ESTÁTUAS PELO MUNDO...PARA PENSAR E REFLETIR II
A CABEÇA EM PRIMEIRO LUGAR
Nunca enfie a cabeça no trabalho a ponto de perder o contrôle da situação...
Edifício da Ernst & Young, Los Angeles - USA.
(Colaboração: Viana)
PALAVRA DA SEMANA: CRUEL
A palavra latina crudelis veio de crudus, "cru", "em estado natural". O sentido atual de crueldade, de "tratar mal e sem consideração", derivou do fato de que a verdade nua e crua gera mais tensão que alívio, e mais dói que consola.
Max Gehringer - Fonte: Época - Número 494.
E A GENTE AINDA GOZA DOS AMERICANOS...
Em matéria de conhecimentos geográficos, os brasileiros são de uma ignorância que não está no mapa.
O Brasil tem quatro mecanismos federais de avaliação do ensino: o Saeb, o Enade, o Enem e a Prova Brasil, todos de padrão internacional. A cada vez que se divulga um de seus resultados, uma torrente de más notícias sobre a educação é despejada pelos jornais. Mas nenhum desses testes jamais captou um dado tão alarmante quanto o que surge da pesquisa Pulso Brasil, do instituto Ipsos, que acaba de sair do forno. Os pesquisadores abriram um mapa-múndi na frente dos entrevistados (1 000 pessoas, em setenta municípios das nove regiões metropolitanas) e lhes pediram que indicassem onde ficava o Brasil. Somente metade acertou. É isso mesmo: o levantamento mostra que 50% dos brasileiros não sabem localizar o país no mapa. Houve os que chutaram as respostas. Vieram desse grupo disparates de corar de vergonha. Para 2%, o Brasil fica na Argentina. Um porcentual pouco maior acha que o país se localiza na África – a dúvida é se no Chade ou na República Democrática do Congo. Outros 29% nem tentaram responder.
A pesquisa do Ipsos tem a força de um soco na boca do estômago nacional. Quase 10% dos entrevistados que passaram por uma faculdade (tendo completado ou não o curso) não sabem que o Brasil se localiza na América do Sul. Esse porcentual sobe para 30% entre os que fizeram o ensino médio (estágio em que um aluno deveria ter estudado geografia durante pelo menos seis anos) e aumenta para 50% entre os que iniciaram o ensino fundamental. Ignorar uma informação tão simples é o equivalente, em matemática, a não saber adicionar 2 mais 2.
Previsivelmente, o desconhecimento em relação aos outros países é ainda maior. Só 18% dos brasileiros conseguem identificar os Estados Unidos e apenas 3% localizam corretamente a França. Quanto à Argentina, tão citada em piadas futebolísticas, 84% nem sequer desconfiam de que faz fronteira com o Brasil. Esse tipo de informação está longe de ser uma "cultura inútil". A ignorância do mapa-múndi impede que se entendam as relações de poder entre os países e compromete o aprendizado de história, entre outras disciplinas. "O estudante que não decifra o mapa-múndi não reconhece o mundo concreto que o cerca. É simples assim", resume a secretária de Educação de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro. O dado irônico é que os brasileiros atribuem aos americanos uma grande ignorância em matéria de geografia. Gostam de dizer, em tom gaiato, que os gringos não têm a mínima idéia de como se divide o planeta. Não é bem assim. A mais recente pesquisa sobre o assunto mostrou que 86% dos americanos sabem exatamente onde fica seu país, 81% reconhecem o México, 54% a França e 47% a Argentina. Eles dão um banho, convenhamos.
A péssima qualidade dos professores está na base dessa vergonha, agravada pela falta de mapas nas escolas. Acrescente-se a falta de instrução familiar e pronto: está formado o ambiente propício para criar gerações de brasileiros que exibem uma ignorância que não está no mapa. Nunca antes neste país: e não se trata do Chade ou da República Democrática do Congo.
Ronaldo França - Fonte: Veja - Edição 2033.
O DESTINO DE CADA UM
Passamos por momentos de plena felicidade em nossa vida. Momentos estes que nos marcam de uma forma surpreendente, e nos transformam, nos comovem, nos ensinam e muitas vezes, nos machucam profundamente.
As pessoas que entram em nossa vida, sempre entram por alguma razão, algum propósito. Elas nos encontram ou nós as encontramos meio que sem querer, não há programação da hora em que encontraremos estas pessoas.
Assim, tudo o que podemos pensar é que existe um destino, em que cada um encontra aquilo que é importante para si mesmo. O universo inteiro conspira para que as pessoas se encontrem e resgatem algo com as outras. Cada uma delas é especial, mesmo que o momento seja breve e com certeza deixam alguma coisa para nós.
A amizade é algo que importa muito na vida do ser humano, sem esse vínculo nós não teremos harmonia e nem paz. Precisamos de amigos para nos ensinar, compartilhar, nos conduzir, nos alegrar e também para cumprirmos nossa maior missão na terra: "Amar ao próximo como a si mesmo".
Aproveite para conquistar uma pessoa a cada dia, dar a elas a sua maior atenção, e fazer com que você também seja algo muito importante na vida dessas pessoas. Quando sentir que alguém não lhe agrada, dê uma segunda chance de conhecê-lo melhor, você poderá ter muitas surpresas cedendo mais uma oportunidade.
Quando sentir que alguém é especial para você, diga a ele o que sente, e terá feito um momento de felicidade na vida de alguém.
Não deixe para fazer as coisas amanhã, poderá ser tarde demais. Faça hoje tudo o que tiver vontade. Seja alegre todas a manhãs, mesmo que o dia não prometa nada de novo. Planeje o seu destino!
Parte do texto original - Autor desconhecido. (Colaboração: Edgard)
UMA IDÉIA NO LUGAR
Espetáculo em Zurique criou super-realidade que fundiu nacionalismo democrático da Copa de 1950 com o ufanismo de 1970.
Paulo Coelho, Dunga, Ricado Teixeira, dona Marisa, Aécio, Martha Suplicy, Lula e Globo. Vai ter tanta simbologia assim em Zurique!
Para a alegria da galera e o deleite dos empresários e empreiteiros nacionais, a tropa da elite da nação trouxe a Copa de volta. Era o que precisávamos para acreditar que a modernidade nos deu uma segunda chance e que seremos amanhã a China que fomos anteontem.
O mito JK renascido em FHC e transmutado em Lula reviverá no mesmo Maracanã construído pelo sonho desenvolvimentista.
Com o milagre de Dunga (jogador cascudo que num passe de mágica se fez "professor" da maior seleção que este país terá) e a fé refeita no progresso dessa terra em que o Cristo Redentor é uma das maravilhas do mundo, o anjo vingador mudará a história.
Teremos a vingança de 1950, aquele momento em que o Brasil ia dar certo, mas perdeu a Copa por "culpa" de um brasileiro pobre, negro e de codinome Barbosa. O mago Paulo Coelho e o "baixinho" (ah, as maravilhas da proximidade) Romário -este o mago dos pequenos espaços (e das negociatas vascaínas) e craque globalizado- estavam lá para garantir que a mágica será completa.
Pelé não estava lá, mas você há de convir que ele é meio "modernista" demais (digamos que restará como uma das relíquias do getulismo). Nunca antes na história deste país o nacionalismo foi tanto uma idéia no lugar.
Desde o "gente que faz" tucano, passando pelo brasileiro que não desiste, pelas minisséries da Globo, pela alegria de Galvão Bueno, pelos índices em alta do Banco Central, pelos índices em baixa de criminalidade do governo paulista (sempre tão questionados, mas quem se importa?), pelo sucesso de Kaká e dos ronaldos, até a retomada do cinema "de qualidade": passadas as privatizações, voltamos a aceditar em nós mesmos de tal maneira que até empresários andam sacando a honra da nação para deter uma certa "invasão espanhola".
Mas quem somos nós? O livro "A Cabeça do Brasileiro" [de Alberto Almeida, ed. Record] e a revista "Veja" nos mostram que somos dois.
A elite educada é democrática (não sei se Luciano Huck fez faculdade, mas ele é educadinho e democrata), e o povo é um poço de atraso e preconceito (seria o caso de Ferréz, que é escritor, mas não fez faculdade, e escreve o que passa na cabeça de gente ignorante e bárbara) -e a esquerda não sabe de nada disso.
Andam nos dizendo todos os dias que o péssimo salário dos professores não tem nada a ver com a péssima qualidade de ensino. Até o diretor de "Tropa de Elite" [José Padilha] jura que pobreza não tem nada a ver com violência. A realidade é mais "complexa".
Mas o que é "realidade" para a elite e para a tropa? Uma pesquisa mundial da consultoria Nielsen mostrou que o Brasil (ao lado das Filipinas) é o país que mais acredita no que a publicidade diz que as coisas são. Somos fanáticos fundamentalistas da imagem manipulada: acreditamos nos comerciais assim como os talebãs acreditam em Alá.
Segundo a pesquisa, o "consumidor" brasileiro acredita mais na referência vinda da TV do que na de um amigo. Nossa cordialidade foi transferida para o departamento de marketing. A propaganda é o ópio da tropa e da elite (a pesquisa foi feita com internautas, e não com desdentados analfabetos).
E foi esse espetáculo, essa máquina de criar super-realidades, que vimos sacramentar em Zurique o casamento do nacionalismo da Copa de 50 com aquele da Copa de 70. Uma pergunta "estrangeira" sobre violência quase estraga a festa. Mas tínhamos Ricardo Teixeira para defender as honras nacionais. Violência tem em qualquer lugar, ele responde a uma jornalista canadense (sic).
Mas o que ele não disse, e nem precisava, é que nosso novo nacionalismo se legitima de outra maneira: temos a elite pura (ainda que cansada), bem-pensante e democrática, a elite ex-sindical no governo, a elite do futebol mundial e agora também a "tropa de elite" da elite. O Brasil agora é um país de elite, e a nossa combinada ação elitista irá nos levar para dentro da elite mundial.
Mas e a realidade de Terceiro Mundo? Isso a propaganda não vende, portanto não existe, é só uma permanência do pensamento de esquerda que também já morreu.
Crença nas imagens da propaganda, nas virtudes da elite rica e letrada e nos deméritos do povo ignorante: tudo isso mais o nacionalismo tresloucado que assistimos na TV, altar da nossa fé, constituirá a lona que cobrirá esse circo de horrores e delícias que será o Brasil daqui até 2014.
Francisco Alambert é professor de história contemporânea e de história social da arte na Universidade de São Paulo. Fonte: Folha de S.Paulo - 04/11/07.
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