PENSANDO NA MONALISA
MUDANDO A IDADE
English:
http://www.artinfo.com/news/story/796782/rewriting-history-louvre-confirms-mona-lisa-was-painted-a-decade-later-than-previously-thought
http://www.deltaworld.org/international/The-Louvre-confirms-that-the-Mona-Lisa-was-painted-a-decade-later/
Louvre: http://www.louvre.fr/expositions/lultime-chef-doeuvre-de-leonard-de-vinci-la-sainte-anne
O Museu do Louvre decidiu mudar a idade da Monalisa. AtĂ© agora, se pensava que Leonardo da Vinci havia pintado o quadro entre 1503 e 1506. Agora, esse tempo se estendeu: de 1503 a 1519. A mudança coincide com a exposição "Santa Ana, A Ăltima Obra de Arte de Leonardo da Vinci", que foi inaugurada na quinta-feira passada e que fica atĂ© junho. Parte da responsabilidade da nova data Ă© da "Gioconda madrilenha", a cĂłpia do original recĂ©m-achada e restaurada pelo Museu do Prado. O exames cientĂficos realizados na cĂłpia e os originais sugerem que Da Vinci trabalhou em suas duas obras-primas atĂ© sua morte na França, em 1519.
Lupa - Fonte: O Tempo - 01/04/12.
Mais detalhes:
http://www.artinfo.com/news/story/796782/rewriting-history-louvre-confirms-mona-lisa-was-painted-a-decade-later-than-previously-thought
http://www.deltaworld.org/international/The-Louvre-confirms-that-the-Mona-Lisa-was-painted-a-decade-later/
Louvre: http://www.louvre.fr/expositions/lultime-chef-doeuvre-de-leonard-de-vinci-la-sainte-anne
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PRECONCEITO OU PĂ-ATRĂS?
Alguns dias atrĂĄs, um amigo me convidou, junto com minha mulher, para jantar com sua nova namorada. "Combinado", falei. "O que ela faz?" -uma pergunta pouco delicada. "Ă 'private banker'", disse ele. "O que?" Minha resposta o levou a explicar: "Ela aplica dinheiro para clientes de alta renda". E minha reação -"ah, Ă©?"- soou tĂŁo crĂtica que ele rebateu: "Preconceituoso!".
Retruquei: "Preconceituoso nĂŁo, pĂ©-atrĂĄs. Ă diferente". Ser preconceituoso, argumentei, quer dizer sentir-se superior a alguĂ©m em função de sua raça, classe social, etnia, idade, religiĂŁo ou orientação sexual. Ficar com o pĂ© atrĂĄs Ă© ser precavido em relação Ă s pessoas em razĂŁo das escolhas pessoais, profissionais ou polĂticas. Como os "private bankers" que conheço sĂŁo workaholics competitivos que ganham mais dinheiro para gente que jĂĄ tem dinheiro a rodo, eu questiono quais valores terĂamos em comum.
TambĂ©m nenhum amigo meu Ă© rico. Talvez porque fico desconfiado da maioria dos abonados, especialmente os que nĂŁo produzem nada exceto ganhos no mercado de capitais ou que vĂȘm da alta sociedade, elites isoladas do mundo dos pobres e indiferentes a ele. Mas existem exceçÔes, mesmo entre os megarricos.
Veja os casos de Bill Gates (com sua cruzada filantrĂłpica para erradicar a malĂĄria e combater a pobreza) e de Walter Salles (herdeiro do Unibanco, com seus filmes que retratam o dia a dia dos desfavorecidos).
Mas atĂ© mesmo os ricos esclarecidos cercam seus castelos de muralhas que os isolam do resto de nĂłs. Tome o caso do filantropo de San Francisco que, anos atrĂĄs, convidou este proleta aqui e sua namorada para passar o fim de semana com ele e sua mulher numa pousada de luxo. Quando eu falei que a pousada seria muito cara para mim, ele nĂŁo propĂŽs outra alternativa. EntĂŁo ficou a dĂșvida: "Por que o altruĂsmo dele nĂŁo se estende a mim?". "E prefere seus confortos Ă minha companhia?".
Hå casos em que não arredo pé. Por exemplo, direitistas (como os que chamam o golpe de 1964 de revolução) cuja ignorùncia ideológica me ofende. E as chances de eu gostar de um bilionårio conservador são nulas. A namorada de meu amigo enriquece esses magnatas. Mas, como ele a achou encantadora, reduzi a altura da muralha que me cerca. Assim, quando eu a encontrar, meu pé-atrås talvez possa passar para frente.
Outras Ideias - Michael Kepp, jornalista americano radicado hå 29 anos no Brasil, é autor do livro "Tropeço nos Trópicos - crÎnicas de um gringo brasileiro" (ed. Record) - Fonte: Folha de S.Paulo - 03/04/12.
Tropeço nos Trópicos - crÎnicas de um gringo brasileiro - http://www.record.com.br/livro_sinopse.asp?id_livro=25538
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