PENSANDO EM "SHIT"
SHIT HAPPENS
See the video:
http://laboratorio.us/blog/2009/04/12/shit-happens-o-video/
Um sábado qualquer do mês de março de 2009 fez com que um grupo de amigos ligados à área da tecnologia criasse um produto diferente, o “Shit Happens” (tradução literal, merda acontece). Trata-se de um conjunto de aparelhos que serve para avisar na internet (twitter) quando o usuário vai ao banheiro. A engenhoca ficou pronta em menos de 12 horas.
O mecanismo é simples. Há um dispositivo plugado no computador e outro, instalado próximo à descarga – este indica quando uma pessoa se aproxima da privada. Depois de 20 minutos que o usuário está no toalete, o sensor manda uma mensagem para o twitter, com frases em em inglês. Algo como “o papel acabou” ou “a privada é um bom lugar para ter ótimas ideias” aparecem na página do twitter, criado especialmente para a ocasião.
“Fizemos o ‘Shit Happens’ para mostrar que as pessoas não precisam usar o twitter para divulgar qualquer coisa. Elas colocam se começou a chover, se foram comer. Não é preciso postar tudo”, explica o programador Daniel Dias, 27, um dos criadores do aparelho.
Daniel e sua equipe estão preocupados em investigar novas tecnologias que criem experiências interativas entre as atividades humanas e o computador. Para saber das outras invenções da turma, clique aqui http://laboratorio.us/new/.
Keila Baraçal - Fonte: Catraca Livre (http://www.catracalivre.com.br).
Veja o vídeo:
http://laboratorio.us/blog/2009/04/12/shit-happens-o-video/
REFLEXÃO
Velha, atual e perfeita: Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado, quando o último peixe for pescado, todos vão entender que dinheiro não se come.
Paulo Navarro - Fonte: O Tempo - 18/05/09.
PROJETO GENEROSIDADE 2009
Fazer o bem é bom.
www.projetogenerosidade.com.br
HISTÓRIA MALUCA - ALFINETADA PROFÉTICA
Em 1783, o norte-americano Benjamin Franklin (1706-1790) foi a Paris, em missão diplomática. Convidou o historiador inglês Edward Gibbon (1737-1794) para jantar. Gibbon, então famoso graças a seu livro "Declínio e Queda do Império Romano", esnobou o convite. Franklin alfinetou: "É uma pena. Eu tinha uma ideia para seu próximo livro: Declínio e Queda do Império Britânico". Gibbon ficou furioso. Os ingleses ainda não engoliam a independência americana, ocorrida sete anos antes.
Álvaro Oppermann - Fonte: Aventuras na História - Edição 70.
OS MILIONÁRIOS PRÊMIOS DA CIÊNCIA II
OS DESAFIOS CONTINUAM...
Bife de Laboratório = US$ 1 milhão
Como chama? In Vitro Meat
Quem organiza? PETA (People for the Ethical Treatment of Animals, organização de defesa dos direitos dos animais)
Quer tentar? Desenvolva uma carne de laboratório.
Qual a finalidade? Reduzir a crueldade com que a maioria dos animais são abatidos.
Até quando me inscrevo? 30 de junho de 2012.
http://www.peta.org/feat_in_vitro_contest.asp
Vida Longa = US$ 4,5 milhões
Como chama? Mprize
Quem organiza? The Methuselah Foundation
Quer tentar? Quebre o recorde de longevidade dos ratos de laboratório - quanto mais ele viver, maior o prêmio. O recorde atual é o do pesquisador polonês Andrzej Bartke. Ele conseguiu que seu ratinho vivesse por 1.819 dias (a expectativa de vida é 360 dias).
Qual a finalidade? Retardar o envelhecimento humano.
Até quando me inscrevo? Não existe data-limite.
http://www.methuselahmouse.org/
Breno Castro Alves - Fonte: Galileu - Número 214 - Maio 2009.
SOCORRO AO PROFESSOR
Debate pedagógico passa ao largo da questão disciplinar, um equívoco grave diante da violência crescente nas escolas A EDUCAÇÃO básica no Brasil ainda é precária, em particular nas redes oficiais de ensino. Mediocridade e letargia se patenteiam a cada resultado da pletora de exames e índices surgidos na última década. Bem encaminhada a meta da universalização do acesso e superada a controvérsia sobre avaliações de desempenho, resta roer o caroço duro do próprio aprendizado.
A batalha terá de ser vencida com uma estratégia de requalificar professores e remunerá-los melhor. Essa classe desprestigiada já se vê, contudo, acossada por outra conflagração: a indisciplina, quando não a agressão praticada por uma parcela dos alunos.
O aumento da violência juvenil é um problema das sociedades contemporâneas que não afeta apenas a escola. Agrava-se conforme pais de todos os estratos se omitem e transferem a responsabilidade primeira pela socialização de crianças e jovens ao educador.
O tumulto do dia 14 de maio entre policiais militares e estudantes numa escola estadual da capital paulista constitui apenas mais um episódio a lamentar, não exceção. Após erupção semelhante em novembro, o governo estadual prometera um plano antiviolência, que até hoje não veio a público. Levantamento do sindicato de diretores Udemo indicou que 86% das 683 escolas que responderam a questionário (de um total de 5.300) tinham vivido casos de violência.
Combater a escalada implica afrontar a mescla de democratismo e leniência que tomou de assalto o aparelho educacional brasileiro. Tornou-se pedagogicamente incorreto lançar mão de medidas disciplinares. O diálogo por certo representa o melhor caminho, mas não quando se trata de ameaça ou desrespeito ao professor.
Em nome de incentivar a afirmação da individualidade do aluno, tolera-se todo tipo de abuso. Não é só de guias curriculares que necessita o docente, mas de orientação prática e eficaz sobre como proceder em casos disciplinares, dos simples aos graves. Todo projeto pedagógico tem de implementar medidas para assegurar a tranquilidade e a concentração sem as quais não há aprendizado possível.
É injusto deixar só com os professores mais essa responsabilidade. Eles em geral figuram entre as vítimas dessa deterioração no convívio. Para reconquistar o prestígio em erosão, não é só de salários, carreiras e bônus que precisam, mas da intervenção decidida das autoridades educacionais na questão da disciplina.
Cabe a elas rever gradação, condições e limites das punições aplicáveis, criar procedimentos para situações excepcionais e também serviços especializados de assistência ao professor ameaçado. Sem esse mínimo de garantias, cada vez menos talentos estarão dispostos a seguir a carreira de professor, decisiva para reduzir a iniquidade social no país.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 17/05/09.
O PROJETO DA PRIVADA INTELIGENTE
Formados em ciência da computação em São Paulo, três amigos elaboraram um protesto bem-humorado contra o acúmulo de lixo da internet, cansados das bobagens e obviedades dos blogs -um besteirol agravado ainda mais com a disseminação do Twitter. A brincadeira acabou na invenção de uma privada inteligente.
Treinados em desenvolvimento de programas para a internet, Arthur Lima, Daniel Dias e Eduardo Alves moram juntos e, nas horas vagas, tocam um laboratório, em que pedem colaboração a colegas ou a qualquer um que deseje participar de um experimento -deram o nome a isso de "colaboratório". Nesse "colaboratório", desenvolveu-se um sistema de sensores conectados à privada capaz de acompanhar o movimento da água.
Antes mesmo que o indivíduo saia do banheiro, o ato fisiológico estará registrado, em palavras, numa página da internet, acessível, portanto, a qualquer um em qualquer parte do mundo. "Como somos favoráveis ao software livre, deixamos o código aberto", brinca Daniel Dias, que resolveu batizar a invenção de "Shit Happens".
A brincadeira é um jeito de tentar entender, seriamente, a decisão anunciada na semana passada de tornar obrigatório um novo exame para aprovação do ensino médio. É uma das mais importantes decisões lançadas nos últimos tempos para tentar reduzir o lixo informativo que atormenta desnecessariamente os jovens -e aposto que terá impacto no jornalismo.
A indicação do Enem -até agora só um mecanismo para entrada nas faculdades -como prova obrigatória para a conclusão do ensino médio significa mais do que mudar o currículo das escolas. O essencial é a mudança do olhar sobre como transmitir conhecimento aos jovens. Se eu pudesse resumir em poucas palavras os documentos divulgados na semana passada sobre o que será o Enem, diria o seguinte: os estudantes serão (ou deveriam ser) treinados para aprender a selecionar o que é relevante, conectando as informações ao cotidiano. Explicando melhor: noções de química, física, biologia e história devem ser usadas para entender, por exemplo, o aquecimento global. O que se pretende colocar no ralo são as informações que não fazem sentido porque são apresentadas isoladamente -é algo tão inútil quanto o jovem que, no Twitter, posta algo como "escovei os dentes", "acordei", "jantei" -o tipo de inutilidade que acabou gerando a invenção do "Shit Happens". Mas por que, afinal, a mudança do currículo escolar terá impacto no jornalismo?
À medida que se valorize o cotidiano para concatenar as diversas matérias e o vestibular dê cada vez mais ênfase a esse olhar, a boa educação será avaliada, entre outras coisas, pela habilidade de os professores lidarem com a comunicação. Um fato exposto no noticiário não será usado apenas ocasionalmente num trabalho escolar, como já ocorre. Será uma das principais matérias-primas para as aulas. Quanto melhor um meio de comunicação souber contextualizar um fato, terá mais chance de virar hábito dos leitores, ouvintes e telespectadores. Existe aqui um encontro com o jornalismo -até porque a imprensa também é vítima e, simultaneamente, vilã no efeito "Shit Happens". Há uma crescente torrente de informações que dificulta a capacidade de seleção do que é relevante. A sobrevivência dos jornais estará muito mais vinculada à sua capacidade de dizer o que importa, com precisão e contexto, do que a dar furos.
A conclusão disso pode parecer hoje um pouco estranha, mas com o tempo será rotina. Os meios de comunicação vão absorver um pouco do jeito de ser da escola, mais preocupados com o didatismo e processos cognitivos de seus leitores, ouvintes ou telespectadores. Será ainda mais disseminada, na internet, a possibilidade de tirar dúvidas sobre as matérias ou discutir diretamente com os repórteres e colunistas -na prática é um ensino a distância. Ao mesmo tempo, as escolas terão ingredientes de Redação de jornal, tamanha a necessidade de os professores e alunos lidarem com as notícias como eixo estruturante do currículo e usarem recursos de comunicação para elaborar trabalhos ou pesquisas.
Nada disso será nem rápido nem fácil. Se os docentes já não sabem lidar direito (para dizer o mínimo) com o atual currículo, imagine um plano de aula montado em eixos transversais, inter e multidisciplinares. As escolas de elite já vêm realizando, há muito tempo, esse tipo de inovação, com ótimos resultados isolados -faltava a mudança do vestibular para que tivessem mais estímulo. A imprensa terá de aprender a ser mais didática e colaborativa com seus leitores, além de investir em menos e mais importantes notícias.
No final, tanto o jornalismo como a escola estarão melhores -e muita notícia e livro escolar irão diretamente para a privada.
PS: Dou outros detalhes no meu site (http://www.dimenstein.com.br) sobre o funcionamento do "Shit Happens".
Gilberto Dimenstein - Fonte: Folha de S.Paulo - 17/05/09.
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