PENSANDO NO FUTURO
INFRAESTRUTURA FUTURISTA
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http://ngm.nationalgeographic.com/big-idea/04/electric-cars
O Brasil e o mundo se preparam para a era dos carros elétricos. Mas eles vão exigir nova infraestrutura de postos - nos quais seja possível recarregar energia elétrica, e não mais gasolina ou álcool.
No futuro, quase todos os carros vão ser movidos a eletricidade de fontes solares, eólicas ou hidráulicas. Os veículos elétricos vão se deslocar em silêncio e sem escapamento. As importações de petróleo e as emissões de gases vão diminuir, assim como as névoas de poluição. Pelo menos é o que muita gente espera. Mas antes será preciso resolver problemas práticos. Por exemplo, onde é que esses carros vão se reabastecer?
No Brasil, há veículos elétricos da Fiat rodando em Itaipu, e São Paulo pode ser a primeira cidade a receber a novidade em escala. No mundo todo, entre 2010 e 2012, a indústria automobilística pretende colocar no mercado dezenas de modelos com baterias recarregáveis. Veículos híbridos, que contam com um motor a gasolina que começa a funcionar depois de 65 quilômetros rodados, terão de passar até oito horas sendo recarregados se plugados a uma tomada comum de 120 volts. Alguns modelos 100% elétricos, cujas baterias maiores permitem autonomia de 160 a 320 quilômetros, precisarão de dez a 12 horas para recarregar. As residências com circuitos de 220 volts reduziriam pela metade o tempo de tal tarefa - que poderia ser feita à noite, quando as tarifas são mais baixas. Mesmo assim, para que as pessoas adotem carros elétricos, é preciso que haja uma rede de postos acessível aos cidadãos que precisam recarregar o carro nas idas e vindas ao trabalho e aos que fazem viagens longas. "Não há como montar uma infraestrutura se não houver carros", diz o americano Art James, do Departamento de Transportes do Oregon. "Por outro lado, ninguém fabricará os carros se não houver uma infraestrutura."
Essa rede já começa a surgir mundo afora, sobretudo onde há empenho dos governos.
Em Israel, por exemplo, um país no qual a gasolina é cara e as distâncias são pequenas, a empresa Better Place instalou mais de mil postos - no próximo ano, ela pretende construir uma malha semelhante em San Francisco, na Califórnia. No esquema da Better Place, a empresa é dona das baterias de lítio-íon dos carros dos clientes. Esses clientes pagam uma taxa de recarga, mesmo quando o fazem em casa. Isso reduz em um terço ou mais o custo inicial do veículo, mas os clientes têm de comprar automóveis de fabricantes que aceitem usar as baterias da Better Place; até agora apenas a Renault-Nissan se dispôs a isso. No caso de viagens longas por estradas, a Better Place tem planos de construir postos de troca com robôs, que em poucos minutos substituiriam as baterias gastas por outras carregadas.
Outra possibilidade é o futuro como hoje, com os motoristas de vários tipos de carro utilizando diferentes postos. A Coulomb Technologies afirma que poderia instalar postos de recarga de alta velocidade, com sistemas de 440 volts, nos quais os viajantes se reabasteceriam em 20 minutos.
A escala dessa transição é assustadora, e vai exigir o envolvimento de governos e da indústria. Mas também são assustadores o preço elevado da gasolina e o aquecimento global. Segundo Art James, "tudo isso vai acontecer bem mais rápido do que se imagina".
Karen E.Lange - Fonte: National Geographic - Edição 116.
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(COLABORAÇÃO: PROFESSORA ADRIANA FILETO)
BRINCADEIRA SÉRIA
Em tempo: foi de Gerrô que ouvimos esta séria brincadeira: "Dizem que a Europa hoje está virando o museu do mundo; a China, a fábrica; a Índia, o call-center e o Brasil, a fazenda. Esqueceram dos EUA, que talvez sejam o shopping center, suponho".
Paulo Navarro (http://www.pnc.com.br/) - Fonte: O Tempo - 01/11/09.
SEXUALIDADE CIDADÃ
A democracia pressupõe impasses para que neles se deem a reflexão e o diálogo. Cabe à ministra do STJ Nancy Andrighi o mérito de ampliar o espaço democrático dos que buscam ser inteiros na personalidade e felizes na sexualidade: determinou, em decisão inédita, a alteração tanto do pré-nome quanto do gênero na documentação de um transexual que se submeteu à cirurgia de mudança de sexo - seu documento será totalmente novo e sem referência ao fato. Eis o saudável impasse: transexuais ganham em direitos, mas há risco, por exemplo, de parceiros serem eventualmente induzidos a erro.
"A determinação do STJ é excelente", diz a consultora jurídica Roselle Adriane Soglio, uma das mais renomadas advogadas do País, professora da Faculdade de Direito Professor Damásio de Jesus. "O impasse é produtivo e do que se precisa, agora, é de normatização: meio termo em que o transexual não será humilhado por documento discriminatório nem os outros correrão risco de serem enganados."
Fonte: Isto É - Edição 2086.
A FÁBULA DO PORCO ESPINHO
Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente; mas, os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam maior calor. Por isso decidiram afastar-se uns dos outros e voltaram a morrer congelados.
Então precisavam fazer uma escolha: ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram!
Moral da História:
O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro e consegue admirar suas qualidades.
"O mundo não é ruim; só é muito mal freqüentado". (L.F.Veríssimo)
(Colaboração: Shirley - Caraguatatuba)
UNIVERSIDADE AMEAÇADA
A Universidade de São Paulo está sob ataque. Seu futuro como universidade de pesquisa e instituição acadêmica de ponta está ameaçado.
De um lado, claques de burocratas encastelados nos órgãos de poder universitário empurram uma agenda mediocrizante, que estrangula os esforços daqueles que sustentam a "marca USP". De outro, alguns sindicatos e movimentos estudantis empenham-se em transformar a USP em um "escolão para as massas", no qual o mérito acadêmico seria decapitado.
É nesse contexto que a sociedade concedeu algum interesse aos rituais uspianos de alternância de poder que culminam, dia 10 de novembro, com o segundo turno da eleição para reitor.
Mas, afinal, que modelo a sociedade paulista deseja ter na USP? Uma escolinha de terceiro grau ocupada por alunos e professores dedicados à lúmpen-política? Mais uma sonolenta repartição pública?
Entendemos que uma universidade de ponta, capaz de produzir soluções para os desafios científicos, tecnológicos e sociais do futuro e de multiplicar essas soluções por meio dos alunos egressos de seus cursos, é aquilo que se espera da USP.
Uma tal instituição só se constrói atraindo o que há de melhor na inteligência brasileira e formando os profissionais que liderarão a sociedade do futuro.
Foi assim que os países desenvolvidos chegaram ao sucesso social, econômico, científico e cultural. E só assim se justifica, para o contribuinte paulista, as cifras bilionárias que sustentam a USP.
Então é preciso questionar: estamos caminhando em direção a esse ideal de universidade? A resposta é que, ultimamente, não.
Nas universidades de classe mundial, compreende-se que uma instituição de ensino e pesquisa nunca será melhor do que os melhores pesquisadores que nela trabalham.
Essas instituições fazem o possível para atrair e estimular esses pesquisadores, além de oferecer aos alunos a possibilidade de conviver e aprender com esses indivíduos desde o ingresso na universidade.
Os reitores dessas universidades são escolhidos por meio de rigorosos processos de seleção (que nada têm em comum com as eleições), nos quais a liderança acadêmica e a penetração na sociedade são pré-requisitos indispensáveis.
Já na USP, nos últimos anos, o trabalho dos melhores docentes tem se desenvolvido à revelia e apesar das sucessivas administrações.
A lógica da administração acadêmica foi invertida, com burocratas cada vez mais aboletados nos órgãos centrais em busca de poder, benesses típicas do serviço público e, agora, até mesmo para aventuras políticas.
Por outro lado, na USP, o processo de escolha dos reitores é uma pseudoeleição, em que promessas de bastidores e acordos de poder definem o resultado do pleito.
É preciso inverter esse jogo ruinoso. Os pesquisadores da USP, apoiados pela sociedade que a financia, precisam corrigir os rumos de uma instituição que está à deriva e imprimir-lhe o perfil que dela se exige.
Em primeiro lugar, é preciso acabar com esse processo bizantino de eleição para reitor, que terminou por deformar todas as estruturas administrativas e acadêmicas.
O delírio da tal "democracia universitária", muito popular entre grupelhos na vanguarda do atraso (dentro e fora da universidade), não funciona em lugar nenhum do mundo e deve ser rechaçado como a apropriação indébita de um bem público pelos seus usufrutuários.
Nas melhores universidades, públicas ou não, essa escolha é feita por um comitê de busca composto em sua maioria por membros externos à universidade, tipicamente expoentes das áreas acadêmicas e da sociedade civil, além de representantes dos financiadores daquelas instituições.
Também é preciso instituir mecanismos reais de controle de qualidade e produção dos docentes. Nenhuma universidade de primeira linha resiste a décadas de emprego vitalício garantido a qualquer um que passe num concurso público de ingresso.
A depuração, mesmo de uma parcela ínfima, dos docentes mais acomodados e ausentes, mais do que um aviso àqueles que flertam com o ócio improdutivo, seria um sinal positivo poderoso aos pesquisadores que de fato produzem.
A USP tem que iniciar imediatamente um processo de reforma e modernização, no qual prevaleçam os interesses da pesquisa e do ensino de qualidade. A alternativa é o inexorável sucateamento de um patrimônio público acumulado ao longo de décadas e o empobrecimento científico e cultural de nossa sociedade.
Élcio Abdalla, 56, é professor titular do Instituto de Física da USP.
Luís Raul Weber Abramo, 40, é professor associado do Instituto de Física da USP.
João Carlos Alves Barata, 48, é professor titular do Instituto de Física da USP.
Fonte: Folha de S.Paulo – 06/11/09.
Instituto de Física da USP - http://web.if.usp.br/ifusp/
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