um erro se sobrepĂ”e a outro e um apuro privado vira uma fatura coletiva.
NĂŁo foi a crise mundial que "quebrou" as faculdades. O problema Ă© anterior, causado pelo crescimento desenfreado do setor, inflado por quem nĂŁo tinha fĂŽlego para tanto.
Entre 2004 e 2007, a rede particular ampliou em 482,7 mil o nĂșmero de vagas no vestibular, mas a quantidade de alunos ingressantes no ensino superior aumentou em apenas 167,6 mil. Assim, sem demanda, nĂŁo hĂĄ negĂłcio que resista.
O pior é que o sistema engordou, sobretudo, no quarto dos fundos, com instituiçÔes de péssima qualidade e muitos cursos para carreiras jå saturadas -direito, por exemplo.
Por conveniĂȘncia polĂtica, o MinistĂ©rio da Educação fechou os olhos para esse crescimento -mesmo sabendo que o ensino mĂ©dio vinha diminuindo de tamanho (9,1 milhĂ”es de estudantes em 2004 para 8,2 milhĂ”es em 2007, em decorrĂȘncia da evasĂŁo escolar e do envelhecimento da população).
Em vez de impor exigĂȘncias prĂ©vias e rĂgidas para garantir a qualidade dos novos cursos nas universidades e tentar direcionĂĄ-los para as ĂĄreas nas quais o mercado de trabalho Ă© carente (engenharia, fĂsica etc.), o governo priorizou as estatĂsticas -situação, vale ressaltar, que ocorre desde FHC.
Claro, enche o peito de qualquer polĂtico poder dizer que mais brasileiros estĂŁo na faculdade e coisa e tal. O duro Ă© fazer isso com responsabilidade. O resultado estĂĄ aĂ: centenas de instituiçÔes com o pires na mĂŁo e milhares de jovens iludidos, com diplomas de baixa serventia.
E a situação não deve melhorar: a tal linha de crédito de R$ 1 bilhão do BNDES praticamente não distingue o ensino sério do picareta -instituiçÔes que possuam cursos considerados ruins pelo próprio governo federal também terão direito de abocanhar uma parte.
RogĂ©rio Gentile â Fonte: Folha de S.Paulo â 10/08/09.
HIROSHIMA FOI UMA âVITĂRIAâ DA CIĂNCIA
Eu ia escrever sobre as bombas de lama que caem sobre a população brasileira, enviadas pelos senadores do mal. Mas, lembrei-me que hĂĄ cinco dias (64 anos no tĂșnel do tempo), em 6 e 9 de agosto de 1945, os norte-americanos destruĂram Hiroshima e Nagasaki. NinguĂ©m fala mais nisso. Os jornais esqueceram. Por isso, todo ano me repito e escrevo sobre a bomba nessa data, nĂŁo para condenar um dos maiores crimes da humanidade. Mas para lembrar aos que fazem o favor de me ler que o impensĂĄvel pode acontecer sempre. O horror se moderniza, mas nĂŁo acaba.
Agora, nĂŁo temos mais a Guerra Fria; ficamos com a guerra escaldante do deserto - naçÔes islĂąmicas e nucleares -, a mais perigosa combinação: fanatismo e poder. Vivemos dois campos de batalha sem chĂŁo; de um lado, a mĂĄquina americana comandada pela lĂłgica do turvo capitalismo, apesar e alĂ©m de Obama. De outro lado, os homens-bomba multiplicados por mil. E eles amam a morte. Imaginem homens-bomba nucleares... PaquistĂŁo, Ăndia, Israel e, um dia desses, o IrĂŁ. Sem falar na Coreia do Norte, RĂșssia e na inveja letal que o grande progresso da China poderĂĄ provocar no Ocidente americano.
Vivemos hoje na era inaugurada por Hiroshima: um tempo em que o suicĂdio da humanidade virou uma escolha polĂtica e militar. Os computadores do PentĂĄgono oscilam: valerĂĄ ou nĂŁo a pena continuarmos atĂŽmicos? HĂĄ poucos meses, no trĂĄgico perĂodo Bush, jĂĄ recauchutaram 10 mil bombas "velhas", para que rejuvenesçam e durem mais.
Em Hiroshima, inaugurou-se a "guerra preventiva" de hoje. Enquanto o holocausto dos judeus na Segunda Guerra fecha o sĂ©culo 20, por conta de contradiçÔes ainda do sĂ©culo 19, o espetĂĄculo dantesco de Hiroshima marca o inĂcio da guerra do sĂ©culo 21, continuada na destruição do World Trade Center em 2001.
Auschwitz e Treblinka ainda eram "fornos" da Revolução Industrial, mas Hiroshima inventou a guerra tecnológica, virtual, asséptica. A extinção em massa dos japoneses no furacão de fogo fez em um minuto o trabalho de meses e meses do nazismo.
O que mais impressiona na destruição de Hiroshima Ă© a morte "on delivery", "de pronta entrega", sem trens de gado humano; morte "clean", anglo-saxĂŽnica. A bomba americana foi considerada uma "vitĂłria da ciĂȘncia". Hiroshima e Nagasaki prefiguram a Guerra do Golfo, AfeganistĂŁo e Iraque 2.
Os nazistas matavam em nome do ideal psicĂłtico e "estĂ©tico" de "reformar" a humanidade para o milĂȘnio ariano. As bombas americanas foram lançadas em nome da "RazĂŁo". Na luta pela democracia, rasparam da face da terra os "japorongas", seres oblĂquos que , como dizia Truman em seu diĂĄrio, " sĂŁo animais cruĂ©is, obstinados, traidores". Seres inferiores de olhinho puxado podiam ser fritos como "shitakes".
Enquanto os burocratas alemĂŁes contavam os dentes de ouro e Ăłculos que sobraram nos campos, a bomba A agiu como um detergente, um mata-baratas.
Vale lembrar um detalhe espantoso: o avião que largou a bomba A em Hiroshima tinha o nome da mãe do piloto na fuselagem - "Enola Gay". Esse gesto de carinho batizou com fogo 150 mil pessoas. Essa foi a mãe de todas as bombas, parindo um feto do demÎnio que exterminou 40 mil crianças em 15 segundos.
Ainda hoje, é fascinante ver as racionalizaçÔes que a América militar inventou para justificar seu crime nuclear. O presidente Harry Truman, que mandou a bomba, escreveu: "Eu queria nossos garotos de volta ("our kids") e ordenei o ataque para acelerar essa volta". Diziam ainda que Hitler estava perto de conseguir a bomba, o que é mentira.
A destruição de Hiroshima foi "desnecessåria" militarmente. O Japão estava de joelhos, querendo preservar apenas o imperador e a monarquia.
Uma das razÔes reais era que o presidente e os falcÔes da época queriam testar o brinquedo novo. Truman fala dele como um garoto: "Uau! à o mais fantåstico aparelho de destruição jamais inventado! Uau! No teste, fez uma torre de aço de 60 metros virar um sorvete quente!...".
AlĂ©m disso, os americanos queriam vingar Pearl Harbor, pela surpresa de fogo, exatamente como o ataque japonĂȘs trĂȘs anos antes. Queriam tambĂ©m intimidar a UniĂŁo SoviĂ©tica, pois começava a Guerra Fria; alĂ©m, claro, de exibir para o mundo um show "maravilhoso" de som e luz, uma superprodução a cores do novo ImpĂ©rio.
O holocausto sujou o nome da Alemanha, mas Hiroshima soa quase como uma vitĂłria tecnolĂłgica "inevitĂĄvel". Na Ă©poca, a bomba explodiu como um alĂvio e a opiniĂŁo pĂșblica celebrou tontamente. Nesses dias, longe da Ăsia e Europa, sĂł havia os papĂ©is brancos caindo como pombas da paz na Quinta Avenida, sobre os beijos de amor e vitĂłria. Era o inĂcio de uma era de prosperidade na AmĂ©rica, dos musicais de Hollywood, pois o Eixo do Mal estava derretido. AtĂ© a moda feminina foi influenciada; as mulheres começaram a usar um penteado em cogumelo, chamado Bomba AtĂŽmica. Naquele ambiente mundial, nĂŁo havia conceitos disponĂveis para condenar esse crime hediondo. A Ă©poca estava morta para palavras, na vala comum dos detritos humanistas.
A euforia americana avança até 1949, quando a bomba H soviética acaba com a festa, instilando a paranoia nacional que vai crescer muito em 1957, quando sobe o "Sputnik", o primeiro satélite soviético, com um "bip bip" que humilhava os americanos - eu estava lå: parecia um 11 de setembro.
Incrivelmente, o holocausto ainda tinha o desejo sinistro de produzir um "sentido" para a matança, um futuro milĂȘnio ariano.
Hoje, nĂŁo hĂĄ mais objetivos ideolĂłgicos ou "humanos" no comando. No lado ocidental, quem mandam sĂŁo as coisas: a lĂłgica do petrĂłleo, a incessante indĂșstria militar, a paranoia anti-terror que a era Bush tanto manipulou.
Mesmo sem um projeto humano no comando supremo, as bombas desejam explodir. Estamos assim: de um lado, interesses do capital; do outro, AlĂĄ. A pulsĂŁo de morte e o desejo de mercado se encontraram finalmente. Quem vai controlar?
Arnaldo Jabor (http://www.arnaldojabor.blogger.com.br/) â Fonte: O Tempo â 11/08/09.
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