PENSANDO NA LĂNGUA
GOVERNO ADIA NOVO ACORDO ORTOGRĂFICO PARA 2016
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Folha.uol.com.br/en/brazil-postpones-new-spelling-accord-to-2016
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O governo federal vai adiar para 2016 a obrigatoriedade do uso do novo acordo ortogrĂĄfico. As novas regras, adotadas pelos setores pĂșblico e privado desde 2008, deveriam ser implementadas de forma integral a partir de 1Âș de janeiro de 2013.
A reforma ortogrĂĄfica altera a grafia de cerca de 0,5% das palavras em portuguĂȘs. Com o adiamento, continuarĂĄ sendo opcional usar, por exemplo, o trema e acentos agudos em ditongos abertos como os das palavras "ideia" e "assembleia".
AlĂ©m disso, o adiamento de trĂȘs anos abre brechas para que novas mudanças sejam propostas. Isso significa que, embora jornais, livros didĂĄticos e documentos oficiais jĂĄ tenham adotado o novo acordo, novas alteraçÔes podem ser implementadas ou atĂ© mesmo suspensas.
"HĂĄ muita insatisfação. Ganhamos tempo para refletir, discutir e reduzir o nĂșmero de regras irracionais", afirma o senador Cyro Miranda (PSDB-GO), que defendeu o adiamento e quer promover audiĂȘncias com professores e embaixadores dos paĂses de lĂngua portuguesa na Casa.
A maior pressĂŁo Ă© de professores, que reclamam terem sido excluĂdos das discussĂ”es.
diplomacia
A decisão é encarada como um movimento diplomåtico, uma vez que o governo, diz o Itamaraty, quer sincronizar as mudanças com Portugal.
O paĂs europeu concordou oficialmente com a reforma ortogrĂĄfica, mas ainda resiste em adotĂĄ-la. Assim como o Brasil, Portugal ratificou em 2008 o acordo, mas definiu um perĂodo de transição maior.
NĂŁo hĂĄ sançÔes para quem desrespeitar a regra, que Ă©, na prĂĄtica, apenas uma tentativa de uniformizar a grafia no Brasil, Portugal, nos paĂses da Ăfrica e no Timor Leste.
A intenção era facilitar o intercĂąmbio de obras escritas no idioma entre esses oito paĂses, alĂ©m de fortalecer o peso do idioma em organismos internacionais.
"Ă muito difĂcil querer que o portuguĂȘs seja lĂngua oficial nas NaçÔes Unidas se vĂŁo perguntar: Qual Ă© o portuguĂȘs que vocĂȘs querem?", afirma o embaixador Pedro Motta, representante brasileiro na CPLP (Comunidade dos PaĂses de LĂngua Portuguesa).
A minuta do decreto do adiamento foi feita pelo Itamaraty. O texto precisa passar pela ĂĄrea jurĂdica da Casa Civil antes da assinatura da presidente Dilma Rousseff.
Fernanda Odilla / FlĂĄvia Foreque â Fonte: Folha de SĂŁo Paulo â 20/12/12.
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