FM - Faculdade Mental

PENSE! - 04/01/2013

PENSANDO NAS BOBAGENS CIENTÃFICAS

LISTA ANUAL DOS PIORES ABUSOS CONTRA A CIÃŠNCIA

English:
Guardian.co.uk/celebrities-round-up-scientific-nonsense
Huffingtonpost.com/celebrity-bad-science-sense-science
The list:
Senseaboutscience.org/Celebrities2012.pdf
Senseaboutscience.org/celebrities-and-science
Sense About Science â€“
http://www.senseaboutscience.org/
http://www.facebook.com/pages/Sense-About-Science/182689751780179
Ingleses listam bobagens cientÃficas ditas por famosos...
O jurado de programas musicais Simon Cowell carrega cÃ¡psulas de oxigÃªnio; a atriz americana January Jones, da sÃ©rie "Mad Men", prefere pÃlulas de placenta seca para se embelezar, e a estrela britÃ¢nica Patsy Palmer esfrega grÃ£os de cafÃ© em sua pele.
Celebridades nÃ£o costumam ter pudores em propagar ideias erradas sobre ciÃªncia e saÃºde, e 2012 nÃ£o foi uma exceÃ§Ã£o.
Em sua lista anual dos piores abusos contra a ciÃªncia, a organizaÃ§Ã£o inglesa Sense About Science tambÃ©m lembrou o ex-candidato Ã presidÃªncia dos EUA Mitt Romney por fazer declaraÃ§Ãµes absurdas sobre janelas de aviÃµes e o nadador campeÃ£o olÃmpico Michael Phelps, que divulgou justificativas falsas para urinar na piscina.
A organizaÃ§Ã£o, que se dedica a ajudar as pessoas a compreender melhor a ciÃªncia, convidou cientistas renomados para responder Ã s opiniÃµes e declaraÃ§Ãµes pseudo-cientÃficas feitas por famosos.
Mitt Romney, que em setembro perguntou por que simplesmente nÃ£o se abrem as janelas de um aviÃ£o quando hÃ¡ um incÃªndio a bordo, teve sua dÃºvida respondida pelo engenheiro aeronÃ¡utico Jakob Whitfield.
"Infelizmente, Mitt, abrir uma janela em grande altitude nÃ£o Ã© uma boa ideia. De fato, se vocÃª conseguir abrir uma janela durante o voo, o ar sairÃ¡ de dentro do aviÃ£o, mais pressurizado, para fora, onde hÃ¡ menos pressÃ£o atmosfÃ©rica."
A atriz January Jones admitiu em marÃ§o que tomou pÃlulas de placenta seca apÃ³s ter seu filho. A especialista em dieta do Hospital St. George, em Londres, Catherine Collins, responde:
"Nutricionalmente, nÃ£o hÃ¡ nenhum ganho em comer placenta, seja ela crua, cozida ou seca. Fora o ferro, que pode ser obtido facilmente de outras dietas, a placenta pode conter toxinas e outras substÃ¢ncias desagradÃ¡veis que ficam retidas nela para nÃ£o atingir o bebÃª."
A afirmaÃ§Ã£o de Michael Phelps de que nÃ£o hÃ¡ problema em urinar dentro de uma piscina pois "o cloro mata" foi rebatida pelo bioquÃmico Stuart Jones, que lembra que "em primeiro lugar, a urina Ã© essencialmente estÃ©ril, portanto, nÃ£o hÃ¡ nada ali para ser morto".
Gary Moss, cientista farmacÃªutico, assinala que enquanto a cafeÃna pode ter efeitos contra a celulite, Ã© improvÃ¡vel que esfregar cafÃ© na pele funcione, jÃ¡ que a substÃ¢ncia nÃ£o consegue sair do grÃ£os e penetrar na pele.
Ao hÃ¡bito de Cowell, a mÃ©dica Kay Mitchell responde que nÃveis altos de oxigÃªnio, na verdade, podem ser tÃ³xicos, principalmente nos pulmÃµes, onde o nÃvel jÃ¡ Ã© alto.
"As afirmaÃ§Ãµes implausÃveis e perigosas das celebridades sobre como evitar o cÃ¢ncer, melhorar a pele ou perder peso estÃ£o se tornando cada vez mais ridÃculas. E infelizmente elas tÃªm mais penetraÃ§Ã£o no pÃºblico que pesquisas sÃ©rias e evidÃªncias cientÃficas", disse Tracey Brown, diretor da ONG.
Fonte: Folha de S.Paulo â€“ 29/12/12.
Mais detalhes:
Guardian.co.uk/celebrities-round-up-scientific-nonsense
Huffingtonpost.com/celebrity-bad-science-sense-science
A lista:
Senseaboutscience.org/Celebrities2012.pdf
Senseaboutscience.org/celebrities-and-science
Sense About Science â€“
http://www.senseaboutscience.org/
http://www.facebook.com/pages/Sense-About-Science/182689751780179

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SUGESTÃƒO
Dizia uma marchinha de Carnaval que no Rio de Janeiro, "cidade que nos seduz", "de dia falta Ã¡gua, de noite falta luz".
A cidade melhorou, mas a Infraero resolveu adaptar a canÃ§Ã£o aos seus aeroportos. De dia falta ar, de noite falta luz.
NinguÃ©m Ã© maluco para esperar que o Ãºltimo dinossauro das estatais venha a trabalhar direito ou bobo para acreditar que o comissariado da AgÃªncia Nacional de AviaÃ§Ã£o Civil dÃª refrescos aos passageiros. Mesmo assim, cairia bem uma medida provisÃ³ria exigindo que os companheiros devolvam as taxas de aeroporto que cobram Ã s vÃtimas da treva e do forno.
Elas estÃ£o entre as mais caras do mundo. O Kennedy, em Nova York, cobra o equivalente a R$ 29 em voos internacionais. O GaleÃ£o, R$ 71,50.
Elio Gaspari â€“ Fonte: Folha de S.Paulo â€“ 30/12/12.

UM ANO-NOVO MAGRO
Uma das resoluÃ§Ãµes de Ano-Novo mais comuns Ã© perder peso -um dos sinais de que a obesidade Ã© um problema real. Culpa, em parte, da invenÃ§Ã£o da cozinha por nossos antepassados.
Foi essa invenÃ§Ã£o que nos permitiu ingerir calorias suficientes por dia para sustentar um cÃ©rebro cheio de neurÃ´nios, mas que hoje, somada Ã geladeira, Ã fartura e Ã industrializaÃ§Ã£o, tornou fÃ¡cil demais... comer demais.
O problema, entÃ£o, passa a ser aprender a lidar com toda essa fartura.
Para comeÃ§ar o ano ajudando a quem quiser comer menos, vou contar aqui trÃªs medidas que vi funcionar -ou nÃ£o- nos Estados Unidos.
Primeira: ano passado, o prefeito de Nova York tentou limitar a cerca de meio litro o tamanho das doses de refrigerante vendidas ao pÃºblico em copos descartÃ¡veis.
DÃ¡ para entender e apreciar o intuito: cada 100 ml de refrigerante tem mais de dez gramas de aÃ§Ãºcar, ou 40 calorias de energia pura, nÃ£o nutritiva. Meio litro dÃ¡ 200 calorias provavelmente desnecessÃ¡rias para quem jÃ¡ se alimenta bem -e que sÃ£o, em um copÃ£o sÃ³, 10% de toda a energia que o corpo precisa em um dia.
A medida, contudo, nÃ£o foi bem-vista e hÃ¡ boas chances de nÃ£o ser implementada. Americanos nÃ£o gostam de ninguÃ©m cerceando sua liberdade, mesmo que seja a de engordar com calorias desnecessÃ¡rias.
Donde a segunda histÃ³ria: a Uno, uma das redes de pizzaria mais tradicionais nos Estados Unidos, agora traz em seu cardÃ¡pio o valor calÃ³rico de cada pizza.
Assim vocÃª pode usar o prÃ³prio cÃ©rebro para avaliar se quer mesmo comer sozinho uma pizza, atÃ© que pequena, mas que coloca em seu prato mais de 1.500 calorias -75% de toda a energia que vocÃª precisa em um dia.
Em seguida, vocÃª quer de sobremesa aquela fatia de cheesecake de 1.600 calorias (chocante, pois Ã©)? Eu nÃ£o quis. Essa estratÃ©gia de conscientizaÃ§Ã£o e livre escolha tem bem mais chances de sucesso do que o terrÃvel "nÃ£o coma!".
Como, aliÃ¡s, tem boas chances a terceira medida, iniciativa da Kellog's em um anÃºncio de TV muito bacana: encorajar pensamentos otimistas sobre dietas, em vez do conceito tÃ£o comum do maldito "sacrifÃcio".
NinguÃ©m gosta de fazer sacrifÃcios, e a neurociÃªncia jÃ¡ aprendeu que o que nos move Ã© a expectativa positiva.
Comer menos? SÃ³ se o benefÃcio valer a pena. EntÃ£o, experimente se perguntar o seguinte: vocÃª precisa mesmo comer a terceira rabanada que sobrou das festas ou vai ficar muito mais feliz se continuar cabendo, com folga, na sua calÃ§a favorita?
Suzana Herculano-Houzel Ã© neurocientista, professora da UFRJ, autora de "PÃlulas de NeurociÃªncia para uma Vida Melhor" (ed. Sextante) e do blog
www.suzanaherculanohouzel.com. Fonte: Folha de S.Paulo â€“ 01/01/13.
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