O PROFESSOR DA ARTE - PAULO AUTRAN
PAULO AUTRAN - O PROFESSOR DA ARTE
Na foto: Paulo Autran em 1990, em ensaio para o monólogo 'Quadrante'.
Antônio Gaudério - 3.jan.1990/Folha Imagem
O ATOR Paulo Paquet Autran, 85, morreu em 12/10/07, à s 16h10, no hospital SÃrio Libanês, em São Paulo, vÃtima de câncer e enfisema pulmonar. O velório foi realizado na Assembléia Legislativa. A doença fez com que, em junho último, Autran interrompesse a temporada de "O Avarento", sua 90ª e última produção em 58 anos de carreira profissional. Desde 2003, ele já havia passado por várias internações devido a problemas respiratórios e do coração. Aliando talento e técnica à s funções de diretor e produtor, em linha histórica que vai do TBComédia à cena contemporânea, Autran foi a grande referência do moderno teatro brasileiro. A imagem do artista propositivo, de humor ácido e fumante inveterado o acompanhou até os últimos dias -independentemente da debilidade fÃsica, segundo relatos de amigos mais próximos. Autran mantinha planos para o inÃcio de 2008: um solo com poemas, como o bem-sucedido "Quadrante" (1988), ou um espetáculo com a mulher, a atriz Karin Rodrigues, com quem era casado desde 1999.
"Bom no drama e bom na comédia" -assim prenunciou o crÃtico Décio de Almeida Prado em 1953 sobre Paulo Autran. Seis anos antes, o ator iniciara a carreira no teatro amador, dirigido por Madalena Nicol em "Esquina Perigosa", do britânico J.B. Priestley, em que contracenou com a irmã do bibliófilo José Mindlin, Esther.
Mas a vontade de representar remonta mesmo à infância, quando Paulo brincava de teatro em casa com primos. Criavam cenas para os adultos adivinharem do que se tratavam.
"Minha primeira entrada em cena, o primeiro papel que fiz na vida, foi de demônio. Tinha uns oito anos, botei um chinelo vermelho da minha tia, um calção vermelho de pano, e minha tia fez uns chifrinhos de papel pintado de preto; me desenharam um bigode na cara e eu representei um demônio", afirma, no livro de entrevistas "Um Homem no Palco" (1998), do ator e crÃtico Alberto Guzik.
Filho de delegado e de uma dona-de-casa autodidata que tocava piano, Paulo Paquet Autran nasceu em 7 de setembro de 1922, no Rio de Janeiro. Aos seis anos, a famÃlia se mudou para São Paulo. Como muitos artistas de sua geração, formou-se em direito. Chegou a trabalhar num escritório de advocacia, mas pouco tempo depois abandonou a profissão.
A fase amadora também foi curta, de 1947 a 1949. Logo se profissionalizou, dando inÃcio a uma trajetória que se confundiu com a evolução do moderno teatro brasileiro.
No fim de 1949, passou a integrar o Grupo de Teatro Experimental (GTE), de AbÃlio Pereira de Almeida. Na fase áurea do TBC, atuou em produções importantes, como "Seis Personagens à Procura de um Autor", de Pirandello, com direção do italiano Adolfo Celi. Ao lado do próprio e de Tônia Carrero, criou em 1956 a Companhia Tônia-Celi-Autran, que estreou com "Otelo", de Shakespeare, e durou cinco anos.
Além de Tônia, contracenou com outras grandes atrizes como Cacilda Becker ("AntÃgone", 1952), Bibi Ferreira ("My Fair Lady", 1962), Maria Della Costa ("Depois da Queda", 1964), Cleyde Yáconis ("Édipo Rei", 1967) e Eva Wilma ("Pato com Laranja", 1979).
Com Fernanda Montenegro, fez parceria só na TV, veÃculo que ele desprezava. Mas as pequenas incursões possibilitaram ao menos a antológica seqüência cômica de "Guerra dos Sexos" (1983), em que Autran e Montenegro atiram tortas no rosto um do outro.
Entre os diretores com quem atuou, estão Flávio Rangel ("Liberdade, Liberdade", 1965), Ademar Guerra ("O Burguês Fidalgo", 1968), Silnei Siqueira ("Morte e Vida Severina", 1969), Fauzi Arap ("Macbeth", 1970), Antunes Filho ("Em FamÃlia", 1972), Celso Nunes ("Equus", 1975) e José Possi Neto ("Feliz Páscoa", 1985).
A partir do final dos anos 80, passou a dialogar com a geração mais recente de encenadores, alguns inclusive de perfil experimental ou vinculados a grupos, como Eduardo Tolentino de Araújo, do Tapa ("Solnes, o Construtor", 1988), Paulo de Moraes, da Armazém Companhia de Teatro ("A Tempestade", 1994), Ulysses Cruz ("Rei Lear", 1996) e Felipe Hirsch, da Sutil Companhia de Teatro ("O Avarento", 2006).
Mas é no solo "Quadrante" que o público se aproximou mais de Paulo Autran em carne e osso, sem propriamente a mediação de um personagem.
Desde 1988, ele entremeou as temporadas das peças que produziu com viagens pelo Brasil para apresentar seu "show", como preferia definir "Quadrante", ao qual o dramaturgo PlÃnio Marcos certa vez assistiu e o aconselhou a incorporá-lo ao repertório.
Ao consagrar poetas, cronistas e romancistas diletos em "Quadrante", Autran expôs a condição de devoto da palavra. Homem de técnica apurada no uso de pausa, ritmo e dicção, ele era dono de uma das mais bem preparadas vozes do paÃs. Por isso a coleção de registros em disco, prosa e verso, desde a década de 1950, em recitações para Pessoa, Drummond, Bandeira. Segundo Autran, o ator não tem direito ao próprio corpo e nem ao próprio rosto, mas sua voz é inconfundÃvel.
Autran era um artista da palavra. Todo espetáculo em que atuou ou dirigiu principiava pela leitura de mesa. Era em volta dela, na sala de seu apartamento, que submetia autores contemporâneos ao teste. Na escuta, orientava enunciações e torcia pelo colorido de diálogos ou solilóquios.
"No dia em que, na minha casa, estudando uma cena do Creonte de Anouilh, descobri que o ator é "dono das palavras" e pode fazer com elas o que quiser, descobri ao mesmo tempo o valor da pausa, ou de sua supressão, que o sentido de uma palavra é o que o personagem quiser lhe atribuir naquele momento. Então, comecei a perceber a verdadeira função do ator, do intérprete, enfim, o que é ser ator", escreveu na fotobiografia "Paulo Autran - Sem Comentários", publicada em 2005.
Fonte: Folha de S.Paulo - 13/10/07.
JOHN NASH - UM PROFESSOR BRILHANTE
John Nash, matemático, professor e Prêmio Nobel de Economia cuja vida é retratada no filme “Uma Mente Brilhante†(A Beautiful Mind) nasceu em 13 de junho de 1928 em Bluefield, West Virginia, nos Estados Unidos. Seu pai, também chamado John, era um engenheiro elétrico; sua mãe, Virginia, era uma professora. Dois anos e meio após o seu nascimento, em 16 de novembro de 1930, nasceu sua irmã Martha.
John cresceu num lar onde recebeu carinho e atenção, mas mesmo assim, era um menino solitário e introvertido que mostrava maior interesse por livros do que pelas pessoas. Sua mãe incentivou a sua curiosidade intelectual e foi sua professora particular, ajudando lhe a obter uma excelente formação acadêmica.
John Nash cresceu na pequena cidade de Bluefield. Na escola, seus professores não o reconheciam como um prodÃgio, e sim como um menino extremamente anti-social. Já aos doze anos, realizava experimentos cientÃficos em casa. Era claro que aprendia mais em casa do que na escola, e que estava insatisfeito com o ensino no colégio.
A primeira vez que demonstrou interesse por matemática foi aos quatorze anos, quando leu a obra “Men of Mathematicsâ€, de T. Bell, e conseguiu provar um teorema clássico de matemática chamada de Fermat. Ainda no colegial, fez um curso de matemática na Universidade de Bluefield.
Em junho de 1945, John Nash ingressou na prestigiosa Universidade de Carnegie Mellon, onde lhe foi oferecido uma bolsa de estudos. Iniciou sua carreira universitária estudando quÃmica, mas logo se frustrou com a falta de pensamento criativo exigido no estudo da matéria. Passou então a estudar matemática, tendo sido convencido por seus professores que este campo acadêmico lhe renderia uma carreira promissora. John também fez um curso de “Economia Internacionalâ€, onde se deparou com teorias acadêmicas que o levaram a formular idéias originais que mais tarde tiveram um grande impacto no estudo de economia e que futuramente lhe renderam um Prêmio Nobel.
Quando John Nash se formou em Carnegie, ele havia progredido tanto academicamente que se formou com um mestrado. Decidiu então continuar seus estudos e obter um doutorado em matemática. Seu professor da universidade lhe escreveu uma carta de recomendação composta de apenas uma linha: “Este homem é um gênioâ€.
John foi aceito no programa de doutorado de matemática de duas das mais famosas universidades dos Estados Unidos: Harvard e Princeton. Como a proposta de Princeton foi a mais generosa, ele seguiu para lá, onde demonstrou interesse por vários campos de matemática pura: topologia, geometria algébrica, teoria de jogos e lógica. Mas mesmo em Princeton, John Nash evitou comparecer às palestras e aulas. Decidiu aprender sozinho, sem a ajuda de professores ou mesmo de livros, para poder desenvolver teorias e conceitos originais. Em muitos aspectos, sua reclusão pessoal e acadêmica foi bem-sucedida e ele se tornou um dos mais originais matemáticos da história.
Em 1950, aos 21 anos, John Nash, escreveu uma tese de doutorado que lhe rendeu, 45 anos mais tarde, o Prêmio Nobel de Economia. Seu trabalho, conhecido como o “EquilÃbrio de Nash†revolucionou o estudo de estratégia econômica.
Após se formar em Princeton e lecionar lá durante um ano, John Nash tornou-se professor de matemática da famosa universidade de MIT (Massachusetts Institute of Technology). Ensinou em MIT durante os anos 1951-1959, mas seus métodos didáticos eram bastante impopulares com alunos. Durante essa época, John Nash realizou diversos avanços no estudo da matemática, resolvendo um problema clássico, até então não solucionado, de geometria diferencial.
Durante seus anos em MIT, seus problemas psÃquicos passaram a se agravar. Contudo, em 1953, teve um filho com Eleanor Stier. O menino foi chamado de John David Stier. No entanto, ao contrário da vontade de Eleanor, John Nash nunca se casou com ela.
Em 1957, o brilhante matemático se casou com Alicia, uma aluna de fÃsica formada em MIT, onde se conheceram. No outono de 1958, Alicia engravidou. Porém, um ano mais tarde, John Nash começou a sofrer de esquizofrenia paranóica. Em razão de sua doença mental, teve que desistir de seu posto de professor de MIT e foi hospitalizado, passando meses em hospitais, mesmo contra a sua vontade. Nash se recuperava temporariamente, mas logo voltava a sofrer distúrbios mentais. Contudo, nos breves intervalos de sua recuperação, produziu importantes trabalhos matemáticos.
Ao longo dos próximos anos, foi se recuperando lentamente, conseguindo ignorar seus delÃrios causados pela esquizofrenia paranóica. Nash voltou a trabalhar, retornando à Princeton como professor de matemática e ganhou uma série de prêmios acadêmicos internacionais. Em 1994, por sua tese de doutorado escrita há décadas atrás, foi agraciado com o mais prestigioso prêmio de matemática do mundo: o Nobel. Ao longo dos anos, sua tese, o “EquilÃbrio de Nashâ€, foi usada para solucionar vários problemas econômicos e polÃticos. Mesmo assim, John Nash o considerou seu “trabalho mais insignificante!â€.
O filme “Uma Mente Brilhante†(A Beautiful Mind) dirigido por Ron Howard e estrelado por Russell Crowe, retrata uma versão romantizada de sua vida.
Fonte: www.10emtudo.com.br/artigos
SÓ TALENTO NÃO BASTA! (TEM QUE SER PROFESSOR DE TALENTO)
É quase uma unanimidade a tese de que vivemos a Era dos Talentos, mas Nélson Rodrigues dizia sem muitas delongas que "toda unanimidade é burra!". De origem latina, a palavra talentu em sua essência significa balança, peso. Também já foi moeda na Roma e Grécia Antiga e citada nas parábolas de Cristo. Conta a história que o rei Salomão gastou em seu reinado cerca de cem mil talentos de ouro e um milhão de talentos de prata para a construção de um templo em homenagem a Deus. Foi um dinheirão para a época! Nos tempos atuais e no atual dicionário corporativo, a palavra talento logo nos lembra alguém com grande inteligência, extremamente hábil ou com alguma aptidão notável.
Mas a pergunta que não que calar é: Só talento basta?
Não. É um grande erro acreditar que uma pessoa só será a grande solução para os problemas da sua empresa. Descobrir e saber usar o seu talento é o que realmente faz a diferença. É preciso conhecimento e bom uso dos seguintes pontos.
Talento é diferente de dom. Dom é algo todo seu e um presente que a vida lhe deu. É uma aptidão natural, genuÃna e que o distingue das demais pessoas sem muito esforço. É mais notado nas artes, músicas e esportes, mas também podemos pensar nas pessoas que parecem que nasceram para liderar, negociar ou vender. Dom é um talento nato, mas nem todo talento é um dom. É bom deixar claro que todos têm talento ou alguns talentos, mas que esses talentos precisam ser descobertos e, principalmente, desenvolvidos. Os iluminados são os que desenvolvem e aperfeiçoam constantemente seus dons, esses são quase imbatÃveis, mas não são a maioria.
Iniciativa e criatividade. Talento sem ação não gera realização. São suas iniciativas que abrem portas para novas oportunidades. A iniciativa é um dos ingredientes que não pode faltar na receita dos vencedores. O verdadeiro talento não fica à espera de que as coisas aconteçam, cria soluções, agrega valor ao ambiente e sabe que velhas soluções não são mais a garantia de sucesso no presente. O talento não tem preguiça, nem medo de ser feliz. Pessoas talentosas, mas sem iniciativa e criatividade se consideram injustiçadas e de pouca sorte. Pessoas pouco talentosas, mas com iniciativa e criatividade assumem a responsabilidade pela sua própria vida e não ficam à espera da oportunidade passar. Elas criam uma.
Foco e execução. Para a grande maioria das pessoas sob todos os aspectos ter foco não é algo natural e de fácil execução. No campo emocional, poucos são os que têm o foco nas coisas de forma positiva e acreditam verdadeiramente que pode dar certo. A maioria parece já nascer conformada quando tudo dá errado. No campo corporativo, foco é lidar com o que mais importa e execução é descobrir maneiras para fazer acontecer. O talento deve ter poucas metas e atividades, mas é importante se entregar de corpo e alma na execução dessas tarefas. Saber dizer não quando necessário e terminar as atividades que se propõe a fazer. Ter talento não o qualifica a fazer várias coisas ao mesmo tempo, pois ao final os resultados podem depor contra você.
Relacionamento e Equipe. O talento pode ganhar um jogo, mas não ganha o campeonato. O talento nasceu para servir, não para ser servido. Veio ao mundo para cooperar, compartilhar, ensinar e aprender. Sente prazer em se relacionar com outras pessoas e sabe que ninguém na história mundial fez algo sem uma grande equipe do lado. Talento acompanhado de arrogância é um passo para o fracasso. Uma pessoa talentosa, que não se relaciona com as pessoas certas e não faz uso do poder da equipe, é só uma promessa.
Integridade e responsabilidade. Vale a pena ter um craque de bola, mas que vive na balada, perde treinos e desagrega a equipe? Talento sem honestidade e caráter de nada vale. A irresponsabilidade e falta de integridade afundam empresas, acaba com qualquer carreira e não sustenta o sucesso a longo prazo. Não vale a pena mascarar o talento, encobrir seus defeitos ou varrer os problemas para debaixo do tapete porque alguém faz algo muito melhor do que o outro. Manter uma pessoa talentosa na empresa que seja irresponsável e desonesta é como guardar uma bomba relógio que a qualquer hora pode explodir e destruir o alicerce de qualquer estrutura.
Aprendizado permanente. Aqueles que se julgam talentosos têm um sério problema: gostam de aprender, mas não gostam que ensinem. Por saber muito e por ter consciência disso pensam que são poucos os que sabem mais do que ele. O verdadeiro talento é humilde na hora de aprender e ensinar. Faz do aprendizado uma forma de vida e sabe que sempre existe alguém que sabe mais do que ele em determinado assunto e não sente necessidade de ser um especialista ou ter opinião formada sobre tudo. Compreende que seus talentos precisam sempre ser lapidados e que crescer na carreira e na vida é sempre uma conseqüência de boas ações no presente. Não vive se lamentado do passado ou sonhando com o futuro.
A chave de tudo é saber que o presente é sempre o momento certo para aliar talento e ação, teoria e prática e assim ser o grande criador do enredo da sua própria vida.
Paulo Araújo - palestrante e escritor. Autor de "Desperte seu Talento"
Fonte: Brazil&Modal
Não deixem de enviar suas mensagens através do “Fale Conosco†do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php