VAMOS PENSAR MUITO SOBRE A ATUAL VIOLĂNCIA, PESSOAL!!!
VIOLĂNCIA
A questĂŁo da violĂȘncia passa necessariamente pela educação. A charge acima, demonstra com muita propriedade essa tese. Pense... pense muito!
(Colaboração: FPO)
O FINAL FELIZ DA BATALHA DE SEATTLE
O que aconteceria com as finanças do Brasil se os governos tivessem de pagar por abusos de poder cometidos por policiais? Pois nos Estados Unidos Ă© assim. As autoridades de Seattle concordaram em pagar US$ 1 milhĂŁo Ă s 160 pessoas presas em 1999 durante as manifestaçÔes contra a Organização Mundial do ComĂ©rcio. Na Ă©poca, mais de 50 mil sindicalistas, ambientalistas e estudantes foram Ă cidade para protestar contra o trabalho infantil, os trangĂȘnicos e a destruição do meio ambiente. Diversos casos de violĂȘncia policial foram registrados e a cidade chegou a entrar em estado de sĂtio.
Agora, Seattle virou exemplo.
Fonte: Ăpoca - nĂșmero 467.
PALAVRA DA SEMANA: IMPROVISAR
Em latim, improvisus significava "o que nĂŁo foi visto antes". Os primeiros improvisadores equivaliam a nossos atuais repentistas. Eram poetas que compunham seus versos em pĂșblico, na base do estalo.
Na vida profissional, o improviso é vital quando todas as soluçÔes jå conhecidas não resolvem um problema novo.
Max Gehringer - Fonte: Ăpoca - nĂșmero 467.
AGIR COLETIVAMENTE
Na sala de professores de um colĂ©gio, na hora do intervalo, os mestres conversam sobre os alunos de uma turma. Na verdade, eles reclamam: o grupo Ă© agitado, disperso, nĂŁo respeita os prazos para a entrega dos trabalhos, nĂŁo cumpre com os deveres de casa, sĂŁo desrespeitosos na convivĂȘncia barulhenta que travam entre si e com os educadores etc.
Um professor afirma que decidiu tomar providĂȘncias extremas: conversou com o coordenador do ciclo e vai passar a enviar os alunos que considera os "cabeças" da desorganização da sala para uma conversa e, possivelmente, uma exemplar punição. Outro diz que decidiu apertar os alunos no conteĂșdo e endurecer nas provas. Uma professora, mais tranqĂŒila, informa que consegue ter a atenção deles e que, nos momentos de agitação, tenta acalmĂĄ-los com uma atividade diferente. Um colega reage com ironia e, assim que esta sai da sala, comenta que a aula dela Ă© a mais barulhenta do corredor.
Cada mestre busca uma saĂda para enfrentar o caos da sala de aula, mas cada um deles pensa e age solitariamente: nenhuma proposta de ação coletiva e solidĂĄria Ă© considerada. Uma outra cena, parecida em sua estrutura com essa primeira, ocorre diariamente nas ruas da cidade: num cruzamento em que o trĂąnsito pĂĄra por minutos, um grupo aproveita para assaltar carros. Os assaltantes tĂȘm tempo atĂ© para escolher as vĂtimas, e quase todos os que estĂŁo presos nos veĂculos sabem o que estĂĄ para acontecer.
Por alguns instantes, aqueles carros e seus condutores formam um grupo, mas, novamente, a resposta que tĂȘm Ă© individualizada: um assegura que as portas estĂŁo trancadas, outro se tranqĂŒiliza porque estĂĄ num carro blindado e todos ficam impotentes, torcendo apenas para que o trĂąnsito flua. NĂŁo passa pela cabeça de ninguĂ©m uma reação coletiva. Numa conversa com uma amiga, ela se perguntava se, no recente massacre ocorrido em uma universidade dos Estados Unidos, nĂŁo teria sido possĂvel salvar algumas vidas se professores e alunos tivessem tentado uma ação coletiva. Talvez sim, talvez nĂŁo, mas o fato Ă© que nĂŁo pensamos nessa possibilidade simplesmente porque cada indivĂduo se responsabiliza sĂł por gerenciar a prĂłpria vida. Ă: em tempos de individualismo, quem nĂŁo pensa sĂł em si pode se transformar em herĂłi em raras situaçÔes -caso do professor que protegeu alunos no massacre citado e de alguns trabalhadores que devolveram dinheiro encontrado no espaço pĂșblico- ou, mais freqĂŒentemente, em ameaça, jĂĄ que muitos sentem que quem busca proteger o bem comum fere a liberdade individual. Um grupo de pais que conheço fez uma campanha pelo respeito Ă s leis do trĂąnsito nos arredores da escola dos filhos. Foram muito mal recebidos pelos pais que param em fila dupla e estacionam em local proibido. Cada um julga ter um bom motivo pessoal para agir assim.
O problema Ă© que, ao vivermos na lei do "cada um por si". deixamos de ter o sentimento de pertença, esquecemos que somos interdependentes e perdemos a noção de que buscar o bem comum resulta em benefĂcios para cada indivĂduo.
Rosely SayĂŁo Ă© psicĂłloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (ed. Publifolha).
Fonte: Folha de S.Paulo - 03/05/2007.